Resenhas - A Mulher da Minha Vida

Brenda Louíse 29/02/2024

O livro é uma narrativa em primeira pessoa por Theo,intercalando com partes do diário de clara. A percepção de Theo sobre a vida dele, dos amigos constrói a base do romance triangular.

Na década de 1980, Londres era o destino de centenas de exilados sul-americanos. Antonio, jovem chileno, estuda sociologia e nutre o sonho de voltar a Santiago e presenciar a retomada do regime democrático. Nos corredores da universidade, ele conhece o inglês Theo e a bailarina Clara, filha de um exilado. Daquela amizade nasce um romance amoroso que logo se desmancha, deixando marcas profundas.

@bea.lendo 24/04/2021

A Mulher da Minha Vida, um romance de Carla Guelfenbein.
Antônio, um aluno de sociologia e Clara, uma bailarina, são exilados sul-americanos que saem do Chile para viver em Londres. Lá, encontram Theo e da amizade nasce um complicado triâgulo amoroso. Anos depois, eles se reencontram e retoman sentimentos que acreditavam esquecidos.

A narrativa é feita em primeira pessoa por Theo, intercalando sua fala com partes do diário de Clara.  A percepção de Theo sobre a vida dos amigos constrói a base do romance, mesclando sua vida com a de Antônio e Clara. É possível entender a confusão sentimental de Theo e a solidão particular de Clara, mas Antônio passa pela trama com experiências múltiplas fazendo o leitor se sentir dividido diante dos fatos mencionados, quase como se ele fosse uma peça que não se encaixa, mas que precisa estar ali para que a vida de Theo e Clara tenha  algum sentido.

Não sei muito bem como definir essa leitura, mas posso dizer que foi intensa.  O teor filosófico sobre a vida, a morte, escolhas e a capacidade que um ser humano tem de influenciar sentimentalmente as pessoas ao seu redor acrescenta a leitura um teor melancólico tão comum em livros densos. É um triângulo amoroso bem diferente dos clichês que li, sem apelar para o lado dramático, uma vez que o que entra em foco nessa leitura é a habilidade com que cada personagem  lida com a complexidade do pensar, do agir, e do nutrir a partir de sentimentos que crescem a medida em que se esforçam para esquecê-los.

É possível notar referências de A Insustentável Leveza do Ser na escrita da Carla, e fiquei feliz com suas citações referentes a Frida Kahlo, John Lennon e Jane Austen.


? Cada momento possui uma fenda. Está sempre ali, mas não a vemos ou pretendemos não vê-la. Às vezes a pressentimos e pensamos que em algum momento teremos coragem para explorá-la. Um dia acontece. Aparece e você se deixa levar, embriaga-se com a vertigem da queda e deixa que a potência daquilo que antes não via a domine.
Pág. 155

[lido em 2020]

Suellen Xavier 29/12/2020

C.
Porque na sinopse informa que seria um romance? Se tudo que eles fazem é enrolar uma história que não acontece realmente.

E 05/07/2020

Bom de se ler
Livro muito bem escrito pela autora, que faz com sucesso, que consigamos se colocar no papel de cada personagem e das peças que a vida em muitos momentos nos prega. Final adequado, porém fica uma aparência de desenvolvimento econômico... em outras palavras parece que desistiram do livro, umas três linhas a mais resolveria o problema... mas vamos pensar que fica pra imaginação de cada um... coisa que eu não gosto muito... se li e acompanhei o livro até o final quero que os autores me contem esse final , não deixem essa tarefa incompleta.

Adriana.SzT 28/06/2020

Resumo do livro:
Clara é amiga de Antonio.
Antonio vira amigo de Theo na faculdade.
Clara e Theo viram um casal.
Antonio fica obcecado para retornar ao Chile.

Spoiler

Um dia antes da viagem de Antonio ao Chile, Clara dá uma festa de despedida e seduz os dois.

“Nada do que aconteceu há algumas horas nesta cama pertence ao munda da mentira. Sabíamos de antemão. Theo sabia. Não fez mais do que vê-lo. Emergiu tudo aquilo que vive atrás das comportas da consciência.”

Só que esse não é o único acontecimento, Theo recebe um pedido do pai de Antonio para ligar para o aeroporto e impedir que este viaje, pois, por ser revolucionário, se chegar ao Chile será morto. Mesmo sabendo o quanto isso é importante para Antonio, Theo faz a ligação e depois alerta Antonio. Com isso, a amizade entre os três se rompe.
Após 15 anos, Theo recebe uma ligação de Antonio para que ele vá ao Chile visitá-lo. Clara está lá e após alguns dias Antonio sofre um acidente (ou suicídio) e morre salvado uma menina.
Clara revela a Theo que toda a fantasia de Antonio sobre o Chile não se concretizou e ele caiu em uma depressão profunda ao longo dos anos, tentando suicídio algumas vezes. Clara fica a seu lado para cuidar dele.

“A raiva de Antonio me envenenava, adoecia-me. Mas tinha que ficar a seu lado. Era assim. Com o tempo, vi as coisas com distanciamento, e o que você fez não me pareceu tão monstruoso. [...] Durante muitos anos pensei que esta necessidade de estar ao lado dele fosse amor. Mas depois me dei conta de que gostar de alguém por compaixão não é gostar de verdade. E durante todo esse tempo me lembrava de coisas, não sei, coisas que fazíamos juntos.”

