Minha querida Sputnik

Minha querida Sputnik Haruki Murakami




Resenhas - Minha querida Sputnik


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Etiene ~ @antologiapessoal 20/03/2020

Quando se fala do que não gosta, também se fala, implicitamente, do que gosta, concordam cmg? Certamente meu primeiro contato - e provavelmente o único - com Murakami foi um contato de NÃO gostar. Nada, NADA, no livro de me tocou. A leitura inteira foi feita com um único pensamento: eu poderia estar lendo outra coisa. Acontece. Às vezes a gente não está no momento certo praquela história, pra entender o que o autor quis dizer. Acontece, acontece. Não tem como adivinhar.

Em minha querida Sputnik, conhecemos Sumire: uma garota de vinte e poucos anos e sua jornada na descoberta de ser lésbica. Resumidamente acho que deveria ser isso. Porém, na minha minúscula percepção, o autor não entrega absolutamente nada que promete. A narrativa é clichê, as frases são piegas, o subtexto é confuso e o final é muito aberto. Gente, achei o livro muito ruim! Não vale indicações e coloco aqui pelo comprometimento em compartilhar minhas experiências literárias, sejam elas boas ou ruins.

Preciso ressaltar: essa é a MINHA impressão PESSOAL da obra. Cada leitor tem uma vivência diferente daquilo que tem nas mãos. E isso é fundamental!
Bruno.Dellatorre 18/09/2020minha estante
Li esse livro ontem e também detestei! E olha que gosto muito do autor, li vários livros dele e amei todos, mas esse realmente não deu pra defender. Muito ruim...


Etiene ~ @antologiapessoal 20/09/2020minha estante
não dá pra defender ne :( terrivel rs


Alê | @alexandrejjr 26/09/2020minha estante
Murakami é terrível, de chorar! Eu tentei ler dele "Norwegian wood", mas foi inviável.


Etiene ~ @antologiapessoal 26/09/2020minha estante
Hehehe mais gente do meu time!


Bruno.Dellatorre 27/09/2020minha estante
Gosto muito do Murakami. Acho que ele tem livros ótimos, mas esse Minha querida Sputnik é realmente ruim


Victoria995 29/09/2020minha estante
Foi o meu primeiro contato, também não gostei. O final me incomodou ainda mais que todo o conjunto da obra, porque eu tinha a esperança de que algo seria salvo, mas não rolou.


Etiene ~ @antologiapessoal 29/09/2020minha estante
Pois é! Nossa, esse livro foi uma decepção!




Júlia 09/04/2021

Já viu alguém levar um tiro e não sangrar?
A escrita de Murakami foi como um feitiço para mim, fiquei hipnotizada pelo mistério e reflexões do livro. Ainda estou digerindo tudo que se passou. Minha Querida Sputnik fala sobre tempo latente e fantasia. Um livro poético e cheio de lacunas que me paralisou e mobilizou, simultaneamente.
Maria Paula 10/04/2021minha estante
Uauu! Fiquei com vontade de ler!


Renata 13/04/2021minha estante
uauuuuuuu


Renata 13/04/2021minha estante
arrasou na resenha! ??




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Min 08/02/2022minha estante
Eu também interpretei a parte da Miu assim, o que me doeu muito.
Mas fiquei extremamente confusa com o final, afinal, onde de fato a Sumire está? Eu preciso de uma resposta concreta KKKK pq na minha cabeça ela estava morta---


lezinha 08/02/2022minha estante
então, eu conversei com uma pessoa que leu, e ela interpretou esse final como se ele tivesse se matado (assim como a Sumire fez meses antes pra tentar chegar "ao outro lado") e eles meio que se encontraram nesse "outro lado", depois de mortos. Mas ficou muito confuso mesmo, não achar o corpo, a ligação, é tudo muito surreal


alcardoso 03/04/2022minha estante
Essa interpretação de que a miu foi estuprada faz todo sentido. Já ouvi relatos de vítimas que dizem ter se "descolado" do corpo, como um mecanismo de defesa para não vivenciarem o momento do trauma. Na hora eu me guiei pelo realismo fantástico que é característica do autor, mas sua explicação era tão óbvia que se tornou ainda mais fantástica (e trágica).




