A Montanha Mágica

A Montanha Mágica Thomas Mann




Resenhas - A Montanha Mágica


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Katita2013 13/09/2013

O Idílico Mágico
Ler a Montanha Mágica é um desafio para leitores contemporâneos. É um desafio primeiro pelo volume de páginas a percorrer( são quase mil páginas ), o que por si só não seria um problema se a Montanha Mágica fosse um romance puramente de ação.
E aqui temos o segundo desafio do livro, pois Thomas Mann nesse romance segue uma tradição de estilo iniciada com Ghoete, e que é conhecida nos meios literários por “Romance de Formação”. Em outras palavras, seguimos no romance a formação ( intelectual,religiosa,moral,etc.) da personagem principal.
Deduz-se dai que a narração será entrecortada de trechos, digamos didáticos, seguindo assim o percurso formativo e gradual do herói do romance. Isso hoje para o leitor médio soa pouco convidativo e atraente para se decidir a iniciar a leitura de tão vasta obra,, pois as constantes passagens dissertativas da formação moral e intelectual de Hans Castorp, o personagem principal da obra, pelos "mentores" Settembrini e Naphta, pode se revelar maçante para leitores desavisados.
Mas, então a pergunta vem natural; Por quê ler a Montanha Mágica? Vale a pena enfrentar uma obra assim tão vasta e a primeira vista chata? Eu afirmaria absolutamente que sim! Por quê?
Primeiro pelo fato do prazer de verificar a maestria e o domínio absolutamente magnifico que Thomas Mann tem da técnica da escrita e a maestria com a qual usa a língua. A beleza do seu domínio da língua, a fluidez das palavras que praticamente "escorrem" pelas páginas do romance. Com a sua técnica, que só grandes romancistas possuem, transforma situações cotidianas, que seriam banais para nós mortais,em algo inusitado e surpreendente novo, rendendo prazer intelectual da parte do leitor.
Segundo porque o romance oferece vários pontos de vistas de interpretação. É uma obra rica de significados e camadas de leitura. Uma delas, e com a qual eu sou de acordo,considera "A Montanha Mágica" como uma alegoria de como Mann via a sociedade de sua época.
De fato o autor reúne dentro do Sanatório Internacional Berghof personagens representativas das várias camadas sociais e de diferentes Países, na sua maioria burgueses, todos absolutamente,vejam vocês,doentes. A doença aqui pode ser considerada literalmente, pois eram pacientes doentes de tuberculose, mas também pode ser lida no sentido figurativo, pois era uma sociedade "doente", vivendo um mundo a parte, alienada da realidade, um mundo "mágico" enfim. Seja porque o mundo do Sanatório Bergholf, localizado nos Alpes Suíços, era um mundo a parte, onde os pacientes eram alheios e desinteressados do que se passava na "planície", seja no sentido figurado de uma burguesia alienada, "doente" e alheia a realidade dos fatos que desembocariam na Primeira Guerra Mundial, pois a época que se desenvolve o romance é ás portas do eclodir da mesma.
Dessa maneira vemos desfilar diante dos nossos olhos, nessas quase mil páginas, todo um mundo que foi abalado pela Primeira Guerra. Naquele microcosmo Thomas Mann dá voz e faz ecoar os rumores desse mundo e da sociedade do final do Séc. XVIII.
Está presente ali a recém formulada teoria da psicanálise do jovem Sigmund Freud, representado pela fascinação que o doutor Krokowski tinha por ela. Marca presença o embate de dois mundos, um cedendo lugar para um outro, isto é, o embate entre a metafísica, e por conseqüência o mundo Medieval e dos Mosteiros (representado pelo jesuíta Naphta) versus o Iluminismo e o Humanismo ( representado pelo italiano Settembrini). Ecoa também os primeiros rumores do grande impulso tecnológico e cientifico daquela época,resultados concretos da grande revolução das idéias advindas do Iluminismo.
O caso mais representativo, e ao meu ver o mais delicioso em termos de prazer intelectual,é a chegada do mais novo Fonográfo ao Sanatório _ "– É o modelo mais recente – disse o conselheiro, que acabava de entrar. – A última
conquista da técnica. Pois é, meus filhos, de primeiríssima qualidade! Ultrafino! Não há coisa melhor nesse gênero". Esse capitulo ( "Abundância de harmonia" ) é um dos mais deliciosos por dois motivos: Primeiro pela elegância e originalidade de Mann ao descrever a chegada do aparelho,descrevendo o aparelho e a reação dos pacientes frente aquela nova invenção tecnológica; segundo pela satisfação histórica que a narração de Mann nos proporciona,trazendo á luz essa relíquia, digamos "arqueológica" daquele período. Ao descrever com riqueza de detalhes o "evento" Fonógrafo; o que ouviam e como ouviam,nos faz transportar para aquele passado histórico e para aquele instante especifico, tudo isso com a grandiosidade da escrita de Mann.
Uma segunda leitura que também podemos fazer da Montanha Mágica é a do seu conteúdo mitológico do tempo. Mann toma a noção de tempo e praticamente a "disseca" ao longo de toda a obra. Tal é a obsessão do autor/narrador pela noção de tempo que podemos dizer que o mesmo passa a ser um segundo protagonista. De fato durante todo o romance a questão do tempo está presente, seja nas várias discussões dos protagonistas sobre o tema, seja na própria estrutura da obra, onde o conceito de tempo se torna fugidio,difícil de ser percebido na narração.
O tempo que escorre dentro do Bergholf é vivido pelos personagens de modo conflituoso e impreciso,como também o tempo da narração do romance. O autor não define de um modo preciso em que época se passa o romance, o tempo quando está presente, está de um modo impreciso, quase escondido, digamos assim. O tempo da narração também não é linear como estamos acostumados, a narração ás vezes nos trás informações de fatos que estão no futuro da narração para depois retomar o tempo presente do que está sendo narrado; confuso,não? É de propósito, pois é assim que está construído o romance, para dar essa impressão de névoa, de algo impreciso, incerto, de mágico enfim. Sendo o tempo impreciso, o futuro se confunde com o passado, e tudo se confunde e se mistura como nos sonhos. O único fio no qual poderíamos nos agarrar para nos colocar na época no qual se passa a estória são os "rumores" históricos que chegam ao Sanatório. Ecos longínquos e difusos que chegam imprecisos e atenuados; O naufrágio do Titanic,o Fonógrafo recém lançado, alguns rumores superficiais dos eventos pré-guerra, e finalmente o ultimo e mais forte rumor ( o trovão ); o inicio da Primeira Guerra Mundial,que finalmente sacode e faz acordar o letárgico Sanatório,pondo fim ao mundo mágico e encantado de Hans Castorp e arremessando-o para os campos lodaçais da França na frente de combate.
Concluindo, ler a Montanha Mágica nos trás prazer puramente intelectual. Não é um romance de ação, no sentido literal do termo. Sendo assim não é para àqueles que estão buscando leitura leve e de fácil digestão, ou diversão e entretenimento, mesmo porque a leitura de uma obra dessa envergadura exige certos conhecimentos intelectuais para que possa ser apreciada como realmente merece. A Montanha Mágica e para àqueles que buscam enriquecimento e deleite intelectual; é para àqueles que querem conferir porque essa obra é considerada um clássico da literatura; é para àqueles que querem se deleitar com o maravilhoso domínio que tem Mann dos instrumentos da escrita e da língua.
Finalmente ler A Montanha Mágica é reviver uma época, certos fatos e uma sociedade que paradoxalmente, quanto ao tempo cronológico, está tão perto de nós, quanto parece há anos luz de distancia como sociedade e cultura; e reviver de uma forma prazerosa e brilhante.
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Leonardo 13/11/2015minha estante
Obrigado pela dica! Eu tinha curiosidade de ler o livro, mas esses trechos sem tradução me desestimulavam. Agora irei ler. Obrigado!




