S. Bernardo

S. Bernardo Graciliano Ramos




Resenhas - São Bernardo


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Antonio.Alvaro 08/03/2022

Graciliano nos traz a história de Paulo Honório, um trabalhador e dono da fazenda S. Bernardo que assim, como em “Caetés”, está escrevendo suas memórias e uma espécie de autobiografia, mas com linguagem mais acessível com vários ditados, gírias e expressões do lugar. O protagonista não mede esforços para conseguir o que quer, independente dos meios. A fazenda se torna próspera até Paulo Honório casar-se com a professora, recém chegada na cidade, Madalena e seu jeito bruto e ciúme obsessivo aflorar e leva-lo a ruína e solidão.
O livro faz parte da 2ª fase do modernismo, onde desponta o regionalismo e os problemas sociais, como fome, pobreza e opressão no Brasil dos anos 30. Diferentemente de “Vidas Secas”, aqui o autor conta a história sob a perspectiva do opressor, revelando uma perda de humanidade e um pensamento com um quê de Maquiavélico, onde os fins justificariam os meios.
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Cássio F B 30/03/2022

São Bernardo
Dom Casmurro para socialistas.
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Ana 16/04/2022

São Bernado
"A culpa foi minha, ou antes, a culpa foi desta vida agreste, que me deu uma alma agreste."
Meu primeiro contanto com a escrita de Graciliano Ramos não poderia ter sido melhor. Que livro maravilhoso, com uma narrativa que envolve diversas tramas, mas sobretudo o ciúme.
O livro é narrado pelo personagem Paulo Honório, e nele acompanhamos a sua dura vida de sertanejo, as suas relações familiares e amorosas. Os personagens são muito bem construídos, e por ser o próprio Paulo Honório que os escreve, a escrita é muito simples, se aproxima da linguagem falada. A escrita retrata o vocabulário restrito do sertanejo, e na narrativa tem-se diversas gírias e expressões do nordeste, e se eu não fosse de origem de pais nordestinos e ter grande contato com o nordeste, certamente iria encontrar muitas dificuldades com o vocabulário!
Recomendo fortemente esse livro! E com certeza tornou-se um dos meus favoritos da literatura brasileira. Estou muito feliz em poder ter mais contato com obras nacionais, que muitas pessoas as subestimam, mas uma literatura rica como essa de Graciliano Ramos, só aqui no Brasil que a possuímos!
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Anienne 01/05/2022

SÃO BERNARDO
Amei esse livro! Com uma linguagem simples e regional, pela boca da personagem principal, Paulo Honório, Graciliano conta uma história de vida real no interior de Alagoas.

Achei Paulo Honório uma personagem complexa, onde percebemos o feio e o bonito do ser humano.

Tb conseguimos avaliar e refletir sobre relacionamentos. Até lembrei um poucp de Bentinho e Capitu, mas a personalidade é intensamente diferente. O que o ciúme pode gerar nas pessoas? E como reagem de forma distinta... sendo que as consequências podem ser desastrosas se esta não tem maturidade emocional.

Além disso tudo, Graciliano ainda traz fortes reflexões sobre o capitalismo selvagem que modela o mundo. Ele escreveu essa história na décadade 30 e percebemos que continuamos do mesmo jeito.
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Michelle.Oliveira 11/05/2022

Maravilhoso!!!
Segundo livro do Graciliano que leio e contínuo me surpreendendo.
Ele consegui prender minha atenção, despertar diferentes sentimentos e devorar o livro loucamente.
Eu amei odiar e ao mesmo tempo que odiava o pobre coitado do Honório com minha alma, sentia pena e culpa por isso. Ele esqueceu de cultivar o lado humano dele, no fim ele é digno de pena mesmo.
É uma narrativa fluida, irônica ( onde já se viu alguém que acha que literatura é tempo perdido escrever um livro? srsrsr) e leve.
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Ju pomper 16/05/2022

