Os inocentes

Os inocentes Henry James




Resenhas - A Volta do Parafuso


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Gabriela3964 17/10/2024

Clássico!
é uma leitura clássica, então tem um ritmo diferente, ele explica bem os cenários e os personagens e a história é muito boa! mas com um português antigo eu confesso que me perdi algumas vezes e fui pegando pelo contexto o que estava acontecendo. mas eu amei! achei um livro muito bom!
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Perdida_nas_Estrelas 12/10/2024

Amei.
Um enredo envolvente e inundado de mistérios, é disso que eu gosto háhá
Tradução muito boa da Penguin (digo isso porque iniciei o livro em uma edição da Darkside e achei tão confusa, troquei e foi muito bom).
O livro se inicia com uma história a ser contada em uma lareira, e a partir da leitura dos relatos o enredo segue ininterrupto, e é em relação a isso minha única crítica negativa: no fim, o autor não volta para a cena da lareira e finaliza aquilo, parece que ele simplesmente esqueceu disso.
Pois, Henry James nos dá uma história cheia de ambiguidades, em quem acreditar? Os fantasmas de fato aparecem? Caso eles sejam fruto apenas da mente, como a governanta poderia saber sobre quem eles eram em vida?
Corri a leitura totalmente imersa nesses questionamentos e o fim me veio abrupto e rápido, e foi bom!
Uma observação: as resenhas do Skoob de pessoas que já haviam visto adaptações cinematográficas dessa obra foram negativas sobre o livro, a minha dica é para vocês dissociarem as coisas, o livro traz um terror psicológico que talvez para um filme não ficaria tão interessante e dessa maneira sempre mudam as coisas para chamar mais atenção do telespectador. Sendo assim, leiam com a mente aberta ao que é diferente.
Estou muito satisfeita com a leitura, e pretendo reler um dia!
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Cassiane.Schultz 11/10/2024

É tá bom?
Estou em uma ressaca literária pesada e esse livro não ajudou, na verdade a narração em primeira pessoa da protagonista ( meio chata) toda a ambiguidade do escritor que não da resposta alguma não era bem o que eu queria para sair de uma ressaca.

Por isso, acho meio injusto dar opiniões concreta se o livro é bom ou não, é um livro que vale a releitura em outro momento.
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Ana Barbalho 09/10/2024

Estava animada pra ler essa história, mas acabei me decepcionando.

Era mesmo pra ser lento e chato ou eu estou muito errada na minha opinião? Será que deixei passar algo brilhante que mudaria toda a trama? Será que "li errado"? (risos)

Não sei se era pra ser assim, mas é uma história curta e eu li e ouvi e parecia não acabar nunca! E que porre de protagonista.

PS: assisti a série da Mansão Bly logo em seguida e gostei das modificações que fizeram, trazendo mais contexto e motivações para a história. O penúltimo (?) capítulo com a história das irmãs Bly foi meu preferido. Tiraram leite de pedra!

#Darktona
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Bia Brito 03/10/2024

Você sairá como entrou: sem saber nada
E talvez essa tenha sido a parte mais frustrante do livro pra mim. A leitura é difícil por ser um clássico mas não chega a ser nada super rebuscado (acho os nacionais mais complicados). O autor descreve muito os cenários, até em momentos em que não importa o que está a volta. A narradora não é confiável, é volúvel e uma louca? Não sabemos. Ela faz de tudo pra ser a salvadora da pátria pensando no chefe bonitão e no fim das contas não sabemos se o que aconteceu era real, se os fantasmas existiam, porque o menino foi expulso, o que fez ele **** no final? Zerooooo respostas. Foi bom pra o clube de leitura porque gerou diversas discussões e teorias mas só isso, jamais saberemos o que realmente aconteceu.
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thali668 01/10/2024

Apesar de bastante previsível hoje em dia com toda experiência q já temos quando o assunto é suspense, o livro não perde por seus elementos e a forma como é contada a história
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Jessica1248 01/10/2024