Allysson Falcon 23/01/2013

Épico...
simplesmente um dos melhores livros que já li.

A saga de Hans Castorp, o mal do século XX: a tuberculose e a eclosão da I Guerra... tudo isso está no belo trabalho de Mann.

Marcou minha vida.
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Isaac Reis 26/08/2012

***DEPOIS DE LER "DER ZAUBERBERG"*** (http://ireis-ir.blogspot.de/2010/07/depois-de-ler-der-zauberberg.html)
Não é novidade dizer, dos livros, que são bons amigos, e isso no sentido mais preciso do termo: como os bons amigos, eles nos desafiam, nos mostram quem somos, como levamos a vida, criticam-nos, volta e meia, por maneiras ou hábitos incoerentes, constroem o nosso caráter, com o passar dos anos.

Muita vez nos oprimem: so many books, so little time. E parecem fazer toda questão de, do alto das prateleiras, denunciar a nossa pequenez e insignificância. Não é costume dizer, mas os livros têm lá sua vaidade.

Alguns, superficiais, contentam-se em flertar com qualquer potencial leitor. São os livros da moda. Exibem, pavoneando-se, as cores das capas. Um brilho aqui, letras reluzentes ali, lombadas douradas acolá. Pedem, como as mulheres apenas belas, uma olhadela, um toque de mãos... Pedem, como costumo fazer com eles, que se lhes abram a tez, e que se os cheire, enfiando-se o nariz curioso entre a intimidade de suas páginas.

Também os livros têm lá as suas frugalidades. Há que se satisfazê-los, virilmente, sob pena de nos deixarem para trás, solitários e carentes.

Há alguns outros que propõem diálogos andantes. Lembro-me bem de um poeta que conheci, o qual, pela manhã, andava licencioso pela beira-mar, charlando em alta voz com um volume qualquer que tomava por companheiro. Contavam os segredos mais recônditos de cada um, trocavam galanteios espirituosos entre si, faziam projetos de caminhar juntos cada dia mais longe, rentes à vastidão glauca. Os do dia chamavam-no de louco, evitavam-no. Dos livros, porém, jamais ouvira um NÃO. Alguns têm esse costume, o de caminhar conosco.

Há aqueles, pragmáticos, que nos ensinam coisas, oferecem facilidades. “Fale alemão em 30 dias!”, charlataneia um deles no alto da estante. “Gastronomia básica para iniciantes!”, “Aprenda a meditar em 10 lições”, “101 posições para enlouquecer a sua mulher na cama” – esse mercado persa, essa feira de caruaru não conhece limites. Promete de tudo. Curiosamente, dão-nos a segurança que os oráculos proporcionavam aos antigos: sabem todas as respostas, em contraste com a nossa ignorância de neófitos na vida. “Como falar de livros que você nunca leu!” Acreditem! Existe! Sem comentários...

