Resenhas - Olhai os Lírios do Campo

Dani 28/11/2022

Olhai os lírios: tudo ao seu tempo
Eu comecei a ler esse livro e parei pra ler Clarissa
Eu comecei a ler esse livro e parei pra ler o tempo e o vento (ainda não terminei)
Esse mês me vi com ele em mãos pra ler em uma leitura conjunta mas acabei seguindo mais sozinha.

Acho ruim que o prefácio traga o Érico xoxando-se, eu me vi lendo tentando concordar com ele que esse livro não era lá tudo isso.
Eu acho q nada de Érico será melhor que o tempo e o vento (conheço pessoas que preferem o incidente em Antares) mas é um livro bom! Muito bom!
Tem tanta coisa que queria falar sobre ele? mas acho q mais sobre Érico, sobre a coragem de mostrar coisas tão ?modernas? num livro de 1930: uma mulher cursando medicina, vivendo a vida como ela quer, o aborto sendo falado, saúde pública, caraca tem muita coisa atual sendo discutida aqui.
Erico conseguiu retratar muito bem o Brasil dessa década (que tá querendo voltar a tendência) e mesmo parecendo um tanto inverossímil dar-nos
esperança de presente.

Maria.anamariaprof 28/11/2022

Na minha releitura achei bem mais ou menos
Já tinha lido na adolescência e tinha uma ótima lembrança dele. Mas na minha releitura achei um pouco abaixo de minhas expectativas. A segunda parte do livro é muito chatinha e não acho que todas as narrações do autor acrescentem a obra.

arqueofarias 25/11/2022

Obra maravilhosa de Veríssimo. O contexto com a revolução de 30, os dilemas da vivência médica, de amores impossíveis e uma ?lição? de como o ego, o orgulho e a ganância podem levar nossa vida a caminhos improváveis.
Temas como fascismo, política, classes sociais, modernidade e ciência são frequentemente esboçados ao decorrer da narrativa.
Leitura fluída. Muito bom.
Olívia, a melhor personagem ???

Tuts 25/11/2022

Não me agradou
Apesar de ser um dos clássicos da literatura brasileira,os quais tenho muito apreço já que li vários deles e gostei bastante,como Dom Casmurro,O Cortiço,Capitães da Areia,o Grande mentecapto,Vidas secas,dentre outros,?Olhai os lírios do campo? definitivamente não foi uma história que me agradou.

No começo eu estava achando interessante,a história tinha me chamado a atenção tanto é que estava lendo bastante rápido,mas por volta da página 100 o ritmo ficou cada vez mais lento e no final eu já não aguentava mais.

Como já falei,o livro começa bem,contando a história do nosso protagonista Eugênio de uma maneira bem interessante que você tem um certo interesse,de maneira não-linear,ou seja,alternando vários períodos de sua vida. Conhecemos também Olívia,a namorada do protagonista que sem dúvidas é a personagem mais interesante da obra pelas reflexões que ela gera. No entanto,acho que ela ficou muito preterida depois da sua morte(não é spoiler),e mal apareceu na segunda parte da história.

A conclusão que eu chego é que a narrativa perde muita força a partir da página 100,chegando a um ritmo vagarosíssimo na parte 2. Se torna uma leitura entediante,chata e sem nenhum atrativo. Além disso,a segunda parte desvia muitas vezes o foco da narrativa principal para dramas secundários e personagens extremamente irrelevantes e chatos. Alguns diálogos racistas me incomodaram também.


Apesar de eu não ter gostado da obra de forma geral,ainda tenho interesse em ler ?Incidente em Antares?,do mesmo autor, a qual só escuto falarem bem.

Jéssica 23/11/2022

Em ?Olhai os lírios do campo? Erico Verissimo narra a história intima de um homem dividido entre os caminhos da ambição e os labirintos do coração.

Ao caminhar em ambição ele mantinha adormecido o ??medo de fazer uma análise íntima, de olhar para dentro de si mesmo, pois seria cruel descobrir que a represa estava seca, ou que continha apenas mágoas, incertezas, gritos de espanto e dúvida, velhos recalques?? (pág. 65).

