Um retrato do artista quando jovem

Um retrato do artista quando jovem James Joyce




Resenhas - Retrato do Artista Quando Jovem


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marcolino451 17/08/2020

Um retrato do artista quando jovem
No livro acompanhamos parte da infância e juventude do jovem Stephen Dedalus; o seu desenvolvimento intelectual e artístico.

Não foi uma leitura fácil, sem dúvidas, a forma como o Joyce estrutura a narrativa e a escrita dificultou um pouco no início, mas depois percebi que é isso que, dentre outras coisas, dá ao livro o prestígio que tem. Nas notas ao final do livro fala que ele brinca com a mudança da terceira pessoa para a primeira, quando o narrador dá ao protagonista sua "vez" de falar. Dá para se perder muitas vezes por conta disso; muitas vezes me peguei percebendo essa mudança depois de ela ter acontecido à muitas paginas atrás. Mas dá para se acostumar e acabei achando meio que "divertido".

Religiosidade, fé, pecado, inferno, são temas presentes por todo o livro. Na verdade entram no cerne da história, pois essas coisas moldam a vida do Stephen. É o fio que guia a narrativa na evolução artística do protagonista. E o acompanhar dessa evolução/criação do ser artista eu achei fenomenal. Há passagens onde acompanhamos a criação de um poema, todo o extase, todo o sentimento necessário é passado para quem lê, achei isso incrível.

O livro não recebeu 5 estrelas por conta de duas coisas que acho é atribuído mais à mim e a minha experiência com a leitura do que culpa da obra: 1) o capítulo central foi bastante complicado de se passar, não por conta da escrita, mas porque ficava dando rodeios no mesmo tema, e foram rodeios extensos. Isso quebrou bastante meu ritmo de leitura, que graças foi retomado nos capítulos posteriores. Mas entendo que esse capítulo ser colocado ali e ele existir é completamente plausível para a história; 2) esse ponto é somente "culpa" minha, é um livro que eu tenho certeza que não apreendi tudo que ele tinha a me oferecer, com certeza revisitarei a obra. Acho que me falta mais experiência e estudo. E aqui um trecho do livro que resume bem minha situação "Disse que tenho uma mente estranha e que lia demais. Não é verdade. Leio pouco e entendo menos".

Olhando para toda a "jornada" da leitura, das coisas que senti lendo, da obra como um todo, foi um belo livro de se ler. Recomendo fortemente.
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Cinara... 15/02/2020

"Como era bonito! Ah! E como era triste! Que bonitas que ficavam as palavras quando diziam: Sepultem-me no claustro da abadia! Um tremor correu-lhe pelo corpo todo. Que triste e quão bonito seria! Sentia vontade de chorar, mas não por si mesmo: O sino! O sino! Adeus! Oh! Adeus para sempre!"

Maravilhoso, o inferno mais terrível de todos!
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umafacasolamina 11/02/2020

null
stephen dedalus = eu
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luizguilherme.puga 10/02/2020

Leitura Difícil
Na minha opinião o livro se destaca mais pela forma do que pelo conteúdo. O enredo é relativamente simples e conta a infância, adolescência e início da fase adulta de Stephen Dedalus (alter ego do autor), sua relação com a família, amigos, internato e religião, assim como os questionamentos acerca disso tudo conforme ele vai crescendo. A leitura é difícil, as vezes pouca fluída e abusa do fluxo de consciência e discurso indireto.
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EduardoCDias 07/01/2020

Decepcionante
O livro é maçante e arrastado. Muito apoiado em culpas, pecado e religião. Tem trechos bons, mas no geral é chato. Como estou querendo encarar Ulysses esse ano, fiquei um pouco preocupado.
Marlo R. R. López 18/02/2020minha estante
'Ulysses' é tudo o que tem nesse livro vezes mil, elevado à décima potência.




Comenta Livros 14/10/2019

Um livro que não me encantou
Difícil terminar, não gostei da história, mas o comentário completo já está no blog.

site: http://comentalivros.com/retrato-do-artista-quando-jovem-james-joyce/
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Karamaru 11/10/2019

O DESPERTAR
É inegável a capacidade de James Joyce em subverter a linguagem para um estado de consciência. Isso pode ser comprovado com a leitura do “Retrato do artista quando jovem”, mas será assaz enriquecido, por certo, com a leitura de outras obras do autor. Mas é aqui, em o “Retrato...” que o escritor irlandês lança sua pedra fundamental.