Mas há livros, e quero aqui falar deles – na verdade, de um, em especial – que exigem mais de nós, os seus súditos. Exigem respeito. Pelo peso que sua personalidade esconde. Pela profundidade que os seus tipos encerram. Exigem tempo, como suas centenas (milhares, por vezes!) de lâminas numeradas. Exigem aquele desapego de espírito, não apenas do “quando”, mas também do “onde” e do “que” nós somos. Esses senhores (e senhoras) fáusticos prometem-nos mundos inteiros, pensamentos, visões escandalosamente belas. São esses, que como os melhores amigos, levam nossos olhos para passear. São esses que colocam palavras em nossa boca, que nos inculcam hábitos, opiniões. São esses que nos fazem sentir um vazio de saudade quando nos aproximamos de suas páginas derradeiras. São esses para os quais, uma vez de volta às estantes, dirigiremos sorrisos cúmplices de canto de boca, por sabermos tanto um do outro. São esses que fazem a vida valer a pena.

Cá estou eu, no silêncio da minha mesa de trabalho, em frente ao volume que me acompanhou e atormentou por tantos anos. Que me viu partir tantas vezes e que, entre as lágrimas das despedidas, sussurou-me sempre, camarada: “Vamos! Eu vou contigo.” Que protegeu, entre suas páginas-sacrário, amuletos, pétalas, folhas, pelos, souvenires, pedaços de mundo que foram se desprendendo e se juntando a mim, por onde passamos.

A você, que me lê, tenho que confessar: escrevi essas linhas apenas para adiar o momento do finis operis, eis que me aproximo daquele instante em que o montinho da esquerda já é infinitamente maior que o da direita e que só a muito custo é possível mantê-lo aberto sem violar as costuras do cirurgião-editor. Sim, caro leitor, aproximo-me das páginas finais desse livro que me acompanhou durante tantos anos e ao qual atribuí tanto significado como o que têm as coisas que se ama. E que – prometo – contarei nas próximas linhas.

Em breve, depois de 10 anos, eis o número redondo, nos separaremos. Eu, para a vida e suas corrupções diuturnas; ele, de volta à castidade das prateleiras. Por ora, peço que me perdoe, leitor, pela interrupção. Como quem atrasa a partida do navio para voltar ao cais e beijar pela última vez o ser amado, peço licença para voltar e ler as últimas páginas do objeto dos meus afetos.


* * *

Estou de volta.

Acabo de fechar “A Montanha Mágica” (Der Zauberberg, 1924)

Comecei a lê-lo em circunstâncias parecidas com as do personagem principal, Hans Castorp, que abandona a planície, em Hamburgo, para uma visita de três semanas ao primo tuberculoso, em um sanatório de Davos, Suíça.

Também eu, aos 23 anos, viajei da planície à montanha. Não fora visitar quem quer que fosse. Tinha ido em busca de mim mesmo. No retorno, constatei, como Mann, “que dois dias de viagem apartam um homem – e especialmente um jovem que ainda não criou raízes firmes na vida – do seu mundo cotidiano, de tudo quanto ele costuma chamar seus deveres, interesses e projetos.”

Desde aquela viagem, há 10 anos atrás, como Hans Castorp, preferi ter galhos altos a raízes profundas, a crescer para cima, para o céu, mesmo que o céu não exista. Tanto se passou, desde aqueles longínquos anos na montanha...

Desde então, assisti à amizade germânica e distante entre Castorp e seu primo Joaquim Ziemssen; perscrutei, de forma tão tola e ingênua quanto ele, os personagens do Sanatório Internacional Berghof – e que também são os personagens da vida.

Acompanhei, cúmplice, o amor platônico por Mme. Clawdia Chauchat, em suas idas e vindas, não sem evocar à memória os meus pequenos amores de infância, quando era sempre noite de carnaval. Também exasperei-me com a frivolidade, a rudeza e displicência que nosso herói injustamente atribuía à natureza asiática daquela fêmea. Como os habitantes da colina glacial, e embora sem nunca ter visto certos olhos de quirguiz, apaixonei-me pela beleza russa de Mme. Chauchat. Soltei fogos mudos de artifício quando o nosso mancebo, mais de 500 páginas depois, conseguiu beijar-lhe os lábios.

Senti o mesmo asco pela vulgaridade de Carolina Stöhr. Quanta coisa aprendi, ao longo desses 10 anos com o humanista Ludovico Settembrini! Como me fiz discípulo de sua simplicidade pedagógica! Como assisti, absorto, às suas preleções sobre o desvalor moral do culto à doença e sobre o único modo válido de se pensar a morte: como parte da vida. Por quantas vezes, fiz-me platéia nos inumeráveis diálogos com Leo Naphta, nos quais o italiano apelava para a razão como última cidadela dos valores humanos, enquanto o obscuro jesuíta fazia pouco caso do único mundo que temos, da única vida que nos foi dada.

Aprendi a respeitar o professor Settembrini quando, corajoso o suficiente para não fugir ao duelo com Naphta, mostrou-se coerente ao ponto de recusar-se a atirar naquele que, embora adversário do espírito, era irmão em todo o resto.

“Quem não é capaz de arriscar a vida, o braço, o sangue na defesa de um ideal, não é digno dele. Em que pese a nossa espiritualização, cumpre sermos homens.” – ecoa ainda em minha mente. Mas na hora fatal, é como se também tivesse me chamado num canto e sussurado: “Meu amigo, eu não matarei. Não farei isso. Vou me expor à bala dele. Mas eu não matarei, fique sossegado.”

