A menina dos olhos de ouro

A menina dos olhos de ouro Honoré de Balzac




Resenhas - A Menina dos Olhos de Ouro


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Marcal4 02/06/2024

Bom
O início é muito bom, me fez rir. Enquanto o autor fica na parte reflexiva falando do povo francês o livro é muito bom. Depois que entra na história fiquei meio perdida. Não entendi as motivações dos personagens.
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lucasfrk 01/04/2024

A menina dos olhos de ouro ? comentário
?Um dos espetáculos que reúne o que há de mais assustador é certamente o aspecto geral da po­pulação parisiense, povo horrível de se ver, macilento, amarelo, com a pele curtida. Paris não é um campo vasto incessantemente varrido por uma tempestade de interesses na qual redemoinha uma seara de homens ceifados pela morte mais freqüentemente do que em outros lugares e que renascem tão oprimidos como antes? Homens cujos rostos marcados, torcidos, exalam por todos os poros o espírito, os desejos, os venenos que enchem os seus cérebros; não são rostos, mas máscaras: máscaras de fraqueza, máscaras de força, máscaras de alegria, máscaras de hipocrisia; todas elas extenuadas, todas mar­cadas por sinais inapagáveis de uma ofegante avidez.? (p. 23)

A menina dos olhos de ouro (1835) é a terceira parte da História dos Treze, trilogia informal escrita por Honoré de Balzac cujo elo é uma sociedade secreta de inspiração maçônica. Balzac compõe uma atmosfera soturna, imbuída de fatalismo, e emprega seu estilo altamente descritivo. O autor descreve o entrelaçamente entre paixão e decadência, atribuindo à capital francesa um caráter profano ? chegando a equipará-la a um dos círculos infernais descritos por Dante Alighieri. Neste lugar, as mulheres como Paquita Valdes são condenadas a viver à mercê de homens como o conde De Marsay, que as enxergam como meros desafios, ávidas conquistas que servem apenas para afagar seus próprios egos. Embora falte à Balzac uma melhor compreensão do feminino, seu tratamento a respeito do lesbianismo é bem ousado. Por fim, Balzac, este prolífico escritor francês, de notáveis observações psicológicas, procura retratar todos os níveis da sociedade francesa da época, particularmente a burguesia crescente na Restauração francesa, fornecendo um magnífico panorama de Paris. Balzac é tão hábil em sua escrita, que tenta rivalizar com um grande pintor de sua época, Eugène Delacroix, por quem dedica o livro, conseguindo ressoar a dramaticidade e a intensidade emocional das cenas que o pintor romântico compunha ? a cena de Paquita no teatro, que ecoa as odaliscas de Delacroix; ou mesmo a cena fatal de Paquita, onde é imprimida nas páginas a tela mais famosa do pintor, A Liberdade guiando o povo (1830) ?, demonstrando o fascínio do escritor pelo romantismo e por uma estética da decadência humana (ainda que moralizante).

?Sem as tavernas, o governo não seria derrubado todas as terças-feiras? Felizmente, na terça-feira, esse povo estentorpecido, digere o seu prazer, não tem um tostão, e volta ao trabalho, ao pão seco, estimulado por uma necessidade de procriação material que, para ele, torna-se um hábi­to. (p. 23)

 ?Chegamos então ao terceiro ciclo desse inferno, que um dia talvez terá o seu Dante. Nesse terceiro ciclo social, espécie de estômago parisiense, onde se digerem os interesses da cidade e onde se con­den­sam sob a forma dos ditos negócios.? (p. 29)
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Deghety 01/07/2023

A Menina dos Olhos de Ouro
A Menina dos Olhos de Ouro é o terceiro livro da História dos Treze, no entanto, apesar de serem conectados, a leitura paralela ou fora da cronológica não prejudica a leitura.
Na primeira metade do livro Balzac destroça a sociedade parisiense com críticas descritas de forma poética e filosófica. Denunciando os vícios e virtudes que levam a decadência à todas as esferas sociais.

