A Montanha Mágica

A Montanha Mágica Thomas Mann




Resenhas - A Montanha Mágica


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Wellington 20/01/2023

A Montanha Mágica – 9,0
Thomas Mann, filho de brasileira, adverte: o livro levará mais que sete dias para ser lido, mas, assim espera-se, menos que sete meses. Levei três. Exige distanciamento frequente, tamanha densidade e qualidade dos escritos. Há capítulos inteiros destinados a discussões filosóficas entre os dois mentores do protagonista – um humanista, representando o pensamento progressista da época, e um ex-jesuíta, encarnando o espírito nostálgico pela Idade Média.

Mas isso é empolgante, ao menos. Outros dois ou três capítulos são das divagações de Hans Castorp, nosso herói, “filho enfermiço da vida”, que se habitua sem se habituar a um tempo e lugar que não passam. A monotonia e monocromia dos cenários alpinos, frios, cheios de neve, são registrados com maestria – às vezes, maestria demais.

Por que é tão bom? Pois ensina coisas a qualquer um que leia. O contrário é impossível, à exceção de olhos impacientes que abandonem a obra antes do tempo. Sim: A Montanha Mágica requer tempo... E antes de vivência, digestão, que de relógio.

Trata-se de romance de formação, gênero caro à Alemanha (em quantas mais coisas os alemães são proficientes?). Acompanha-se Hans Castorp de bebê à vida adulta. O cenário: sanatório luxuoso para tuberculosos nos Alpes. Contexto histórico: logo antes da Primeira Guerra eclodir. Fala de vida e morte, música e engenharia, amor e sofrimento, política e piedade. Eternidade e vida estão aqui.

Leitura obrigatória para quem gosta de romances.

site: https://www.instagram.com/escritosdeicaro/
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andressa308 09/01/2023

incrível
obra prima!
será que também desta festa mundial da morte, e também da perniciosa febre que inflama o céu da noite chuvosa, ainda surgirá o amor?
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Anezio 19/11/2022

Não pode morrer antes de ler esse livro
Livro que explora questões filosóficas e existenciais profundas, lidando sobretudo com questões de vida e morte.

Lamentavelmente não dá pra avaliar com 6 estrelas.
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Italo 23/10/2022

“O interesse pela doença e pela morte é apenas outra expressão do interesse pela vida”
O tempo é o tema central deste livro, e é curiosíssimo como ele é distorcido durante a leitura: embora eu tenha tomado bem uns dez dias para lê-lo, não percebi o tempo passar e, quase como num instante, ele se acabou. Thomas Mann começa a escrever A montanha mágica em 1912, mas só a termina em 1924, e o enredo encerra a época e a cultura europeia pré-1a guerra sob um olhar que parte do pós-guerra: no sanatório de elite onde Hans Castorp está, acompanhamos através de contrações e dilatações do tempo as contradições europeias, as prostrações do corpo, o ingênuo senso progressista, o início da intensificação do antissemitismo, a consolidação do capitalismo moderno e, claro, a morte. Há três momentos muito marcantes neste livro, a meu ver, e penso neles frequentemente. A tradução de Herbert Caro está excelente, aliás!
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Dika 21/10/2022

Mágica onde?
Hans Castorp é um personagem que não me encantou, não se sobressai, apático; não há com ele ação, emoção, só uma pitada de romance que nunca acontece?
Livro demasiadamente prolixo, filosófico, descritivo até cansar. Haja TEMPO e paciência para lê-lo.
Demorei muito para terminar. No posfácio há recomendação para que se leia duas vezes o livro, mas prefiro outro tipo de romance, meu TEMPO é precioso demais.

Gostei de saber que sua mãe era brasileira.
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Noemia 01/10/2022

Hans Castorp, o enfermiço e cândido filho da vida.
Com intenção inicial de visitar um primo, o jovem Hans Castorp sobe a montanha do sanatório Berghof para tuberculosos e, após ter sua saúde afetada, se entrega à uma vida horizontal até se desconectar completamente da planície. Assim se inicia a história de A Montanha Mágica.