Settembrini, o italiano humanista do progresso que, no momento derradeiro, rompeu a frieza tedesca e beijou as faces do seu filho enfermiço da vida. E que, tendo-se recusado a matar por um ideal, teve de ver a carne do filho imolada na guerra, a nossa grande vergonha.

Lembro-me de Mynheer Pepperkorn, companhia temporã, que só chegou-me quando, pela última vez, cansei-me de interromper a leitura e de recomeçá-la do início solene. Bebemos juntos no alto da noite gelada.

Vou parar aqui. Não quero, caro leitor, caso não conheça a obra que ora menciono, demovê-lo do interesse em tomá-la, sob a alegação de conhecer-lhe o roteiro. Asseguro-lhe: é infinitamente mais rica do que a palidez das minhas palavras pode encetar. Tome-a! É possível que consiga finalizá-la em poucas semanas, se for prático, culto ou desocupado o bastante. De mim, exigiu 10 anos! Que, no entanto, jamais poderiam ser contados pelo número de revoluções que o nosso planeta dá em torno do sol.

Ensinou-me tanto sobre Filosofia, Música, Religião, Política, Pedagogia, em vários idiomas, e no meu próprio, que, descobri, pouco conheço. Com quantos dramas humanos confrontou-me, naquele sanatório de dementes, para onde convergia gente de todos os cantos do mundo, em busca da cura, que jamais viria! Era o mundo doente, entre o tédio e a grande irritação, que desembocaria na I Grande Guerra.

E agora, tudo acabou, quando fechei a última página. Sinto o mesmo que Hans Castorp quando, depois de 7 anos, deixa a montanha em ruínas e parte, para sacrificar-se na guerra. Não pude conter-me, ao me despedir da estória do nosso amigo, para com o qual nutri uma indissimulável simpatia pedagógica, e que me fez repetir o gesto do italiano na estação de Davos-Platz, ao “tocar delicadamente o canto do olho com a ponta do dedo”.

É assim, leitor, que de modo meio triste, meio alegre, termina o meu aprendizado no alto da montanha. Falar dela, e do que lá teria acontecido – ainda que apenas no imaginário do autor que nos inspira há quase 100 anos – é, inexoravelmente, falar também de mim próprio.

Caro leitor, se alguma serventia tiverem as palavras, que você aceite o convite. Coloque entre os seus pertences mais íntimos estas quase 1.000 páginas do mais acabado exercício espiritual humano.

Durante esse lapso, preserve-se do excessivo realismo das planícies, onde ação e pensamento caminham sempre separados, em detrimento do último. Aqui em cima, o ar é rarefeito e é preciso ter pulmões fortes. Aqui em cima, a distância menor entre dois pontos é mesmo de cume em cume. Aqui, nenhuma lassidão. Somente a agudez dos espíritos cortantes.

Aqui você ouvirá, caro leitor, entre uma conversa e outra, a palavra a acariciar o amor, a guerra, a vida e a morte, essas coisas nossas, demasiado nossas.

Somente da montanha, com o vento aquilino a afagar-lhe o rosto, você também poderá assistir, leitor (ou mesmo reger, como fazia Hans Castorp) o magnífico espetáculo por nós orquestrado ao longo da História.
Eduardo 10/01/2013minha estante
Bravo.


Rubens 10/03/2016minha estante
Perfeito! Queria demorar-me mais naquela montanha e lamentei quando estava próximo de abandonar Hans Castorp ao final do livro....


Marcia 08/07/2017minha estante
Muito bom. Foi uma pena deixar Hans Castorp e todos que la estavam. Um livro excelente.




Flor Baez 01/04/2012

Pequena síntese sobre a Montanha Mágica, de Thomas Mann
Hoje acabei de concluir a leitura do livro “A Montanha Mágica”, de Thomas Mann. Uma verdadeira escalada rumo ao pico de suas 957 páginas, o desafio já começa por ai, mas no decorrer da história o tamanho do cume já não assusta e você vai se envolvendo com o complexo personagem Hans Castorp, que desperta todo o tipo de sentimento no leitor e muitas vezes você tem vontade de voar nos ombros dele e sacudi-lo bastante.

A narrativa começa com a ida do nosso anti-herói Hans Castorp a um sanatório na Suiça, com o intuito de passar breves 3 semanas de descanso e visitar o primo enfermo, Joachim. Cheio de opiniões precipitadas, típicas de turistas, Hans Castorp olha com muita curiosidade e desdém para a vida que os doentes levavam por lá, até simplesmente se entregar a ela a ponto de não desejar mais sair.

Na sua estadia ao Sanatório de Berghof, Hans Castop conhece o humanista Sr. Settembrini! Um homem cheio de palavras plásticas e amor ao homem, com sua pedagogia ele inicia uma jornada Dantesca com o jovem Castorp, onde assume o papel de mestre, de Virgílio para conduzir o “filho enfermiço da vida” àquilo que ele entende como os verdadeiros valores da humanidade.

