Nove ensaios dantescos & A memória de Shakespeare

Nove ensaios dantescos & A memória de Shakespeare Jorge Luis Borges




Resenhas - Nove Ensaios Dantescos & a Memória de Shakespeare


7 encontrados | exibindo 1 a 7


Chandler_bing 10/03/2024

"Uma obra infinita"
Borges traz pensamentos e reflexões interessantíssimos sobre a Comédia que eu nunca teria tido por mim mesmo.
Dos ensaios dantescos, o meu favorito sem dúvidas é o "Simurgh e a águia" com seus pensamentos sobre o infinito e a formação das coisas.
Os contos do final do livro também são interessantes. Eles integrariam numa coletânea planejada por Borges que, infelizmente, não foi concluída devido à morte do autor.
Ler Borges é uma experiência única e muito prazerosa que eu recomendo a todos. Mal posso esperar para continuar lendo esse autor extraordinário!
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Paulo 22/07/2023

Borges é Borges
Uma leitura breve, entre nove textos sobre a obra de Dante que me fizeram querer gritar de tão bons, e um punhadinho de contos que demonstram porque Borges é um mestre
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olivromefisgou 16/07/2023

Primeiro livro que leio do mestre argentino. Posso resumir o estilo em dois adjetivos: uma clareza ímpar e uma erudição sem tamanho. Já quero ler tudo q ele escreveu.
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Alyne.Queiroz 16/10/2022

Bom
Adorei a leitura, principalmente da segunda parte que são contos com o tema "Shakespeare", e gostei mais por ter conseguido entender quase tudo, o que não estava acontecendo muito com outro livro de Borges, Ficções, que também estou lendo, a primeira parte sobre a obra de Dante também foi bem difícil, era pra ser uma ajuda pra ler "A Comédia" mas não ajudou muito
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João Ks 21/06/2022

Nove ensaios dantescos & a Memória de Shakespeare – Jorge Luis Borges.

O inventário crítico acerca da Comédia só faz crescer e crescer; é como se o fermento universal que impulsiona a grandeza do poema de Dante fosse uma dessas chamas inextinguíveis encontradas no Inferno, ou, melhor dizendo, um desses pontos luminosos inapreensíveis que habita o Paraíso.

E é precisamente por ser inextinguível e inapreensível, que esse motor que anima a dimensão estética e filosófica da obra sempre nos encoraja a novas pesquisas, a novas leituras e a novas abordagens sobre o poema.

É claro que às vezes muito se escreve e nada se diz; ou, ainda, pode-se verificar que muita coisa escrita a respeito da Comédia não passa de mera repetição daquilo que velhos comentadores já revelaram, ou, quando menos, pode-se tratar de pura reciclagem da fortuna crítica existente.

Certamente não é o que se dá com os “nove ensaios dantescos” da lavra do escritor argentino Jorge Luis Borges.

São ensaios surpreendentemente curtos, mas grandes o suficiente nas revelações que oferecem e nas propostas interpretativas que apresentam.

O olhar acurado de Borges, familiarizado desde há muito com o poema, não deixa pedra sobre pedra ao descortinar as camadas que compõem as cenas e os personagens do poema.

Os nove ensaios transitam por episódios do Inferno, do Purgatório e do Paraíso, mas sobretudos daquele primeiro, certamente em razão do maior impacto imagético e afetivo que o Inferno tem sobre o leitor da Comédia.

No ensaio “O nobre castelo do Canto IV”, Borges aponta para a impressão terrível deixada pelo “Nobre Castelo”, isto é, pelo local iluminado onde jazem as almas dos virtuosos da Antiguidade. Isso porque o lugar conteria uma contradição angustiante: embora visualmente se confunda com os próprios Campos Elíseos - em beleza e sossego - o Limbo dos pagãos virtuosos carrega o traço da desesperança, da monotonia e do vazio; Segundo Borges, “Dante não podia, indo contra a fé, salvar seus heróis; pensou-os num Inferno negativo, [...] e se apiedou do seu misterioso destino”.