Conrado 04/08/2014

Minha querida Sputnik
Muito bom, mas confesso que esperava que aparecesse, na última página, uma segunda lua, menor e disforme, verde, no céu.
Renata CCS 14/08/2014minha estante
Seu comentário me deixou curiosa a respeito do livro. Já está em minha lista de futuras aquisições.


Rodrigo 29/07/2015minha estante
De fato, seria bem interessante rsrs




Felipe Duco 15/04/2018

O prazer de saborear a maneira como Murakami escreve supera a satisfação de ler sobre os temas que ele escolheu abordar.
O ponto mais forte do Murakami certamente é a escrita, isso é quase incontestável. A escrita excede o enredo. O prazer de saborear a maneira como Murakami escreve supera a satisfação de ler sobre os temas que ele escolheu abordar. O livro tem uma mistura maravilhosa de fluidez com poesia (um equilíbrio que não faz o livro ser fluido a ponto de ser fútil, nem tão poético a ponto de nos causar sono. Encontrar esse equilíbrio é realmente uma conquista notável, digna da grandiosidade do autor).
Um fator que achei impressionante foi a façanha de Murakami de conseguir ter uma distribuição perfeita ao espaço dos personagens. São três protagonistas, cada qual com seu momento na trama adequado, dentro da narrativa, envolto ao contexto, na hora certa e com seu grau de importância meticuloso. Temos Sumire, a garota de personalidade difícil, descolada intelectualmente e de aparência bagunçada, que se apaixonada por Miu, uma mulher mais velha. Tenho que fazer um adendo aqui sobre esse amor de Sumire por Miu. O primeiro parágrafo nos entrega e nos prepara para o amor de Sumire que, como diz o mesmo, se trata de “um amor intenso, um verdadeiro tornado que varre planícies – aplanando tudo em seu caminho, lançando coisas para o ar, deixando-as em frangalhos, triturando-as.” E no entanto, eu não vi nada na história que me remetesse a um amor nessa magnitude. Claro que há a questão do final, (que eu não entendi muito bem). Mas mesmo se for o que parece que é (ou mesmo se for o que eu acho que entendi) ainda não justifica esse amor catatônico que pode ser comparado com um tornado. No mais é um amor comum, dado por uma pessoa perturbada e muito chata (a própria Sumire), onde ela mesma se pune de um jeito que pode ser definitivo - ou não - por ser rejeitada. (Espero do fundo do meu coração que isso não seja considerado um spoiler). Miu é essa mulher mais velha alvo desse “amor”. É ocupada, profissional, culta e totalmente reservada (por um motivo bizarro). Tão reservada, que em alguns momentos nos faz desconfiar da veracidade das coisas que afirma, pois nunca sabemos se o que ela está revelando é realmente tudo o que tem ali. E por último e muito mais importante temos o nosso querido narrador! Pra mim, o melhor personagem do livro.
É de conhecimento geral que não podemos confiar de olhos fechados em narradores apaixonados pelos sujeitos narrados, pois seus pontos de vista podem estar infectados por sentimentos que comprometam a verdade de tudo o que está acontecendo. Mas K. é um personagem tão liberal intelectualmente, tão correto e honesto em tudo o que relata a respeito de si próprio, que me deu um grande voto de confiança pra acreditar na fidedignidade dele ao contar a história das outras duas personagens pelo seu ponto de vista.
Achei que os três personagens interagem bem entre si, como já disse, cada um tem o seu ápice de protagonismo e o desempenham de uma maneira sensacional.

Entretanto o final foi um ponto totalmente a parte.
Murakami não nos dá nenhum indício que vai ter algo fantasioso no meio da trama, então depois daquele grande evento (que pode ser considerado o clímax da história) eu estava esperando uma explicação lógica e realista pra resolver todo o caso até o último parágrafo e como sabemos isso não aconteceu. Não vou dizer que fiquei decepcionado, mas um pouco confuso e não inteiramente satisfeito.
É certamente uma leitura que eu recomendo, muito bem escrita, muito encaixada, entretém com qualidade, tem passagens maravilhosas, reflexões sobre diversas questões do relacionamento humano e além de enriquecer seu repertório de leitura, vai nos presentear com várias horas agradáveis de literatura de uma imensa qualidade.
Victor.Coelho 28/05/2018minha estante
Sim ...também fiquei confuso. Mas é uma obra que não se encerra apenas em si. Ela precisa ser discutida, digerida para ser melhor apreciada.


pardons 20/06/2018minha estante
Difícil de entender o final, acabei a leitura agora de manhã, estou penando aqui pra fechar a história na cabeça.