Nesse lugar elevado, ele conhece personagens inesquecíveis: os rivais Settembrini e Naphta, que representam os intelectuais de lados opostos que dão a vida por suas ideias, em relação aos quais Castorp passa de aluno passivo à interlocutor ativo e questionador; o hedonista Peeperkorn, homem de envergadura que não tem muito a dizer, mas que tanto ensina com suas pequenas futilidades e sua paixão em aproveitar a vida; os olhos quirguizes de Clawdia Chauchat, que despertam em Castorp um amor ardente e ingênuo, bonito porque sincero; e convive longo tempo (seja lá o que isso signifique) com seu primo Joachim Ziemssem, homem profundamente ligado ao dever de luta na planície.

A vida que para Castorp estava encaminhada como engenheiro naval é então substituída pelo dia a dia do sanatório. Neste tempo, que se apresenta de forma totalmente distinta, se estendendo e encurtando segundo suas leis incompreensíveis, ele evolui de um jovem inexperiente, medíocre, ingênuo e de mente simplista a alguém com opiniões próprias, relativamente maduro, curioso pelos mistérios da vida e da morte, do universo, do corpo e do espírito. Longe do mundo "real", conhece os lados sublime e vil do ser humano e se entrega a si mesmo, aos mais profundos sentimentos e reflexões e ao prazer da arte.

Até o  mundo lá de baixo lembrar a ele e a todos nós que, por mais que questionemos o relógio e tentemos escapar ao tempo, ambos seguem existindo fora de nós.

PS: este livro é um mundo e esta resenha é apenas uma versão encurtada e sem spoilers da que fiz quando acabei a leitura.
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Raul.Gustavo 30/09/2022

A metafísica da Caverna de Platão transformada em romance!
É uma obra extensa e com uma linguagem difícil, até diria poética. Se prepare para encarar uma subida a um estado elevado do espírito, onde existe o certo e o errado, o conflito, a morte, o amor, a tragédia, o desejo, as coisas novas e as velhas: a metafísica, ou as coisas que não mudam, densas e compiladas em personagens memoráveis e inesquecíveis.

Thomas Mann infelizmente passou por duras coisas na vida, tendo passado por duas guerras mundiais, com duas irmãs se suicidando, uma briga ferrenha com o irmão, que também era escritor. Fugiu dos nazistas e escreveu diversas obras consagradas das quais esta é o meu primeiro contato.

A tuberculose hoje é uma doença que possui tratamento e cura, mas na época existia muita obscuridade e desconhecimento. Sua esposa precisou ficar internada em um sanatório como o fictício dessa história, de onde o autor obteve sua inspiração.

Os personagens aqui são recheados de tanta realidade que são quase palpáveis, mas não são de maneira nenhuma facilmente compreendidos.

A montanha nos mostra que existe um lugar para onde não sabemos que precisamos ir, e do qual não sabemos nem que precisamos retornar. Que lugar é esse? Você precisa descobrir lendo, pois a subida faz parte da descoberta. Quanto tempo ficar lá? É uma questão que a mágica do lugar te permite controlar.

Com certeza quero revisitar essa obra outra vez, mas quero fazer isso com mais bagagem literária.
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Kérolin 21/09/2022

Que inteligência do Thomas Mann
Foi um dos livros que mais demorei para ler. O que faz jus ao principal tema da história: o tempo. Durante minha leitura, assim como na montanha, o tempo se passou diferente enquanto desfrutava das discussões sobre temas variados. Aliás, os assuntos discutidos aqui são de todos gêneros possíveis, o que deixa claro a erudição do Thomas Mann.
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Daniel 18/09/2022

Não é bravata.
Eu achava que era bravateiro o indivíduo que com muito brio enchia a boca pra ostentar a leitura desse livro. Me enganei feio. Ele é sensacional. Daqueles que não esquecemos os personagens ou os conflitos. Tenho que ser honesto e assumir que tive de insistir na leitura, pois lá pelas tantas "aquela uma" também me partiu o coração; mas a superação valeu a pena e terminei esse primor de livro.
E ainda teve um bônus: finalmente perdi o medo de calhamaços!
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Brenno.Garcia 18/09/2022