Impossível contar a história inteira do livro aqui, mas posso deixar meu humilde olhar sobre a narrativa. Hans Castorp é um protagonista que se esconde, tenho a impressão de que ele esteve sempre em cima do muro. Como um camaleão que muda de cor e se adapta de acordo com o ambiente, mas no caso dele somente para não ser desagradável e não contrariar as pessoas. E assim todo mundo acaba exercendo um papel de pedagogo para com ele, e no fundo ele não está nem ai para nada disso, para nenhum discurso. Ele descobre no sanatório de Berghof uma vida de contemplação, de pensamentos e nela permanece num estado de letargia, se justificando com preleções um tanto pueris.

Numa tentativa de fazer com que o sobrinho voltasse para a vida na planície, o tio de Hans Castorp vai até o sanatório para saber das suas reais condições e por pouco também não é envolvido pela atmosfera do lugar, que parece envolver as pessoas de uma forma muito misteriosa até elas ficarem completamente atadas e sem forças para descer.

Lá pelo meio do livro aparece outro personagem chamado Naphta, que trava com Sr. Settembrini discussões filosóficas muito calorosas. Eles disputam a alma de Hans Castorp, disputam a sua atenção, a sua mentalidade jovem. Mas os dois senhores se engalfinham em constantes contradições, que chega até a entediar o leitor e o próprio protagonista.

Vou reproduzir um trecho, em que o Sr. Settembrini fala do vício de Hans Castorp por charutos:
- Meu vício? Não diga isso, Sr Settembrini.
- Por que não? É preciso chamar as coisas pelos seus nomes verdadeiros.

Encerro esta postagem assim. Porque gostei da idéia de chamarmos as coisas pelos seus verdadeiros nomes. Não precisamos pintar de rosa aquilo que já tem sua própria cor.

Um dia na vida leia este livro, vale muito a pena.
Lela Tiemi 02/01/2017minha estante
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carol_peroni 07/06/2011

Tocante
Quando acaba, você fica com saudade do personagem principal.
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Annalay 24/08/2010

Lixo de edição
Abandonei o livro na metade não pela qualidade da obra em si, mas pelo LIXO que é esta tradução da Editora Nova Fronteira. NÃO COMPREM ESTA EDIÇÃO!
Anderson 15/03/2012minha estante
Annalay, você se refere á tradução do Hebert Caro? Até onde eu sei ele era alemão e viveu no Brasil. Foi o primeiro a traduzir Mann direto do alemão para nossa língua. Portanto, creio que seja a melhor tradução... Se eu estiver errado, me corrijam.


Annalay 15/03/2012minha estante
Creio que tenha me expressado mal, e em dois sentidos. Explico:

1. Quando reclamei da tradução não reclamei da tradução alemão/português, e sim do fato de haver páginas e mais páginas de diálogo em francês, não traduzidas. Posteriormente, soube que em quase nenhuma edição (e em quase nenhuma língua), essas partes são traduzidas. Parece que faz parte mesmo do ideal romântico do homem culto que deve ser obrigado a ter fluência em latim, francês e italiano. Infelizmente minha realidade é outra e, ao não serem traduzidas estas partes, o leitor médio fica prejudicado. É de certa forma, um ideal elitista. E neste sentido, reafirmo que a tradução é um lixo.

2. O que é ruim em essência, no geral do texto, é a revisão. Passaram alguns erros consideráveis de texto. Mas isso, sinceramente, é o que menos me incomoda, acontece. O problema é o explicitado no item 1.

Att.,
Annalay


Anderson 15/03/2012minha estante
Compreendo. Sei que há páginas e mais páginas em francês, e isto deve mesmo ser incômodo. Ainda não li porque sinto que não estou pronto . Seu último comentário me deixou aliviado. rs



Nélson 24/05/2013minha estante
Tenho essa edição e concordo com a tua opinião no primeiro tópico.
Além disso, acho que uma tradução decente deve usar notas de rodapé para auxiliar os leitores médios a entender referências artísticas, culturais e históricas, pois não somos obrigados a conhecê-las.
Ainda mais se tratando de uma obra quase centenária.
Enfim, resolvi o problema do francês achando um ebook e colando os diálogos no google tradutor, uma bela gambiarra.


Annalay 24/05/2013minha estante
Fico feliz de não ser a única descontente. E concordo com você, notas seriam uma ótima forma de situar o leitor no ambiente fatalista do pós-guerra e nos embates filosóficos que ele tem com personagens que representam outras vertentes de pensamento.




Pris.rocha 08/05/2010

Falta de Esperança
O autor tenta explicar a pergunta: Por que uma sociedade tão civilizada realiza uma grande guerra (1ªGM)?
No início do livro tudo é maravilhoso, sereno. A paisagem, as pessoas que trajam suas melhores roupas para o jantar e totalmente entregues a ócios leves e divertidos. As discursões entre Naphta e Settembrini são antagônicos e coesos. Hans Castorp fica fascinado pelo estilo de vida levado alí na montanha, acha-o superior ao da planície.
Mas o tempo passa (7 anos) e tudo toma outro rumo, ao invés de evoluírem diante de condições favoráveis, as pessoas da montanha parece que regridem, Hans Castorp se desleixa com a aparência e vai parar na mesa dos russos ordinário (decadência), Naphta e Settembrini deixam de debater as suas idéias, que passaram a ser menos coerentes, e se entregam a violência de um duelo, bem como o descaso da Administração do Sanatório com os pacientes, não lhes proporcionando qualquer distração como antes fazia.
As brigas e discursões no sanatório aumentam na medida em que a esperança de Hans Castorp definha, pois na verdade ele não se interessa por sua duvidosa doença e chega mesmo a perceber que o tratamento é ineficaz, mas não pensa em deixar o sanatório para retomar sua vida na planície, mas quando a 1ªGM estoura ele não pensa duas vezes em ingressar na guerra. Talvez o seu espírito destruído não consiga vislumbrar uma oportunidade de se encaixar numa vida comum na planície.
O autor coloca o sanatório como amostra da sociedade européia e a forma como a atitude geral dos indivíduos levou a uma guerra nas proporções que foram a grande guerra.
Claire Scorzi 06/03/2011minha estante
Na minha lista de livros a ler já faz algum tempo...