Ao se deixar perder-se nos labirintos complexos do coração ele descobre que ?fazer alguma coisa, não ser apenas??, isso sim é a vida (pág 273).

Dividido em duas partes, sendo a primeira delas um convite a leitura ávida e apaixonada, este romance projeta o autor nacionalmente de forma a tornar as suas palavras eternas no coração de seus leitores.

Adriana1161 23/11/2022

A vida começa todos os dias
Foi uma releitura, achei tão bom quanto da primeira vez que li. Percebi alguns clichês, mas nada que diminuísse a obra.
Fiquei impressionada com a lucidez com que o autor aborda alguns temas como antissemitismo, ditadura Getulista, fascismo, o Terceiro Reich, mesmo este último sendo contemporâneo à época em que o livro foi escrito.
Romance social, romance psicológico, com um ritmo cinematográfico.
Narrado em terceira pessoa, porém contaminado pela perspectiva de Eugênio.
Deixo aqui, o que escrevi sobre o livro, na primeira leitura:
Livro lindo, história linda, daquelas que ficam na memória, personagens que ficam colados na gente!
A primeira parte, alterna passado e presente, a vida de um adolescente um tanto ingênuo, com sentimento de inferioridade. Parece até ser um romance de formação.
A segunda parte, aborda só o presente do personagem.
Faz ótimas críticas sociais e políticas, pertinentes até os dias de hoje. Tem discussões sobre a política mundial, tratando dos acontecimentos mais efervescentes e relevantes da época.
Gostei de várias frases: "A vida começa todos os dias", "Tinha tido apenas a ilusão de viver, mas na verdade andara morto por entre os homens", "A bondade não é uma virtude passiva", "A gentileza podia melhorar o mundo"
Como todo bom clássico, é atemporal! Gostei muito!
Complementando, achei Eugênio um personagem bastante complexo, me pego pensando sobre algumas coisas que ele também pensava!
Personagens: Eugênio, Ernesto, d. Alzira, Ângelo, Olivia, Honorio, Eunice, Anamaria, Seixas, Filipe, Isabel, Dora, Simão, Castanho, Cintra, Hans e Frida Falk
Local: Porto Alegre - década de 30
@driperini

p4ndor1 22/11/2022

A crueldade do destino e a pequenez do homem diante a vida
Não existem forma nem palavras para descrever a magnitude da mensagem que esse livro passa, livro este que de singelo nao tem nada.

A escrita é profunda e reflexiva, mas não se torna maçante por conta disso, o que acaba criando uma atmosfera e um fluxo de leitura muito característico.

Veríssimo nos apresenta personagens interessantes e bem desenvolvidos em uma narrativa que, apesar de bem humorada, trás críticas necessárias para a politica vigente na epoca de sua primeira publicação.

O arco de redenção de Eugénio, o personagem principal, nos ensina sobre a importância de rever as próprias prioridades quando vivemos em uma sociedade, quando estamos cercados de outras pessoas que nos querem e que queremos bem. Mas sem sombra de dúvidas, o que mais me dói nessa história, que me tirou lágrimas e me fez ter vontade de gritar por pura euforia e indignação é o Amor da Olivia pelo Eugénio. Mesmo que esse amor nao seja evidenciado claramente por toda a primeira parte do livro, a pureza e a leveza desse sentimento é como um punhal cravado em meu peito.
O amor de Olívia se mostra em sua forma mais límpida, quando ela ama ele em silêncio e torce por sua evolução mesmo estando longe, mesmo não sendo o centro das atenções de Eugenio.
As relações familiares do personagem principal também me causa uma leve melancolia, a percepção tardia dos proprios erros e a frustração por nao poder se redimir, graças a morte e o desaparecimento do irmão, Eugénio aprende a importância das coisas da pior maneira possível.

Até os personagens secundários acabam tendo um perfil bem desenvolvido em nosso imaginário, o requinte e boa postura de Cintra, a arrogância e curiosidade da Eunice, a sabedoria e paciencia do velho Seixas. Todos os personagens tem uma personalidade bem definida e própria.