Arrasador
A dualidade entre o real e o imaginário é o ponto central da obra. James não oferece explicações claras sobre a natureza dos fantasmas ? Peter Quint e Miss Jessel ?, e o leitor é convidado a interpretar os eventos de acordo com sua própria visão. Essa ambiguidade gera debates até hoje: seria a história uma verdadeira narrativa de horror sobrenatural, ou uma tragédia psicológica, onde a mente da governanta projeta seus medos e traumas nos eventos ao seu redor? Essa indecisão é o que torna o livro tão envolvente e duradouro na história da literatura.
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Luciana 27/09/2024

Mais um clássico
Discordo um pouco das outras resenhas e aproximo mais do que o próprio autor disse: é uma história de terror. Não achei o final tão aberto como a maioria dos leitores, apenas, novamente, é uma história do sobrenatural, sem explicação lógica e argumentativa. Como todo clássico, merece a leitura
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Daianne.sgs 24/09/2024

Leitura densa
A sinopse já sabemos do que se trata superficialmente. Uma jovem é contratada para cuidar de um casal irmão órfãos em uma mansão reclusa no interior, que aparentemente é assolada por presenças fantasmagóricas.

Detalhe a série da Netflix é completamente diferente do que tem nesse livro.

A linguagem é densa, períodos longos e muito fluxo de consciência, uso de aliteração e metáforas. Muita ambiguidade e subtexto, o leitor fica na dúvida se ela sente uma repulsa ou uma atração pela figura fantasmagórica.

Os temas abordados nessa obra são pesados , como incesto , pedofilia , abandono, obsessão e loucura, mas como se trata de uma obra do século 19 nada fica muito explícito. É tudo muito sútil, meio que sugestivo.

Não é um livro de dar medo e susto, mas levar a uma reflexão sobre sexualidade e repressão que eram comum na sociedade vitoriana.

Gostei do livro, apesar de não ser fácil de ler , porque livros assim nos tiram da nossa zona de conforto e exigem muito de nós, sendo assim na minha opinião vale muito a pena a leitura desse clássico.
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anneentrelivros 23/09/2024

A narrativa gira em torno de uma jovem preceptora que vai tutelar duas crianças órfãs em uma mansão no campo, conhecida como Mansão Bly. Tudo vai indo bem, até que a moça começa a ver pessoas estranhas na residência e daí ela começa a notar comportamentos estranhos nas duas crianças.

Em torno da narrativa, o sobrenatural é deixado de lado quando a protagonista da história trata as aparições fantasmagóricas como um evento corriqueiro, relegando a sensação de medo a uma simples sensação de que há algo errado na casa e que pode ser facilmente resolvido.

Apesar de bem escrito, o livro foge um pouco do propósito, afinal uma história de horror tem como principal objetivo assustar, causar medo, o que não acontece, uma vez que a personagem principal se mostra totalmente alheia aos eventos sobrenaturais se colocando como principal agente de proteção das crianças.

Um ponto que me chamou atenção na história é a ideia de que, talvez, a jovem preceptora apenas enlouquecera por estar isolada em uma casa no campo, onde suas principais formas de interação social é no trato com as crianças e as conversas com uma outra empregada da casa.

Essa loucura que provavelmente pode tê-la levado a induzir as crianças a agirem de formas estranhas e adoecerem, uma vez que ela insiste em dizer que as crianças viram o que ela viu e não contam porque têm medo.

Enfim, a narrativa não me convenceu e nem me assustou.
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Carla 21/09/2024

Livro bem curto, mas bem difícil de ler. Essa edição em ebook ficou em promoção no prime day por R$1,50 e teve leitura coletiva no canal "ler antes de morrer" resolvi fazer a leitura. Infelizmente, não foi uma leitura agradável, contém muitas características de ações que eram normais para época e muito fala que fica em aberto.
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Michela Wakami 15/09/2024

Surpreendente
Um livro que dificilmente você entenderá na sua primeira leitura.
Ele requer muita atenção, eu e minha companheira de leitura Cristiane, tivemos que ler e reler várias vezes algumas partes do livro durante a leitura, para conseguirmos entender o que o autor estava nos comunicando.
Principalmente o primeiro capítulo, que nos confundiu por várias vezes.