sobre o tempo.
às vezes você lê um clássico qualquer de quase novescentas páginas, considera superestimado, dá uma nota três e segue em frente.
o problema é quando essa história qualquer te acompanha por muito mais tempo do que o planejado.
minha história com "a montanha mágica" foi exatamente assim. de início, senti que iria odiar, na metade tive certeza e no final fiquei contente por ter acabado. mas de alguma forma, Hans Castorp continuou comigo mesmo depois da última página.
o ritmo lento (a história efetivamente começou para mim a partir da página 400) dá uma sensação de marasmo e tédio. porém, isso não é novidade ao leitor visto que desde o prefácio o autor já dita o tom dessa história. e quer uma dica? acredite no prefácio. essa não é uma história para ser consumida em sete horas, sete dias e talvez nem mesmo em sete meses.
mas é uma história que vale a pena ser lida.
as discussões filosóficas pertinentes e bem fundamentadas, o eterno debate sobre o que é o tempo e como ele passa diferente para cada pessoa, o conformismo, a inércia, o olhar crítico sobre tudo que é considerado normal e aceitável, os dias na neve, as noites de febre, as secretas convicções, os passeios pela praia, a cura, o ser humano e o ser doente. tudo isso abordado de forma isolada e ao mesmo tempo.
desde que finalizei a leitura já corrigi minha avaliação duas vezes, e talvez isso continue acontecendo com o tempo. sem dúvidas, uma obra que vale a pena ser encarada e desafiada - sem pressa e com mente aberta.

"Desde o primeiro dia você se preocupou com o 'tempo'. Mas me parece que estamos aqui para ficar mais sadios e não mais sábios; mais sadios e completamente sãos, até que enfim nos devolvam a liberdade e nos enviem à planície como curados. A liberdade vive nas montanhas!"
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Jorlaíne 30/08/2022

A tranquilidade que a nossa vida precisa!
O livro é uma obra de arte!
Una narrativa que deve ser lida com calma, pois traz inúmeras discussões sobre a relação com o tempo e com a morte.
O livro é impregnado de múltiplas referências históricas, filosóficas, políticas e artísticas.
O narrador aborda todos estes temas a partir de uma ida do herói do romance a um sanatório para visitar um primo acometido de tuberculose. A partir de então, o tempo parece parar para o protagonista, mas o leitor consegue acompanhar a passagem do tempo e refletir sobre ele.
O livro tem uma linguagem fluida e poética, além de se dirigir ao leitor com leveza, bom humor e sem cerimônia. Em muitos momentos, tive vontade de acompanhar Hans Castorp nesse sanatório e fugir de toda a loucura que vivemos na atualidade.
Joao 30/08/2022minha estante
Que resenha sensacional! Tive minha primeira experiência com o autor neste ano com Morte em Veneza, mas quero muito ler A Montanha Mágica, principalmente depois dessa resenha heheh


Jorlaíne 30/08/2022minha estante
Obrigada, João. Quero pegar Dr Fausto em breve. A escrita dele é diferente de tudo o que li na vida. Vale muito a pena. Boa leitura pra você!


Maria 03/09/2022minha estante
Adorei! Posso dizer que me senti de forma semelhante quando o li.




PRETO 26/08/2022

Depois de 7 meses (ironicamente), chego ao fim da história do nosso já conhecido Hans Castorp. Muitas experiências no alto da montanha. Obrigado pela companhia, Sr engenheiro.
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Reginaldo Pereira 23/08/2022

O tempo como protagonista
O que dizer desta obra??
Gostei? Sim!
Me arrebatou? Não? nem de longe!
Valeu a pena mais de 2 meses de leitura? Sim, com certeza!
Ler mais Mann futuramente? Não?

Achei a obra bastante densa, com muitas passagens extremamente agradáveis (aquelas passadas na ?excelente espreguiçadeira?!!!!) e outras tantas bastante cansativas (as lições de Settembrini eram enfadonhas demais?.). A construção do personagem principal é bem feita, mas por outro lado o herói em si, Hans Castorp, é alguém muito comum, simples, ingênuo e, até mesmo, fraco demais? talvez era justamente esse o objetivo!

Até mesmo porque o protagonista do livro é o TEMPO, e é nesse ponto que acho que Mann tenha sido magistral! O entendimento do tempo, a sua (des)medida, a sua importância e a sua ?passagem? (será?) é o que trazem a grandiosidade da obra!

Mas? como mencionei anteriormente, não me arrebatou! Não me fez pensar? não me fez querer que continuasse? O final do livro chegou - e vale a menção de ser uma conclusão perfeitamente construída - mas, que bom que chegou! Fechou-se a cortina e o que ficou foi apenas a sensação de: ?é? eu tinha que ter lido realmente. Só isso?.
Nietzsche2 03/06/2023minha estante
Terminei hoje e tudo o que você disse é o que me acomete. Kk




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