S. Bernardo

S. Bernardo Graciliano Ramos




Resenhas - São Bernardo


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Silvane 10/05/2024

São Bernardo, é a história de Paulo Honório. Ao mesmo tempo que ele é o narrador e tem um diálogo com o leitor e também é o personagem central.
Paulo Honório traça a sua vida.
Primeiro compra São Bernardo a fazenda onde trabalhou, transforma o lugar se tornando um grande fazendeiro na região. Como um bom fazendeiro e também perante o povo da cidade é necessário ter uma família. Faz uma busca em sua mente de todas as mulheres que já se envolveu e não encontra uma mulher de respeito, até que conhece Madalena, uma mulher instruída. Os dois se casam, formam uma família, mas têm um relacionamento perturbado. Madalena é caridosa demais e Paulo Honório grosso e ignorante demais.
Com o decorrer dos anos ele percebe que tudo que conquistou não tem valor e aos 50 anos resolve escrever sua história.
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Daniel.Ribeiro 11/05/2024

O enredo regional personifica a justiça social
Graciliano Ramos tem grande parte de contribuição na nossa literatura. A sua contribuição com o movimento literário no Modernismo me agrada bastante, principalmente em relação a estética literária apontando o regionalismo no início do século 20, e também sua linguagem.
Em um dos seus romances mais comentados, São Bernardo, mostra essa posição do homem que constituía o tempo e o espaço. Sendo um personagem característico em seu tempo, Paulo Honório se transforma em um narrador intradiegético, elaborando com a perspectiva regionalista as fábulas alucinativas que aconteceram em sua vida, após adquirir com seu esforço as terras da fazenda São Bernardo. Do homem ambicioso ao sujeito casmurro no final da obra, Paulo é a personificação do indivíduo que surgiu em uma sociedade cheia de elementos estimatizados por idealizadores políticos, constituindo uma denúncia na que Ramos enxergava a necessidade de utilizar na narrativa uma aproximação do real para encontrar nela uma justiça social.
Esse ímpeto pela justiça social acompanhou sua construção de linguagem, que à época era uma das preocupações do autor, numa consciência de 'traduzir' o vocabulário da escrita para a língua 'brasileira'. São muitos termos ,utilizado a todo momento por Paulo Honório, como forma de demarcar a linguagem nacional, e por ser características da estética do autor, que demonstram a face do regionalismo, da mesura em abordar o apropriamento da fala coloquial do autor, que viveu maior parte da vida no Nordeste brasileiro.
Tenho certeza que Ramos aponta esse romance para a denúncia da injustiça social, para o sujeito pernóstico e para o indivíduo sobrevivente do campo. Esse debate, as vezes, fica maçante até, contudo a importância dessa leitura, tanto pela estética literária, quanto pelo seu linguajar regionalista é necessária do ponto de vista de que ao surgir evidências de pessoas como Paulo Honório, possamos deliberar conceitos de sobrevivência e conscientização.
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nxcecvx 26/05/2024

Mas para quê? Para quê? não me dirão?
Tão bom mas TÃO bom, tudo nessa história é pra sempre da minha conta!! Tudo o que parecia sólido pro narrador e pra quem começa a ler o relato dele vai progressivamente desmoronando. Oitenta e nove quilos e cinquenta anos em S. Pedro desmoronando. S. Bernardo desmoronando. O errado e a justiça desmoronando. O passado desmoronando e um presente assentado aos pés da Madalena. Como é gostoso ser alfabetizada!!

Se fosse possível recomeçarmos.. Para que enganar-me? Se fosse possível recomeçarmos, aconteceria exatamente o que aconteceu. Não consigo modificar-me, é o que mais me aflige.


