Anne.Liack 11/01/2020
Everybody cut, footloose!
Um clássico de 1984, o primeiro filme com Kevin Bacon é meu favorito. Porém o remake de 2011 trás uma versão moderna e bem aproveitada dessa história incrível e é nele que o livro se baseia.
Bem, estamos acostumados a ver livros virando filmes e não o contrário. E essa sem dúvida foi uma experiência nova pra mim. Mas, como eu realmente amo essa história, a ver sendo contada, literalmente, com palavras, não pude resisti.
E que grata novidade!!
*
Ren McCormack acabou de perder a mãe e teve que se mudar de Boston para a pequenina Bolmont para morar com os tios. Logo a cidade se apresenta para ele com seus "costumes" e leis pra lá de estranhos. À exemplo, a rígida proibição de música alta e de dança em locais públicos nas mediações da cidade, e tudo isso documentado por lei. Para Ren, um jovem que viveu na movimentada Chicago, que era aluno ativo da turma de Ginástica Olímpica do colégio, aquilo era mais que um absurdo. Para piorar a sua situação, ele acaba envolvido com Ariel Moore a filha do pastor local, uma jovem com sérios problemas de relacionamento, cujo o pai é responsável direto pela maioria das "leis loucas" em vigor.
Ainda sim, ciente de que aquilo tudo de proibição é uma loucura sem precedentes, Ren parte com os amigos nessa batalha direta com a cidade, e principalmente com o reverendo Moore, para conseguir uma moção da lei que proíbe a dança em público para que assim os jovens do último ano do Colégio Bomont possam ter seu baile de formatura. Num combate emocionante, onde ambos os lados dessa luta expões suas razões e sensibilidades (Jane Austen é você?) eles aprendem que a sua verdade nem sempre é absoluta e que sempre existe o outro lado da moeda para cada decisão que tomamos. Uma história que exala juventude, mas também maturidade e aprendizagem com grandes lições que a vida nunca deixa de nos dá não importa a idade que tenhamos, nem as perdas que enfrentamos.
*
Eu me apaixonei por essa leitura. Ela enriqueceu ainda mais a minha experiência com a história. O livro apresenta partes inéditas. Coisas que não vimos nos filmes e que tornam a história ainda mais completa. Os sentimentos, tanto do Ren quanto do Revendo Moore e até da Ariel ficam mais evidente, obviamente que com a escrita isso iria acontecer, mas para mim, eu pude ver um lado a mais na história, coisas que até mesmo eu não tinha compreendido totalmente, agora fizeram muito mais sentido (sim, eu estou falando da Ariel).
Assim como nos filme eu ainda tive problema em como o relacionamento do Ren com a Ariel se desenvolve, e no livro tive ainda mais problema (embora esse tenha sido apenas o segundo de dois problemas que eu encontrei em relação a leitura). No livro ficou ainda mais evidente o quanto o romance é rápido e sem motivação, e nem ao menos explica que a personagem é super atraente que aparenta ser o start de interesse no filme (posso ter assistido errado). O interesse do Ren pela Ariel simplesmente acontece e é muito motivador para as atitudes dele na história. Eu não gosto muito disso. Porque a personagem, pelo menos na primeira parte da história,
não se mostra ser atraente em sua personalidade (mas, cada um com suas preferências).
O outro problema que eu tive com a leitura em relação aos filmes, mas isso não é culpa de absolutamentede ninguém é que a história fala sobre... DANÇA. E não ouvir o ritmo, não ver os passos - apesar do autor ter descrito muito bem - foi um vazio na animação, sabe? E uma curiosidade foi que em todo momento de pausa na leitura a música "Footloose" gritava na minha cabeça, em todo momento, literalmente.
Mas, noutro quesito em relação a Ariel o livro foi bem mais gentil. A motivação/justificação para o seu comportamento rebelde, a sua revolta com o pai em relação à morte do irmão. Ficou tudo tão claro para mim lendo que eu consegui ser muito mais empática com ela na leitura do que nas mil vezes que já assisti as duas versões do filme. Também, a "redenção" do reverendo Moore, com uma cena extra bem emocionante
Ren pra mim é um personagem incrível, em todos os sentidos. A luta dele com a mãe, depois com Bomont, com a Ariel. As suas motivações a maioria das vezes bem justificadas, e sendo um jovem, mostrou que podemos sim ser jovens e ainda ter um incrível senso de responsabilidade, sem ser careta, sem deixar de ser jovem, sem deixar de viver a vida e de ter alegria. Que podemos motivar as pessoas, que podemos fazer a diferença com o pouco que nos é dado e quando nos é apresentada uma oportunidade... só precisamos ter coragem!
Enfim, foi mais uma feliz leitura para 2020 e que continue assim...
Everybody cut, Everybody cut,
Everybody cut, Everybody cut,
Everybody cut, Everybody cut,
Everybody cut, FOOTLOOSE!