Natália 17/03/2023
Ri muito lendo esse livro. Muito bom.
Ah, que delícia foi ler esse livro. Eu ri e me diverti muito lendo. De narrativa extremamente fluida, Jorge Amado conta a história do boêmio e cachaceiro Quincas Berro D'água. Antes de se tornar esse malandro festeiro, Quincas Berro D'água, cujo nome de batismo é Joaquim Soares da Cunha, era um homem distinto, funcionário público e pai de família. Ao se aposentar, por volta de 50 anos, largou tudo para trás e caiu na boemia, aproveitando as noites regadas a cachaça, na companhia de seus amigos cachaceiros e prostitutas. Muito querido pelos amigos de boemia, essa nova vida de Quincas envergonhava sua família. Há duas versões para a morte de Quincas: a da família e a dos seus amigos. Ao morrer, em um quarto simples e sujo, sua família tem um certo alívio, pois agora podem lembrar-se do homem distinto que era Joaquim e ter a certeza de que Quincas não os envergonharia mais. Os amigos, no entanto, sentem saudades do companheiro de noitadas, e dizem que Quincas Berro D'água morreu no mar, conforme sempre quis.
Analisando por essa ótica, podemos observar que o livro nos apresenta, na verdade, três mortes vividas por Quincas: a primeira é a morte moral decretada pela família, humilhada perante a sociedade quando ele abandona a mulher, a filha e a carreira de funcionário público; a segunda morte é a que aconteceu na cama de seu quarto pequeno e sujo, conforme conta sua família; a terceira morte é aquela que fora desejada por Quincas, em alto mar após a tempestade, contada pelos seus amigos. Ao longo do livro, o leitor entende o porquê das duas versões da morte de Quincas Berro D'água
Recomendo muito esse livro.