S. Bernardo

S. Bernardo Graciliano Ramos




Resenhas - São Bernardo


507 encontrados | exibindo 31 a 46
3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 |


L.S.D 12/08/2014

Corujas malditas
Livro lindo! Narrativa maravilhosa. Enxuta? Sim. Rispida? Sim. Mas é necessário que seja assim. A narrativa tem de ser assim.
Paulo Honório é homem sofrido. Já passou por poucas e boas por conta de alguns réis. Aprendeu a ler n'Uma cadeia e, logo após sair, deu início a sua vida. Passou por cima de muitos, todas suas atitudes nem um pouco dignas.
É quando conhece D. Glória, e, consequentemente, Madalena. Casa com ela e tem uma vida razoável a seu lado. No entanto, fica louco. Vê algo onde não há algo. Azucrina pobre mulher com suas demências.
E tudo isso, para no fim, não ter uma só alma para lhe confortar. Seus atos, indignos, leva-o à uma vida indigna. Só as folhas secas, trazidas pelo vento nordestino, lhe faz companhia. Sofre.
E escreve um livro porque o ato lhe entrete. E nada mais o entrete. Tudo é silêncio, sofrimento na calada da noite enquanto se mantém firme a suas lembranças.

A narrativa flui muitíssimo bem. Alguns personagem são mais empecilhos do que qualquer coisa. Mas convenhamos, quem vos escreve é um fazendeiro. Não Graciliano. Já há bastante profundidade em si mesmo em sua própria narrativa.

É um dos livros mais lindos que já li. Me tirou lágrimas e me fez ver como alguns atos pode nos levar a um sofrimento irreparável. Um romance realista, do que ocorre, ocorreu e há de ocorrer a muitos outros.
Vanise.Macedo 02/01/2016minha estante
Encontrei alguém que também chorou com eles livro que li e reli...




dai_araujo 17/02/2011

São Bernardo
Livro que li e reli. Um dos melhores da literatura brasileira!A personagem Madalena, por alguma razão, me lembra Capitu, do Machado de Assis.

http://twitter.com/#!/daianearaujo
Giovanni 28/06/2013minha estante
concordo esta entre os melhores da literatura brasileira , é um dos livros que vou sempre reler




breno 07/12/2022

QUE LIVRO É ESSE?
Simplesmente um dos livros mais bem escritos que eu já li, o único do Graciliano que eu li, mas já sou cadelinha dele. O jeito que ele usa as palavras, a forma como ele constrói um protagonista que é um legítimo 🤬 #$%!& . A narrativa que tá sempre te surpreendendo e tomando rumos inesperados. A construção perfeita de ascenção e decadência de um latifundiário. A forma como as críticas sutis e as visões políticas ainda são completamente atuais.

Graciliano simplesmente um gênio!!!
breno 07/12/2022minha estante
não acredito que esse app censura as coisa




Marcelo 05/04/2024

Ótima Leitura
Comecei lendo Graciliano Ramos a partir de Vidas Secas, amei o livro, muito bom de verdade, não foi tão impactante quanto Vidas Secas, mas é muito bom
Alessandro117 14/04/2024minha estante
Recomendo o Angústia tb, muito bom




Dalva Sales 18/08/2012

Paulo Honório; sem família, quase sem memórias de infância, trabalhou desde novo em serviços pesados por pouco dinheiro, aprendeu a ler na prisão, e se põe a escrever para recordar a vida. São Bernardo é um Romance que fala sobre o homem do nordeste, das transformações da vida que pesada que lhe pesara na velhice. Fala da escrita, do conhecimento, da revolução, da ignorância e consciência, dos ciumes, das neuras... do arrependimento ocultado pelas barreiras grossas da pele calejada, da impossibilidade de refazer o passado.


Em nota particular sobre o livro comento que foi por obrigação que comecei a lê-lo e é com a mão da vergonha que cubro o passado e digo. O livro é muito bom, e Graciliano Ramos é um dos maiores escritores modernistas deste país. Super indicado.