Mas vencemos e ao chegar no final da leitura, ficamos muito felizes com a nossa conquista.
Márcio_MX 15/09/2024minha estante
Muito bom quando um livro nos desafia e nos tira da zona de conforto.
Parabéns as duas.


Michela Wakami 15/09/2024minha estante
Verdade, Márcio. Obrigada!?


Vanessa.Castilhos 16/09/2024minha estante
Que bom amiga!! Parabéns p vcs!! ??


Michela Wakami 16/09/2024minha estante
Obrigada, amiga! ????


maltchik. 16/09/2024minha estante
??


Michela Wakami 16/09/2024minha estante
Vai encarar, José?


maltchik. 16/09/2024minha estante
Eu tô com medo de n gostar, mas ao mesmo tempo muito curioso pra tirar minhas próprias conclusões kk em algum momento vou encarar sim


Michela Wakami 16/09/2024minha estante
Vou aguardar ansiosa. ????




Cris SP 15/09/2024

15.09.2024
Depois dessa releitura com a Michela, o livro passou de: não gostei para gostei...kkk. As discussões foram ótimas e entendemos melhor esse livro que não vou comentar muito para não tirar essa experiência única de leitura. Apenas que se trata de uma preceptora que é recém admitida para cuidar e educar duas crianças órfãs, e o tio tutor delas, impôs apenas uma regra: não incomodá-lo.
Michela Wakami 15/09/2024minha estante
Querida, foi maravilhoso ler com você. Que experiência deliciosa! Obrigada pela companhia e que venham mais leituras como essa. ?


Cris SP 16/09/2024minha estante
Amei sua companhia também!




Carla.Parreira 14/09/2024

A Outra volta do parafuso (Henry James). É um livro que oferece diversas possibilidades de interpretação, o que o torna um desafio para os leitores e um clássico da literatura mundial. James, nascido em Nova York em 1843, passou por vários países europeus, alimentando sua paixão pela literatura antes de se estabelecer na Inglaterra. Publicado em 1898, a história começa na véspera de Natal, onde um grupo de amigos se reúne para contar histórias aterrorizantes. Um dos participantes, Douglas, menciona que conhece uma história mais assustadora e, em seguida, lê um manuscrito que revela a história de uma jovem que aceita um emprego como cuidadora de duas crianças, Flora e Miles, em uma mansão no interior da Inglaterra. As crianças, descritas como encantadoras e bem-educadas, logo se revelam envolvidas em mistérios. A jovem cuidadora recebe notícias preocupantes sobre a expulsão de Miles do colégio, e eventos paranormais começam a ocorrer, com a aparição de dois fantasmas que foram funcionários da casa. A narradora suspeita que os fantasmas têm um propósito maligno em relação às crianças, enquanto tenta entender se elas têm uma ligação oculta com esses espíritos ou se estão apenas fingindo. Enquanto a história se desenrola, a jovem se depara com situações que desafiam sua percepção da realidade e questiona a sanidade das crianças, levando à construção de uma tensão psicológica intensa. O autor habilmente provoca a dúvida sobre o que é real e o que não é, criando ambiguidades que permeiam a narrativa. Além disso, a obra discute temas como a luta entre o bem e o mal, o racional versus o irracional e a loucura versus a sanidade. A complexidade e as interpretações variadas geradas pela trama já levou a diversas adaptações, como o filme britânico "Os Inocentes", lançado em 1961, que, apesar de trazer algumas mudanças, mantém-se fiel à essência da história original. A adaptação cinematográfica de "Outra volta do parafuso" traz uma atmosfera de terror que se inicia já na música, criando um clima propício para a narrativa. A trilha sonora é um elemento crucial que auxilia na construção da tensão e na imersão do espectador no enredo sombrio. Eis um resumo mais detalhado:

No primeiro capítulo a protagonista reflete sobre suas emoções e experiências ao chegar a uma nova casa, onde será governanta de duas crianças, Flora e Miles. Ela se sente desconfortável e insegura, mas a beleza do lugar e a presença encantadora de Flora ajudam a restabelecer sua confiança. Ao se aventurar pela casa, ela começa a especular sobre o ambiente e as crianças, sentindo-se atraída e ao mesmo tempo intrigada por suas características misteriosas. Conforme os dias passam, a jovem governa, estabelecendo um laço com Flora, o que intensifica sua curiosidade sobre o estado do menino Miles, que foi expulso da escola por razões que a protagonista não entende completamente. Em um momento de apreensão, ela encontra uma correspondência que parece indicar algo sinistro envolvendo as crianças e um outro ser desconhecido que a observa. Ao compartilhar suas preocupações com a senhora Grose, a outra governanta, ela é confrontada com a resistência de sua colega em discutir os eventos passados que cercam a casa e as crianças. A tensão aumenta quando a protagonista revela ter visto um homem misterioso na torre, que parece estar relacionado a Miles, intensificando suas suspeitas e criando um clima de medo e desconfiança. As interações com as crianças se tornam mais intensas e estranhas, à medida que ela percebe que há segredos entre eles. A relação entre a governanta e Flora amadurece, mas novos mistérios e medos emergem enquanto se desenrolam os eventos que ameaçam o bem-estar da casa. A jovem é cada vez mais consumida pela ideia de que Miles pode ser um centro de estranheza e que existe um espectro de influências malignas ao redor deles. A atmosfera de suspense se intensifica, à medida que ela lida com a realidade dos eventos que se desenrolam sob seu olhar, provocando um forte conflito interno enquanto tenta proteger as crianças e descobrir a verdadeira natureza do que está acontecendo em sua nova vida. A protagonista reflete sobre sua situação, sacrificando sua própria tranquilidade em nome da proteção das crianças, Flora e Miles. A relação com a senhora Grose se intensifica enquanto a governanta busca entender os mistérios que cercam a casa e a influência do falecido patrão nas vidas dos pequenos. Na conversa reveladora, a senhora Grose confirma a natureza maligna de um homem que tinha forte influência sobre as crianças, revelando que ele era muito próximo de Miles e que essa relação era preocupante. O clima de tensão aumenta quando a governanta percebe que Flora parece ter plena consciência da presença do homem, que a estava observando. Enquanto se esforça para manter o ambiente tranquilo, a jovem sente-se cada vez mais isolada em seu temor, e suas interações com as crianças se tornam cada vez mais complexas. Um dia, Flora traz à tona a aparição de uma figura no jardim, e isso acende uma nova onda de ansiedade na governanta, que luta contra sua própria razão e os sentimentos de proteção que nutre pelas crianças. O relacionamento entre elas se torna uma dança entre realidade e as sombras que ameaçam, enquanto a protagonista se esforça para interpretar os sinais e garantir que nada interfira na inocência de Flora e Miles. No entanto, seu instinto e suas percepções a levam a uma série de encontros súbitos e alarmantes. Em uma das noites, após horas de trabalho com Flora, ela enfrenta a visão de um ser amedrontador, que a faz parar em seco no meio da escada, desafiando seu medo. A figura é reconhecida pela intensidade do olhar e pelo sentimento de reconhecimento mútuo, levando a protagonista a um estado de tensão extrema. Os dias se arrastam, e a jovem tende a ficar em constante vigília, temendo a reaparição do homem sombrio. Flora se mostra cada vez mais envolta em suas brincadeiras, alheia ao terror que assola a governanta, mas um subtexto de compreensão silenciosa passa entre elas. A governanta toma cuidado para não deixar que suas preocupações influenciem a alegria e a inocência das crianças, embora sinta que a felicidade delas pode estar ameaçada por forças que não consegue controlar.

No entanto, a serenidade de seu relacionamento com as crianças rapidamente se transforma em um labirinto de medos e realidades distorcidas. As aparições se tornam mais frequentes, e a jovem é arrastada em um ciclo de ansiedade e proteção desesperada. Após um de seus encontros, onde Flora parece ver algo que a governanta ainda não consegue identificar, a tensão entre as crianças e a governanta atinge um pico, deixando-a com um dilema moral sobre o que fazer a seguir.