Clara e Theo ficam juntos no final.

Barbara.Teodoro 24/06/2020

Esperava mais
Não posso dizer que é um livro ruim. O enredo é bem cativante, mas esperava mais do personagem principal.
O contexto histórico que este livro apresenta é bem legal, você adentra a era ditatorial chilena e vive um triângulo amoroso em meio a tudo isso.

O personagem principal foi extremamente passivo e coadjuvante da própria história. Em outras palavras, um completo bunda mole.

No fim, o livro nos deixa a dúvida: Théo jamais esqueceu Clara ou nunca se permitiu amar outra pessoa por inseguranças?

Daniele.Couto 02/05/2020

Achei o livro péssimo, não gostei do enrredo! Os personagens me pareceram superficiais e não consegui me afeiçoar a nenhum deles. Não gosto de triângulos amorosos (alguns até dá para suportar), mas nesse livro achei tudo nada a ver, me pareceu um monte de fatos jogados, sem sentido, personagens desnecessários. Enfim para mim foi perda de tempo.

Prof. Angélica Zanin 22/02/2020

Um amor entre paixões
Que lindo! A sensibilidade com que Carla Guelfenbein narra esta história de amor que envolve Clara, a bailarina escultural; Antonio, o revolucionário depressivo e Theo, o narrador apaixonado. Há mais, nesta historia, que um triângulo amoroso. Há três personagens fortes que têm muitos motivos para amar suas vidas, um ao outro e um mundo que os transcende. É lindo porque é bem escrito, reflexivo e forte, assim nos levando para dentro de nós mesmos. É lindo porque reencontramos nossas próprias histórias de amor, com a certeza de que todas as relações têm dois lados, que há várias maneiras de amar, que exitem dramas pessoais que desenham nosso contato com o outro e que nunca é tarde para o perdão e para o amor. Clichê? Pode ser, mas esta leitura definitivamente não é. "-- Como você sabe, os bravos não choram. --- Sim, eles não choram porque têm medo".

Roberta Jornalista 28/02/2019

Romance chileno
Escrito por Carla Guelfenbein, "A mulher da minha via" foi o livro mais vendido no Chile em 2005, ano de seu lançamento, além de ter sido eleito pelos leitores do jornal El Mercurio o melhor romance do ano.

Narrado em 1ª pessoa, na perspectiva de Théo, conta a história de 3 amigos que se envolvem e desencadeiam um triângulo amoroso. Théo fica 15 anos sem ver Antônio e Clara quando, num belo dia, recebe a ligação de Antônio para passar o natal com eles. Neste reencontro, há as lembranças e o "acerto de contas", onde os personagens vão aparar as arestas do passado.

Início morno, entretanto, na primeira página já se tem a notícia da morte de Antônio, como se começasse pelo fim. Ao final, este acontecimento já não é novidade, na verdade, a surpresa é o modo como Antônio morre (atropelado por uma lancha, num ato heroico de salvar Loreto, aluna de natação de Clara). Antônio sempre admirou seu irmão, Cristóbal, que morreu lutando numa manifestação de estudantes no Chile. Daí a entrega de Antônio no salvamento de Loreto, mesmo sabendo que fatalmente iria morrer (talvez a intenção fosse esta mesmo). E outra possível intenção: morrer na frente de Théo e Clara, para desespero e remorso desta.

No interregno destes 15 anos, Théo fica uma semana com a cantora Rebecca, que engravida de sua única filha, Sophie, que tem 8 anos em 2001. Isto ocorreu em uma de suas viagens como jornalista correspondente de guerras. Contudo, Théo e Clara terminam juntos.

Fácil leitura, porém demora para "engrenar". Tive dificuldade de chegar ao meio do livro, mas quando falta aproximadamente 1/3 para o término, tem seu clímax e esquenta. Bem dividido, dá para saber quando é "o verão de 1986" e a atualidade de 2001. E ainda tem trechos do diário de Clara.

Lili 17/01/2010

Recomendo!
Gostei do livro. Desta vez, bem diferente dos atuais romances que li, me deparei com uma novidade. A escritora chilena Carla Guelfenbein explora neste romance o mundo feminino através de uma visão masculina. É na narrativa de Theo que nos é desvendado a história de três pessoas que formam um triângulo amoroso arrebatador.



Theo, Antonio e Clara. Amigos inseparáveis que acabam não medindo os seus verdadeiros sentimentos, onde da amizade, vem o amor e como consequência a inevitável traição, que remexem suas vidas, deixando várias cicatrizes em cada um deles.



Quinze anos depois, muitas perguntas ainda sem respostas, diferenças e falsas indiferenças, fazem parte do cenário, atraíndo ainda mais o leitor para a conclusão da história. Quando os três se reencontram, voltam a enfrentar seus velhos sentimentos, suas dúvidas e seus fantasmas, que desta vez não poderão fugir...



Em suma, a autora Carla Guelfenbein, retrata acima de tudo a amizade, lealdade e os limites de cada um destes três personagens. Formando um livro que merece ser lido, para captar e apreciar todos os elementos ali descritos.


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