=*
Gabriel George 19/09/2012minha estante
Sei como se sente. Me arrependi até o último fio de cabelo de criticar a literatura brasileira antes de ler "S. Bernardo", o qual li "por obrigação", pois haveria uma prova sobre o livro onde eu estudo. (:




spoiler visualizar
carlosmanoelt 19/07/2024minha estante
??




Heryck 16/02/2012

Lição de vida
Eu sempre tive preconceito para autor brasileiros, mas nesse livro eu aprendi a ver a importância que tem o passado, presente e futuro.
Me refiro ao cotidiano, antes de cada decição, lembrar o que me levou até ali, o aque faço nequele momento e aonde a minha decição vai me levar.
Quando li este livro perdi o conseito de "certo e errado" e sim tudo é uma questão de escolha e saber aonde te leva cada escolha.
Bruno Oliveira 08/01/2013minha estante
Acho isso interessante, acho muito legal como livros afetam as pessoas. Eu só faria uma observação.

No caso do Paulo Honório, ao contrário do seu, ele não perdeu o conceito de certo errado, bem dizendo, ele jamais o possuiu. Sempre foi uma pessoa sem consciencia moral. Só em alguns raros momentos, geralmente ligados à Madalena é que ele sente que está deixando algo escapar, embora não perceba bem o quê.

Não é algo apreendido pela vivência ou pela inteligência, mas era algo "dele", digamos, intrínseco.

Porém, ao contrário dele, que não conseguia lutar contra isso, nem controlar, você tem a possibilidade de realizar esse processo sem ser reduzido a um mero ser humano sendo jogado prum lado e pro outro da história conforme a circunstância o impelir, sendo ora violento, ora cimumento, sempre incontrolável. O fato de poder apreender esse processo te permite não ser controlado por ele. Faça bom uso disso.




Hannah Andressa Delgado 30/04/2021

Genial! Quando Graciliano entrega a narração da obra para Paulo Honório, deixa que ele, voluntariamente, denuncie as violências que, mais que psicológicas, são sociais. Denuncia a elite rural.
Incrível como a personalidade objetiva e rude do narrador autodiegetico é transposta na forma da obra por intermédio de uma linguagem objetiva e simples (que era também, além de tudo, uma reivindicação da geração de 30) e como esse escrita ganha um tom cada vez mais lírico conforme o personagem perde o controle das coisas
Marconi Moura 08/01/2022minha estante
Meu preferido do autor (q tbm é um dos meus prediletos). Um dos melhores livros q já li.




thina.exe 12/02/2024

O clima árido do nordeste traduzido para uma vida
Li S. Bernardo sem expectativas. Apesar de conhecer o mérito do autor, não conhecia nada sobre esta obra e, tendo lido Angústia há apenas um ano, imaginei que o estilo de romance seria parecido. No entanto, estava errada.
Apesar da linguagem muito direta e seca de Graciliano, ele conseguiu passar com maestria a narrativa de um homem que vive no sertão nordestino, com toda a sua miséria econômica e o impacto que isso traria para sua personalidade.
Paulo Honório é um homem que, depois de crescer em uma realidade bruta e fria, tornou-se exatamente assim. Driblou a miséria entre ações moralmente certas e erradas e, agora, deseja possuir a fazenda de S. Bernardo, da qual foi empregado na juventude e, na idade adulta, tanto estima.
O cenário muda quando Madalena entra na vida do homem, o que o leva ao questionamento: tanta ambição e brutalidade levou, no fim, a algum lugar? Será que as posses materiais e o ego realmente importam?
Mais uma vez, é uma obra em que Graciliano Ramos retrata a decadência mental do ser humano, dessa vez, como se o protagonista decidisse escrever um livro sobre sua própria história.
Ótima obra, recomendo a leitura.
Arthur. Rocha 12/02/2024minha estante
Vou abraçar essa recomendação




Kennedy 09/01/2012

Romance desprovido de emoção e profundidade
“São Bernardo” faz parte da Segunda Geração do Modernismo brasileiro. Foi escrito pelo alagoano – meu conterrâneo – Graciliano Ramos.