No “O falso problema de Ugolino” Borges afirma que, de certo modo, é inócuo o debate obstinado da crítica literária em torno da questão de saber se Ugolino della Gherardesca - quando trancafiado com seus filhos e netos na prisão da torre - se alimentou destes depois de mortos. Para o ensaísta, o horror da cena está mais na simples cogitação, na simples suspeita, na mera suposição, e menos na afirmação categórica de que o fato aconteceu; e essa teria sido a intenção do poeta: semear a “ondulante imprecisão” acerca do tema.

Em “A última viagem de Ulisses”, a argúcia do ensaísta alcança seu ponto alto. O paralelo proposto pelo autor entre a viagem de Ulisses e o empreendimento literário de Dante, e, de resto, entre a viagem de Ulisses e a sanha ontológica de Ahab em direção à inescrutável baleia branca, em Moby Dick, é formidável.

Em “O carrasco piedoso”, Borges destrincha o embate interno que deve ter fustigado Dante ao desenhar a imagem de Francesca da Rimini no segundo círculo do Inferno; por um lado, a personagem emblemática de Francesca inspira piedade, tristeza, compaixão e máxima empatia; por outro lado, dada a proposta moral e pedagógica do poema (“retirar os homens do estado de pecado e conduzi-los ao estado de felicidade”), o seu pecado (adultério) sem arrependimento impõe a mais estrita punição.

No ensaio “Dante e os visionários anglo-saxões” há uma sugestiva aproximação entre o poema de Dante e algumas fábulas da antiga Inglaterra; não seria espantoso supor que tais histórias tivessem, de fato, influenciado Dante, dada a semelhança entre os acontecimentos relatados; todavia, para Borges, mais importante que isso, é ter presente a dimensão de que as semelhanças nascem, antes, do espírito da época, e menos da influência direta que umas obras têm sobre outras. Para Borges: “Um grande livro como a Divina Comédia não é o capricho isolado ou casual de um indivíduo; muitos homens e muitas gerações convergiram para ele”.

Em “Purgatório, I, 13” o autor propõe alguns exemplos de versos que jogam de maneira espantosa com as palavras, remetendo a um continuum imagético.

Em “O último sorriso de Beatriz” fica patente o descontentamento do Borges-leitor, do Borges-humano, com a união fugaz e escorregadia entre Dante e Beatriz no Paraíso. Diz o ensaísta: “Daí as circunstâncias atrozes, tanto mais infernais, obviamente, por transcorrerem no empíreo: o desaparecimento de Beatriz, o ancião que ocupa seu lugar, a brusca elevação de Beatriz à Rosa, a fugacidade do sorriso e do olhar, o desvio eterno do rosto”.

O livro ainda conta com outros dois ensaios: “O simurgh e a águia” e “O encontro num sonho”, completando assim nove ensaios.

De resto, a coletânea de texto nos presenteia com quatro contos de Borges, esse escritor fantástico, esse escritor dos sonhos.
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Ale 30/01/2016

Genial!
Os ensaios dantescos me deu uma vontade arrebatadora de reler A Divina Comédia. Borges instrui e esclarece pontos obscuros, se apoiando em diversos outros estudos sobre a obra de Dante. Ele meio que me deu uma aula sobre um dos livros mais famosos da literatura mundial. Ele usa de um labirinto de metáforas, instiga a ler ou reler e olhar de várias maneiras diferentes a grande obra. Mostra como Dante foi tão magistral que existem várias coberturas e esconderijos secretos nas entrelinhas.
A tradução que li na minha adolescência confesso que não foi das melhores, por isso estou pesquisando e escolhendo qual seria a melhor tradução. Se alguém tiver alguma dica de alguma edição, deixe nos comentários.