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Wercton 01/04/2023minha estante
O final é tão melancólico, passei dias sentindo ele em meu peito. O Murakami usa muito bem esse estilo de realismo mágico pra deixar a gente se perguntando se algo aconteceu mesmo ou foi algum mecanismo psicológico do personagem para lidar com tal coisa.


Lucia.Aoto 02/04/2023minha estante
Eu amo demais ele. Por enquanto meu favorito é O incolor Tsukuru Tazaki




Sophya 08/12/2021

Incerto
Este é meu segundo livro lido do autor e já posso reconhecer muitos fatores em comum, apesar de não saber se isso é bom. Mais uma vez, a solidão e esse ambiente alheio ao cotidiano, de personagens que só refletem e falam coisas bonitas e filosóficas uns aos outros levam a narrativa. Muitas vezes me peguei perguntando se, me refiro às falas, alguém falaria daquela forma na vida real, mas talvez seja justamente isso o papel da literatura (pode ser óbvio, porém...), ninguém disse que a verossimilhança é obrigatória!! Mesmo não sabendo que eu estava me enfiando no meio de um diálogo de Platão ou dos escritos de um escritor bêbado metido, pude sentir a tristeza e o vazio de Sumire e K. Desde o início o livro se vende como uma história de amor, de certa forma é, a premonição do acontecimento de Miu de 14 anos atrás sentencia o final dos outros dois personagens, talvez o conceito de amor tenha sido estendido em 200 páginas para abraçar a melancolia também. Tudo um sonho no purgatório, o resumo do livro é: A vida é efêmera. A tradução para o português poderia melhorar. Quanto ao final, odiei, não gosto de finais abertos, nem que me forcem a pensar.
Gabe_Yoda 22/02/2022minha estante
Você realmente leu Murakami


Gabe_Yoda 22/02/2022minha estante
Btw gostei da resenha




Silvana (@delivroemlivro) 05/04/2018

As rodas-gigantes: o sonho de um homem ridículo
Não dá para acusar Murakami de não ter escrito um livro surpreendente. E essa surpresa têm dois lados. Na maior parte, o texto é simples, quase simplório, os personagens são excessivamente parecidos, lineares demais, melancólicos demais: não há contraponto, contraste. Por vezes, achei que estava lendo um livro do famigerado gênero YA - literatura para jovens adultos. Os personagens podem ser imaturos, o texto não. Não há um encadeamento muito natural dos acontecimentos, há um artificialismo na forma como o autor apresenta a trama, especialmente, os acontecimentos fantásticos. O episódio final , o que se passa em um supermercado, é totalmente desconexo e, na minha modesta opinião, sobra no livro, altamente desnecessário.

A forma como o autor apresenta o narrador é interessante. Em alguns momentos, no que há de melhor na obra, me lembrei de um trecho de "O sonho de um homem ridículo" do Dostoiévski:

"O conhecimento da vida está acima da vida; o conhecimento da lei da felicidade está acima da própria felicidade... Eis aí aquilo contra que se deve lutar. E eu lutarei contra isso! Se todos quisessem, tudo mudaria sobre a terra num momento. Mas ando ainda à procura daquela jovenzinha... E continuo, continuo..."


Muito provavelmente, inspiração do autor. E a partir do impactante episódio da roda-gigante, o livro ganha corpo, adquire personalidade e suscita questionamentos: o quanto do que somos se deve ao fato de termos um corpo? O quanto de nossas características residem na alma, na consciência? Quem seríamos se pudéssemos nos desdobrar e literalmente, fisicamente nos ver?

"As rodas-gigantes não vão a nenhum lugar. As gôndolas sobem, descem, uma viagem de ida e volta que, por alguma razão estranha, a maioria das pessoas acha agradável. De noite, as rodas-gigantes são salpicadas de inúmeras luzes. Mesmo quando pára de funcionar e o parque de diversões é fechado, a roda cintila a noite toda, como se competisse com as estrelas no céu."

O quanto dessas reflexões estão no livro, o quanto delas está somente no leitor? Eis a questão.
regifreitas 05/04/2018minha estante
só li um Murakami até agora (Os incolor Tsukuru...) e confesso que fiquei decepcionado, pois a expectativa em relação ao autor era grande. quero até ler outras coisas dele, para tirar a prova, mas quando penso naquela leitura me dá uma preguiça...