O romance é narrado em primeira pessoa por Paulo Honório, o protagonista. Ele conta um pouco sobre sua juventude e como foi parar na prisão. Depois de passar um tempo considerável encarcerado, Paulo sai da prisão disposto a mudar de vida. Para isso pede dinheiro emprestado a um agiota. A partir daí ele muda completamente. Passa a vender objetos, gado etc. Aos poucos vai se tornando uma pessoa rica, e atinge o ápice quando seu antigo patrão morre, deixando a fazenda que era dele para seu filho, Luís Padilha.

Desde as primeiras páginas percebemos que Paulo Honório é um verdadeiro anti-herói. É o protagonista, mas apronta, apronta, até não querer mais. Tem um caráter completamente duvidoso. No decorrer da estória torna-se aquele típico coronel de interior – que é contra o comunismo e extremamente pão-duro.

Mas antes de tornar-se coronel, Paulo aproxima-se de Luís Padilha, filho de seu ex-patrão e começa a fazer com que o moço contraia dívidas, comprando seus produtos. Objetivo alcançado. Padilha fica atolado em dívidas e acaba vendendo-a a Paulo Honório, que acaba hospedando-o na agora sua casa, por consideração. O nome da fazenda é São Bernardo – nome que dá título à obra.

O tempo passa, e Paulo, montado em dinheiro, vê que precisa de um herdeiro, de uma pessoa que possa continuar a administrar seus negócios quando ele falecesse. Em pouco tempo casa-se com Madalena, uma professora, uma mulher instruída. Em igualmente pouco tempo, eles começam a brigar. Motivo: Madalena preocupa-se com a condição de vida dos funcionários que trabalham na fazenda, onde não têm salário suficiente e não têm nenhuma instrução educacional. Paulo Honório, vendo que sua esposa tem ideias comunistas, começa a se desentender com ela. E as brigas são umas piores do que as outras. Apesar de tudo, os dois acabam tendo um filho.

A estória é interessante, mas nada de original nem impactante. Impactante de forma alguma. Aqui temos um homem pobre que conseguiu ascender socialmente com muito esforço. Esse mesmo homem tornar-se um coronel influente na região de Viçosa/AL, e é aquele típico coronel que quer mandar em tudo e em todos, e é contra o Comunismo. Temos também aquele fiel amigo que sempre acompanha o coronel, o faz-tudo (Casimiro Lopes). Temos a esposa inconformada com a enorme fortuna do marido, enquanto seus empregados ganham pouco dinheiro para se sustentar e não têm nenhuma instrução intelectual (Madalena). Além disso, temos aquela sogra chata (Dona Glória), as brigas de genro e sogra. E mais uma pancada de tipos sociais que vemos em diversos livros, filmes, seriados, e principalmente, em telenovelas.

Os personagens de “São Bernardo”, com exceção, talvez, de Paulo Honório, são tipos sociais, personagens sem nenhuma profundidade psicológica. A relação pai-filho, entre Paulo Honório e seu filho, é completamente esquecida. Em diversos momentos esquecemos que Paulo tem um filho.

Graciliano Ramos, realmente, tem o poder de síntese. Em apenas duas páginas podem acontecer muita coisa. Até aí tudo bem. Mas o que não me agrada é sua narrativa. Ela é seca, sem graça, sem impacto algum. Aí você vem e me diz: mas ele é original, é a forma que ele tem em narrar, muito diferente do que estamos acostumados a ler. Eu respondo: original jamais, “São Bernardo” é a típica obra onde podemos ver a influência que ele recebeu de Machado de Assis, influência essa que às vezes chega a ser quase uma cópia. Há trechos que Graciliano, assim como Machado, conversa com o leitor. Está bem, isso é uma boa influência, mas o fato é que sua narrativa não tem emoção alguma, não tem impacto algum. É um tipo de narrativa que não me agrada.

