Resenhas - A Volta do Parafuso

Jardim de histórias 12/01/2024

O explicável contra o inexplicável
Um livro fascinante, com uma escrita muito elegante, que traz como pano de fundo uma hipotética história de terror vitoriano ou pós-vitoriano. O grande diferencial é o formato interpretativo com que a narrativa nos envolve, levando a história para um patamar inusitado criando um clima sobrenatural e, ao mesmo tempo, totalmente psicológico. O interessante é que pouco se sabe sobre a personagem principal, causando esse efeito interpretativo, que é muito bem construído e de fato nos faz conjecturar. 

Sem spoilers, mas, trazendo uma impressão que circunda no terror psicológico, acreditando que a personagem principal, a Governanta, após criar uma enorme expectativa deste emprego, e outros aspectos que majoritariamente faziam parte de seu interesse, contribuírem na idealização de um cenário, repleto de manipulação, imaginação e, porque não, mentiras, criando não só às figuras espectrais, mas todo o clima, para que, com isso, ela a Governanta, obtivesse o seu reconhecimento. Dentro de seu imaginário, sua superproteção era capaz de transcender a realidade, protegendo os de seu interesse, até mesmo contra forças ocultas. 

A obra conta com um posfácio explicativo altamente objetivo que contribui muito com a construção interpretativa. 

Talvez, caiba uma releitura, quem sabe, surja outra interpretação. 

A princípio, foi muito difícil fazer essa resenha, qualquer ponto ou comentário pode trazer spoiler, ou influenciar na interpretação, que, repito, é totalmente subjetiva e não tenho nenhum interesse em estragar essa experiência literária. Por isso, leiam e interpretem. 

Confesso, esse livro bugou minha cabeça!

IgorHenrique93 12/01/2024

O Parafuso pode espanar...
Término de leitura. Final incompleto, sem direcionamento de como ficou os personagens.
O papel dos fantasmas é ajudar? Ferir? Era apenas uma imaginação? O livro pode trazer uma sensação de desconforto, porque estamos acostumados com a docilidade e inocência das crianças. No romance, as crianças podem ter uma maldade e uma capacidade de retórica inimaginável, são pequenos adultos. Acho que era assim mesmo que os adultos enxergavam as crianças no século XIX e início do XX, como pequenos adultos... Não há retorno aos personagens que estão lendo a história.
No mais, é recomendável sua leitura!

Gabi 12/01/2024

Que suspense!
O livro se constrói à base do suspense e dos não ditos. O silêncio e seu mistério vão ditando a ambientação do romance. Nos reunimos para ouvir Douglas em torno da lareira com os ouvidos atentos, mas é difícil não desconfiar da narrativa em primeira pessoa da preceptora. Até o final fiquei me perguntando se seria aliada de suas palavras sem mais desconfianças... Um terror de uma sutileza ímpar.

Ronelson 10/01/2024

Leitura interessante. Entramos no jogo, juntamente com a narradora, para tentar definir entre o que é real ou imaginário.
Crianças misteriosas, e histórias de fantasmas são alguns dos temas presentes no enredo.

Pequena_bookstan 09/01/2024

Um dos livros mais ruins que eu já li
Escrita difícil de entender, uma leitura chata e cansativa, o autor poderia ter se aprofundado mais nas histórias dos personagens, e esse final então? Sem nenhuma emoção, achei muito sem graça esse livro.

carrir 07/01/2024

Esse livro me deixou completamente sem palavras pelo seu final em aberto, e após refletir muito e ler outras resenhas cheguei na conclusão que, a narrativa da governanta é a todo momento mostrada como verdade absoluta, e todos os relatos que ela da de ver aparições de fantasmas parecem muito lúcidos. na minha opinião, depois de analisar bastante, os primeiros relatos dela poderiam ser sim verdade porém ao passar do tempo ela começa a criar uma obsessão com os fantasmas e acredito que ela tenha, nesse processo, perdido um pouco da sua sanidade e delirado.

luluzito 05/01/2024

Não foi minha melhor leitura, mas não posso deixar de assumir que esse livro alugou um triplex na minha cabeça.

Victor Vale 03/01/2024

Em uma mansão no interior, isolados dos meio externo, isolados mesmo do empregador, cuidar de duas crianças pode ser mais complicado do que parece. O medo poderia levar a alucinação ou realmente havia coisas não explicadas? Poderias as crianças serem tão cândidas no começo, para depois se mostrarem tão terrivelmente manipuladoras? Seria a imaginação uma força tão grade capaz de cobrir toda a realidade com camadas e mais camadas de sonhos? Bom, no meu caso e por hora, acredito que sim, a mente prega peças. A babá cobriu tudo e todos com pinceladas emocionadas, dando a criança camadas e mais camadas de complexidade advindas de sua mente fértil, atribuindo consciências e conhecimentos que passavam apenas dentro de sua cabeça. O terror era real, tudo se basta qu…

Fernanda.Caputo 03/01/2024

Um dos livros mais diferentes que já li!
Henry James, o autor do livro, viveu entre 1846 e 1916, foi um autor do realismo e depois se dedicou a romances psicológicos, sendo A volta do parafuso, um conto de terror psicológico.

A primeira impressão que tive foi da semelhança com "Coração das Trevas", pois é a história da história que um terceiro me contou, narrada em primeira pessoa. Depois li o posfácio do livro e conta com um texto do próprio Conrad falando como James o influenciou, daí acabei entendendo a semelhança que notei lá no início!

