S. Bernardo

S. Bernardo Graciliano Ramos




Resenhas - São Bernardo


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Marcelo 22/07/2024

Boa leitura
Primeira obra de Graciliano Ramos que leio e gostei muito. Narrativa que prende a atenção e personagens bem interessantes. Mostra uma dura realidade do Brasil rural. Narrativa, crua e chocante em muitos momentos, mas muito autêntica.
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juliocmofc 19/07/2024

MAIS UMA VEZ IMPACTADO PELA ESCRITA DO GRACILIANO RAMOS
Se em ?Vidas Secas? acompanhamos as dificuldades e os percalços da vida de uma pobre família de migrantes, em ?S. Bernardo? conheceremos a trajetória de vida de Paulo Honório.

São Bernardo é o nome da fazenda adquirida por Paulo Honório. Local onde, de fato, o seu império ascendeu e rendeu-lhe o status de poderoso fazendeiro.

De origem pobre, Honório, narra toda a sua trajetória e seus percalços vividos no sertão alagoano do século XX. Um protagonista rude, Inescrupuloso e explorador.

? "A culpa foi minha, ou antes, a culpa foi desta vida agreste, que me deu uma alma agreste."

A escrita é carregada de regionalismos e flui bem, caso o leitor já tenha experienciado a leitura de ?Vidas Secas, do mesmo autor.

Pra mim, foi uma grata surpresa o romance com toques de Dom Casmurro, envolvendo Paulo Honório e Madalena. Bem diferente do que eu esperava.

Com criticas sociais precisas e inúmeros trechos que provocam ótimas reflexões, temos aqui uma obra ATEMPORAL. Palavra essa que, na minha opinião, posso considerar ?sinônimo? de Graciliano Ramos.
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_eurobeitinhuuu_ 19/07/2024

A culpa foi desta vida agreste, que me deu uma alma agreste.
Acabo de ler um dos melhores livros de toda a minha vida. Foi uma obra q me fez entender melhor a figura mais desconhecida e incompreensível q já tive contanto em toda a minha passagem, até então, pela existência: o meu pai.

Tendo os meus pais se separado desde muito cedo, não construí minha visão a respeito dele em base doq eu vi, mas sim doq me era falado, pela minha mãe e meu tio, a respeito dele. Eram tantos fatos contraditórios e histórias inacreditáveis para uma pessoa só q era praticamente impossível concebê-lo com coerência. Por mais q, desde então, ele não tenha sido ausente, em todos os momentos q nos encontrávamos, eu não sentia qualquer tipo de conexão. Tudo q ele sabia fazer no pouco tempo em q passávamos juntos era falar como me amava e me dar lições de moral, q eram reutilizadas de todos esses encontros. Tudo isso só me fazia sentir cada vez mais distante dele, por toda essa forma repetitiva de se comunicar cmg. Quem me dera se eu tivesse compreensão, desde aquele tempo, doq tudo aquilo significava.

Ler o esclarecimento final de Paulo Honório a respeito de toda a sua brutalidade e de seu egoísmo, e da forma tão injusta que isso tudo se instalou em sua personalidade, e de que maneira isso trouxe tanto sofrimento a ele, sem que ele pudesse ter a escolha de querer isso ou não, foi algo que, ao mesmo tempo que partiu meu coração, explodiu a minha cabeça. Os paralelos com meu pai estão todos ali, e ao analisar isso, tudo se fez tão claro...

Toda aquela repetição de meu pai soa agr para mim como se fossem desesperadas tentativas de estabelecer uma ligação cmg, mas q seu pouco estudo e brutalidade, intrínsecos a sua trajetória de vida sofrida, onde a desconfiança smp teve q andar ao seu lado, impediam de alcançar (assim como Paulo Honório para aqueles q amava).

Dps de terminar de ler o livro, liguei para o meu pai. Tivemos uma boa conversa, e terminei falando-lhe um "eu te amo", que deve ter sido um dos mais sinceros q eu já dei na minha vida.