Esse livro é uma obra prima e te faz questionar boa parte do que consideramos certo ou errado

Levileu 21/11/2022

Ascenção social
Conhecemos Eugênio, uma pessoa insegura e tímida. Em sua infância foi ridicularizado por ser pobre, diante disso almejava uma ascensão social. Além disso, tudo o que tinha considerava sem valor, das roupas até o seu próprio corpo. Não se entrosava com os demais, ao invés investia todo seu tempo aos estudos. Sonhava em deixar de ser o Genoca e se tornar Dr. Eugênio Fontes. Com muito esforço, Eugênio consegue cursar Medicina. Na Faculdade conhece Olívia - única mulher da turma. (O livro deixa claro a conexão romântica entre os dois).

Entretanto, visando mais status Eugênio casa-se com Eunice - filha de um proprietário rico. Assim, começa a frequentar a alta sociedade, mas não se sente parte dela, pois observa os contrastes desse outro mundo: emoções contidas, arrogância, pessoas obstinadas pelo sucesso, que deixam o resto de lado, por exemplo, a família. Infeliz e perturbado Eugênio tenta reencontrar Olívia, porém ela está morta.

Após a morte de Olívia ele lê cartas que ela escreveu sem nunca ter enviado. Confrontado por elas Eugênio toma coragem e separa-se de Eunice - apesar de todos os inconvenientes sociais. Vai além, passa a ser um médico popular, com ideias de socializar a medicina. A memória de Olívia, nas cartas, o fortalece quando pensa nas dificuldades.

Tomei uma voadora! a mobilidade social é um fator decisivo na escolha da profissão, por isso na infância muitos almejam ser jogadores de futebol, médicos, influencer digital; a visibilidade, o dinheiro. O livro inteiro parece uma crítica ao capitalismo.

Dalton 19/11/2022

Meu livro preferido
Eu não gosto muito de literatura nacional, e fui ler esse livro porque achei o título bonito, mas me surpreendi muito.
Nas primeiras páginas já sentimentos toda a profundidade da escrita, e o misto de emoções que ela causa; confesso que chorei em cada capítulo, nunca um livro tinha me tocado de tamanha maneira, por isso é meu livro preferido e que sempre recomendo.
É um daqueles livros que muda uma vida, que desperta algo novo em você. Não quero contar detalhes sobre a trama para não estragar a experiência. LEIAM!

Miss Star Butterfly 09/11/2022

"Eles esquecem o que têm de mais humano e sacrificam o que a vida lhes oferece de melhor: as relações de criatura para criatura. De que serve construir arranha-céus se não há mais almas humanas para morar neles?
Quero que abra os olhos, Eugênio, que acordes, enquanto é tempo. Peço-te que pegues a minha Bíblia que estão na estante de livros, perto do rádio, leias apenas o sermão da Montanha (...) Os homens deviam ler e meditar este trecho, principalmente no ponto em que Jesus nos fala dos lírios do campo que nem trabalham nem fiam, e no entanto, nem Salomão em toda a sua glória jamais se vestiu como um deles.
Está claro que não devemos tomar as parábolas de Cristo ao pé da letra e ficar deitado à espera de que tudo nos caia do céu. É indispensável trabalhar, pois um mundo de criaturas passivas também seria triste e sem beleza. Precisamos, entretanto, dar um sentido humano às nossas construções. E quando o amor ao dinheiro, ao sucesso nos estiver deixando cegos, saibamos fazer pausar para olhar os lírios do Campo e as aves do céu (Pág 153)

Antes de Mussolini e de Stalin já existiam as estrelas e depois que eles tiveram passado elas ainda continuarão a brilhar (Pág 166)

Continuou a andar, olhando com esquisito prazer para as pessoas que passavam. Todas elas deviam ter os seus dramas, os seus problemas morais e materiais, as suas pequenas e grandes alegrias. Eram seres humanos. Viviam! A vida começa todos os dias. (Pág 179)

As perguntas das crianças em geral são os que nos deixam mais atrapalhados... (Pág 202)

A gentileza podia melhorar o mundo. Se os homens cultivassem a gentileza seria possível atenuar um pouco tudo quanto a vida tinha de áspero e brutal. (Pág 204)