As noites tornam-se cada vez mais inquietantes, e a governanta, em seu desejo de descobrir a verdade, enfrenta uma série de dilemas emocionais. A grande revelação finalmente ocorre durante um dos momentos de contemplação à noite, quando a jovem toma coragem e se dirige ao quarto onde Miles dorme, hesitando um pouco antes de abrir a porta. A atmosfera de suspense se intensifica, e a história se entrelaça com as tensões emocionais de sua nova realidade, marcada por uma luta constante entre a proteção e a revelação de uma verdade oculta que pode mudar suas vidas para sempre. O conflito interno da governanta se intensifica após sua decisão de confrontar Miles. Ao entrar no quarto onde o menino dorme, ela hesita, temendo as implicações de sua descoberta. Ele não faz um som, e a atmosfera é tensa e pesada. Sua mente oscila entre o desejo de proteção e o receio do que a verdade pode revelar. Em meio a essa dúvida, ela se recorda da figura que viu no jardim, uma presença que a atormenta e que a ligação entre aquilo que ela percebe e a inocência das crianças começa a se desvanecer.

Enquanto tenta entender a profundidade do envolvimento de Miles com forças obscuras, sua relação com a senhora Grose se torna cada vez mais essencial. A conversa entre elas revela uma desconfiança crescente e um entendimento de que as crianças podem estar em graves perigos, manipuladas por entes não-humanos em busca de continuar seus arquivos malignos. A governanta começa a observar os detalhes do comportamento dos pequenos, notando um padrão de ignorância sobre os horrores que as cercam, mas de um prazer peculiar que se transforma em uma sombra.

O relacionamento com Flora também se torna difícil, refletindo uma tensão que vai além da meramente pedagógica. Flora parece viver em um mundo de fantasia, onde as regras da realidade não se aplicam, mas o amor da governanta por ela a impede de desistir. Um dia, na hora do chá, Flora faz uma estranha pergunta que confirma as suspeitas da governanta e lança uma nova luz sobre a intrincada dinâmica entre eles. As palavras da criança ecoam em sua mente, mostrando que há segredos compartilhados, mas nunca verbalizados.

Na tentativa de discutir esses mistérios com a senhora Grose, as duas mulheres se deparam com um profundo abismo de incertezas. A conversação fica carregada de tensão ao tentarem articular uma disposição para ter essa conversa difícil sem acirrar ainda mais as desconfianças entre os criados e as crianças. Ambas reconhecem que os meninos não estão seguros e que a situação é frustrante e desgastante. A governanta, por um lado, busca respostas, enquanto a senhora Grose se apega a uma fé ingênua de que tudo será resolvido de alguma forma.

O elogio das crianças e seu ar de deslumbramento gradual, em contraste com os sentimentos rodas da governanta, cria um círculo vicioso de preocupação. Ela sente um desejo urgente de protegê-las, mas deve navegar em sua crescente paranoia e na culpa pela incapacidade de impedir os acontecimentos sombrios ao seu redor. A cada nova interação, fica mais claro que Flora e Miles compartilham segredos que eles não podem ou não querem revelar, apesar da crescente urgência da governanta em confrontar a verdade.

À medida que a tensão se intensifica, um lampejo de coragem surge dentro da governanta ao decidir confrontar Miles, perguntando-o sobre a verdade que ela supõe estar por trás de seu comportamento. O diálogo entre eles se revela uma dança delicada entre confiança e manipulação, onde o menino se recusa a fornecer respostas claras, mas deixa pistas que aumentam o desespero da governanta. O sorriso de Miles ao responder suas perguntas traz uma mistura de graça e inquietação, enquanto ela se pergunta o quanto ele realmente sabe e o que está em jogo.