São Bernardo
Primeiro livro do Graciliano Ramos que eu leio, demorei um pouca para me acostumar com isso tipo de escrita.
No primeiro momento achei que seria mais um livro que não iria me prender, mas insisti nele pois era leitura obrigatória da escola, e do meio para o final me surpreendeu bastante.
Odeio Honório com toda minha alma, mas as vezes me sinto culpada por isso!
Gostei muito das "referências" a dom casmurro em relação ao relacionamento do Honório e Madalena.
Foi um livro bom, surpreendente, me fez sair da zona de conforto e ler algo que não estava acostumada.
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Kami 25/05/2022

Essa história desenvolveu uma relação de amor e ódio tão forte comigo que, chegou a um ponto em que não há meio termo, ou eu odiei o personagem, ou eu amei ele. É uma obra complexa de se entender, devido ao modo como é narrado e as consecutivas ações dos personagens. Paulo Honório é um tudo o que pode ter de ruim em uma pessoa: rude, ganancioso, antiético, ciumento, controlador, possessivo, desimano e por ai vai. Ele consegue "destruir", de um modo ou de outro, tudo o que rodeia ele, desde pessoas até propriedades. Tive muita pena de Madalena por ter se casado com um parceiro que não merecia a inteligência e intelectualidade que ela possuia, ainda mais por ele não saber reconhecer essas qualidades e, também, por desconfiar dela quando apenas demonstrava um pouco de humanidade para com os outros, o que nele não estava presente. Questões políticas da época em foi escrita são bem perceptíveis e, quando falados na narrativa, dá para destinguir o quão distintos Madalena e Paulo são. Além disso, existem muitos personagens que compactuam com o que Paulo faz e até o ajudam para que seja bem sucedido. Dá pra fazer uma relação bem interessante com Dom Casmurro, por conta dele também narrar a história sob o seu ponto de vista e das suas histórias de "amor". É necessário um bom aprofundamento sobre a obra antes de lê-la para assim conseguir compreendê-la um modo satisfatório.
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Mar 27/05/2022

São Bernardo de Paulo Honório
Paulo Honório, dono de São Bernardo e narrador desse romance, de tão vivo que é o personagem se confundi com o próprio Graciliano Ramos nos primeiros capítulos. Numa metalinguagem carismática, seu Paulo me conquistou, num diálogo que parecia uma conversa com meu avô. Mesmo não tendo nada haver comigo, a sua história marca e nos faz refletir sobre o que vale a pena nessa vida.
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Ed Carvalho 12/06/2022

Nem sei o que dizer
É difícil comentar um livro desses. Há um pouco de tudo e é brilhante exatamente por isso. Em certos momentos lembrou-me A Sonata a Kreutzer de Tolstoi (pois só é possível comparar um gênio a outro), mas há muito mais aqui: de ideologia política a análise social, de relações conjugais ao estudo da loucura. Enfim, a melhor forma de defini-lo é a óbvia: é uma obra de Graciliano Ramos. Ponto.
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Ana 16/06/2022

É uma obra incrível, indubitavelmente. Gosto dessa crítica sutil, dessa construção de irracionalidade que o autor vai expressando e da forma como ele denuncia a realidade social daquela época.
Ademais, acho fascinante como obras clássicas conseguem nos trazer uma ambiguidade de sentimentos em relação às suas personagens. Nesta obra de Graciliano, há um espectro regional muito forte e isso gera imediata identificação em muitos de nós que tem uma família vinda da roça. Isto me aproximou bastante da personagem principal e seu relato de vida - mesmo que, no entanto, com o desenrolar da história, passassem a ser perceptíveis seus desejos e imoralidades e alguns acontecimentos tornassem essa identificação mais fria.
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Danilo 21/06/2022

Paulo é uma figura tipicamente brasileira
Como o professor Monir Nasser diz: "Paulo Honório é provavelmente o protagonista mais verdadeiro dos romances nacionais."
Quem convive com nordestino, entende perfeitamente as falas e os trejeitos do protagonista, dificilmente se apega ao mesmo, mas entende o contesto que em ele se encaixa.
Uma leitura rápida e muito fluída, com algumas tramas políticas da época.
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