Stephen Dedalus (SD), protagonista do romance, é um jovem irlandês, tímido e inteligente, que está se mudando para um colégio interno. As primeiras páginas do livro se encarregarão de mostrar ao leitor essa nova realidade: o cotidiano escolar, as amizades, os dissabores próprios da pré-adolescência e a formação de uma consciência.

Todas essas mudanças vão sendo habilmente talhadas por Joyce no plano do conteúdo e da linguagem, e, neste, as alterações nem sempre são tão perceptíveis, mas estão lá, seja pelo vocabulário mais refinado, seja pela sintaxe mais trabalhada que expressam o interior labiríntico da personagem, a procura de SD pelo seu eu e pelo seu lugar no mundo.

Há trechos memoráveis que, por si só, renderiam ótimas análises e discussões, como a cena da ceia de Natal, após as primeiras férias de SD, e o terrível sermão do padre Arnall sobre o inferno. É precisar aguçar o olhar – Joyce não joga com o óbvio. Neste último excerto, por exemplo, para intensificar o horror do inferno, o pároco, já com o plateia hipnotizada, vai se afastando do relato bíblico. Lances que só os mestres fazem.
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Maitê 23/09/2019

Preciso ler esse livro ainda muitas vezes antes de escrever uma resenha coerente.
Só posso dizer que é um livro único, apesar de em alguns momentos me lembrar Proust, mas Joyce não é igual a ninguém, e seu personagem se desenvolve de uma maneira que eu ainda estou tentando elaborar.
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Gustavo Simas 19/08/2019

Uma pseudo-autobiografia parcial
James Joyce não é fácil de se entender.
Autor de uma das obras consideradas mais difíceis de se ler de todos os tempos ("Ulisses" - ou "Ulysses"), o autor narra aqui em Retrato do Artista Quando Jovem as desventuras de Stephen Dedalus, um possível heterônimo seu. Os diferentes atos/segmentos do livro são evidentes:

- O início é infantil e ingênuo, carrega um tom despreocupado e marrento; livre e cartunesco. Stephen criança brinca com os desafios que surgem, faz das laranjas limonada, e aprende de tudo um pouco, e um pouco de tudo.

- A puberdade/pré-adolescência marca o início da ascendência dos desejos e do contato com o espiritual, com a Igreja, com os indivíduos diáfanos do clero religioso. O legal é perceber que as obrigatoriedades e demandas da juventude no início do século XX são muito semelhantes às de hoje.

- O jovem adulto Dedalus monologa sobre questões filosóficas, sobre metafísica, sobre a sua vida, e a vida de outrem. E encerra seu "diário" com uma das melhores frases de encerramento que já li.

No entanto tais divisões não são claras e bem definidas. Joyce constrói capítulos longos, com parágrafos extensos, frases compridas. Todo a narrativa se conecta, e noção de tempo é fosca. Sendo assim, é impreciso datar bem as ações. O que dificulta e também deixa mais fantástica a leitura.


P.S.: fui atraído por essa obra ao ter lido um livro de poesias do Manoel de Barros, "Retrato do Artista Quando Coisa" o que, por sinal, também é muito bom, sendo inspirado bastante no linguajar infantil da primeira parte desta obra de Joyce.











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Sílvia 26/11/2018

Interessante
O primeiro romance de Joyce é um texto sobre a formação do herói, aliás, artista. E no caso, ele mesmo.
Vai desde o início de sua formação escolar, num colégio jesuíta, passa pelo triste começo da falência da família, e conclui com o pensamento em fugir de tudo: da família, da igreja, da Irlanda.
Muito bom os discursos religiosos sobre a danação e os resumos dele para os colegas sobre questões artísticas.
Confesso que não sou fã do autor. Mas o livro conseguiu me conquistar. Não é tão badalado como Ulisses e Finnegans, mas é, talvez por sua aparente singeleza, cativante. Sempre gosto do modo empático com o qual acompanhamos o desenvolvimento do herói. E nesse caso, a empatia foi maior por conta dos problemas financeiros. Triste saber que o autor também desenvolveu alcoolismo como o pai.
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Leila de Carvalho e Gonçalves 12/07/2018

Romance de Formação
James Joyce é um escritor genial, porém difícil. Mais citado do que lido, infelizmente, são poucos que se atrevem a conhecer sua obra. De fato, "Finnigans Wake", apesar de ser um marco da literatura experimental, beira o incompreensível, mas existem outras opções mais acessíveis que permitem descobrir que esse beberrão irlandês também é engraçado, zombeteiro , safado e, sobretudo, humano.