"Opõem, ao enorme desperdício de meios intelectuais e às frequentes contrações morais, não o prazer, já descolorido e desprovido de fortes sensações, mas a devassidão, uma devassidão espantosa e secreta, pois todo o poder está nas suas mãos e são eles mesmos os que determinam a moral comum da sociedade."

Já na segunda metade do livro Balzac conta uma história aonde personifica nos personagens os aspectos a qual criticou na primeira metade, em especial no personagem De Marsay, apesar de o livro ter o título atribuído à personagem Paquita.
De Marsay lembra o personagem Visconde de Valmont de Relações Perigosas. Inclusive tal obra é citada.
O jogo de poder e sedução e a falta de escrúpulos somados à vaidade, aqui, não conhecem limites.
Leitura espetacular, desde a forma como escrita às reflexões que oferece.
Havia um tempo que não lia Balzac e já tinha me esquecido de como possuía um olhar apurado e como consegue compartilhar esse primor.
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Naiara.Silva 25/10/2022

Interessante
A ideia é bastante interessante, no entanto, o enredo deixa algumas lacunas de desenvolvimento, tornando-o um pouco superficial. O personagem principalmente é bem desenvolvido, mas só ele, os outros ficamos só na vontade de conhecer.
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Marcos Aurélio 31/05/2021

A elite parisiense por Balzac
Um escritor à frente de seu tempo, assim conheci Balzac.

Impressionante como neste romance intenso, ele descreve a sociedade parisiense, como se estivesse falando da elite de qualquer região do mundo. Atemporal,sobretudo falando de temas tão inconveniente quanto a corrupção:

"Para eles, não há mistério, venho avesso da sociedade, da qual são confessores, e desprezam na Ponto Seja lá o que fazem, de tanto afrontarem a corrupção, ou passam ao diálogo e entristecem, ou então, por covardia, por transação secreta, a ela se unem enfim, necessariamente tornam-se indiferentes a todos os sentimentos, justamente eles a quem as leis, os homens, as instituições fazem voar como corvos sobre cadáveres ainda quentes".

Henri de Marsay é um playboy, moldado pela vida, instruído e educado pelo padre de Maronis.

Indico a leitura, logo pretendo ler outros títulos do autor Apesar de ser um pocket book, portanto letras minúsculas e diagramação ruim neste exemplar.
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Isabellecavalcanti 11/05/2021

Livro bonzinho, fácil de ler, você começa e não quer parar, mas confesso que prefiro livros maiores, pois assim é possível construir melhor os personagens.
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Nic 20/02/2021

Balzac e suas mulheres...
Minha experiência com Balzac era parca, lembro que a anos atrás tentei ler "A Mulher de 30 anos" mas empaquei (pretendo retomar).
"A Menina dos Olhos de Ouro" foi escrito por Balzac em 1835, avaliando o contexto da época é fácil de entender porque ele é considerado um autor à frente do seu tempo, num livro repleto de descrições de Paris naquele tempo, levando-nos também a entender a natureza humana durante aqueles dias.
Chamou-me muito a atenção na apresentação inicial do livro a descrição de uma carta de Engels para Karl Marx onde Engels diz as seguintes palavras: " Aprendi mais em Balzac sobre a sociedade francesa da primeira metade do século, inclusive nos seus pormenores econômicos , do que em todos os livros dos historiadores, economistas e estatísticos da época todos juntos". (Pag. 8).
Sobre o livro, curto, dividido em 3 capítulos, o primeiro praticamente apenas descreve Paris e explica como é dividida a sociedade francesa, praticamente 60 páginas tratando disto. Em seguida é que de fato se inicia a narrativa sobre "a menina dos olhos de ouro", um conto bem novelistico mas também ousado, tratando de Henri (que hoje poderíamos chamar de um playboy) que se apaixona por Paquita após vê-la em uma praça parisiense e ter o olhar correspondido, mesmo Paquita já sendo "propriedade" de alguém. A partir daí a história se desenrola e não vou detalhar senão contatei o livro inteiro.
O lesbianismo existente no livro é muito sutil, e penso que pode passar batido por leitores desligados, penso que o ponto forte do livro são as descrições de Paris da época, dos comportamentos das pessoas na época e da importância, mesmo naquele tempo, dada por Balzac para as personagens femininas.
Livro: A menina dos olhos de ouro. 127 pág.
Do autor francês Honoré de Balzac. ??
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julia5317 10/05/2020