Não consigo entender como a crítica considera Graciliano Ramos o maior nome da Segunda Geração do Modernismo. Para mim o maior é Jorge Amado, que consegue construir personagens profundos e atuais, tem uma narrativa agradável e consegue gerar impacto e emoção. Mas é o que sempre digo: a crítica ama o vocabulário rico e cheio de neologismos e outras frescuras que estão em Graciliano Ramos, que não consegue gerar impacto nem emoção alguma.

Assim como “Vidas Secas”, “São Bernardo” não passa de um livro bem razoável, ou seja, esquecível.
Bruno Oliveira 08/01/2013minha estante
Acho interessante como você avaliou o livro pelo aspecto da história. Talvez goste dos românticos que pegam bastante a literatura por esse lado, como o Hugo.

Agora comentando o que você colocou, tenho algumas objeções.

Acho que não dá para dizer que os personagens são tipos sociais na medida em que eles exercem importância na história por algo diverso de seus papéis sociais. Madalena, por exemplo, não é importante porque é a esposa ou porque é professora, na verdade, ela afeta Paulo Honório quando suas ações demonstram consciência e, sobretudo, quando se recusa a fazer parte do papel de propriedade a qual ele estende à tudo o que possui. A relação com o filho, aliás, é um pouco a extensão dos problemas que ele tinha com Madalena, já que conforme ele não conseguia entendê-la e tampouco "coisifica-la", não conseguia também manter uma relação de amor com ela, menos ainda com o filho fruto disso. Por isso, quando a criança nasce ela não é um sinal da vitória, do triunfo da continuidade do sangue de Paulo, mas de sua decadência; um apontamento de que em algum momento ele falhou como ser humano.

Eu achei legal você perceber essa similaridade com o Machado, ela é bem comentada pela crítica. Só que lhe escapou um detalhe: Graciliano não tinha lido Machado até o momento da composição do livro, logo, não há influência, mas alguma proximidade entre ambos. Diálogo com leitor, inclusive, nem é um elemento original na literatura por conta do Machado, mas pela maneira pela qual o Machado o utiliza. Não é essa similaridade entre ambos que faz de Graciliano tão original, mas outros elementos.

Agora "impacto" e "emoção", bom, por isso eu recomendo os românticos. Esses elementos são bem subjetivos, uma pessoa pode se emocionar com uma coisa e outra não, de modo que não são bons critérios para se avaliar uma obra de arte. Eu diria o seguinte, Jorge Amado é muito mais "fácil", muito mais próximo do nosso senso comum, e provavelmente atinge mais as pessoas com "emoção". Graciliano, por sua vez, escreve de um modo rude, sem muito conforto ao leitor com sequências bela e bem delineadas, particularmente, achei São Bernardo desagradável em muitos momentos, mas minha afeição com livro não tem nada que ver com a qualidade dele, que considero inegável.




roque-la 04/06/2024

Graciliano ramos é gênio
Li para a minha prova de português e achei muuito muito bom, no começo não entendia nada mas depois peguei o ritmo.

tenho muitas opniões mas não vou conseguir pôr por escrito, enfim! espero que eu tire uma nota boa nessa prova. viva a literatura alagoana
roque-la 04/06/2024minha estante
esse aplicativo vai de mal a pior, o final da minha resenha dizia:
obs. fascinante as passagens metalinguísticas do livro.




spoiler visualizar
skuser02844 27/07/2023minha estante
linda mo




Marcos Pinto 22/06/2016

A coisificação das pessoas
Há livros que você gosta e há outros que você levará para a vida toda. Para mim, São Bernardo está neste grupo. Minha primeira leitura da obra foi há alguns anos e, desde então, cada releitura torna o livro ainda mais magistral para mim. O motivo? Explicarei cada detalhe.

