Fabio Shiva 28/08/2010
Com esse livro a série do 87º Distrito entra na década de 90!
Uma série de excepcional longevidade: a primeira aventura data de 1956! E a última foi publicada em 2005! Imaginem um mesmo autor contar uma saga durante 49 anos! E não foram poucos livros: 53 ao todo! Mais de um por ano!
A qualidade também não fica devendo. Desses 53, devo ter lido mais de 20, pelo menos. Só um ou dois não me agradaram muito. Com os outros todos, gol de placa!
Apesar de não ser tão conhecido no Brasil, Ed McBain (pseudônimo de Evan Hunter) é um autor best-seller nos Estados Unidos.
Um dos segredos de McBain é que ele é o mestre do procedimento policial. Esse sempre foi o grande chamariz da série, mostrar tintim por tintim a rotina de uma investigação policial.
Ele também faz uso de vários truques interessantes, tais como sempre dar um jeito de inserir nas páginas de cada livro da série “fac-símiles” de documentos e pistas diversas, que dão ao leitor uma sensação a mais de realmente estar seguindo as pistas que levam à solução do crime.
Mas acima de tudo McBain é malandro que só! Ele não é nada bobo, e sabe muito bem conduzir uma história por onde ele quiser.
A impressão principal que ficou durante a leitura de “Viúvas” foi como a série avançou bem no tempo. “Envelheceu” não seria uma palavra correta, pois foi isso justamente o que não ocorreu. McBain soube adaptar muito bem seus heróis e vilões aos novos tempos.
As transformações se evidenciam aqui e ali. Uma participação bem mais expressiva das mulheres, agora não só como esposas, amantes ou vítimas, mas principalmente como agentes policiais, com destaque para a detetive Eileen Burke, que no decorrer da história aprende junto com o leitor a sutil arte da negociação de reféns...
Nesse livro tem um pouco de tudo, para todos os gostos (em matéria de romance policial, é claro). Há o tradicional “whodunit” (jogo disputado entre o autor e o leitor para descobrir o culpado), levado a cabo com a tradicional competência. Há também a vertente mais moderna do romance policial “de ação”, igualmente eficiente.
Steve Carella continua sendo o herói principal, é claro. Nem poderia ser diferente!
Se eu gostei do livro? Bom, basta dizer que os outros três que eu estava lendo deixaram de existir enquanto eu não cheguei à última página de “Viúvas”.
A chamada na contracapa da edição que eu tenho (“Widows” no original) expressa muito bem esse sentimento:
“Se você é fã de McBain, vai gostar de ‘Viúvas’. Se você não é – deveria ser!”
(20.08.09)