intenso e surpreendente.
aquele sentimento de terminar um livro tão intenso, que vc fica sem reação, atônita, tentando digerir o que foi a história. é um livro curto que vc devora até chegar no desfecho, que você meio que prevê, mas que quando alcança ainda se surpreende. é só isso o que eu tenho pra falar desse livro, na verdade só o que eu consigo, de tão atônita que ainda estou. eh isto.
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Gláucia 31/05/2017

A Menina dos Olhos de Ouro - Honoré de Balzac
Novela publicada em 1835 e dedicada ao pintor Eugène Delacroix, compõe a trilogia História dos Treze, juntamente com Ferragus e A Duquesa de Langeais. As histórias são independentes mas tem em comum o Clube dos Devoradores, sociedade secreta onde os 13 membros se comprometem a se ajudar mutuamente haja o que houver (ou haja o que hajar como dizia o saudoso Vicente Matheus).
O protagonista é Henri de Marsay, playboyzinho que aparece em outros livros do autor e aqui se encanta com uma menina misteriosa (a tal dos olhos de ouro), Paquita Valdés. A garota é desejada por todos mas vive praticamente trancada e vigiada 24 horas do dia por pessoas que mais parecem cães de guarda. De Marsay, como um autêntico Don Juan balzaquiano jura não descansar enquanto não seduzi-la e recorre ao clube dos 13 do qual faz parte.
Vi muita gente reclamar que houve spoiler na sinopse (E A PARTIR DAQUI PODE HAVER SPOILER) que diz que o livro aborda a paixão entre duas mulheres mas isso pra mim foi mais que necessário. A relação homossexual entre Paquita e Margarita-Euphémia Porrabéril (Balzac caprichou na escolha dos nomes né?) é tão sutil que eu não teria percebido nada se não fosse essa nota na sinopse e no prefácio.
História legalzinha e diz a lenda que baseada em alguns fatos reais. Mas tem aquele tipo de final pra lá de exagerado e dramático a la Balzac. Valeu pelo tema abordado. Honoré a frente de seu tempo. Em O Pai Goriot temos um personagem homossexual de forma um pouco mais ostensiva.
O livro é dividido em 3 capítulos onde destaco o primeiro, intitulado "Fisionomias Parisienses", magistral retrato da sociedade parisiense. Balzac faz essa descrição relacionando à Divina Comédia de Dante e divide a sociedade em 4 esferas: a dos operários, dos burgueses, dos profissionais liberais e a dos artistas.
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Danilo Moreira 27/02/2017

Primeira vez que leio um livro de Balzac. Achei o máximo a descrição que ele faz da sociedade parisiense da época.

Apesar de detalhista, é um livro pra ler com muita atenção senão você "boia" fácil. Mas a história é intrigante. Deve ter deixado muita gente da época chocado. rs

O que mais odiei, sem dúvida, é a sinopse na contracapa do livro que tem um grande spoiler.
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Filino 17/09/2016

Um Balzac "diferente"
Nessa obra vemos o mestre francês discorrer sobre Paris e seus habitantes com a ironia e agudeza que lhe são peculiares. Mas também deparamo-nos com um Balzac que cria uma trama com mistérios e cenas marcantes. A capa da edição é quase um "spoiler"!
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Carla 11/12/2012

Amo Balzac, mas não curti o final desse livro.

Não sei se foi o momento errado, ou se não entendi direto. Mas o suspense inicial sobre o mistério que circundava a menina dos olhos de ouro, quando revelado foi uma decepção.

Até a revelação, eu lí feito uma louca, mas sabe quando você descobre e fala "ah é isso?" me senti assim.

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