isadora.borsato 29/05/2022
Florentino Ariza é um romântico incorrigível, inabalável e persistente no seu sonho, na sua determinação, de ao fim, independente do momento da vida, ter ao seu lado Fermina Daza. Esta, inegavelmente e, até mesmo, literalmente, é o amor de uma vida inteira, precisamente, cinquenta e três anos, sete meses e onze dias com as respectivas noites. O tempo cura tudo, mas não para Florentino, o qual esperou, esperou e esperou pela chance de uma felicidade tranquila que, infelizmente, mas também, felizmente, chegou a uma idade em que só se aguarda a morte e lhe deu o fôlego da juventude, com direito a rubor nas bochechas e mãos suadas.
Uma história de amor contrariado, resistente, impensável e quase impossível, sobrevivente de uma vida já vivida e suficiente para dar início a uma nova vida para quem já não tinha mais essa perspectiva, como era o caso de Florentino Ariza e Fermina Daza.
O amor não tem idade é uma premissa que soa tão clichê, digna de filmes e livros de fantasia romântica, mas a verdade é que Amor nos Tempos do Cólera tem por inspiração a história real dos pais do escritor, o que torna tudo ainda mais maravilhoso e nos faz ter a certeza que a arte imita a vida e faz isso muito bem.
A paciência de Florentino Ariza fez tudo valer a pena e, acredito realmente que se perguntasse a ele por quanto tempo mais estaria disposto a aguardar pelo seu amor, este responderia em tom a sério: toda a vida.