Nessa obra, acompanharemos a vida de Paulo Honório. Ele, a princípio, era uma criança pobre vinda de um lugar simples. Porém, com o tempo, entende bem a estrutura capitalista e, com uma dose de audácia e inteligência, cresce na vida de maneira quase assustadora. Ele chega ao topo; tão alto que se torna quase inalcançável.

Ao conquistar tudo que queria, Honório ainda quer mais. Contudo, não há mais para ser ganho. Aliás, ele começa a perceber que quando chegamos muito alto, mais alto do que todos, ficamos sós. Paulo, em primeira pessoa, narra a sua vida, a sua trajetória, de garoto pobre ao topo da cadeia alimentar.

“Pouco a pouco ia perdendo os sinais de inquietação que a minha presença lhe tinha trazido. Parecia à vontade catando os defeitos dos vizinhos e esquecido do resto do mundo, mas não sei se aquilo era tapeação. Eu me insinuava, discutindo eleições. E possível, porém, que não conseguisse enganá-lo convenientemente e que ele fizesse comigo o jogo que eu fazia com ele. Sendo assim, acho que representou bem, pois cheguei a capacitar-me de que ele não desconfiava de mim. Ou então quem representou bem fui eu, se o convenci que tinha ido ali politicar. Se ele pensou isso, era doido” (pp. 36-37).

Nessa obra, acompanhamos a coisificação de Paulo. Ao passar das páginas, na proporção que ele ganha sucesso e dinheiro, mais próximo de uma coisa ele se torna. Duro, áspero, rude... Essas são apenas algumas características que o acompanham em sua trajetória. A cada pessoa que ele manipula ou explora para angariar capital, seu caráter se corrompe um pouco mais.

Paulo se deixa tornar tão próximo de uma coisa que já não consegue ver-se mais sendo amado. Porém, ainda assim casa-se. Um casamento de conveniência, vale ressaltar; mas a união é selada. O seu contraste com sua esposa o destrói ainda mais, o deixa ainda mais duro e angustiado, pois ela é tudo o que ele nunca será. Desta forma, ele se torna ainda mais áspero, principalmente com ela.

A aspereza de Paulo é tão grande que se reflete na escrita da obra. Como o livro é narrado em primeira pessoa, acompanhamos também na escrita o tornar-se objeto, o endurecimento. Isso resulta em uma prosa seca, direta, sem muitos adjetivos e metáforas. Entretanto, ao mesmo tempo, a prosa é rica. Não pelas palavras, mas pelo caráter altamente psicológico. Em cada palavra vemos as nuances mais profundas de Paulo, deixando todo o escrito um escarro de sua alma.

“– Literatura, política, artes, religião... Uma senhora inteligente, a d. Madalena. E instruída, é uma biblioteca. Afinal eu estou chovendo no molhado. O senhor, melhor do que eu, conhece a mulher que possui” (p. 173).

Quanta à parte física, talvez para combinar com o estilo da obra, a Record preparou algo bom, mas altamente objetivo. A capa é simples, mas com uma pequena ilustração que tem muito a dizer sobre a obra e o estado de espírito de Paulo. A diagramação é, assim como a capa, bem simples, mas eficaz, visto que as letras e espaçamento possuem um tamanho confortável. Não é belo, mas não deixa que as vistas fiquem cansadas, apesar do papel branco. Ademais, a revisão está excelente, o que é essencial para uma boa leitura.

Desta maneira, diante dos aspectos mencionados, considero São Bernardo uma obra que merece ser lida. Você encontrará certa dose romance, muita crítica social e uma escrita inteligente. Sem falar que Graciliano é um dos grandes autores que o Brasil já teve. Leve esse livro para casa, ele é essencial para a sua formação crítica como leitor.

site: http://www.desbravadordemundos.com.br/2016/06/resenha-sao-bernardo.html
Silvio245 25/06/2016minha estante
"A aspereza de Paulo é tão grande que se reflete na escrita da obra". Muito interessante essa tua ilação, o que faz-me pensar que se o autor o fez premeditadamente, era um gênio.




