Genealogia da Moral

Genealogia da Moral Friedrich Nietzsche




Resenhas - Genealogia da Moral


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Sofidajaca 13/10/2024

Isso é sobre leões ou cervos? ?
Fui influenciada a ler essa obra prima, por um post no Instagram "um cervo sendo caçado em um documentário de leões e um cervo sendo caçado em um documentário de cervos". Essa reflexão me impactou e foi impossível não buscar a leitura.
Nit não errou quando disse q a moral é dominada pelos que querem dominar e que os frágeis se orgulham de serem inferiores.
Simplesmente incrível...
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Lisboa Richthofen 10/06/2024

Uma Polêmica
Este é, até agora, o texto mais fechado-em-si que li de Nietzsche. No prólogo ele fornece uma possível causa para essa conclusão: é seu trabalho mais completo por ser uma reflexão oriunda da mais remota juventude do filósofo. A origem da moralidade e do que o homem toma por bem e mal, é o tema dissertado em Genealogia da Moral.


1. Bom e mau, bom e ruim.

Nietzsche argumenta que antes do advento da moral judaico-cristã, não existia bem e mal. O bom era determinado por aqueles que detinham força; o que eles faziam e a forma como eles faziam, era o bom. O forte era o bom, e o bom era o forte. Justamente a impotência dos fracos em relação a isso, deu luz ao ressentimento e ânsia por vingança: incapazes de alcançar o poderio da nobreza aristocrática romana, o povo judeu desdenha da existência terrena (na qual eles são plebe) em prol de uma existência póstuma "superior" e transvalora o conceito de poder em algo ruim e mau. Dessa forma, cria-se a moral de escravo: "? e a impotência que não acerta contas é mudada em ?bondade?; a baixeza medrosa, em ?humildade?; a submissão àqueles que se odeia em ?obediência? [...]".
O filósofo alemão infere que os fracos só agem em concordância com essa "virtude" por não terem a força necessária para serem "maus", e tudo isso é primorosamente sumarizado no aforismo de número 14.


2. Culpa, má consciência e coisas afins.

De acordo com Nietzche, a violência e o fazer-sofrer são intimamente atrelados ao indivíduo enquanto ser humano, e a má consciência deriva da humanidade que, com o passar do tempo, recalca esse seu ímpeto por crueldade: essa crueldade que não encontra meio de se manifestar externamente, passa a ser internalizada, e com isso o homem começa a martirizar a si próprio. Conclui-se que a vontade de potência reprimida dá origem à má consciência; a busca por resposta a esse sofrimento interno descamba na religião.
Ele diz ainda que nos primórdios, as comunidades tinham grande apreço pelo esforço das gerações passadas em consolidar o sistema vigente, e atribuiam a elas o sucesso da tribo. Ao passo em que uma comunidade ascende, o sentimento de dívida para com seus ancestrais cresce; essa adoração aumenta ao ponto em que a imagem desses ancestrais se transfiguram em deuses, e a culpa (sentimento de dívida) perante esses "deuses" se torna cada vez maior. Como mostra a história, a consciência de dívida para com a divindade não se extingue após o declínio dessas formas de organização, e a humanidade recebe como herança o peso das dívidas ainda não pagas: o advento do Deus cristão, o deus máximo até agora alcançado, com seu "olhar ruim" em relação às propensões naturais do homem, trás também ao mundo o máximo de sentimento de culpa (má consciência).
Nietzche diz que, se a fim de transpor essa condição, o homem tem de ser disruptivo. Zarathustra!


3. O que significam ideais ascéticos?

É o ensaio mais longo ? compreendendo cerca de metade do livro ? e o mais complicado. A ideia central consiste basicamente na investigação do ideal ascético e na conclusão de que este é filosofia niilista, que diz "não" à vida (a vida, que é justamente tudo o que temos de factível): é filosofia do nada. Todavía, por mais que seja um ideal que encerra no nada, ainda é algo; o homem da má-consciência, martirizado por um sofrimento para o qual não encontra razão, se agarrará a qualquer doutrina que torne esse sofrimento "inteligível" e "razoável".

O ascese é o nada, mas o homem preferirá querer o nada a nada querer.
Otávio Augusto 10/06/2024minha estante
Seus comentários de Nietzsche são ótimos e acessíveis. Um dia crio coragem pra ler.




