O Amante de Lady Chatterley

O Amante de Lady Chatterley D. H. Lawrence




Resenhas - O Amante de Lady Chatterley


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Andre.Crespo 14/02/2011

Sade está rindo em seu túmulo
Durante muitos anos, ao se anunciar o nome do livro "O Amante de Lady Chatterley", nos Anos 20, as pessoas fechavam suas caras. Era um livro amoral, pornográfico; não recomendado para pessoas de bem. Passou-se mais ou menos quarenta anos e o livro finalmente foi publicado. A duras penas, mas o foi. E, como era de se esperar, o sucesso foi imediato.

Esse grande livro de D.H. Lawrence não se vale apenas de sua escrita arrojado, com palavras nunca ditas antes em livros de literatura - tais como "gozo", "rabo", "penetração". Ele é mais do que isso. Ninguém nunca tratou o amor de forma tão íntima como Lawrence o fez em seu livro.

"O Amante de Lady Chatterley" conta a história, obviamente, de Lady Chatterley, uma jovem casada com um rapaz que se tornara paralisado da cintura para baixo por causa de ferimentos da guerra. Com isso, nunca mais pode ter relações sexuais com sua mulher ou com quem quer que fosse. Ardente de desejo, ela o satisfaz com Michaelis, seu primeiro amante. Entretanto, insatisfeita com ele, ela se fecha completamente. Até que conhece Oliver Mellors, o guarda-caça de seu marido, e as coisas mudam drasticamente.

Lawrence mantém a força de sua narrativa desde a primeira página, em momento algum se tornando chata. Alguns diálogos são evasivos, mas o objetivo dele, a meu ver, era mostrar como a alta sociedade intelectual era hipócrita, perdendo-se em conversas que não dariam em nada.

A escrita de Lawrence parece às vezes bem feminina, ao revelar pensamentos tão íntimos de uma mulher. Além disso, ele incrementa a relação entre os amantes com diálogos muitas vezes picantes e provocadores.

D.H. Lawrence, assim como o Marquês de Sade, estava além de seu tempo. Ambos escreviam de forma arrojada e abusiva, dando os "nomes aos bois", sem medo de represálias. Mesmo que fossem condenados por décadas - e até hoje devam ser - seus livros são legítimas provas de que a literatura não é lugar para limitações. Uma obra prima não só pornográfica e sensual, mas, acima de tudo, uma obra prima da liberdade. Da liberdade de criação!
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Anica 07/01/2011

O amante de Lady Chatterley (D. H. Lawrence)
A leitura mais aprofundada é terreno perigoso: se você se prende demais ao contexto social de uma obra, pode distorcer a dita intenção do autor. Mas se não voltar o olhar para o momento no qual a obra foi criada muito do valor do livro pode simplesmente se perder. É o caso de O amante de Lady Chatterley (de D.H. Lawrence), publicado com nova tradução aqui no Brasil no mês passado pela Companhia das Letras através do selo Penguin Companhia das Letras.

Prender-se apenas ao romance de Lady Chatterley com o guarda-caça Oliver Mellors, ou mesmo ao teor “pornográfico” do texto é quase um pecado. A obra de Lawrence vem forte como representante de uma nova Inglaterra que veio a surgir com o fim da Primeira Guerra Mundial. O declínio de um império, a adaptação da nobreza a uma nova realidade. Mesmo que predominantemente de forma sutil, tudo isso está lá, seja no apito da mina que avisa Lady Chatterley que é hora de voltar, seja no que a Guerra fez com os dois homens da vida da personagem.Há também, é claro, toda a importância histórica por trás da própria publicação do livro. Banido em seu lançamento (em 1928), ele só chegou a ser publicado novamente na Inglaterra depois que a Penguin venceu um processo em 1960. Para o olhar do leitor moderno pode chegar a ser chocante que um livro tenha sido proibido em tempos “tão próximos” aos nossos por conta de descrições de encontros amorosos e inúmeros palavrões, e talvez até por isso seja tão importante contextualizar a obra enquanto a lê. Sobre a questão da proibição do livro na Inglaterra, saiu uma ótima matéria na Folha de São Paulo, que você pode ler aqui >> http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/852879-classico-o-amante-de-lady-chatterley-ganha-nova-traducao.shtml

O romance flui bem, Lawrence não tem pressa em sua prosa e vai armando o cenário do encontro de Lady Chatterley com Mellors aos poucos. Somos apresentados à protagonista, descobrimos que teve uma juventude até bem livre para os padrões da época, mas a guerra acabou coincidindo com o que seria a entrada na vida adulta, casando-se com Clifford, que lhe dá o título de Lady. O marido vai para a guerra e volta paralítico, condição que inicialmente não afeta Connie mas aos poucos começa a consumi-la. A ideia que se tem é que não é tanto pelo prazer que lhe é negado com a nova situação, mas com o modo como Clifford vai sugando sua vida, a transformando em algo que era tão contra sua própria natureza.