Quando um desfecho esperado parece próximo, a governanta enfrenta o dilema de expor as verdades sombrias que envolvem sua custódia das crianças, enquanto as aparições ameaçadoras continuam a assombrá-la. O clima de suspense que envolve cada cena subsequente se intensifica, levando-a a formar um plano de ação que pode mudar seus destinos. A encruzilhada em que se encontra se revela cada vez mais complexa e cheia de nuances, onde a proteção dos inocentes pode exigir sacrifícios inimagináveis.

A governanta encontrou-se plenamente imersa em suas inquietações ao perceber a carga emocional que pesava sobre as crianças. Sua conversa com Miles revelava uma fragilidade complexa, onde o garoto parecia mandar mensagens ambíguas, reafirmando sua condição de inocência ao mesmo tempo em que expressava um desejo de liberdade. Ela se perguntava sobre o que realmente acontecia na escola e o que ele conhecia sobre o mundo exterior. O silêncio de Miles sobre seu passado na escola acentuava ainda mais a sensação de alienação que ela experimentava, restando apenas um vago vislumbre de esperança ao pensar em um futuro longe daquela residência carregada de sombras.

Enquanto isso, Flora continuava sendo um mistério, movendo-se entre a serenidade e uma inquietude que deixava a governanta em alerta. Sua atenção se dividiu entre o desejo de proteger ambas as crianças e a profunda ansiedade sobre o que elas realmente sabiam ou sentiam. Quando Flora desapareceu temporariamente, a tensão atingiu seu ápice, levando a governanta e a senhora Grose a uma busca frenética. A atmosfera era pesada, e o lago, que antes prometia tranquilidade, agora representava um risco iminente.

A dinâmica entre a governanta e as crianças tornou-se uma dança delicada, onde a perda da inocência se manifestava de maneiras sutis. No entanto, cada encontro com Miles e Flora parecia revelar camadas de complexidade que dificultavam a tarefa de educá-los. A impotência dela diante dos fenômenos estranhos e da presença de forças não visíveis fez com que ela ficasse cada vez mais isolada em seus pensamentos, transformando cada interação em um campo de batalha emocional.

Em um encontro inesperado, Flora revelou sentimentos que pareciam indicar uma ligação mais profunda com o sobrenatural. O reconhecimento desse vínculo levou a governanta a questionar sua própria sanidade, enquanto os segredos que habitavam a casa se tornavam quase palpáveis. A relação entre a governanta e Flora começou a se deteriorar, já que a menina se mostrava mais rebelde e, ao mesmo tempo, intransigente sobre sua relação com o tio.

O ambiente tornou-se cada vez mais opressor e a governanta percebeu que a liberdade de Miles e Flora estava ligada a algo além de seu poder. Desesperada para ajudar, ela decidiu redigir uma carta ao tio das crianças, embora temesse as consequências do que isso pudesse acarretar. Na véspera do envio, a tensão culminou em um confrontamento com Miles, onde ele, em uma rara vulnerabilidade, expressou seu desejo de escapar da situação, revelando fissuras em sua jovialidade.

Quando Flora adoeceu, a governanta ficou em estado de alerta, sentindo seu papel ameaçado e a possibilidade de perder tudo o que lutava para proteger. A saúde da menina cristalizou a urgência de agir, levando a governanta a fazer escolhas difíceis em um ambiente já permeado pela antagonia e desconexão. No entanto, a determinação de Flora em permanecer firme em seu silêncio em meio ao caos fez com que a governanta se sentisse cada vez mais impotente, como se estivesse navegando por águas turvas sem um mapa.

A busca por esclarecer os mistérios que cercavam as vidas das crianças transformou-se em uma cruzada, onde a governanta enfrentou suas próprias incertezas. No meio dessa confusão, a escolha de uma viagem para longe de Bly emergia como uma solução, mesmo que percebesse que a preservação da inocência e a salvação de Miles e Flora estivessem entrelaçadas de uma maneira que ela não conseguia compreender completamente. A pequena esperança de que uma nova oportunidade possibilitasse uma mudança na vida deles ressoava em seus pensamentos, mas a sombra da dúvida permanecia, ameaçando obscurecer seu propósito.