Um grupo de pessoas está reunido e contando histórias até que Douglas conta que tem um manuscrito com a pior história de terror, que envolvia duas crianças.

A história é narrada por uma preceptora (uma governanta) inominada que é contratada por um tio para cuidar da educação e criação de uma sobrinha chamada Flora. Há um outro sobrinho, Miles, mas está em um internato. Sua única condição para a contratação é que a senhorita não o incomode de nenhuma maneira com as questões da criação desses órfãos.

Ao chegar à mansão, a preceptora logo se encanta pela beleza angelical de Flora. Logo em seguida recebe uma carta comunicando a expulsão de Miles da escola, sem que razões sejam apresentadas. Apenas consta que ele não será novamente recebido e logo ela conclui que ele era mau e prejudicial para os outros. Impressão que não se sustenta frente à beleza e inocência de ambas as crianças.

Em dado momento ela vê um homem na casa e logo descobre que era um antigo funcionário que morrera. Vê também, a antiga preceptora que também havia morrido.

O mais interessante é que a forma como o livro é narrado, em primeira pessoa, sob as impressões da preceptora, nos impede de ter uma real noção sobre o que, de fato, está acontecendo.
As crianças também veem os mortos? É algo que somente ela vê e passa a criar conjecturas? Qual o real motivo da expulsão de Miles? Flora está fugindo de quem?

O livro é nebuloso. E o final é aberto - aviso, porque terminei e fiquei "Ué, será que está faltando página?". É possível extrair diversas interpretações. Uma delas eu vi em um vídeo da @tatianafeltrin e achei bastante interessante!

Agora quero assistir a um dos filmes baseados na obra, que é "Os inocentes", filme de 1961, cujo roteiro é de Truman Capote.

OCautum 31/12/2023

Em vários momentos o livro me deixou apreensivo e ansioso, elétrico por saber o que iria acontecer. A questão da preocupação que se transfigura em obsessão da narradora é latente e muito interessante. Contudo, no geral, achei incompleto e com pontos que poderiam ser melhor trabalhados.

Michelle.Sabrina 31/12/2023

Não gostei
Definitivamente não é pra mim...rsrs
Não gostei do estilo de escrita, senti falta de profundidade nos personagens, na estória...Enfim, não gostei!

eloisabpaula 29/12/2023

Um confuso clássico
Você termina a leitura do livro como começou: sem saber o que de fato ocorreu na mansão Bly. Porque o tutor é tão relapso e distante com as crianças? Elas eram mesquinhas e mentirosas ou a tutora surtou? Como a outra governanta havia morrido? Por quem a infeliz estava de luto? O que houve com a Flora? Só a governanta via os fantasmas? Havia de fato fantasmas, ou a mulher criou essas criaturas?

Eliza.Beth 29/12/2023

Terror psicológico
Eu adorei esse livro. Aparentemente, ele não faz muito sucesso entre os leitores, mas funcionou super comigo.
Ele tem uma escrita desafiadora, personagens complexos e, na minha opinião, um suspense que prende.
Eu amei ter que ficar tentando decifrar se as coisas eram reais ou não. E amei mais ainda terminar a leitura e não ter uma conclusão.

Esse livro fala muito nas entrelinhas. Todas as possibilidades que passaram na minha cabeça faziam sentido.

Em determinado momento, eu senti até um certo incômodo, talvez um certo grau de medo. Gostei do sentimento.

Eu consigo entender as pessoas que não gostam dessa leitura, mas fico muito feliz que esse livro conversou comigo e foi uma excelente leitura em 2023.

Sammara 26/12/2023

Esperava mais...
Uma jovem aceita trabalhar na mansão Bly, em Essex, que fica nos arredores de Londres, e quem faz todos os trametes é o dono da casa e tutor das crianças.
Miles o mais velho e Flora a mais jovem ter personalidades totalmente diferentes, os pais de ambos morreram em um acidente que sofreram na Índia.
A narradora que é a governanta não é confiável desde o inicio, já que sabemos tudo pelo ponto de vista dela.
Confesso que acho que fui com muitas expectativas que ao longo da narrativa foi se perdendo e fez com que não gostasse tanto assim e achasse a narrativa sem pé nem cabeça.

CassianiMotta 26/12/2023

Longas frases, não dá pra ter uma cabeça preguiçosa
A outra volta do Parafuso, De Henry James, também teve algumas edições com o título "A Volta do Parafuso".
Imagine ter o trabalho perfeito, receber um salário para morar em uma mansão cuidando de duas crianças doces, vivendo em uma paisagem linda? Assim pareceu para a narradora de A outra volta do parafuso. Não sabemos seu nome, mas acompanhamos seus pensamentos mais íntimos ao chegar para trabalhar até começar a sentir que aquela perfeição escondia algo sombrio.
O texto começa com uma conversa, quando uma das pessoas diz que em outro dia contará uma história que recebeu da própria narradora via correio. E é aí que se inicia a história que nos faz embarcar em uma viagem junto com a governanta. Retirei na Biblioteca Pública daqui. O autor escreve frases longas que me fizeram parar para reler e absorver o que fora dito, o que não é demérito algum para essa obra atemporal. Na verdade, Henry James parece brincar com as palavras, demonstrando um domínio incomum da habilidade da escrita.