Um bom exemplo é seu primeiro romance: Um Retrato de um Artista Quando Jovem. Nele, suas experiências literárias começavam a ganhar forma, portanto, são mais digeríveis. Porém, não desanime, se mesmo assim não entender uma ou outro trecho durante a leitura, siga em frente, pois você terá bons motivos para rir e se emocionar.

Dividido em cinco capítulos e com fortes traços autobiográficos, o romance apresenta passo a passo o amadurecimento intelectual e artístico de Stephen Dedalus desde muito pequeno até a mocidade e, curiosamente, começa com uma estrutura que faz lembrar um conto infantil:

"Era uma vez e uma vez muito boa mesmo uma vaquinha-mu que vinha andando pela estrada e a vaquinha-mu que vinha andando pela estrada encontrou um garotinho engrachadinho chamado bebê tico-taco."

Para quem quiser entender a trajetória da personagem, basta decifrar seu nome. "St. Stephen" foi o primeiro mártir cristão e Dédalo projetou e construiu o labirinto do Minotauro, contudo, após se desentender com o Rei Minos, acabou preso na sua própria invenção e para escapar, precisou fazer asas com cera e penas.

Pois essa também é a história de um menino católico, cheio de culpas e arrependimentos, criado para ser jesuíta e que ousou alçar vôo, traçando seu destino. Tornou-se um artista herético e libertário, capaz de muito jovem conceber uma teoria estética que nada mais é do que os fundamentos da obra de Joyce.

"... Você me perguntou o que eu farei e o que eu não farei. Eu lhe direi o que farei e o que não farei. Não servirei àquilo em que não acredito mais, quer isso se chame minha família, minha terra natal ou minha Igreja; e procurarei me expressar por meio de uma certa forma de vida ou de arte tão livremente quanto possa e tão totalmente quanto possa, usando em minha defesa as únicas armas que me permito usar: o silêncio, o exílio e a astúcia."


Nota: Stephen reaparece em "Ulisses", o próximo romance do autor.
ThiagoFermorais 12/11/2018minha estante
To lendo e adorando !


Leila de Carvalho e Gonçalves 12/11/2018minha estante
Muito bom, nao é?




Leila de Carvalho e Gonçalves 12/07/2018

Romance De Formação
James Joyce é um escritor genial, porém difícil. Mais citado do que lido, infelizmente, são poucos que se atrevem a conhecer sua obra. De fato, "Finnigans Wake", apesar de ser um marco da literatura experimental, beira o incompreensível, mas existem outras opções mais acessíveis que permitem descobrir que esse beberrão irlandês também é engraçado, zombeteiro , safado e, sobretudo, humano.

Um bom exemplo é seu primeiro romance: Um Retrato de um Artista Quando Jovem. Nele, suas experiências literárias começavam a ganhar forma, portanto, são mais digeríveis. Porém, não desanime, se mesmo assim não entender uma ou outro trecho durante a leitura, siga em frente, pois você terá bons motivos para rir e se emocionar.

Dividido em cinco capítulos e com fortes traços autobiográficos, o romance apresenta passo a passo o amadurecimento intelectual e artístico de Stephen Dedalus desde muito pequeno até a mocidade e, curiosamente, começa com uma estrutura que faz lembrar um conto infantil:

"Era uma vez e uma vez muito boa mesmo uma vaquinha-mu que vinha andando pela estrada e a vaquinha-mu que vinha andando pela estrada encontrou um garotinho engrachadinho chamado bebê tico-taco."

Para quem quiser entender a trajetória da personagem, basta decifrar seu nome. "St. Stephen" foi o primeiro mártir cristão e Dédalo projetou e construiu o labirinto do Minotauro, contudo, após se desentender com o Rei Minos, acabou preso na sua própria invenção e para escapar, precisou fazer asas com cera e penas.