@apilhadathay 16/06/2016

Surpreendentemente BOM!
Neste livro, as memórias de Paulo Honório, o capitalista, ambicioso, dono da fazenda São Bernardo, são contadas sem censura. Paulo é um sujeito bem dono de si e que parece saber o que quer. Tem muitos contatos entre os poderosos e não tem piedade quando se trata de escravizar ou punir alguém. Apaixona-se por uma moça idealista e justa, que vem se contrapor a tudo o que ele significa. Do que resultará a união do Capitalismo com o Socialismo? É ler para crer.

O que é a vida de um leitor sem um bom clássico, confere?
O que estou estudando para meu Trabalho de Conclusão de Curso envolve um embate entre livros clássicos e contemporâneos. Os adolescentes não leem mais livros clássicos porque eles não são apresentados como uma fonte de prazer inigualável, como ferramentas para se alcançar o prazer estético de uma boa leitura, para provocar catarse. São impostos como ferramentas obrigatórias de aprovação em processos seletivos. Qual não é a barreira que se ergue entre o jovem estudante e os livros clássicos da nossa Literatura.

Tal como Til, de José de Alencar, São Bernardo me conquistou pela simplicidade e complexidade de sua trama, pela beleza de personagens tão reais que, efetivamente, poderiam ser nossos vizinhos de porta, que batem boca por política, uns com melhores contatos e mais dinheiro aqui, outros mais humildes e humanistas ali, e por aí vai.

O livro é narrado em primeira pessoa, por um narrador personagem, que resolveu escrever as memórias de sua vida ao chegar à meia idade e descobrir que, na verdade, não conseguiu alcançar ABSOLUTAMENTE NADA NA VIDA. Sim, é um romance sobre o fracasso, sobre os caminhos que percorremos em busca de objetivos que se provam falhos e que não têm conserto.

É possível ver o embate entre o Capitalismo e o Socialismo, e que fim trágico o mesmo pode ter. O livro é tão atual, para nossa época, mas foi lançado na década de 30. E sua narrativa poderia ser facilmente interpretada como uma criação de seis meses atrás. Li para fazer um exame de Literatura Brasileira IV, visto que minha professora sabia o quanto Vidas Secas já foi analisado e analisado por acadêmicos, ao longo dos anos.

Seja pelo aspecto da língua falada, presente na escrita de Graciliano...

"Se eu fosse escrever como falo, ninguém me lia." (p. 9)

... Seja pela força do determinismo, presente na obra...

"Qual reciprocidade! Pieguice. Se o casal for bom, os filhos saem bons; se for ruim, os filhos não prestam. A vontade dos pais não tira nem põe. Conheço o meu manual de zootecnia." (p. 100)

... Seja por se identificar com a insistência de Paulo Honório de não assumir a culpa pelos próprios erros e falhas...

"A culpa foi minha, ou antes, a culpa foi desta vida agreste, que me deu uma alma agreste." (p. 117)

... Seja pelo último capítulo, em que Graciliano consegue, com tamanha maestria, resumir todo o livro em algumas páginas, esta é uma obra que merece ser lida e relida. Para mim, foi uma experiência apaixonante, que começou com a obrigação da avaliação, mas terminou com uma releitura deliciosa. RECOMENDOOOO!
\\o Boas Leituras! o//
Aryane 20/01/2023minha estante
Eu li para comentar com um amigo, gostei do livro também, o final é muito bom. Fiquei satisfeita com ele.




Bruna 25/04/2011

Enxuto, cru e brutal. É o que resume São Bernardo, um romance rápido e forte, rígido.

Paulo Honório escreve sobre sua vida de maneira seca, quase que indiferente, sem se prender a detalhes e descrições. Entretanto, em alguns momentos, ele nos surpreende com digressões e desequilíbrios. Nem dá pra dizer qual das duas posturas do narrador é a melhor.

E o final, bem... é espetacular.

Leiam.
Pedróviz 08/05/2011minha estante
Fiquei com vontade de reler.




507 encontrados | exibindo 31 a 46
3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR