suellen 01/05/2023
CIDADE DE DEUS
"Acreditava que todos ali tinham medo dele, porque sempre fora ruim, e a ruindade é melhor coisa que pode se estabelecer num bandido para ser respeitado. Para ele não existia paz, arrependimento, não fazia nada de que não pudesse colher os frutos depois, tudo o que fazia de bem, jogava na cara do beneficiado, pois sofria quando não era retribuído, destruindo assim tudo o que não passasse pela sua cruel compreensão de mundo, de vida, de relacionamento. Tinha o poder de trazer à tona a violência do fundo dos homens e multiplica-lá a seu bel-prazer. Fala sozinho pelos cantos da sala, do quarto, da cadeia e da liberdade, qualquer coisa que ele entendesse como agressão a sua pessoa era devolvida em forma de morte. Era ele senhor do seu desengano, dono da ruindade de nunca perdoar, de aniquilar o que não coubesse nos liames de sua compreensão bandida, de inventar coisas que o outro não tinha feito para ter motivos para exercer a sua crueldade."
Vidas Secas desencadeou em mim uma vontade enorme de consumir livros nacionais, então parti para Cidade de Deus.
Tive vontade de ler depois de ter assistido o filme Última Parada 174. Não sabia nada sobre a história do livro, também não tinha assistido o filme (ainda não assisti). Tinha as minhas especulações, mas lê-lo foi uma experiência inimaginável.
Posso resumir em duas palavras: MUITOS SENTIMENTOS.