É o mal da raça - pensou Eugênio - a mania de discutir a volúpia de vestir um escafandro e descer ao fundo de todas as coisas. Mas é que existem lagos rasos. (Pág 210)

Sempre as mesmas palavras! Comunista, socialista, fascista... como se elas tivessem algum sentido separadas dos fatos. (Pág 219)

Pois tenho lidado com essa gente toda. É claro que eles aparecem vestidos como nós, dão outros nomes, mas no fundo seus casos são semelhantes aos daquelas personagens clássicas (pag 256)

Mas um sonho deixa de ser um sonho apenas no dia em que alguém o realiza. (Pág 269)

Uma história linda e reflexiva. Uma das coisas mais admirantes é o amadurecimento do protagonista que começa a enxergar o lado humano da vida. Os temas abordados são tão atuais que poderiam ser usados para os dias de hoje.
Olivia é a chave pra tudo. É a inspiração, a paixão e a pessoa que amplia a visão de Eugênio. Uma pessoa que se foi, deixando-o completamente deprimido, porém põe marcas em sua vida. Isso é comum com muitos seres humanos, afinal, os indivíduos não estarão em nossa vida para sempre, mas os sentimentos que eles um dia despertaram irão contribuir para as experiências que formarão o desenvolvimento e evolução pessoal.
A empatia é um dos sentimentos mais trabalhados no enredo, levando em consideração que Eugênio é um médico. No início, sua profissão se baseia em ganhar dinheiro e reconhecimento, tornando-o medroso diante de algumas situações e fazendo-o falhar. Depois começa a entrar no trabalho com a mente aberta, ajudando tudo e todos, analisando suas vidas e pensando nas melhores soluções.
Certamente, uma filosofia envolve o livro, proporcionando ao leitor análises e talvez uma reflexão sobre a própria vida. É uma obra que fala sobre simplicidade, amadurecimento em qualquer idade, amor, esperança e empatia. Qualquer um que esteja procurando conforto ou luz devia tentar

Adriane 08/11/2022

?A vida começa todos os dias?
?No fim de contas, que é ele ao cabo de tanta crueldade, de tanta agitação, de tantos conflitos? Nada. Um homem medíocre que, tendo procurado o sucesso através de um casamento rico, acabou por encontrar nele apenas as mesmas inquietudes e incertezas do tempo de pobreza, a antiga e dolorosa sensação de inferioridade.? É assim que o livro começa: dividindo capítulos entre os flashbacks do passado de Eugênio Fontes, desde a infância no Rio Grande do Sul marcada pela pobreza, e do presente do rapaz, no qual tenta chegar ao hospital para ver Olívia, que estava em situação grave. Afinal, era ela quem havia tentado mostrar a Eugênio tudo aquilo que percebia agora: como o amor ao sucesso e ao dinheiro o havia deixado cego. Era ela quem lhe havia apresentado outra forma de vida. Era ela quem lhe falara dos lírios do campo. Era ela a esperança que ele não gostaria que morresse.

O ritmo acelerado do começo desacelera na metade do livro. Confesso que inicialmente não gostei muito, mas talvez não seja muita viagem relacionar isso à vida Eugênio. Ele sai do ritmo intenso de busca pelo sucesso, fechado em si, para a contemplação da realidade ao seu redor, expandindo seus horizontes e convívios de modo gradual. Aumenta também a sua compreensão sobre si e os outros.

Apesar de tocar em vários temas, diria que o conflito central do livro é entre egoísmo e altruísmo. Inclusive, o próprio autor disse em uma entrevista que Olívia nem parecia humana, tão intenso era o seu desprendimento de si. Outro ponto discutido é a crítica à indiferença da elite da época, que fecha os olhos para o fato do mundo ser um lugar desigual. A realidade dessa elite estava distante das pessoas mais pobres e do antissemitismo. O título, claramente uma referência ao Sermão da Montanha, encaixa muito bem nas cenas em que o autor critica a ambição desmedida em nome da modernização e da industrialização, que era uma mudança bem perceptível na década de 30, quando o livro fora escrito.

