Alex 07/08/2024Uma boa obra, mas longe de ser um clássico.Pilares da Terra é uma excelente novela, mas tenho minhas críticas, principalmente no tocante a ser uma ficção histórica. Mas, apesar das críticas, o livro é excelente, vale a pena a experiência e você não se arrepende do tempo empregado.
Destaco a genialidade do autor, por conseguir contar uma história, aparentemente, sem apelo do público geral, que é a construção de uma Catedral (fictícia) e, literalmente, tirar leite de pedra. Ele consegue contar tal história por décadas. E esse é seu grande trunfo, pois essa narrativa é fluida, bem construída, interessante e você vai do começo ao fim, sem pestanejar.
Toda essa narrativa acontece no século XII, numa Inglaterra medieval que passa por uma guerra civil, devido a uma sucessão real conturbada. Esse tempo, ficou conhecido como a Anarquia. E aqui está um ponto que critico na obra. O autor pretende apresentar uma ficção histórica, mas aproveita muito mal os fatos e contexto históricos. Arcos sem desenvolvimento, personagens reais, importantíssimos (inclusive para sua obra) que são inseridos sem nenhum contexto. Decisões absurdas de monarcas, mesmo diante de traições. Enfim, o contexto histórico é relegado, não a segundo, mas a décimo oitavo plano, um desperdício.
Além disso, também, há um uso excessivo de Deus ex machina, como recurso literário para solucionar dificuldades de desenvolvimento. Sem contar em arcos completamente desconectados da realidade medieval, os quais não posso explicar para não dar spoilers. Portanto, leia como uma boa ficção, não como uma ficção histórica, pois nesse quesito merece zero.
Sobre a construção da catedral, não há o que falar, é nota dez. São décadas de narrativa, muito bem condensadas, com ótimos saltos temporais, quando necessário. Com personagens absolutamente cativantes e bem construídos. Amei, as descrições arquitetônicas, as técnicas construtivas, os motivos e aspectos religiosos em uma igreja. Vale demais!
Recomendo a leitura, sem dúvida é um livro agradável, que te carrega, pelas suas 900 páginas com facilidade. Apenas não espere uma obra prima, nem rigor histórico, definitivamente esse não é o forte de Ken Follet. Como ficção 10. Como ficção histórica, 0.