Ricardo Rocha 19/04/2011minha estante
Pois é, Claire, tb não consegui ainda encarar de todo - já li vários trechos. Pris, acho que vc foi muito bem na resenha.




Marcos 18/03/2010

No topo da montanha
Achei que este dia nunca fosse chegar, mas chegou. Após quase 3 meses de leitura, termino a minha escalada.

4 estrelas, mas entra pro rol de favoritos. Sempre achei contraditório quando via isto acontecer na estante dos outros, mas tenho uma boa justificativa agora. Foi uma obra que me marcou, acrescentou algo a minha vida e isto é justificativa para estar entre meus favoritos. Mas é extenso, a impressão é de que é maior do que deveria ser. É repleto de detalhes que eu não costumo dar atenção, como coisas do ambiente, explicações sobre doenças, detalhes físicos do ambiente e dos personagens, etc.

Porém, entendo perfeitamente que não se trata de mera futilidade. A intenção é permitir que o leitor se transporte para a montanha, que entenda o ambiente como seus habitantes o entendem. E que o leitor entenda melhor os conceitos apresentados sobre a noção de tempo através do próprio tempo prolongado da narrativa.

Quando adquiri o livro, imaginei que o título era meramente figurativo, uma simples figura de linguagem. Mas a montanha é mesmo mágica. O sanatório é uma espécie de mundo paralelo, em que seus habitantes constroem uma cultura própria, um tanto quanto diferente da que estamos acostumados. Como disse, a percepção do tempo é diferente e a própria percepção das coisas é diferente, influenciados pelo efeito que a doença provoca. Construir um universo fantástico como fez Tolkien em O Senhor dos Anéis é algo louvável. Mas é ainda mais extraordinário ver uma espécie de universo paralelo construído com todos os elementos de nossa realidade. Nada de orcs, elfos ou anões, são seres humanos, doentes, mas muito singulares.

O ponto alto do livro, na minha opinião, nem é esse. São os diálogos, especialmente os entre Naphta e Settembrini. A dialética do homem de fé, da idade média, com o europeu clássico, burguês e liberal. Um choque de culturas. Mas engana-se quem acha que os temas dos diálogos da obra se resumem a ideologias. É uma espécie de compilação daquilo que entendemos como filosofia de bar, onde pessoas resolvem divagar e debater acerca das coisas mais variadas da vida, como o tempo, amor, política, fé, morte e até mesmo o efeito provocado por diferentes marcas de charuto.

Há algumas passagens esquisitas, como o episódio do copo. Assim o descrevo pra não criar spoilers, mas é bastante surpreendente. Me pareceu um capítulo jogado no livro, sem muita conexão com o resto da obra. Talvez seja uma provocação do autor àqueles mais céticos, adeptos de Settembrini. Quem leu a obra deve entender. E também não gostei do encontro entre dois personagens quase que totalmente narrado em francês ! Quem não sabe, perdeu e o pior é que era um dos encontros mais esperados da obra. São umas 4 ou 5 páginas de francês quase que na íntegra. Eu cheguei a aprender no colégio, mas não tive saco pra ler. Minha edição é essa aí da capa, Nova Fronteira. Entendo que é uma técnica do autor para manter a fidelidade da obra, uma vez que os personagens estavam conversando numa língua que não era a deles, mas poderia haver uma nota de rodapé indicando as páginas traduzidas no fim do livro. Mas não houve nem nota, nem tradução. Terminei sem saber exatamente.

Passei quase todo o livro tentando entender qual era a relação da obra com a sua sinopse. À medida que vai se aproximando do fim, esta relação fica mais clara. O final é, creio eu, inusitado. Apropriado, considerando o objetivo do autor e condizente com a grandeza da obra.

São 957 páginas e esta resenha é simplista pra descrever o livro. É feita para leitores hardcore, os que estão, como gosto de dizer, "no espírito" da leitura trabalhosa. A linguagem em si não é das mais difíceis, mas o conteúdo leva tempo para ser digerido. Frequentemente eu me distraía e precisava reler o que acabei de ler, pois não captava bem a essência daquilo que foi falado.

É preciso, portanto, estar preparado. E mesmo assim creio ser difícil para qualquer um absorver todo tipo de conhecimento que a leitura proporciona. É para ser lido várias vezes. Não sei se vou chegar a relê-la um dia, mas foi uma boa experiência.
Flavia 04/04/2011minha estante
Estou querendo reler também. Mas só de pensar em escalar tudo novamente, me dá um desanimo, mesmo sabendo que chegar ao topo da Montanha, compensa todos os esforços. E atingir o topo por uma segunda vez deve ser melhor ainda, pois poderemos prestar mais atenção no caminho para absorver melhor o que ficou para trás da primeira vez.