Silvana (@delivroemlivro) 05/04/2018minha estante
Esse foi o meu segundo dele (li antes "Norwegian Wood"). Não dá para dizer que ele não tem méritos, personalidade, um estilo próprio mas daí a dizer que é um grande nome da literatura contemporânea... Depois desse segundo livro, entendo o deboche de alguns quando alguém o considera, todo ano, candidato ao Nobel de Literatura.




honnegeyserzznn 28/09/2022

o que rolou?.
Meu primeiro livro do Murakami e já é extremamente perceptível que o cara é um gênio! A história conseguiu ir suavemente à rumos que eu nunca imaginaria. Normalmente, não sou muito fã dessa drástica mudança da linha de pensamento do autor, porém, com esse livro fiquei VIDRADA. Tenho certeza que fluiu tão bem por conta da escrita do Murakami, as descrições, construção dos personagens, e principalmente as narrações do narrador quando divagava em seus próprios pensamentos com metáforas incompreensíveis. Achei extremamente tocante também, diversos parágrafos me pegaram de uma forma que apenas pela suavidade da escrita conseguiram ter um significado tão profundo. Tô extremamente hipnotizada, sabia que mandava bem mas não imaginava que era tanto MUITO FODAAAAAA
Lilo15 28/09/2022minha estante
?? show


Lilo15 03/12/2022minha estante
Terminei de ler, amie! Nossa, eu adorei. É um livro marcante e sublime, caraca hehe. ("Que loucura"). Achei bem intrigante e curiosas as partes sobre ~o outro lado~.




bel 06/11/2021

???,5
Conheci esse livro graças a uma pessoa muito especial e agradeço muito a ela.

A história conta sobre Sumire, uma jovem que largou os estudos para trabalhar como escritora, ela tem um amigo chamado K., que é apaixonado por ela e também é o nosso ponto de vista no livro, a história é contada por ele. Sumire conhece Miu, uma empresária bem-sucedida e casada, e essa amizade muda totalmente a vida dos três.

Eu gostei muito de como Haruki montou o mistério do livro, porem não gostei de como ele finalizou, pois eu gostaria de uma explicação melhor, para mim ficou em aberto o final e isso fez com que o livro perdesse o brilho dele.

Apesar dessa falta de esclarecimento o livro é muito bom, me prendeu durante a leitura, a escrita do Murakami é linda e me deixou com muita vontade de conhecer outras histórias dele.

Recomendo o livro.
Márcio M. 09/11/2021minha estante
Amei a resenha, Bel. ?? Infelizmente é comum os desfechos ficarem em aberto e sem explicações. Eu também não gosto. Prefiro as obras dele mais realistas e bem finalizadas.


bel 09/11/2021minha estante
Que bom que gostou :)




Isabela 22/01/2021

Minha querida Sputnik, romance do autor japonês Haruki Murakami e publicado em 1999, é um livro de leitura rápida, porém intensa, que destaca principalmente a solidão das pessoas e as fragilidades dos relacionamentos.
O livro é narrado por K, um professor de história do ensino fundamental que sempre se sentiu solitário até conhecer sua única e melhor amiga Sumire, uma leitora voraz e aspirante a escritora, durante a faculdade. Logo percebemos que K ama profundamente Sumire nutrindo por ela um intenso desejo sexual, porém Sumire se apaixona por Miu, uma mulher elegante, 17 anos mais velha e casada que guarda um segredo de todos. Seguindo um caminho diverso dos seus antigos sonhos, Sumire passa a trabalhar para Miu e a segue para uma viagem pela Europa onde um acontecimento estranho e misterioso muda sua trajetória e traz ainda mais a luz para a solidão dos personagens.
Essa foi a primeira obra do autor que li e gostei muito da história. Murakami tem uma escrita firme, narrativa interessante e os personagens do livro são muito bem construídos e filosóficos. Vale a pena a leitura.
Adriano.Santos 24/01/2021minha estante
Alguns leitores costumam odiar como a obra se encerra, essa leitura parece ignorar a trajetória dos personagens. Também foi meu primeiro dele, tenho quase todos pra ler.