Em seguida vem “A memória de Shakespeare” e mais três contos fantásticos e originais.
Quatro contos perfeitos.
“O outro”, do Livro de areia, de outra e mais complexa perspectiva. Ainda em outro caso de obsessão está o conto “25 de agosto de 1983”, onde Borges encontra a si mesmo, envelhecido, em um quarto de hotel.
Não sei se amei apenas porque eu sou fascinado por sonhos ou são textos brilhantes, povoados de lirismo, finas ironias e enredos extremamente originais.
Parece impossível definir Borges em apenas uma palavra, genial.
O início do segundo conto, "tigres azuis", me fez refletir o belo e o fantástico.
"a rosa de Paracelso" é uma bela lição sobre o valor das coisas. E "a memória de Shakespeare" é uma história que mostra o quanto Borges era mais sabido do que todos os neurologistas juntos, quando o assunto é a memória. Um conto brilhante, como todos os outros.
O conjunto formaria com algumas histórias não escritas um novo livro de contos, inacabado com a morte do autor em 1986.
Foi o primeiro livro que li de Borges, que pena que descobri tardiamente esse louco magnífico.
ÁS vezes ficava procurando distopias americanas e europeias, contos fantásticos do primeiro mundo e um argentino coloca a maioria no bolso em matéria de originalidade e frescor.
Todo mundo fala de Gabriel Gárcia Márquez e José Saramago, que nada sou mais o Borges.
Já estou lendo o Aleph e já coloco Jorge Luis Borges como um dos meus escritores favoritos.

site: http://www.marcellivros.com.br/2016/01/nove-ensaios-dantescos-memoria-de.html
SinAsio.Barreto 24/05/2017minha estante
Você é Marcel Aoki? Marcel Aoki, começo a entender a sua frustração. Te zoei muito quando vc era criança, não é? O seu sonho naquela época, com um bom Bambi, era ser enrabado e nunca conseguiu! Afinal eu sou hetero e não me envolvo com viados! Agora tens outro sonho....ser esmurrado por mim!! Cara, você é uma vergonha para aquela vadia da sua mãe! Se tornou um viado frustrado! Tem pai, sabe o nome dele? Não deve ter, pois se tivesse, teria postura de homem. Faz ameaças por internet, depois se borra de medo! Desfez o perfil no Face e no Google! Que orgulho mamãe!! Poucas vezes conheci um ser humano tão covarde! Seu lixo! Vagabundo! Viado! Ah! Você é tão cagão que disse que morava em Florianópolis....KKKKKKK No seu perfil do Google está como morador de São Paulo!!!!! KKKKKKK Você é uma menina!!! Mora onde? Em qual favela da Zona Sul você mora, seu escroto!!! A sua batata assou Bambi!!!




Marcelo Souza 04/06/2012

A memória de Borges
O livro é muito bem escrito, o que é uma coisa óbvia, em se tratando do grande escritor argentino. A parte final, que traz quatro contos, sob o título de um deles, "a memória de Shakespeare", posso comentar de forma mais ampla. Pra variar, são textos brilhantes, povoados de lirismo, finas ironias e enredos extremamente originais. Na verdade, parece repetitivo, mas é isso: Borges era (e é) um gênio.

A maneira como ele brinca com a própria identidade no primeiro conto, que tem uma data como título, "25 de agosto de 1983", é fora-de-série. O início do segundo conto, "tigres azuis", me fez refletir sobre a sobrevivência dos arquétipos. É um belo conto fantástico, no melhor estilo Borges. "a rosa de Paracelso" é uma bela lição sobre o valor das coisas. E "a memória de Shakespeare" é uma história que mostra o quanto Borges era mais sabido do que todos os neurologistas juntos, quando o assunto é a memória. Um conto brilhante, como todos os outros.

Leia. Vale a pena.
Rafael Ottati 24/06/2014minha estante
Às vezes, Borges repete temas ou motivos. Mas a impressão que dá, depois de ler os contos, é que é só pra mostrar o quão genial ele é e como pode ficar tão diferente o texto. ;) Esse primeiro conto, com a data-título, remete a um conto no "Livro de Areia" em que ele também se encontra com ele mesmo. Só que a diferença é que parece que o narrador é o Borges velho. Espetacular. ;)


Marcelo Souza 26/06/2014minha estante
Pois é. E mesmo repetindo os temas, as histórias saem sempre com alguma nuance diferente. Outro conto nessa mesma linha é o "Borges e eu", que está no livro "O Fazedor", dele.




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