A governanta, em um momento de introspecção, percebeu que seus sentimentos e ações eram uma dança intricada entre esperança e angústia. Observando Miles com as mãos nos bolsos, olhando pela janela, ela sentiu que havia algo além daquela conversa superficial, uma conexão que parecia desvelar segredos ocultos. Ele, em sua inquietude, refletia um estado de espírito semelhante ao dela, o que a levou a questionar se realmente era possível que as crianças estivessem cientes de algo que ela não era. Essa ideia a consumia, e sua mente vagou para a comparação entre a situação deles e um jovem casal em um hotel, todas as inseguranças e os silêncios medidos entre compromissos e medos.

Enquanto o clima pesava sobre eles, a presença da criada ao lado reforçava um senso de tensão e não pertencimento que a governanta sentia. Por um momento, uma ideia extraordinária a assaltou: talvez não fosse ela a excluída, mas sim Miles, o qual parecia cada vez mais tomado por uma angústia palpável. A atmosfera estava carregada de emoções reprimidas, e sua insinuação de que algo estava profundamente errado pairava no ar, levando a governanta a formular teorias a respeito da influência dos fantasmas na vida das crianças. Essa sensação de observação e exclusão intensificou seu desejo de protegê-los, mesmo que um preço pessoal enorme tivesse que ser pago.

As conversas entre eles se tornaram um campo de batalha emocional, onde a governanta tentava decifrar o que se passava na mente do garoto. Ele, por sua vez, mostrava uma capacidade de esconder seus sentimentos sob uma fachada de normalidade, algo que a entristecia e a deixava em um estado constante de alerta. Neste contexto, a condição de Flora também surgiu como uma preocupação crescente, um reflexo de uma inocência perdida que a governanta temia que fosse ameaçada.

Na ausência da verdade, a governanta buscava indícios que revelassem os segredos que as crianças guardavam sobre os fantasmas. Esse desejo pela verdade tornou-se cada vez mais consumista, levando-a a se afastar de quem realmente era, enquanto se perguntava o quanto ainda podia manter sua sanidade diante das pressões. A questão não era apenas se os fantasmas eram reais, mas o que representavam e como sua presença moldava a vida dos pequenos.

A tensão culminou em um diálogo onde Miles, em seus momentos mais vulneráveis, se viu encarando as sombras do passado, levando a governanta a se questionar sobre sua própria percepção da realidade. Esses momentos de desespero e revelações começaram a se amalgamar em sua mente, criando uma linha tênue entre a proteção das crianças e o seu papel como a guardiã da moral, a identidade de alguém que aspirava a ser muito mais do que simplesmente uma governanta.

Enquanto os fantasmas continuavam a assombrar os pensamentos da governanta, a definição do que era o bem e o mal começou a se tornar nebulosa. Ela percebia que suas ações eram moldadas não apenas por um desejo de salvar as crianças, mas também pelo impulso de se proteger de um destino que a aguardava, ameaçando não apenas a vida delas, mas também a sua própria. O peso dessa luta interna refletia sua busca incessante pela verdade, levando-a a confrontar os próprios demônios que habitavam sua mente e que se tornavam cada vez mais difíceis de ignorar.

Com esses pesadelos e desejos consumindo sua vida, a governanta mergulhou mais fundo na busca por clareza, cada vez mais envolta em um redemoinho de sentimentos contraditórios que a deixavam exausta, mas determinada. A linha entre a proteção que oferecia e o controle que tentava exercer sobre a situação tornava-se cada vez mais tênue, revelando as camadas complexas de um enredo onde todos estavam presos a forças que pareciam além de seu entendimento. Assim, em meio à confusão e à dor, a governanta tentou se manter firme, mas começou a se questionar sobre até que ponto sua intervenção era realmente salutar e até que ponto ela estaria se tornando um dos fantasmas que tanto temia.

O sofrimento conformado e a desolação na figura do fantasma da senhorita Geisel evocam uma reflexão sobre a tragédia que permeia a narrativa de "A Outra Volta do Parafuso". A governanta se vê diante da responsabilidade de proteger as crianças, mas suas ações se tornam tortuosas à medida que se aprofunda na crença de que forças malignas os ameaçam. A relação entre os fantasmas e a obsessão moral da governanta gera um conflito interno, onde sua compaixão é sufocada por um amor ao dever que, paradoxalmente, a torna insensível às emoções das crianças.

