Notas do subsolo

Notas do subsolo Fiódor Dostoiévski




Resenhas - Notas do Subsolo


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Deise Santos 02/03/2012

Questões humanas em questão...
Até onde o ser humano pode ir para não ficar por baixo? Até que ponto a posição social influencia na vida de alguém? Humilhar alguém é a maneira mais fácil de sentir-se bem e, além disso, poderoso, dono da verdade? Quando o ser humano reflete sobre suas atitudes e atos e o quanto isso influencia na vida do outro? Dostoiévski e as questões humanas. As falhas, dúvidas, guerras internas, questionamentos do caráter e do SER humano. Apesar de ser um livro pequeno, Notas do Subterrâneo é denso como qualquer outra obra de Dostoiévski. È o existencialismo ganhando as páginas de um romance, publicado em 1864, onde um funcionário público aposentado narra sua vida através de um diário. O subterrâneo aqui é a posição humana em relação à sociedade, é ao quê o homem se submete durante sua existência.

Deise Santos
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Peterson Boll 31/10/2012

Uma obra particularmente doente (o personagem digo, não a obra), cheia de raiva, contradição, ressentimentos contra tudo e todos, uma espécie de "Elogio à Loucura" sem ironias. O narrador/protagonista está completemente ébrio de rancor.

PS- a sequência do jantar com os 'amigos' é simplesmente espetacular.
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Marcos 25/06/2013

Dostoievski foi um dos mestres em retratar um fenômeno que começou a ocorrer em seu tempo. Escapando do mundo real para a literatura e a tentação de uma vida intelectual autônoma, o homem passava a duvidar de tudo e, principalmente de si mesmo. Era o niilismo dando entrada no coração da humanidade e levando a um triste caminho para a infelicidade e solidão.

Notas do subsolo trata da inadequação de um homem sem ideais com o mundo a seu redor. A vaidade em um homem que adquiriu cultura literária sem conectá-la a si mesmo e ao seu contexto acaba por torná-lo alienado e incapaz de qualquer conexão real com as pessoas, levando-o a viver no subsolo, símbolo para uma existência à margem da sociedade. Mais do que uma representação de sua autonomia,seu isolamento mostra seu profundo ressentimento de um mundo que nunca lhe deu o valor que julgava possuir.
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GH 23/01/2017

Notas do Subsolo

Aqui neste livro o querido Russo perturbado Doistoieviski nos trás um clássico que foi um marco na literatura de sua época, levando dali em diante resquícios de sua genialidade como inspirações para escritores/pensadores do século XIX até agora.
Dividida em duas partes, sendo a primeira uma introdução aos seus posicionamentos, pensamentos, ideais morais, políticos e filosóficos e também sobre um oficial de justiça (que reencontraremos); a segunda parte ele relembrará sobre uma prostituta e dará continuidade ao seu relato narrado por seu narrador que antecederá suas próximas obras clássicas, um personagem que se julga dotado de inteligência e ele até se mostra ter, mas mais que isso, um alguém perturbado diante da própria impotência e de sua insignificância, sua revolta e asco diante de tudo em que o rodeia e mais, a incapacidade de se tomar uma atitude quanto a tudo isso. É um autoflagelo mental.

''Agora vivo no meu canto, provocando a mim mesmo com a desculpa rancorosa e inútil de que o homem inteligente não pode seriamente se tornar nada, apenas o tolo o faz. Sim, senhores, o homem do século XIX que possui inteligência tem obrigação moral de ser uma pessoa sem caráter; já um homem com caráter, um homem de ação, é de preferência um ser limitado. '' (Pág. 13)

Ao quase finalizar a primeira parte o personagem discorre sobre seu principal ideal diante de seu personagem, nos trazendo e nos fazendo entender de certa maneira suas angustias. Ao ruminar sobre a humanidade num modo geral e divagando por razão x desejo x liberdade, ele nos expõe a uma ideia um tanto pessimista, porém realista e com total sentido e também com a história a seu favor, argumentando solidamente da ingratidão humana e suas decisões e desejos paradoxais.

''Pois bem, cubram-no de todos os bens que há na Terra, mergulhem-no de cabeça na felicidade mais completa, de modo que somente borbulhas subam à superfície; deem-lhe tal bem-estar econômico, de modo que não lhe reste nada mais a fazer, além de dormir, comer pães de mel e tratar de garantir a continuação da história universal – pois os senhores verão que, mesmo assim, ele, o homem, por pura ingratidão, por galhofa, há de fazer besteira. '' (Pág. 41)

E batendo na tecla da liberdade, por mais que a pessoa seja, como ele mesmo diz ''tecla tocada de um piano'', o homem anseia por ter, em algum âmbito, a ideia de total liberdade de escolha em algum momento e quando ele percebe que isso não é possível, por melhor em que esteja sua situação, ele colocará tudo a perder e se tornará um constante desinteressado.

''Suponhamos que dois e dois são quatro, e eu até agora tenho. Suponhamos que o homem não faça outra coisa além de procurar esse dois e dois são quatro, atravessando oceanos, sacrificando a vida nessa busca, mas sou capaz de jurar que ele tem medo de encontra-lo realmente. Porque ele sente que, assim que o encontrar, não haverá mais nada para procurar. '' (Pág. 45)

Contextualizados com essas características do nosso personagem sem nome, notamos em suas memórias da segunda parte todas elas em suas decisões e todos seus melancólicos monólogos. Observamos também, por mais inteligente que o personagem seja ou que queira ser, suas imbecilidades e idiotices e as vezes sendo tudo o que ele crítica. Na verdade é ai que está a magia dele, sua incapacidade é cômica. E quer coisa pior que saber que se é um lixo e ser incapaz de sobressair-se de tal situação? A pergunta é feita ao fim das notas e também é feita em algum momento por Ralskólnikov em ''Crime e Castigo'', anos depois.

''E de fato agora eu mesmo estou colocando uma questão ociosa: é melhor uma felicidade barata ou um sofrimento elevado? Então, o que é melhor? '' (Pág. 147)
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Ricardo743 19/05/2014

Fantástico!
Como diz Nietzche no comentário na contra capa desta edição do livro '' Notas do subsolo é um verdadeiro golpe de mestre da psicologia''. Bukowski também considera ''notas do subsolo'' um livro genial.
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PH 27/01/2015

No limite da razão
Dostoiévski é um verdadeiro dissecador da alma humana, e nesse livro ele nos dá mais uma vez provas de que merece o título. A narrativa é cheia de detalhes e o leitor precisa estar atento e um pouco descansado pra ler o livro. O autor, como sempre, não ameniza em nos mostrar o que de mais vil e degradante existe no ser humano, em seu psicológico, no seu inconsciente. Esse tipo de leitura pode parecer um pouco penosa para os leitores que não estão tão acostumados com esse tipo de abordagem, mas garanto que com um pouco de afinco e boa vontade é impossível não mergulhar no conto que tem passagens belíssimas e muito bem trabalhadas, com discursos inflamados e estimulantes que nos evocam inumeráveis discussões filosóficas acerca da nossa própria existência. Enfim, o livro é uma bela porta de entrada para os trabalhos de Dostoiévski, e a minha recomendação é total.
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Mariana 07/06/2015

Emaranhado de filosofia
Notas do subsolo foi um livro em que consegui me identificar com algumas falas do personagem e que me provocou bastante reflexão psicologicamente sobre o ser humano.É definitivamente um livro para se refletir nesse emaranhado de filosofia que contém.
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Junior 24/08/2015

Não há sentido fantasioso ou sobre-humano no personagem de Dostoievski, e é, talvez por isso, que ele se torna tão previsível na hora de agir e imprevisível no momento de lidar com os efeitos de sua ação. Este é o ponto. O personagem é humano, como você e eu. Sofre de medos e anseios que não podem ser satisfeitos se não por uma ação que, ou não é executada, ou demanda extraordinários esforços para o ser. E isso, quer por vergonha, quer por covardia, reflete o que somos: fracos e inconstantes. Inconsistentes.
No ímpeto de tornarmo-nos sãos, acuamos emoções e sentimentos com um ataque de racionalidade irresponsável. Dostoievski toca fundo na alma e desenvolve uma trama em que o narrador descreve a si, delineando num primeiro momento seus problemas e questionamentos pessoais, partindo, em seguida, para uma exposição de experiências que o colocaram naquela situação.

No fim, tomado pela dor, na tentativa de justificar seu estado, o narrador pergunta: afinal, "é melhor uma felicidade barata ou um sofrimento elevado?"
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Leonardo1316 20/09/2015

“Sou um homem doente, um homem mau, um homem desagradável”

“O personagem central do romance é um homem que vive solitário entre a multidão, oscilando entre o orgulho e a autodepreciação que busca ser entendido e amado pelos seus semelhantes e, ao mesmo tempo, despreza a necessidade de se conformar a padrões tidos e havidos como aceitáveis ou até recomendáveis pela maioria. A crônica de sua paradoxal existência, quase sempre dominada pela humilhação e pela insegurança, revela uma figura marcante e inesquecível que se incorporou para sempre ao universo literário do mestre russo. A figura central do narrador/protagonista, oscilando entre grandeza e miséria, coragem e covardia, lucidez e delírio, a cada instante nos propõe desafios morais e intelectuais que nos tocam no mais fundo de nossa capacidade de refletir e julgar, levando-nos às certezas da dúvida e à instabilidade emocional que, segundo Dostoievski são inerentes a todo e qualquer ser humano e para todo o sempre lhe dificultarão a plena conquista da felicidade.”

O homem do subsolo é um amargo, isolado, sem nome. Este personagem, não menciona seu nome em momento algum, encena na primeira parte do romance um grande monólogo com a intenção de "comover" de alguma forma seu leitor. Este leitor é de suma importância que seja detectado na leitura, pois o discurso do narrador é "moldado" por seu receptor, dessa forma o seu monólogo, na verdade, é uma grande evocação de discursos alheios que são parodiados de uma forma zombeteira e às avessas.

Dúvidas, falhas, conflitos internos, questionamentos sobre caráter e sobre o ser humano. Essas e outras questões serviram de base para Dostoiévski criar uma verdadeira obra prima da literatura com cunho existencialista. “Notas do Subsolo” é um livro curto (em torno de 150 páginas, dependendo da edição), mas extremamente denso. O autor introduziu nesta obra, ideias de moral, política, filosofia que mais tarde seriam aplicadas em suas obras primas: “Os Irmãos Karamavóz” e “Crime e Castigo”.

O personagem chega a dizer que é um homem mau, ou age como tal, mas que pode ser agradado e visto como uma pessoa de bem. Essa incapacidade de se livrar do peso moral o aflige. Diz que os homens sanguinários eram cultos e inteligentes, e que ele mesmo gostaria muito de encontrar um motivo para dar sentido a sua vida, como os chamados homens de ação.

Lendo este livro eu pude entender o motivo da literatura russa ser tida como complicada e difícil compreensão. “Notas do Subsolo” não proporciona uma leitura fácil ao leitor. Considero esta obra um marco para a literatura, pois Dostoiévski traz filosofia, psicologia, política para a literatura. Entretanto, esta obra apresenta um alto teor filosófico, pois apresenta vários traços da filosofia existencialista. Por isso, é necessário que o leitor tenha algum conhecimento sobre este assunto antes de iniciar esta leitura.

Apesar de ser pouco conhecida, Dostoiévski nos deixou uma obra de caráter excepcional. Com uma linguagem simples, irônica e crua, ele traz a tona aspectos da existência e da subjetividade humana. Se você tem interesse em ler clássicos da literatura e principalmente de Dostoiévski, este livro é um excelente começo. Uma leitura incrível e fascinante que vale muito a pena ser lida.