Isabela 24/01/2021minha estante
Eu fiquei intrigada com o final, mas gostei, me deixou bastante pensativa, não só o final, mas o livro todo. Eu quero ler mais obras dele agora.




Karina Paidosz 14/09/2022

Eu amo essa psicologia de Murakami, mesmo me deixando perdida e querendo saber mais e sabendo que ele não dirá nada mais que eu queira saber.

Seus amores platônicos, essa solitude e seus diálogos íntimos, geralmente são escape de uma leitura mais densa ou sem os paralelos caóticos que só ele cria.

O que fica desses finais interminados é que ele deixa para que cada um dê um desfecho pessoal para seus personagens.

??
Alex 15/09/2022minha estante
Muito odeiam esses finais abertos, mas eles têm seu charme.


Karina Paidosz 15/09/2022minha estante
Hahaha eu amo e odeio! Tipo, fico pilhada quando assisto um filme que não entendo, aí saio em busca do que passou despercebido. Haha e na leitura com esses finais abertos, putz, fica aqui batendo a cabeça ?




innerchild 03/06/2020

Terminei o livro com aquele sentimento de solidão que é tão bem descrito pelo autor com a metáfora dos satélites que flutuam sem rumo e sozinhos no espaço.

Minha querida Sputnik é narrado por um homem cujo nome não sabemos e, em tese, ele apresenta a história de sua melhor amiga e seu principal interesse romântico. Digo “em tese” porque a história não é apenas sobre Sumire, mas de três personagens, incluindo ele mesmo, que, com o passar da história, se unem e se emaranham. Talvez o seu objetivo seja, a priori, se convencer de que a história não é sobre ele, mas esse não é o grande x da questão. O nosso narrador tem quase 300 páginas pra perceber que sim, a história também sobre ele.

Confesso que, em toda a minha vida, li quatro obras japonesas e, tirando um livro da conta, encontrei um belo padrão: uma beleza metafórica e contemplativa que só uma obra japonesa pode oferecer. Minha querida Sputnik é um livro repleto de imagens interessantes, ora imagens palpáveis de um apartamento ou de um telefone público, ora imagens metafísicas que muito se assemelham a sonhos. Não parece existir uma distinção entre o natural e o sobrenatural. Tudo parece real e vivo.

Narrativas que vagam pelo que eu chamo de “outro lado” me instigam bastante e com MQS não foi diferente. É como se cada personagem, a partir dos seus próprios conflitos em suas próprias dimensões, perpassassem por um lugar escuro e quieto: o porão da alma e seus devaneios. Ainda penso, por exemplo, na passagem que mais chamou a minha atenção: o momento em que uma das personagens, ao encarar os dois mundos, tem a sua própria imagem fragmentada: existe uma Miu no nosso mundo e outra Miu no mundo paralelo. Parece um pouco surtado, não? Essa é a graça!

Não espere explicações. Não espere encontrar o porquê. Não se trata de um romance tradicional, com plot twists ou finais reveladores. Também não é (necessariamente) sobre um triângulo amoroso, mas sobre o indivíduo e seus respectivos espelhos – é sobre o outro lado de você mesmo. Um devaneio de uma jornada entre mundos que coexistem. O jeito é prestar atenção e manter o coração, a mente e os olhos bem abertos.

Confusão, mistério e abertura.
Ana Bacana 24/06/2020minha estante
Sempre termino os livros de Murakami com sentimento de solidão rs. Acho que sempre fico órfão da história e quero mais.




Lê.S.Sousa 30/09/2020

O livro não é de todo ruim, tem passagens belas, mas outras totalmente desnecessárias. A premissa do livro é enganadora, seduz com a chamada de Sumire, que se apaixona por uma mulher mais velha, mas no final o livro é uma história do narrador com a citada personagem. Uma narrativa decepcionante porque foge à premissa divulgada, tratando da paixão de Sumire quase que como uma loucura doentia, que no fim precisou de uma cura masculina. Tudo bem bem que nem todas as histórias são de amor, como 500 dias com ela já disse, mas uma bela história de amor fora dos padrões aqui foi desperdiçada.
newton16 01/01/2021minha estante
O livro não se limita a uma estória de Sumire com sua chefe. É muito mais abrangente. Na verdade narra a estória de um triângulo amoroso e toda a carga psicológica, emotiva e existencial que isto envolve. Leia de novo, talvez ainda não estivesse preparada para um Murakami.




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