Amanda 23/05/2021
4 estrelas
Thomas More certamente bebeu das águas da Idade Antiga, fonte de Platão, para escrever sobre sua sociedade ideal no século XVI.
Platão também pregou a existência de uma sociedade ideal, governada por reis-filósofos, basicamente, através de um governo autoritário, extremamente controlador, traçando uma análise criteriosa de cada ponto da sociedade, estabelecendo rígidas leis e formas de conduta.
More, por sua vez, idealiza uma república e apresenta sua sociedade ideal (utópica), discutindo, tópico a tópico, vários pontos relevantes à constituição de uma sociedade, analisando, entre outros, além do aspecto religioso, temas como o bem comum, a divisão do trabalho e a propriedade privada (ou, no caso, a ausência dela).
O autor demonstra como seria aplicável uma sociedade sem propriedade privada e sem intolerância religiosa, na qual a razão é o critério para estabelecer condutas sociais e não o autoritarismo do Rei ou da Igreja (em sua época representados por Henrique VIII, chefe de Estado e da Igreja Anglicana inglesa)
Além disto, trabalha a divisão dos bens entre todos, ao invés da concentração das riquezas, por acredite que isso garantiria a abundância.
Ainda, quanto à divisão do trabalho, aponta que todos deveriam trabalhar apenas o necessário para garantir o bem geral.