Isso tudo me faz refletir sobre como a literatura é uma coisa extraordinária, de fato. Ela lhe oferece respostas para as perguntas q vc menos espera solucionar, te fazendo entender q seus problemas não são tão pessoais assim. A universalidade do sofrimento é algo q pouco se passa na nossa cabeça. De vez em quando, vc pode até já ter as soluções para essas dúvidas, mas enquanto isso não tocar seu coração, de forma q incite a sua transformação, nada ocorrerá. Eu até podia falar pra mim mesmo q o meu pai me amava muito e q eu devia valorizar isso, pois nós só damos valor pras coisas qnd as perdemos, mas nunca a minha compreensão conseguiu enxergar oq levava o meu pai a ser como ele era, e isso era oq ainda me separava dele. Os livros expandem seu horizonte de consciência, de maneira q vc passe a enxergar um mundo q se perdia aos seus olhos.

Paulo Honório não é só um personagem isolado e complexo criado pelo incomparável Graciliano Ramos. Também não é somente, por um acaso, uma figura que me lembrou meu pai e me fez entendê-lo melhor. Paulo Honório é reflexo de toda uma multidão que, até hoje, sofre por conta de sua vida agreste, que lhe deu uma alma agreste. A dificuldade de estabelecer ligação com aqueles q ama é só um dos muitos dramas intrínsecos a essa condição sofrível. Conforme vamos avançando na leitura, Paulo Honório, com sua animosidade e sua linguagem simples, vai se estabelecendo como um respeitável porta-voz dessa luta miserável.

Infelizmente, a maioria das pessoas, atualmente, escolhe ler livros irrelevantes, q apenas proporcionam entretenimento, sem conceder o conhecimento; a mudança. Sendo assim, fica o meu apelo: leiam livros bons, clássicos, aqueles q todo mundo fala pra ler antes de morrer. Esses são os que compõem, verdadeiramente, a literatura da qual todo mundo fala de forma apaixonada. Esses são os que, verdadeiramente, irão te aperfeiçoar e amadurecer. A vida é curta dms pra gastá-la lendo lixo, e, às vezes, vc pode acabar descobrindo isso tarde demais...
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Weslley.Lima 16/07/2024

Paulo Honório
S. Bernardo
Que livro do 🤬 #$%!&
O final totalmente diferente do que imagina que é.
Tão simples a escrita mas vc tem que captar tanta coisa pra poder ver.
Me lembra uma relação real, vidas secas tem isso tmb mas esse o sofrimento passa de pano de fundo. É como se esse fosse alguém tentando dar voz a consciência e o pano de fundo é uma crítica ao modo de vida e vidas secas fosse o contrário. Vidas secas mata a cobra e esconde o pau já S. Bernardo corta a cobra numa faca toda caprichada de de enfeite de cutelaria
Porém S. Bernardo é uma coisa totalmente diferente, é um bicho domésticado mas ainda é bicho. Vidas secas tá mais pra um bicho feral já de tantos ficar no mato, ele nem sabe oq é mato só vive. S. Bernardo é uma tentativa de tentar traduzir isso mas já que meio que só dá pra falar com firmeza das coisas que passou ele traduz o de dentro, o "de fora" não tem como traduzir.
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regis49 02/06/2024

Comecei a ler por causa da faculdade, mas tava quase desistindo. Sinceramente ele é MUITO chato "ain ele é solitário" ele é chato!!! A coitada da mulher preferindo MORRRER do que ficar com ele 🤬 #$%!& . A linguagem é ótima, mas ele é tão tão chato que só queria acabar para n ler mais.
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Daniel.Ribeiro 11/05/2024