E como acompanhamos esse processo em que Lady Chatterley desperta para sua realidade, quando do encontro com Mellors já sabemos que o amor entre os dois é previsível, por mais que inicialmente ele pareça arredio e mesmo grosso com a mulher. E é a partir de Mellors que temos a maior parte das ideias de Lawrence sobre a importância do amor livre, do mal que ver o sexo como algo sujo pode causar, como podemos perceber na passagem a seguir:

Na verdade o sexo é apenas toque, contato, o contato mais próximo que pode existir. E é o contato que nos mete medo. Vivemos num estado de semiconsciência, vivemos apenas pela metade. Precisamos nos tornar mais vivos e conscientes. Especialmente os ingleses, precisam entrar em contato uns com os outros, um contato delicado e terno. É nossa maior necessidade.

E se a contextualização da obra vem como algo importante no caso de O amante de Lady Chatterley, a edição da Penguin Companhia das Letras vem como um presente. É quase o equivalente literário de um dvd cheio de extras: abre com uma introdução de Doris Lessing (prêmio Nobel), o romance em si vem repleto de notas que complementam o texto. No final temos o artigo A propósito de Lady Chatterley, de D.H. Lawrence, cuja introdução será um prato cheio para quem gosta de história do livro (sobre toda a questão da pirataria na época), e o restante nos orienta das intenções do autor sobre O amante de Lady Chatterley. Ainda há uma cronologia envolvendo a obra e o autor e o apêndice “O amante de Lady Chatterley e a paisagem das Midlands inglesas“, com mapas e explicações sobre o espaço onde se desenvolve a narrativa. É realmente um mimo, daqueles que chegam a justificar a compra da edição mesmo já tendo alguma tradução do livro em casa.

Na realidade foi meu primeiro contato com um dos livros dessa parceria da Companhia das Letras com a Penguin e devo dizer que fiquei muito feliz. Uma excelente escolha de título, obra tão importante da literatura de língua inglesa, recebendo um tratamento tão cuidadoso e mesmo assim chegando às livrarias com um bom preço. É a felicidade para qualquer bibliófilo.

Talvez o único aspecto negativo foi a questão da opção da tradução da fala de Mellors. Para mim foi um pouco incômodo o “caipirês” adotado por Sergio Flaksman para registrar a fala da personagem. De qualquer forma, é uma opção válida e compreensível, já que no original Mellors tinha um inglês interiorano. No mais, as opções mesmo para os palavrões foram extremamente felizes: não houve tentativa de “abrandar” termos como cunt ou fuck, traduzidos todos com a mesma crueza das expressões similares em português.

Um ótimo livro, daqueles que realmente vale a pena conhecer. Chega até mesmo a ser triste pensar que por tantas décadas para algumas pessoas ele só esteve disponível de forma ilegal.
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John 30/07/2010

Conquistas de uma mulher
Posso descrever esse romance como uma denúncia das privações e preconceitos sofridos pela mulher moderna. Constance representa a liberdade e as conquistas sufocadas pela sociedade machista que privavam o mundo feminino de ter prazer nas relações sexuais e participação na vida do homem. Lady Chatterley se liberta de todas a s barreiras que a impedem de ter um verdadeiro sentido e uma vida voltada para as realizações pessoais. Extremamente lindo, tocante, sensual e revolucionário!
Daniel 19/03/2013minha estante
E as pessoas ainda perdem tempo com 50 Tons de Cinza...




Ana Paula 18/03/2010

DHL by Ana Six
Achei o livro curioso, em especial por ter sido proibida a sua veiculação na Inglaterra de 1926. Foi considerado obsceno e incriminado pelo Decreto de Publicações Obscenas de Londres.

O autor morreu sem saber que seu livro seria mais tarde considerado um dos cem melhores romances do século. Concordo com essa classificação, o livro, de fato, é muito bom. Num primeiro momento, o livro fala de amor, mas Lawrence fui muito além da história clássica de infidelidade, ele contextualizou o romance com as questões políticas e literárias da época nos diálogos dos personagens.

Ele trata da história de Constance, uma jovem escocesa que se apaixona e se casa com o baronete Clifford Chatterley. Após a lua de mel ele vai lutar na Primeira Guerra Mundial e volta para casa paraplégico. Sabendo da sua atual situação, o marido diz à esposa que ela pode encontrar um amante e lhe dar um filho.

No início, achei curioso o desapego de Clifford para com a sua esposa. Ele seria capaz de aceitá-la dormindo com outro desde que não o abandonasse, e ainda, criaria um filho de outro homem como se seu fosse. Me parece um pouco de altruísmo demais num único homem. Será que isso aconteceria, de fato, na vida real?

Constance, a princípio, se recusa a procurar um amante e casta, mantém-se submissa a cuidar do marido inválido, até se envolver com Olive Mellors, o guarda-caça da família. O cenário do livro se passa em Wragby, local onde se demonstra a transição entre o ruralismo e a industrialização. O lugar possui uma mina de carvão, onde a classe operária trabalha insanamente até não terem suas forças exauridas.

O autor faz críticas ao modelo capitalista da época e aparentemente odiava a relação criada com o homem e o dinheiro. Mellors o amante de Constance, por exemplo, demonstrava ser avesso ao capitalismo, achava que o dinheiro escravizava o homem e lhe tirava todas as virtudes. Seu trabalho consistia em criar faisões, uma vez que na propriedade de Clifford ninguém caçava. E ele era feliz assim.

É do romance entre Constance e Mellors que Lawrence descreve as cenas de sexo dos amantes. Ele glorificava a alegria dos corpos durante o sexo, o que para ele é uma das leis mais importantes da natureza.

Lawrence fala de sexo em seu livro com naturalidade, o que de fato, deve ter chocado a sociedade dita puritana do início do século passado. Mas não achei qualquer vulgaridade ou obscenidade em seu texto, muito pelo contrário! As cenas de sexo descritas se passam entre um homem e uma mulher que se apaixonam e demonstram a intimidade e a cumplicidade partilhada pelo casal.

É engraçado notar o avanço que alcançamos do início do século passado até hoje. Vejo com felicidade que muito da hipocrisia que existia no passado já ficou para trás e que se na época o livro foi considerado uma desonra, hoje ele se tornou um clássico da literatura. Sensual, é verdade... mas ainda assim, um clássico.

: : TRECHO : :
“Constance parecia transformada em mar, ondas que se inchavam e subiam em surtos impetuosos até que, lentamente, toda a massa obscura entrasse em ação – oceano a palpitar sua sombria massa silenciosa. E lá embaixo, no fundo dela, as profundezas do mar se separavam e rolavam lado a lado com o centro onde o mergulhador imergia docemente mais fundo; e ela se sentia alcançada cada vez mais no fundo, e as ondas de si mesma iam rolando para alguma praia, deixando-a descoberta; e cada vez para mais longe rolavam, e a abandonavam, até que, de súbito, numa delicada convulsão, o mais vivo do seu espasmo foi alcançado; ela o sentiu alcançado – e tudo se consumou: seu “eu” esvaiu-se; Constance não era mais Constance, e sim apenas mulher.” Pg. 215
Quel 28/12/2022minha estante
Ela não se mantém casta. Tem um relacionamento com Mike.. Antes de se envolver com o guarda caças..




Goldenlion85 25/12/2009

Não é apenas um livro, é O LIVRO!!!

Prefiro não colocar nenhuma avaliação, o livro traz questões essenciais atualmente...

Diversas questões não vou por spoiler aqui,

Só que Constante e Oliver procuram o amor verdadeiro no tempos modernos, um sentimento que é totalmente impossível de achar,
mas não que não tenha, e pelo menos acredito também.

Enfim um livro polêmico e muito humano, essencial para qualquer pessoa
que mexam com a Relações Humanas...

