Jezzy 11/11/2021
Se enxergo longe, é porque subi no ombro de um gigante
Em 1516, Thomas Morus nos apresentou a visão do que seria uma sociedade ideal, justa e saudável para um homem europeu, cristão, de posição e posses do começo do século 16. O que A Utopia nos apresenta hoje, é a chance de refletir sobre o que são a nossa vontade e opinião, e o que é direito de cada indivíduo e dever do Estado e da sociedade.
Ao descrever a fundação da nação utopiana, o seu funcionamento, a sua sociedade e a sua relação com outros povos, Thomas Morus nos leva por uma miríade inacreditável de ideias, conceitos e sentimentos.
Estão presentes as críticas a religião que se intromete nos assuntos do Estado, a burocracia que atrasa as soluções para o povo e favorece a corrupção, a ganância de latifundiários, a incapacidade dos governantes... E estão presentes já sendo reconhecidas como aquilo que de fato são: um atraso cruel e desnecessário de pensamento, que fere o indivíduo e corrói a sociedade.
Mas, está presente também a escravidão justificada, a planificação de comportamentos, o controle total do Estado para com os seus cidadãos.
A Utopia é uma leitura rápida e prazerosa. Mas é, principalmente, um ombro alto no qual subimos para avaliar o que conseguimos, o que nos falta conseguir, e no que superamos as boas expectativas do Sr. Morus.