Valdiran 01/03/2012minha estante
São comentários como seu, econômico em adjetivos, meramente subjetivos, que me encorajam a retomar a leitura de A montanha mágica - já comecei 3 vezes e desisto em torno da página 300. Valeu.


Marcos 01/03/2012minha estante
Valdiran e Flavia, obrigado pelos comentários. Fico feliz de a resenha ter sido útil. Abraços.


Paula Cristina 11/05/2012minha estante
Parabéns pela belíssima, objetiva e intrigante resenha!
Há tempos quero ler este livro! Acredito que o momento seja apropriado a mim e, com a leitura de tua resenha, Marcos, fiquei ainda mais animada!


Marcos 11/05/2012minha estante
Que bom que gostou, Paula. Lembre-se de ser paciente com a leitura. Abraços.


rcolini 13/09/2013minha estante
As considerações sobre a universalidade da obra, a intensidade com que trata a e efervescência da virada do século e a perplexidade da guerra em um mundo tão embriagado de si, foram bem e suficientemente abordadas pelos colegas. Restringirei a comentar o que também achei estranho inicialmente: as experiências espíritas.
Bem, isto fazia sentido neste contexto dos loucos anos 10 e 20 - de experimentalismos estéticos, científicos - e porque, não, espirituais - que contagiaram a época. Mas realmente é aspecto menor.
Vou retratar um dos tesouros, às vezes escondidos, que toda obra revela de acordo com o espírito de cada leitor. Sou montanhista incidental, e a descrição do jovem Hans sozinho na montanha é de arrepiar quem vivificou a experiência glacial e solitária da alta montanha. É mais uma faceta que o autor não deixou escapar, em uma época em que a aventura humana em nosso planeta, em seus mais remotos e difíceis ambientes, empolgavam multidões. Acabei a leitura há 30 minutos e valeu cada página, ficando o sentimento de... E agora? Resta a orfandade e o luto pela obra acabada e a timidez em saber qual será a próxima aventura literária que nos encantará...


ronaldojr 02/04/2016minha estante
estou lendo.. e faz algum tempo.. Voce disse bem sobre um perfil "hardcore" em ler um livro tao extenso.. mas creio que a maioria dos livros extensos tem essa característica para com a riqueza de detalhes, muita da vezes sem necessidade.. Mas talvez tenha sido essa a intencao do autor, na tentativa de tornar os personagens simbioticamente integrados: o hospital, a doença e todo processo q envolve a cura e a morte. Nao somente de cura fisica mas absorção do ambiente fisico e subjetivo de cada perfil ali.


Fábio 15/08/2016minha estante
Estou lendo pela primeira vez e realmente não é uma leitura para ser digerida rapidamente e sim para ser degustada. todas as vezes que passo por uma determinada situação que não tenha prestado muita atenção, eu retorno e releio. Precisa de calma e paciência mas vale muito a pena...estou na pagina 477 e quase pensei em desistir mas parei para ler uns dois livros menores e depois retornei a ele!!! Fica a dica!!


regina.pacheco.188 30/01/2019minha estante
Gostei muito de seu comentário.


Cahê 11/03/2019minha estante
Concordo muito com o episódio do copo, foi uma coisa bem aleatória e sem sentido. Mas o livro realmente é excelente, terminei com vontade de reler haha


Erânio 23/04/2019minha estante
"A vida, meu caro jovem, é uma mulher, uma mulher estatelada, com os seios exuberantes e apertados, com ventre amplo e macio entre os quadris salientes, com braços delgados, coxas opulentas e olhos semicerrados, uma mulher que nos desafia magnífica e zombeteiramente e reivindica todas as energias da nossa virilidade, que se deve confirmar ou perecer perante ela". (trecho)


Marcia Seabra 27/03/2020minha estante
Parabéns pela resenha e autenticidade ao descrever suas dificuldades. Tenho esse livro encalhado há anos em minha estante e confesso ter muito medo de lê-lo. Em tempos de pandemia e quarentena, acho que será um grande desafio encará-lo


Luciana 03/07/2020minha estante
Acabei o livro hj. Ele está na minha cabeceira há absurdos 3 anos. Quando iniciei ia bem, mas depois da pag 400 foi ficando difícil. Abandonei por anos li muita coisa no caminho e há 2 semanas peguei de volta. Faltavam 150 páginas. Não sei o que aconteceu com essa leitura que foi tão difícil. Agora posso seguir minha vida em paz?


Angelina 09/10/2021minha estante
Marcos, passados 10 anos desde o seu comentário, o que chega a ser curioso, gostaria de sugerir, humildemente, para uma melhor compreensão, a releitura da obra publicada pela companhia das letras. A edição conta com notas de rodapé, que traduzem os diálogos em francês e um pósfacio maravilhoso e elucidativo acerca das questões que vc achou ser desnecessário. Existe um sentido concatenado ao capitulo do copo pois a obra, literalmente, possui essa proposta hermética. Sem contar como faz diferença na interpretação entender a importancia da atenção empregada a certos detalhes, como na fixação do personagem principal com as mãos, por exemplo. Como a obra foi escrita pra ser relida ao menos uma segunda vez, entendo o porquê dos comentários estarem ao fim dessa edição. Mas eu teria absorvido melhor a obra se os mesmos estivessem no prefácio (risos). De qualquer forma, adorei o seu comentário e deixo aqui uma sugestão.

Abraços!!