(essa edição tem um posfácio relacionando diretamente S. Bernardo com Dom Casmurro e isso meio que mudou minha vida. não gostar desse é coisa de MALUCO
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Vinicius.oa 27/05/2024

"D. Glória vê máquinas e homens que funcionam como as máquinas"
Ora, o próprio protagonista da obra é uma máquina fria, e lermos a obra com a sua cosmovisão e os seus pensamentos sinceros, é muitas das vezes angustiante mas ao mesmo tempo verdadeiro. O interessante do personagem Paulo, é a sua sinceridade interna (mesmo que seja doentio) que muitas das vezes é externalizada para os demais personagens, de forma que vemos a sua "rançura" e seu ciúmes para com sua esposa, refletir nos demais. Fora o final brilhante, no qual o autor nos faz refletir sobre quem somos, e nos traz uma lição de que, nem toda ignorância é verdadeiramente genuína.
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catð 30/05/2024

Ele não era mal, só era solitário, e não sabia como amar
Sao Bernado conta a história de vida de Paulo Honório, um homem que, mesmo tendo nascido sem nada, fazia de tudo para conseguir o que queria. Paulo Honório foi uma criança que cresceu passando fome e dormindo nas noites frias do sertão, presenciando e participando de coisas das quais alguém tão pequeno não deveria passar, mas isso o tornou astuto, perseverante e, acima de tudo, um líder. Seus princípios da vida, desde seus 18 anos, era conquistar uma terra, e assim conseguiu; mesmo sendo de acordo com sua própria ética, como disse uma vez ?E como sempre tive a intenção de possuir as terras de S.Bernardo, considerei legítimas as ações que me levaram a obtê-las.? Ele não tinha nada, mas consquistou as terras de São Bernardo e a tornou um lucro gigante, -mesmo tendo a comprado de forma completamente manipuladora e corrupta de seu antigo herdeiro, Luís Padilha-tendo trabalhadores e também pessoas que ora podiam se chamar amigos, ora operários do próprio Sr. Honório.
Mesmo tendo conquistado o que sempre jurou ter e um pouco mais, o protagonista era alguém solitário, mas também alguém bruto e direto, que não tinha medo de ir atrás do que queria e das consequências de suas ações; com o passar dos anos, Paulo passou também a querer conquistar as pessoas; abriu uma escola e colocou Seu Padilha para comanda-lá, e assim conheceu sua futura esposa. Madalena era professora e sobrinha de uma das conhecidas do jornalista local, era gentil, encantadora e jovem. Paulo nunca realmente pensou em se casar, mas isso traria oportunidades para si próprio, e assim fez.
O que não era esperado era que, com tamanha solidão e sede por lucros, não conseguisse se encontrar com a própria família, e isso acabou tornando sua mulher uma jovem sem vontade de viver. São Bernardo, de Graciliano Ramos, mostra pra nós como nem sempre o dinheiro é tudo, e como a morte de alguém pode nos ensinar algo. Paulo Honório já era alguém sozinho, mas passou a ser ainda mais, por afastar pessoas que nem sabiam ser importantes para ele após o infeliz suicídio da esposa. Uma vez a mulher o chamou de assassino e, dentre todos os outros xingamentos, esse foi o que mais o tocou, porque, mesmo que no fundo, ele sabia que era alguém solitário demais para saber como amar e como dividir o pouco da sua felicidade com alguém.
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Araujo20 02/06/2024

A terra e a loucura
A obra de Graciliano é, de fato, atemporal. A sutileza de sua escrita regionalista, o retrato do interior brasileiro e dos costumes vigentes dão um toque único á São Bernardo. Essa é a história de Paulo Honório, um fazendeiro que enriqueceu através de trabalho e sangue. Um homem que possui todos os defeitos morais mais graves, mas narra sua biografia se colocando como justo, bom e normal. Essa também é a história de Madalena, uma mulher inteligente demais para sua época. Uma professora que não tem voz no romance, a quem conhecemos apenas pela boca de Paulo. Sobretudo, essa é a história da fazenda São Bernardo e do apelo da terra na década de 30.
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regis49 02/06/2024

