Elifas 21/12/2019
No momento certo
Não entendia o porquê não tinha lido esse livrinho ainda. Hoje eu sei. Li no momento oportuno. Muitas coisas do relatadas por Portinari nesta obra, só são possíveis de serem absorvidos depois que se tem filho.
As divagações de Portinari revelam muitos aspectos que lhe inspiraram, bem como contribuiram para a formação como pintor e quiçá político.
A todo momento fala-se da ausência da propriedade privada naquelas vidas no fim de mundo que era Brodósqui. As mortes, as injustiças, as explorações. Mas também, os divertimentos, as sapequices de menino, a felicidade por se estar junto com os familiares.
Doeu-me demais a foto de Portinari com sua neta já no fim da vida. O encerramento de um e o começo de outro. Me fez refletir sobre os poucos momentos que tive com meu avô, e se estou realmente aproveitando os momentos com meu pai. E talvez, a brevidade com meu filho. Brevidade dentro de um contexto, do que nenhum tempo, por mais longo que seja, será suficiente para viver com meu filho.
Mas, há um alíbi, i.e., o que fazemos com nossa vida para que ela seja eterna, quero dizer, lembrada?
Obra espetacular. Parabéns ao grupo O Boticário por está excelente iniciativa. Parabéns ao Projeto Portinari.