Flavio.Santos 03/06/2022minha estante
Comecei a "subir" a Montanha no início da pandemia e terminei exatamente hoje, dia 3 de junho de 2022, dois anos após tê-lo tirado da estante. Fui lendo de forma nada disciplinada, porém atenta; e tal qual Hans Castorp não me dei conta que havia se passado tanto tempo assim. Nunca demorara tanto para ler um livro e olha que eu já li a trilogia do Tempo e o Vento quase que de um só fôlego. A Montanha Mágica é uma experiência que vai custar a ser digerida (talvez nunca seja), tamanha complexidade dos fatos e dos personagens. Eu não aconselharia essa leitura aos incautos, só aos fortes de espírito (e com grande paciência).


Nirvh 10/10/2022minha estante
Bela crítica, me marcou


Marilana 28/05/2023minha estante
Li por 2 meses e 10 dias! Que livro incrível ! São muitos detalhes mas valeu a pena ! Obrigada pela resenha brilhante !




Sidnei 08/08/2009

Abandonei mas gostaria de terminá-lo
Abandonei este livro porque mudei de cidade e o livro era de uma biblioteca. Gostei até onde li, cerca de metade, parecia bem interessante e envolvente. Pretendo terminar de ler algum dia.
Sidnei 23/11/2021minha estante
Anos depois, terminei.
ÓTIMO!




Lela.c 29/07/2009

uma motanha mágica do tempo
Pensar o que se estrutura como a delimitação do tempo é próprio da natureza do homem. Heráclito, hermético filosofo grego, já concebia o tempo como a impossibilidade do homem em banhar se por duas vezes no mesmo rio, pois , não só o rio não seria mais o mesmo como o ser também seria outro.
O tempo que é matéria da indagação humana por muito tempo é também colocado como questionamento em a montanha mágica . a natureza diáfana da vida que se processa como um instante da existência em que não sabemos ao certo quanto realmente dura e a subjetividade da construção do tempo torna a narrativa de A montanha mágica um material ainda mais atraente e desafiador.
Ao leitor atento, muitas são as surpresas e interligações possíveis de serem feitas pela obra e o mundo, a ligação da teoria da recepção de Jauss traz em suas entrelinhas uma passível ligação entre uma montanha de percepção da qual se estrutura em ligações a serem descobertas o que torna a leitura ainda mais desafiadora e agradavél.
valmir 19/11/2010minha estante
Também tive a impressão de ser um romance sobre o tempo,o tempo percebido por cada pessoa,o tempo de vida de cada pessoa,as sensaçoes de alguma coisa se passar mais ligeiro,e outra mais lenta.Dois personagens: Setembrini que fala do tempo futuro,do progresso,de não se perder tempo.E Nafta que usa um discurso da idade média,um passado.Também há uma divergencia sensação em relaçao ao tempo entre Hans e Joaquim,o primeiro sente-se bem no sanatorio e acha necessário passar mais tempo,enquanto que Joaquim sente-se preso,sentindo a vida passar,perdendo tempo.




Rafael 05/06/2009

Este livro foi um dos maiores desafios que tive dentro de minha curta vida literária. Cheguei até ele por meio de indicações e comentários de amigos e conhecidos. A leitura segue devagar, com o máximo de complexidade e paciência no limite. Os diálogos são densos, as personagens têm um quê de filosofia que quase me fez desistir da obra.
Hans Castrop é quase um sonhador, hehe. Mas terminei. Levei uns quatro meses para ler tudo, mas li e o guardo com muito carinho na minha estante, ao lado dos outros, quase tão bons ou melhores do que ele. Viva Thomas Mann!
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Gabriel 27/12/2009minha estante
Como se faz um comentário tão bom sobre a obra mas dá apenas 3 estrelas pra ela? hehehe. Mas enfim, me interessou, parece ser um livro denso.


Odyle 11/07/2011minha estante
É, também achei que faltou vc explicar pq não deu cinco estrelas.




mariangela 01/05/2009

Para falar a verdade, tentei lê-lo. Mas desistí...Primeiro porque era leitura obrigatória no "clássico"; segundo, eram mtas páginas, cansativas. Mas acho que é um livro importante, mto bem escrito, que de certa forma deve mexer com nossas idéias.
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Lima Neto 20/03/2009

uma escalada
pode-se afirmar que não se ler "A Montanha Mágica", mas sim escala-se esse livro. o livro é muito complexo, extremamente filosóficos, os diálogos são densos, extensos e, até certo ponto, cansativos, e talvez por isso sua leitura (ou sua escalada) seja tão árdua.
os personagens foram, todos, muito bem construídos, sendo os principais Nafta e Setembrini (faz tempo que li o livro e peço perdão, caso não tenha escrito corretamente seus nomes), são as verdadeiras personificações de duas correntes filosóficas distintas no período, a que o autor ps criou justamente para que debatessem, chegando, em certos momentos, a ponto de se agredirem, em nome das teorias a que defendiam.
o "problema" de "A Montanha Mágica" é que o livro é excessivamente denso, complexo, os diálogos são excessivamente longos, por vezes até cansativos, e a leitura é um tanto quanto "travada", e o leitor tem que estar devidamente preparado para enfrentar um verdadeiro desafio, que é a escalada (digo, leitura) de "A Montanha Mágica".
Flavia 04/04/2011minha estante
Realmente. Eu tb me senti como se estivesse escalando A Montanha Mágica. A escalada foi árdua, mas chegar no topo compensou todos os esforços




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