Enfim são abordados muitas questões, só que é MUITO recomendado esse livro.
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Maressa 13/12/2009

Opa, esse livro é bom. Consegue mostrar aspectos da sociedade daquela época no ponto de vista de uma mulher sem cansar, ou te confundir, e sem parecer feminista. Eu amei.
Além de que mostra os pensamentos de uma mulher descontente no seu casamento, e como ela se apaixona por quem menos espera.
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JB 30/07/2009

As (poucas) opções de uma Lady.
O que mais pode-se comentar de um clássico que a maioria dos meus leitores já tiveram em mãos? Bem, mesmo sabendo disso, e abusando de minha ousadia, compartilho com vocês algumas possíveis obveidades mas também uma reflexão que me parece relevante.
Sempre quis saber o porquê de certas obras serem clássicos, serem atemporais e a o mesmo tempo, o porquê de algumas pessoas focarem certas leituras e também suas versões para cinema , teatro ou televisão, exatamente da forma que não deveriam ou que empobrecem a obra em si.
Outra coisa: propus-me, além de estudar para "n" concursos, preencher as madrugadas insones com o projeto "Releia aos 40 e tantos o que você leu aos 20 e poucos" e tenho ficado supreendido com o resultado.
"O amante de Lady Chatterley" foi um daqueles livros que só faltaram serem queimados na fogueira (se é que não foram) , tendo a sua publicação proibida na Inglaterra. Sempre que isso acontece pergunta-se o porquê e tenta-se entendê-lo no contexto de uma pretensa liberdade que de fato nunca foi, é ou será real.
"O amante..." e Lawrence por extensão, foram perseguidos porque colocam o dedo fundo na ferida da sociedade inglesa, do capitalismo, fazendo uma crítica feroz de uma sociedade pútrida e de uma estrutura social inadaptada aos tempos que corriam, preconceituosa, falsa, hipócrita e que se movia ao sabor da moralidade tacanha e das conveniências.
Talvez Clifford seja o símbolo dessa decadência, o amargo inglês, paralítico e impotente que me parece um digno representante do estamento social que representa. Um ser que apenas resumiu sua existência à posse de uma mulher , Constance e a missão de ganhar dinheiro.
Constance é uma mulher fora de seu tempo, no sentido que intelectualizou-se e vivenciou coisas pouco próprias da mulher sua contemporânea. Permitiu-se, sem qualquer auto-censura, buscar a satisfação quando lhe faltou mesmo que constantemente vivesse com um "pé em cada canoa": ao mesmo tempo que amava Mellor, inquestionavelmente, por muito tempo "operou" na perspectiva de manter o clã de Clifford, missão da qual abriu mão à medida que percebeu-se jogando um jogo que não poderia ser ganho.
Nessa dinâmica, a sociedade inglesa do pós primeira guerra , ou seja, dos chamados "anos loucos" foi cruelmente esmiuçada em todos os seus vícios, misérias e , como já disse, decadência.
Também é importante notar que nesse livro faz-se uma prospecção que se confirmou e segue confirmando-se sobre o capitalismo, um ente gerador de insatisfações, de falsidades e de ambição desmedida.
A solução que ele eventualmente aponte, ou seja, o socialismo, infelizmente não mostrou-se satisfatório e muito menos cumpridor da emancipação proposta ao operariado que o livro desenha.
Ler "O Amante de Lady Chatterley", portanto, é fazer um exercício de reflexão que poucos, chamados pela eventual licenciosidade das cenas de sexo, não se propõe a fazê-lo.
Não foram apenas essas cenas que granjearam a proibição de sua publicação mas , ao meu ver, a crueza da verdade jogada ao rosto de quem não propõem-se a vê-la.
Aliás, desconheço sociedade que não se incomode quando as verdades lhe são jogadas ao rosto. Uma leitura obrigatória!
Marselle Urman 09/09/2009minha estante
Perfeitamente de acordo. A interpretação dos papéis é bem nítida, bem como aquele permanente contraste entre os mineiros e os nobres de Chatterley. Só penso que a exposição das relações humanas ( todas ) ficou um pouco reduzida a um naturalismo extremado.


Ana Carolina 11/08/2010minha estante
Constance é imoral não por ter um caso com o guarda-caças, mas por desafiar sua classe social para poder viver seus sentimentos com eles. O tapa na cara da sociedade não é dado pelo sexo, mas pela lady aceitar ser plebeia para ser feliz.




Têco 15/07/2009

Excelente. Quase tão bom quanto o “Mulheres Apaixonadas”. D.H. Lawrence é realmente primoroso. Muito bom de se ler, te cativa na leitura. Repleto de idéias em meio aos relacionamentos entre os personagens assim como no outro clássico do autor.
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Jackie Morena 02/03/2009

Amei.. uma delicia de leitura, envolvente. Só lamento o final meio inconclusivo ... ao mesmo tempo que essa caracteristica é um dos charmes do livro: vc fica imaginando oq ue pode ter acontecido após aquela carta!
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