Comecei a ler por causa da faculdade, mas tava quase desistindo. Sinceramente ele é MUITO chato "ain ele é solitário" ele é chato!!! A coitada da mulher preferindo MORRRER do que ficar com ele 🤬 #$%!& . A linguagem é ótima, mas ele é tão tão chato que só queria acabar para n ler mais.
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Mariana 15/06/2024

Um bom causo
Uma histórico legal de ler. Nesse livro os regionalismos não são difíceis de entender, leitura é fluía.
Gostei de conhecer mais uma história do escritor.
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bella 02/07/2024

Quem tem aspirações individuais jamais entenderá uma luta coletiva.
Assim como a maioria dos clássicos que reli esse ano, no primeiro contato tinha achado infinitamente mais legal. dessa vez, apesar de ter gostado ainda, não fez meu olho brilhar tanto. achei interessante esse regionalismo bem suave pq não me desanimou com o vocabulário, muito pelo contrário, tiveram ditados até bem engraçados que eu não tinha me dado conta da outra vez. a história em si não me agradou muito, talvez por causa do nosso narrador que é assumidamente problemático, possessivo e ranzinza. se tivesse um "são bernardo 2" narrado pela Madalena, acredito que seria muito mais interessante. achei extremamente plausível a coitada preferir morrer do que conviver com o paulo honório. não julgo, faria o mesmo. queria que fosse mencionado mais vezes, e talvez de outras maneiras, o panaroma político da época. ideologicamente, tem alguns personagens que salvam o enredo nesse sentido.
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Eduardo 03/07/2024

Uma leitura extremamente fluida marcada pelo regionalismo extremo em algumas partes.
Um Tom melancólico, com muitas partes em tons dramáticos dos acontecimentos de sua vida. Mas em geral é um bom livro pra conhecer mais afundo Graciliano.
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Lorrayne20 05/07/2024

Paulo Honório
Falar bem a verdade, li meio empurrado, mas por conta da mocinha, decidi dar mais uma chance para S.Bernardo, e não me arrependi, apesar de ser meio puxado, eu me interessei de fato pela história, e o quanto um amor, um carinho, o que ele pode fazer com o homem. E todos a volta que circunda.
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shes_heavy 10/07/2024

Dom Casmurro 2.0
Óbvio, tem personalidade, um ambiente novo e pautas políticas extras. Mas a comparação é inevitável. O grande problema disso é que, apesar de ser um baita livro, não é Machado de Assis.

O que mais grita nessa comparação para mim é a falta de virtuosismo do Bruxo do Cosme Velho em culminar beleza, humor, crítica e dúvida com tanta inteligência.

Assim, mesmo sendo um baita livro com características próprias o suficiente para não ser necessariamente uma simples repaginação, a mim, está simplesmente à sombra de Dom Casmurro.
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Carol 11/07/2024

Dom Casmurro Nordestino
O começo do livro é muito bom: os personagens são cativantes e bem construídos, o regionalismo é cativante, as reflexões políticas são interessantes.
No entanto quando se envereda em ser uma versão de Dom Casmurro o livro se torna maçante e chato. Se tivesse pelo menos sido narrado por Madalena, uma mulher a frente de seu tempo que tem um final surpreendente e compreensível, acredito que teria chances de ser 5 estrelinhas. Ainda assim, vale a leitura, Graciliano Ramos sempre vale!
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Luverissimo 14/07/2024

Me impactou!
U-A-U esse livro me surpreendeu muito! É um choque de realidade, e deu para sentir no íntimo as expressões da natureza humana. Nossa como as escolhas nos moldam, e como a cultura e a criação nos influenciam no modo como agimos e pensamos, e como enxergamos os outros. Achei genial essa linguagem mais "oral" do caboclo. Esse livro merece ser lido juntamente com Vidas Secas, porque os dois mostram os dois pontos de vista, opostos mas que se complementam.
E que evolução de Caetés para essa obra, realmente Graciliano é um baita autor!
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