Diante desse dilema, a figura da governanta se torna um reflexo daquela vontade fanática, inclinada a sacrificar a felicidade em nome do dever. As consequências de suas ações, que parecem salvar as crianças, podem, na verdade, ser uma perpetuação do mesmo mal que teme combater. A narrativa é entrelaçada com elementos de crítica à repressão dos sentimentos, onde a governanta, mesmo sem provas concretas, molda suas crenças e juízos de valor a partir de uma combinação de fé e medo que permeia sua visão de mundo.

O papel do narrador, que se posiciona como um observador astuto, contrasta com a governanta, fortalecendo a ideia de que as forças da narrativa operam através das mentes e percepções de quem habita essa história. A busca por significados e a relação do narrador com as figuras fantasmagóricas adquirem uma dimensão onde a crença não apenas influencia, mas define a experiência do que se considera real. Nesse redemoinho de interpretações, a governanta é, paradoxalmente, um agente criador e destrutivo, onde sua imaginação molda as narrativas que vive e impõe aos outros.

A complexidade da história reside em sua capacidade de provocar desconforto ao final, pois a destruição da inocência se entrelaça com a ação da governanta, cuja obstinação a leva a uma zona nebulosa entre proteção e opressão. Enquanto o leitor observa esse desenrolar, fica claro que a impressão de malignidade é reforçada pela própria condução da narrativa e pela perspectiva unilateral que a governanta representa. Essa construção revela um jogo de poder, onde a figura da governanta se transforma em um eco de forças invisíveis, perpetuando um ciclo de trauma que parece inevitável.

O envolvimento emocional do leitor também é manipulado pela postura da governanta, que se coloca entre os fantasmas e as crianças, transformando a relação de proteção em uma forma de escravidão emocional. A ausência de uma voz crítica que possa alertar as crianças sobre os fantasmas gera um espaço de vulnerabilidade, ampliando o horror ao deixar a interpretação dos eventos na mão de quem está cega pela sua própria missão. A narrativa, então, não apenas explora o sobrenatural, mas também questiona a própria natureza da humanidade, trazendo à tona a ideia de que a verdadeira monstruosidade pode estar na falta de empatia e no controle exercido por aqueles que se consideram os defensores do bem.

Cada fantasma, cada interação, revelam o tecido social e psicológico que sustenta esses encontros. A poderosa construção da crença e da imaginação, evidente na trajetória da governanta, serve como um espelho distorcido da realidade, onde o terrível e o sublime coexistem, desafiando as fronteiras entre o visível e o invisível. O modo como a história conclui, mesmo sem responder a todas as questões, revela a essência do que significa abordar o mundo dos espíritos e a complexidade das relações humanas, ressaltando a fragilidade da inocência diante de forças que não apenas a ameaçam, mas que também habitam a psique das pessoas.

Com isso, fica evidente que a essência dos fantasmas em "A Outra Volta do Parafuso" não reside apenas em sua origem sobrenatural, mas na profunda conexão que mantém com a governanta e as realidades emocionais que ela enfrenta. A tragédia emerge, então, não apenas como um aspecto da narrativa, mas como um reflexo das escolhas que fazemos e das crenças que nos guiam, desafiando-nos a reconsiderar a linha tênue entre o bem e o mal, a proteção e a opressão, a realidade e a imaginação. A complexidade do enredo nos obriga a confrontar nossas próprias crenças e a natureza das histórias que contamos sobre nós mesmos e sobre aqueles que nos cercam, revelando que as verdadeiras assombrações muitas vezes vêm de dentro, muito mais do que de fora.
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Alexandre663 12/09/2024

Tive que pular pro final
Os filmes de terror inspirados nesse livro tiram água de pedra, literalmente. Descrições extremamente detalhadas ao ponto de irritar. E a história custa a sair do lugar. Para mim foi uma decepção.
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