Esse livro alcançou tanto sucesso quando foi escrito que permitiu ao autor viver de sua literatura. Algo talvez surpreendente porque 1) a média de livros lidos no Brasil não é conhecida por ser muito alta e 2) ele passou pela censura do governo de Vargas. É com certeza um livro marcante.

?E se perguntasse a qualquer um deles: «Homem, porque trabalhas com tanta fúria durante todas as horas de Sol?» - ouviria esta resposta singular: «Para ganhar a vida». E no entanto a vida ali estava a oferecer-se toda numa gratuitidade milagrosa.?

Drika 07/11/2022

Que o mais simples fosse visto como mais importante.
Romance de Érico Veríssimo, escrito em 1930. Nesse romance vamos acompanhar a vida de Eugênio Fontes, um homem que tinha a ambição de ser rico, por sofrer complexo de inferioridade. Eugênio consegue com muita luta formar em medicina e durante o curso se apaixona por Olívia, que carregava serenidade no olhar e tinha um grande conhecimento de mundo. Olívia é um ponto chave nessa obra, é através dela e por ela que ele consegue enxergar que o simples é o que realmente traz felicidade. Porém, até q ele consiga ter essa epifania, passa por momentos de que o dinheiro e a alta sociedade é o que importa, e por esse motivo casa-se com Eunice, filha de um homem rico e por isso bem sucedida. Mimada e que com a influência na sociedade que continha, conseguiu realizar o suposto sonho de Eugênio: ser um doutor famoso. Porém com o passar do tempo, o protagonista vai percebendo que andar entre a alta sociedade , ter dinheiro e todo o conforto não o satisfaz.
Bom, através das filosofias de Olívia, o protagonista começa a fazer um mergulho no seu interior e percebe o que realmente traz felicidade e com certeza não é uma vida embasada em superfluidade. Entretanto, para chegar aqui muitas perdas foram conquistadas no caminho e, claro, não são perdas materiais ? O único problema encontrado no livro é o fato de Olívia ser quase inumana, infelizmente, é impossível um ser humano ter tamanha áurea.

Andressa 05/11/2022

O misto de emoções que esse livro desperta!
Nao costumo ler literatura nacional, mas esse livro me despertou o interesse em ler mais autores nacionais. Eugenio, o personagem protagonista do livro, nos desperta os mais diversos sentimentos : ora amor ora decepçao. Gostei muito da escrita e da história!

ana 03/11/2022

"A vida começa todos os dias."
Olhai os lírios do campo foi uma leitura super fluída para mim! O livro explora a simplicidade, a vida? nos fazendo refletir muito!! Uma história muito bonita de ser ler!
??????

Milena.Saleh 28/10/2022

Desde que ouvi falar nesse livro, no cursinho, desejei lê-lo. Erico Veríssimo é um autor prestigiado em meu estado e a temática envolvendo ambição e Medicina me chamou bastante atenção.
Sobre a estrutura, ele inicia com duas linhas do tempo, o agora e o passado, e alterna entre elas. Mais tarde no livro, ele foca no presente e intercala com passagens de acontecimentos relembrados pelo personagem, ou pequenas consultas médicas estruturadas como uma mistura de conto e crônica, uma tentativa de Erico de militar, mostrar os problemas de saúde da época. Achei que essa alternância entre estilos narrativos foi confusa e muitas vezes lia páginas achando que ainda estava no presente e não era o caso.
Sobre o enredo, Eugenio é um médico de origem muito pobre que não quer mais ser pobre. Ele tem sua paixão amorosa e laboral, e abre mão delas por status e dinheiro. E o livro é sobre o sofrimento e a ambivalência que isso desperta dentro dele. Há também muitas discussões filosóficas sobre querer salvar o mundo VS o homem não merecer/querer. E tudo se passa em Porto Alegre.
Não achei o livro artificial ou forçado, como disse o autor em uma entrevista. Me identifiquei muitas vezes e já vi muito do que há na história na vida real. E as partes médicas estão, apesar de obsoletas, todas corretas nos mínimos detalhes! Isso foi a cereja do bolo!
Recomendo a todos.