Rafaela1243 12/11/2024
Meu primeiro de Clarice
?A Hora da Estrela? foi um daqueles livros confusos, principalmente de início: fala, desfala, um assunto, pula para outro, volta, dá voltas?
No final, a escrita é como nossa mente: confusa. Ler dá uma certa agonia, em meio a tantas palavras a gente encontra uma pérola que se identifica, e reflete, e relê, reflete novamente e, passa para a próxima.
Tem livros que me dão a sensação de ?estou perdida?, e esse foi um deles. Parece que estou perdida em pensamentos e sensações e isso faz com que muito me aproxime do livro. Parece que estou dentro da mente de alguém.
Como posfácio de Paulo Gurgel Valente: ?nada e tudo são pensados, intuitiva e sugestivamente envolvendo o leitor.?
Realmente, não há nada como Clarice. Mexe com nosso âmago de um jeito que ainda não sei explicar.
Sobre o conteúdo em si (kkk) há muito do social, do vazio, da solidão, pobreza capital e espiritual, busca, malícia e inocência. Mas no fim, sinto que a autora cumpriu sua missão comigo pra quando ela pergutam ?Então, por que você escreve??
?A gente só pode fazer bem as coisas que ama realmente. Os meus livros não se preocupam muito com os fatos em si porque, para mim, o importante não são os fatos em si, mas as repercussões dos fatos no indivíduo. Isso é o que realmente importa. É o que faço. E penso que, sob este aspecto, eu também faço livros comprometidos com o homem e sua realidade, porque a realidade não é um fenômeno puramente externo.?