Juliette 11/05/2017
Flicts: a história de uma cor
Flicts foi o primeiro livro infantil do autor Ziraldo, lançado em 1969, época em que o mundo acabara de vivenciar um fato marcante, a ida do homem (Neil Armstrong) á Lua, algo que dá uma contextualização ainda mais forte ao livro de Ziraldo, conforme será explicado adiante.
A literatura conta a história de Flicts, uma cor diferente que busca um lugar no mundo. Flicts não está na caixa de lápis de cor, nem nas bandeiras dos países, tampouco no Arco-Íris, ela não consegue se ver em nada no mundo, além de ser rejeitada pelas demais cores por ser apenas “o frágil, feio e aflito Flicts”. Ao decorrer da leitura percebemos que a cor vai se acostumando e reconhece que "não tinha a força do Vermelho, não tinha a imensidão do Amarelo, nem a paz que tem o Azul". Então, cansada de procurar seu tom na terra, a corzinha decide subir para o céu e acaba se encontrando na Lua. Sim, na Lua. A lua não é amarela como parece ser nas noites escuras, nem vermelha, como assim parece ser em noites de lua cheia, de pertinho mesmo, a lua é Flicts.
Segundo o site Folha.com, na matéria O Homem fez história na Lua, e a Lua fez história em "Flicts", Ziraldo diz que a embaixada brasileira nos Estados Unidos presenteou o astronauta Neil Armstrong com um exemplar de Flicts, pois ninguém melhor que o primeiro homem a pisar na Lua para dizer como é sua cor. A resposta do ex-astronauta não poderia ser mais emocionante para o autor do livro: “a Lua é Flicts”, escreveu Armstrong.
Ao analisar essa obra literária, percebemos a ludicidade estampada em cada página do livro, o qual é formado por mais imagens que palavras. As folhas coloridas enchem os olhos do leitor, dando mais prazer à leitura. A criatividade é outro fator bastante percebido no desenrolar da história, inclusive esta é uma característica muito presente nas obras de Ziraldo. O autor ainda presenteia o leitor com uma mensagem de respeito e caráter, trazendo a idéia que, por mais diferente que as pessoas sejam, elas possuem seu lugar no mundo, no caso de Flicts, um lugar bem especial.
Não é a toa que este livro é uma das principais obras do autor, recebendo traduções em vários idiomas, como: italiano, inglês, francês, dinamarquês, espanhol e esperanto, além de dar origem a peças de teatro infantil.