O enredo regional personifica a justiça social
Graciliano Ramos tem grande parte de contribuição na nossa literatura. A sua contribuição com o movimento literário no Modernismo me agrada bastante, principalmente em relação a estética literária apontando o regionalismo no início do século 20, e também sua linguagem.
Em um dos seus romances mais comentados, São Bernardo, mostra essa posição do homem que constituía o tempo e o espaço. Sendo um personagem característico em seu tempo, Paulo Honório se transforma em um narrador intradiegético, elaborando com a perspectiva regionalista as fábulas alucinativas que aconteceram em sua vida, após adquirir com seu esforço as terras da fazenda São Bernardo. Do homem ambicioso ao sujeito casmurro no final da obra, Paulo é a personificação do indivíduo que surgiu em uma sociedade cheia de elementos estimatizados por idealizadores políticos, constituindo uma denúncia na que Ramos enxergava a necessidade de utilizar na narrativa uma aproximação do real para encontrar nela uma justiça social.
Esse ímpeto pela justiça social acompanhou sua construção de linguagem, que à época era uma das preocupações do autor, numa consciência de 'traduzir' o vocabulário da escrita para a língua 'brasileira'. São muitos termos ,utilizado a todo momento por Paulo Honório, como forma de demarcar a linguagem nacional, e por ser características da estética do autor, que demonstram a face do regionalismo, da mesura em abordar o apropriamento da fala coloquial do autor, que viveu maior parte da vida no Nordeste brasileiro.
Tenho certeza que Ramos aponta esse romance para a denúncia da injustiça social, para o sujeito pernóstico e para o indivíduo sobrevivente do campo. Esse debate, as vezes, fica maçante até, contudo a importância dessa leitura, tanto pela estética literária, quanto pelo seu linguajar regionalista é necessária do ponto de vista de que ao surgir evidências de pessoas como Paulo Honório, possamos deliberar conceitos de sobrevivência e conscientização.
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nxcecvx 26/05/2024

Mas para quê? Para quê? não me dirão?
Tão bom mas TÃO bom, tudo nessa história é pra sempre da minha conta!! Tudo o que parecia sólido pro narrador e pra quem começa a ler o relato dele vai progressivamente desmoronando. Oitenta e nove quilos e cinquenta anos em S. Pedro desmoronando. S. Bernardo desmoronando. O errado e a justiça desmoronando. O passado desmoronando e um presente assentado aos pés da Madalena. Como é gostoso ser alfabetizada!!

Se fosse possível recomeçarmos.. Para que enganar-me? Se fosse possível recomeçarmos, aconteceria exatamente o que aconteceu. Não consigo modificar-me, é o que mais me aflige.


(essa edição tem um posfácio relacionando diretamente S. Bernardo com Dom Casmurro e isso meio que mudou minha vida. não gostar desse é coisa de MALUCO
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Vinicius.oa 27/05/2024

"D. Glória vê máquinas e homens que funcionam como as máquinas"
Ora, o próprio protagonista da obra é uma máquina fria, e lermos a obra com a sua cosmovisão e os seus pensamentos sinceros, é muitas das vezes angustiante mas ao mesmo tempo verdadeiro. O interessante do personagem Paulo, é a sua sinceridade interna (mesmo que seja doentio) que muitas das vezes é externalizada para os demais personagens, de forma que vemos a sua "rançura" e seu ciúmes para com sua esposa, refletir nos demais. Fora o final brilhante, no qual o autor nos faz refletir sobre quem somos, e nos traz uma lição de que, nem toda ignorância é verdadeiramente genuína.
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catð 30/05/2024