Pois essa também é a história de um menino católico, cheio de culpas e arrependimentos, criado para ser jesuíta e que ousou alçar vôo, traçando seu destino. Tornou-se um artista herético e libertário, capaz de muito jovem conceber uma teoria estética que nada mais é do que os fundamentos da obra de Joyce.

"... Você me perguntou o que eu farei e o que eu não farei. Eu lhe direi o que farei e o que não farei. Não servirei àquilo em que não acredito mais, quer isso se chame minha família, minha terra natal ou minha Igreja; e procurarei me expressar por meio de uma certa forma de vida ou de arte tão livremente quanto possa e tão totalmente quanto possa, usando em minha defesa as únicas armas que me permito usar: o silêncio, o exílio e a astúcia."


Nota: Stephen reaparece em "Ulisses", o próximo romance do autor.
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Lili 01/04/2018

Retrato do Artista quando Jovem
Eu comecei a ler este livro como uma espécie de introdução a James Joyce, já que pretendia ler Ulisses. Lá se vai mais de um ano e quase terminei Ulisses antes dele. Não, ele não é mais difícil. Mas algo me travava, e eu não entendo totalmente o que é, mas quase.

Este livro me apresentou a uma técnica de escrita chamada fluxo de consciência, muito usada por James Joyce também em Ulisses. Aqui o texto é bem mais amigável e compreensível do que em Ulisses, mas já começam as dificuldades. O fluxo de consciência é a expressão fiel do pensamento humano. E você já parou pra escutar seus pensamentos por uns minutos? É a loucura, minha gente. As coisas vão passando em uma velocidade vertiginosa e não fazem sentido algum. O escritor que consegue transpor isso para o papel já merece os louros apenas por isso. Mas Joyce vai além.

O livro é dividido em cinco capítulos. Eu os nomeei zombeteiramente assim:

1. Infância
2. Pré-adolescência e adolescência
3. Um tratado sobre o inferno e as penas eternas
4. Um tratado sobre a culpa católica e o começo da liberdade
5. Vida propriamente dita

Foi desta maneira que eu enxerguei a vida de Dedalus - que é, por acaso, a vida de Joyce. Achei genial como cada fase não foi somente narrada, mas você conseguia perceber o estágio da vida pela forma como se dava a narração; pela linguagem utilizada. Isso é fantástico. Meu capítulo preferido foi, de longe, o primeiro. A infância de Dedalus foi bonita e complicada, e isso foi magnificamente retratado no livro.

Não consegui absorver tudo o que o livro tem para oferecer. Isso porque o fluxo de consciência me faz ter minha própria ~viagem~, então tenho uma grande dificuldade de concentração quando leio esse estilo. E foi isso também que me fez demorar pouco mais de um ano entre a primeira vez que abri este livro e a conclusão. Mas não posso deixar de dizer que o livro é genial, assim como seu escritor.

Recomendo? Não sei. Ler James Joyce para mim é um desafio. Para outros pode não ser tão difícil... Mas o que posso garantir é que você evoluirá como leitor se encarar esta jornada.
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Bel1412 30/01/2018

Um plácido rio deslizante que não nos leva a lugar algum.
"Sinto-me bombardeada e salpicada por miríades de balas minúsculas, mas não se recebe uma ferida mortal na cara", isso foi o que escreveu Virgínia Woolf em seu diário durante a sua leitura de Ulisses, do mesmo autor, o irlandês modernista James Augustine Aloysius Joyce. Mas também aqui é totalmente cabível com a minha impressão. Há sim muitos tópicos interessantes no livro, como a violenta educação nos internatos jesuítas daquela época e a paranoia inculcada pela Igreja sobre o conceito de pecado e punição. Por conta disso, o livro interessou-me até a negação e libertação de Dedalus dos grilhões religiosos. Mas só até ai. (E aquela parte do sermão do padre sorveu todas as minhas forças). A narrativa do livro é suntuosa e vai se sofisticando ao longo da evolução da personagem. O que é bem interessante. Mas, atrás dessa escrita tão reluzente quanto um plácido rio deslizante, a essência do romance é difusa, impalpável. Acho que o principal defeito de Joyce aqui é que não há equilíbrio entre o pensamento e a ação, como o encontramos em Cem anos de Solidão, do Gabriel Marques, ou no Lobo da Estepe, de Hesse.
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