Carla.Floores 21/04/2024

Procuro respostas, encontro perguntas.
Para Nietzsche a moral no homem não passa de adestramento.
O que me leva a pensar no Anel de Giges e na música do Capital Inicial:
O que você faz quando ninguém te vê fazendo o que você queria fazer se ninguém pudesse te ver?
O homem não é bom por vontade própria, ele o é por medo do castigo. Pela culpa imputada nele através do cristianismo.
O sarcasmo de Nietzsche para como o Deus, sobretudo o deus cristão, é muito prazeroso de ler, do ponto de vista ateu.
O que entendi foi que para ele o ateísmo é liberdade.
A moral independente de dogmas é a verdadeira e pura moral.
Fazer o que é certo pelo ato em si, não por medo, influência ou ambição (vontade de poder).
O bom faz o bem o tempo todo? O ruim faz o mal? O bem é bom? Pra quem? O mal é ruim? Até onde?
Mas não medo do sofrimento, porque naturalmente, instintivamente, o homem gosta de sofrer.
É a partir do sofrer que o fortalecer acontece.
Vi também sobre a influência do casamento, da religião, do ideal ascético, dos sadios e dos enfermos.
“Estar doente é instrutivo, não temos dúvida, ainda mais instrutivo que
estar são.”
“O homem preferirá ainda querer o nada a nada querer…”
“tenho a coragem para o meu mau gosto”
“sim, quando ele se fere, esse mestre da
destruição, da autodestruição — é a própria ferida que em seguida o
faz viver...”
Regis2020 21/04/2024minha estante
Ainda não li nada de Nietzsche, mas gostei muito de sua resenha e deu vontade de começar por esse livro. ??


Carla.Floores 22/04/2024minha estante
Cuidado hein Regis, vicia.


Regis2020 22/04/2024minha estante
Pode deixar. ?




Guilherme548 09/03/2024

"'Para que existe o homem?' Eis uma pergunta sem reposta; o homem e a terra não tinham liberdade; em cada passo do destino humano ressoava este refrão: 'Em vão!'"
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Diego Santos 09/02/2024

A moral é realmente importante?
Durante a leitura deste livro acabei ficando doente, mudei de emprego, precisei correr atrás de muitas burocracias pessoais, dentre outras coisas. Isso me fez parar de ler ele por uns dias. Mas hoje vejo que se essas coisas não acontecessem, teria pausado do mesmo jeito.

Me incomoda o Nietzsche dando "xilique" em algumas passagens, e também seu modo "Dono da verdade" de falar. Porém, a crítica é muita boa. A moral e seus desdobramentos não passam de uma forma opressora de controlar massas através da "culpa" ou da "dívida." E isso ele fala muito bem.

Suas "soluções" soam um tanto atrasadas, mas pra época os conceitos eram "ok", mas para hoje de nada valem. Bom livro num todo, mas exige paciência e reflexão acerca da época em que foi escrito.
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LucasFaeru 17/01/2024

Pelo fim do absoluto
Nietzsche empreende um trabalho digno de estremecer as estruturas da filosofia moral. Aqui, comprova-se que nada é absoluto, mas tudo deriva de circunstâncias históricas. Nietzsche pega Hegel e o rasga não para destruí-lo, mas para que revele e seja compreendida a consequência última de sua história.
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Mickael 13/01/2024

Genealogia da obra
Certa vez um professor recomendou iniciar a leitura de Nietzsche por este livro. Não foi o que fiz, mas agora que li concordo com meu professor. Esta obra contém o cerne do pensamento de Nietzsche. Os preconceitos contra as mulheres também estão presentes, então é necessário essa ressalva. Outro ponto importante é o perigo da obra: é muito fácil ser mal interpretado por fascistas.
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Fernando.Lovato 04/01/2024

Crítica sólida e polêmica à moral cristã
Nietszche escreve nesse livro uma crítica aos ideais ascéticos cuja expressão máxima é o cristianismo e propõe uma moral para substituí-la. Encare o livro como uma laranja passada do ponto: possui gomos doces e gomos podres.

-- Pontos positivos:
. Na época de lançamento (final do séc 19), a obra foi corajosa e polêmica, pois ataca diretamente conceitos dados como certos e eternos.
. Excelente argumentação contra morais fundadas na metafísica
. Excelente análise filológica
. Fácil de ler. Não precisa ser filósofo de carreira para entender

-- Pontos negativos:
. Nietszche usa/bebe do conceito de darwinismo social (que é uma asneira, porém ainda era aceito na época dele). Logo, a parte que ele propõe conceitos é lixosa. Ex: propõe coisas que o Nazismo algumas décadas depois iria por em prática.
. Datado. Hoje, algumas críticas que ele propõe já foram incorporadas ao senso comum devido ao enfraquecimento religioso no séc 21. Assim, tem poucas novidades para o leitor contemporâneo. Ex: cristianismo renega a vida terrena em prol de uma aposta de vida em outro plano.
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Miquéias :) 30/07/2023

Bom, mau, ruim, bom... freudiano e bem século XIX
Meu primeiro contato com Friedich Nietzsche foi, ironicamente, com seu livro mais psicanalítico.