Ele não era mal, só era solitário, e não sabia como amar
Sao Bernado conta a história de vida de Paulo Honório, um homem que, mesmo tendo nascido sem nada, fazia de tudo para conseguir o que queria. Paulo Honório foi uma criança que cresceu passando fome e dormindo nas noites frias do sertão, presenciando e participando de coisas das quais alguém tão pequeno não deveria passar, mas isso o tornou astuto, perseverante e, acima de tudo, um líder. Seus princípios da vida, desde seus 18 anos, era conquistar uma terra, e assim conseguiu; mesmo sendo de acordo com sua própria ética, como disse uma vez ?E como sempre tive a intenção de possuir as terras de S.Bernardo, considerei legítimas as ações que me levaram a obtê-las.? Ele não tinha nada, mas consquistou as terras de São Bernardo e a tornou um lucro gigante, -mesmo tendo a comprado de forma completamente manipuladora e corrupta de seu antigo herdeiro, Luís Padilha-tendo trabalhadores e também pessoas que ora podiam se chamar amigos, ora operários do próprio Sr. Honório.
Mesmo tendo conquistado o que sempre jurou ter e um pouco mais, o protagonista era alguém solitário, mas também alguém bruto e direto, que não tinha medo de ir atrás do que queria e das consequências de suas ações; com o passar dos anos, Paulo passou também a querer conquistar as pessoas; abriu uma escola e colocou Seu Padilha para comanda-lá, e assim conheceu sua futura esposa. Madalena era professora e sobrinha de uma das conhecidas do jornalista local, era gentil, encantadora e jovem. Paulo nunca realmente pensou em se casar, mas isso traria oportunidades para si próprio, e assim fez.
O que não era esperado era que, com tamanha solidão e sede por lucros, não conseguisse se encontrar com a própria família, e isso acabou tornando sua mulher uma jovem sem vontade de viver. São Bernardo, de Graciliano Ramos, mostra pra nós como nem sempre o dinheiro é tudo, e como a morte de alguém pode nos ensinar algo. Paulo Honório já era alguém sozinho, mas passou a ser ainda mais, por afastar pessoas que nem sabiam ser importantes para ele após o infeliz suicídio da esposa. Uma vez a mulher o chamou de assassino e, dentre todos os outros xingamentos, esse foi o que mais o tocou, porque, mesmo que no fundo, ele sabia que era alguém solitário demais para saber como amar e como dividir o pouco da sua felicidade com alguém.
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Araujo20 02/06/2024

A terra e a loucura
A obra de Graciliano é, de fato, atemporal. A sutileza de sua escrita regionalista, o retrato do interior brasileiro e dos costumes vigentes dão um toque único á São Bernardo. Essa é a história de Paulo Honório, um fazendeiro que enriqueceu através de trabalho e sangue. Um homem que possui todos os defeitos morais mais graves, mas narra sua biografia se colocando como justo, bom e normal. Essa também é a história de Madalena, uma mulher inteligente demais para sua época. Uma professora que não tem voz no romance, a quem conhecemos apenas pela boca de Paulo. Sobretudo, essa é a história da fazenda São Bernardo e do apelo da terra na década de 30.
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shes_heavy 10/07/2024

Dom Casmurro 2.0
Óbvio, tem personalidade, um ambiente novo e pautas políticas extras. Mas a comparação é inevitável. O grande problema disso é que, apesar de ser um baita livro, não é Machado de Assis.

O que mais grita nessa comparação para mim é a falta de virtuosismo do Bruxo do Cosme Velho em culminar beleza, humor, crítica e dúvida com tanta inteligência.

Assim, mesmo sendo um baita livro com características próprias o suficiente para não ser necessariamente uma simples repaginação, a mim, está simplesmente à sombra de Dom Casmurro.
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Lorrayne20 05/07/2024

Paulo Honório
Falar bem a verdade, li meio empurrado, mas por conta da mocinha, decidi dar mais uma chance para S.Bernardo, e não me arrependi, apesar de ser meio puxado, eu me interessei de fato pela história, e o quanto um amor, um carinho, o que ele pode fazer com o homem. E todos a volta que circunda.
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Eduardo 03/07/2024

Uma leitura extremamente fluida marcada pelo regionalismo extremo em algumas partes.
Um Tom melancólico, com muitas partes em tons dramáticos dos acontecimentos de sua vida. Mas em geral é um bom livro pra conhecer mais afundo Graciliano.
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Carol 11/07/2024

Dom Casmurro Nordestino
O começo do livro é muito bom: os personagens são cativantes e bem construídos, o regionalismo é cativante, as reflexões políticas são interessantes.
No entanto quando se envereda em ser uma versão de Dom Casmurro o livro se torna maçante e chato. Se tivesse pelo menos sido narrado por Madalena, uma mulher a frente de seu tempo que tem um final surpreendente e compreensível, acredito que teria chances de ser 5 estrelinhas. Ainda assim, vale a leitura, Graciliano Ramos sempre vale!
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