Sonia 11/01/2013Papo de Mulherzinha (ou nem tanto)*escrito em 26/04/2009
Filme. Livro. Por concidência, essas duas pérolas caíram nas minhas mãos praticamente ao mesmo tempo.
Essa semana fui ao Pier 21 com um amigo ver ‘Ele não está tão a fim de Você’. O filme já começa mostrando como, desde crianças, as mulheres são levadas a acreditar que quando um cara as trata mal, provavelmente está apaixonado mas ‘não sabe lidar com os sentimentos’. Clichê? O pior é que tem muita desavisada por aí que ainda cai nesse tipo de cilada.
A protagonista Gigi representa a insegurança e a ansiedade em pessoa - características bem comuns a grande parte da ala feminina. Gigi é aquela típica sem noção, doiiida pra se amarrar em alguém, seja lá em quem for, gruda que nem chiclete, não interessa se o encontro foi bom ou ruim, se existem afinidades ou não, se rolou química ou não. Ela espera desesperadamente pelo telefonema de um sujeito com quem saiu uma única vez, e enquanto isso não acontece, chora as mágoas pra todas as amigas - que por sua vez ficam botando pilha e inventando mil desculpas pra ele não ter ligado ainda (criaturas iludidas).
Felizmente, Gigi conhece um homem escolado e honesto (!) o suficiente pra dizer na cara dela: ‘Ah, ele não te ligou? Então desencana que também não vai ligar mais’. Resumindo: quando você aí do outro lado ficar com aquele cara fofooo, lindo, simpático, educado, gostoso e começar a pensar PUTAQUEPARIUQUECARAPERFEITO mas ele não der sinal de vida depois, PÁRA DE FICAR VIAJANDO! Ele não telefonou porque não gostou de você tanto quanto você dele, então bola pra frente e vai cuidar da sua vida, minha filha!
O filme apresenta tudo que é tipo de situação: a mulher que tem um marido lindo, que parece ter um casamento perfeito, mas quando se repara melhor é tudo fachada. A gostosona que tem vários caras apaixonados por ela, mas que só quer saber daquele FDP que não vale a pena. A que mora com o namorado há mais de 7 anos e sonha em ‘casar de verdade’, mas o sujeito fica só enrolando. A que vive catando homem na internet pra ver se desencalha. E o solteirão convicto que só quer saber de curtir a mulherada, mas na verdade é um pobre coitado solitário. Enfim, tem pra todos os gostos. A história é meio longa demais pro meu gosto, mas vale a entrada no cinema. E também vale pensar um pouco a respeito. Se no fim das contas não servir pra mais nada, pelo menos você vai garantir umas boas gargalhadas.
Quanto ao livro, apesar do título sugestivo 'Por que os Homens se casam com as Manipuladoras', lamento informar: ele não dá dicas de como arrumar marido. Muito pelo contrário. Provavelmente, se você seguir direitinho todas as regras do ‘manual’, vai acabar solteira. A parte boa? Se você tiver alguma mera semelhança com a Gigi (protagonista do filme), talvez ainda consiga recuperar um pouquinho da dignidade.
Na contramão do que pregam as revistas femininas (e masculinas), e do que se vê rolando por aí na vida, o livro dá dicas básicas que qualquer mulher deveria saber, que suas mães deviam ter lhes ensinado, mas algumas fazem questão de ignorar. Tipo o quê?!
1-Tenha modos. Feche as pernas, não saia por aí dando mais que chuchu na horta, achando que com isso vai conquistar amor ou carinho de alguém. Não confunda ‘ser carente’ com ‘ser vagaba’, respeite o seu corpo (e os seus sentimentos), se você não o fizer, ninguém o fará no seu lugar.
2-Tenha brios. Marido não é emprego. Tenha seu trabalho e o seu próprio dinheiro. Se o seu pai e sua mãe não têm mais obrigação de te sustentar, que dirá um terceiro que ta chegando na sua vida agora (e que pode ir embora tão fácil como veio).
3-Tenha amor próprio. Não deixe que ninguém te faça de fantoche, fica esperta. Não aceite nada menos do que ser tratada com educação, respeito, consideração e carinho. Se não for assim, chute o cara.
4-Tenha colhões. Não aceite que ninguém te diga onde ir, com quem, ou com que roupa. Seja dona do seu nariz, ou uma hora alguém pode tentar quebrá-lo na pancada.
5-Tenha princípios. Você não é perfeita, então não finja ser. Aliás, nunca finja nada. Mentira tem perna curta, e além do mais, gente perfeita é um tanto quanto entediante.
6-Tenha classe. Não fique dando xilique por qualquer coisa. Isso enche o saco de qualquer um.
7-Tenha desconfiômetro. Não tente ser agradável DEMAIS, ser baba ovo também enche o saco.
8-Tenhas os pés na realidade. Declarações de amor eterno nos 2 ou 3 primeiros meses de namoro são delírio, coisa de gente surtada (sorry).
9-Tenha leveza: divirta-se mais e preocupe-se menos com essa coisa de casar. Isso não é uma obrigação, nem a descoberta do Santo Graal na vida de qualquer mulher (estamos no século 21, sabia?!), é se der certo, se for bom para ambas as partes, se isso realmente for te acrescentar alguma coisa boa na vida. Ou por acaso você pretende ser a próxima estrela da peça de teatro ‘Sou infeliz, mas tenho marido’?!
10-Tenha dó: existe algum outro interesse na sua vida além de ter um homem do lado?! Não?! Pobre de você. =>
Bom, em suma é isso. Assisti, li e recomendo. Para mulheres e homens. Quem sabe aos pouquinhos, assim como quem não quer nada, com um pouco de humor e leveza e um empurrãozinho da mídia, as coisas vão evoluindo e se ajeitando nesses mundos tão diferentes, ne?!
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*Frase do dia:
‘Em matéria de amor,
o excesso
é o mínimo
que peço’
[Luiz Paulo Vasconcellos]