Em a genealogia da moral, Nietzsche questiona, em três ensaios, as origens da moral, controle e culpa que aflingem até a sociedade posterior ao filósofo.

Aqui ele busca diferenciar os termos "bom" e "mau" tal qual "bom" e "ruim", questionando os motivos sociais e morais de o termo "bom" possuir dois antônimos de significados distintos, após isso, parte para o entendimento da "culpa" e da "má-consciência", compreendendo o uso da culpa cristã como ferramenta de doutrinação moral e modelação social. Finalmente, parte para o significado dos ideias ascéticos, onde deixa transparecer, entre uma linha e outra, toda sua misoginia cristalizada e freudiana.

A tradução de Paulo César de Souza faz um trabalho muito bom em transparecer todas as informações necessárias para o entendimento do livro, mantendo sua alma e escrita agradável de Nietzsche.
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Lucas.Yoshiki 27/07/2023

Subestimei muito por sempre ver pessoas Enaltecendo Nietzsche e achei q não era nada disso, acabei quebrando a cara pq de vdd QUE LEITURA COMPLICADA. Eu pretendo futuramente ler outra vez, pois sinto q não consegui extrair ao máximo.
emanuelppolar 27/07/2023minha estante
KKKKKK todos passamos pela fase de achar nietzsche superestimado


Lucas.Yoshiki 27/07/2023minha estante
nem fala vei kskksks eu lia e ficava: "O QUE???"




CharlesSouto 22/07/2023

Fechando o ano com Nietzsche...!
Eu cito:
?Tampouco me agradam esses novos especuladores em idealismo, os antissemitas, que hoje reviram os olhos de modo cristão-ariano-homem-de-bem, e, através do abuso exasperante do mais barato meio de agitação, a afetação moral, buscam incitar o gado de chifres que há no povo?

Diria mais que atual.

?O homem preferirá ainda querer o nada a nada querer...?
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Romeu Felix 15/07/2023

Fiz o fichamento sobre esta obra, a quem interessar:
"A Genealogia da Moral" é uma obra profunda e provocativa escrita pelo filósofo alemão Friedrich Nietzsche, considerado um dos pensadores mais influentes da filosofia moderna. Publicado originalmente em 1887, o livro faz parte da coleção "Textos Filosóficos" e é uma das obras mais importantes do autor, explorando temas como moralidade, valores, ética e a natureza do bem e do mal.

A obra está dividida em três ensaios distintos, cada um examinando criticamente a evolução histórica das noções de moralidade. Nietzsche expõe sua análise incisiva das origens das concepções de "bem" e "mal" na cultura ocidental, questionando a ideia de que a moralidade é uma verdade absoluta e inquestionável. Em vez disso, o autor defende que a moralidade é um produto da cultura humana, sujeita a mudanças e influências ao longo da história.

O primeiro ensaio, "Bom e Mau, Bom e Vil", inicia a investigação com a distinção entre a moral aristocrática e a moral do ressentimento. Nietzsche aborda a origem dos conceitos de bem e mal, mostrando como valores são estabelecidos por meio de relações de poder, dominação e submissão. Ele critica o que ele chama de "moral de escravos", que teria sido desenvolvida pelos fracos e oprimidos, que ressentidos, denunciam os valores da moral dos poderosos. Nietzsche argumenta que essa moral dos escravos resultou na condenação da força e da vontade de poder em favor da humildade e da obediência.

O segundo ensaio, "Guilt, Bad Conscience and the Like", explora a ideia de culpa e consciência culpada. Nietzsche traça o desenvolvimento psicológico das emoções e conceitos morais, revelando como o sentimento de culpa emergiu como uma ferramenta para o controle social. Ele questiona o papel da religião e das instituições na manipulação das consciências individuais para promover a submissão e a obediência.

Finalmente, no terceiro ensaio, "O que Significam os Ideais Ascéticos?", Nietzsche investiga as origens do ascetismo e a vida monástica, associando-os a um desejo de negar a vida terrena em favor de uma suposta vida após a morte. Ele vê nesses ideais ascéticos uma fuga da realidade e uma negação da vontade de poder natural do ser humano.

"A Genealogia da Moral" é uma obra complexa e densa, repleta de reflexões profundas sobre a natureza humana, a moralidade e a sociedade. Nietzsche desafia as noções tradicionais de moralidade e abre espaço para uma abordagem mais perspicaz e crítica dos valores morais. Ele argumenta que a moralidade não é inerente ao ser humano, mas é moldada por forças sociais e históricas, convidando os leitores a questionar suas próprias crenças e valores.

Embora a leitura do livro seja desafiadora, o leitor é recompensado com uma compreensão profunda da filosofia de Nietzsche e uma visão perspicaz sobre a natureza da moralidade. "A Genealogia da Moral" é uma obra fundamental para estudiosos de filosofia, sociologia e psicologia, e continua a ser debatida e discutida até os dias atuais.

Em resumo, "A Genealogia da Moral" é uma obra filosófica ousada e instigante, na qual Nietzsche oferece uma crítica poderosa e incisiva sobre as bases da moral ocidental. Através de sua prosa eloquente, Nietzsche desafia os conceitos tradicionais de bem e mal, convidando-nos a reavaliar nossos valores e a refletir sobre a natureza da moralidade humana. Certamente, é uma leitura essencial para qualquer pessoa interessada em filosofia e nas questões fundamentais que permeiam a existência humana.
Por: Romeu Felix Menin Junior.
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Eduardo 12/07/2023

Vontade do nada > Nada da vontade
Publicado em 1887, o livro é composto por três ensaios interligados, nos quais Nietzsche empreende uma análise crítica da moralidade ocidental e investiga suas origens, desenvolvimento e consequências.

Nietzsche começa sua obra questionando as noções tradicionais de bem e mal, virtude e pecado, e apresenta a ideia de uma "moral dos senhores" e uma "moral dos escravos". Ele argumenta que a moralidade predominante na sociedade ocidental é baseada em uma inversão de valores, na qual as virtudes da força, coragem e nobreza são consideradas vícios, enquanto a submissão, a humildade e a obediência são enaltecidas como virtudes.

O autor investiga as raízes dessa moralidade, traçando sua origem na moralidade herdada do cristianismo, que ele vê como uma religião do ressentimento, na qual os fracos e oprimidos encontram consolo na crença de uma justiça divina que recompensará os sofredores no além-vida. Nietzsche argumenta que essa moralidade dos escravos é uma tentativa de enfraquecer e subjugar os fortes e criar uma sociedade baseada na igualdade, que ele vê como uma negação da natureza humana e uma fonte de ressentimento.

Ao longo do livro, Nietzsche examina as noções de pecado, culpa e responsabilidade moral, questionando sua validade e utilidade. Ele critica a ideia de livre-arbítrio, argumentando que nossas ações são determinadas por uma complexa interação de forças internas e externas, e que a culpa e o arrependimento são apenas ilusões que impedem o indivíduo de abraçar sua vontade de poder.

A escrita é caracterizada por sua prosa vigorosa e poética, cheia de metáforas e imagens impactantes. Seus argumentos são provocativos e desafiadores, destinados a questionar as bases morais da sociedade, ainda mais na considerando a época que a obra foi concebida.

A Genealogia da Moral é uma obra complexa e densa, que exige do leitor um bom conhecimento prévio da filosofia nietzschiana e do contexto histórico em que foi escrito, tanto é que em diversos momentos o autor indica outros trechos de suas demais obras. Além disso, como acontece com grande parte da obra de Nietzsche, suas ideias podem ser interpretadas de maneiras diversas e muitas vezes controversas, o que tem levado a diferentes correntes de pensamento e interpretações divergentes.

Uma obra filosófica desafiadora e profunda que busca desconstruir as noções tradicionais de moralidade ocidental. Com sua análise crítica e sua linguagem eloquente, Nietzsche convida os leitores a questionar suas próprias crenças e explorar as origens e implicações de seus sistemas de valores.
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Gian 25/05/2023

Em genealogia da moral Nietzsche faz uma análise das palavras bom e mau e questiona se esses conceitos não teriam sido inventados pelos que se consideram superiores e são dominantes, justamente para escravizar os mais vulneráveis...
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gaturna 28/02/2023

Um livro curto mas denso, mostrou a caminhada de conceitos e valores (moral) desde o início da civilização até o homem moderno, e como aos poucos tal homem foi adoecendo, tornando-se uma vítima da ma consciência
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