“(...) Deixe-nos a sós, sem livros e ficaremos confusos, perdidos, não saberemos a quem nos unir, o que devemos apoiar; o que amar e o que odiar; o que respeitar e o que desprezar.”

site: http://prafalarsobrelivros.blogspot.com.br/2015/09/notas-do-subsolo-fiodor-dostoievski.html
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mari 20/09/2015

Bom, mas será possível, será possível que um homem possa ter um mínimo

de respeito próprio depois de ter tentado buscar prazer até mesmo no sentimento

da própria humilhação? Não falo isso agora por causa de algum arrependimento

meloso. Mesmo porque, em geral, eu não suportava dizer: “Perdoe-me, paizinho,

não vou mais fazer isso” – não porque não fosse capaz de dizer isso, mas, pelo

contrário, talvez mesmo porque eu fosse capaz até demais de fazê-lo. Como se

fosse de propósito, às vezes me metia em certas situações nas quais nem de longe

eu era culpado. Não havia baixeza maior. Nessas ocasiões eu me comovia, me

arrependia, derramava lágrimas e, é claro, enganava a mim mesmo, apesar de

não estar fingindo nem um pouco. Era o coração que de certa maneira agia aí de

modo vil... Nesse caso, não se poderia culpar nem mesmo as leis da natureza,

embora elas tenham toda a vida me ofendido, mais do que tudo. Dá asco

recordar tudo isso, como era asqueroso também naquela época. Pois após não

mais que um minuto eu costumava perceber com ódio que tudo aquilo era

mentira, uma mentira repulsiva e pomposa, todos aqueles arrependimentos,

enternecimentos e promessas de regeneração. Os senhores perguntarão: para

que eu me mutilava e me torturava dessa maneira? Resposta: porque era muito

chato ficar sentado de braços cruzados, e então entregava-me a essas

extravagâncias. É a pura verdade. Observem-se melhor, senhores, e verão que é

assim. Eu fantasiava peripécias e criava uma vida para mim, ao menos para

viver, de alguma forma. Quantas vezes eu ficava ofendido, sem nenhum motivo

real, simplesmente porque queria? E sabia que havia me sentido insultado sem

razão, que havia bancado o ofendido, mas levava a coisa a tal ponto que no final

ficava realmente ofendido. Toda a vida, algo me atraía para fazer essas

esquisitices, a tal ponto que, afinal, perdi o domínio sobre mim mesmo. Noutra

ocasião, quis a qualquer custo apaixonar-me, duas vezes até. E sofri, senhores,

asseguro-lhes. No fundo, a pessoa não acredita que está sofrendo, quer fazer uma

pilhéria sobre o assunto, mas, apesar disso, eu sofria, e era um sofrimento

verdadeiro, real; sentia ciúmes, ficava fora de mim... E tudo isso por tédio,

senhores, tudo por tédio; fui esmagado pela inércia. Pois o produto direto,

imediato e legítimo da consciência é a inércia, isto é, o ficar-sentado-de-braços-
cruzados conscientemente. Já mencionei isso antes. Repito, repito

insistentemente: todos os indivíduos e homens de ação diretos são ativos

precisamente porque são obtusos e limitados. Como isso se explica? Da seguinte

maneira: em conseqüência de sua tacanhez, tomam os motivos mais próximos e

secundários como se fossem os motivos originais e, assim, eles se convencem

mais rápida e facilmente do que as outras pessoas de que encontraram um

fundamento irrefutável para a sua causa, e então ficam tranqüilos. Isso é o mais

importante. Pois, para se começar a agir, é preciso que antes se esteja

completamente calmo e totalmente livre de dúvidas. E como eu, por exemplo,

me tranqüilizaria? Onde estão os meus motivos originais, nos quais me apoiaria?

Onde estão os fundamentos? De onde vou tirá-los? Faço uma ginástica mental e,

em conseqüência, cada motivo original imediatamente arrasta atrás de si outro,

ainda mais original, e vai por aí afora, até o infinito. Essa é precisamente a

essência de toda consciência e reflexão. Portanto, novamente já estamos falando

das leis da natureza. E, finalmente, qual é o resultado? O mesmo, ora. Lembrem-
se: há pouco falei sobre a vingança (os senhores, na certa, não se aprofundaram

no assunto). O que eu disse foi: o homem se vinga porque acha que está fazendo

justiça. Isso significa que ele encontrou o motivo original, o fundamento, ou seja:

a justiça. Disso decorre que ele está tranqüilo de todos os lados e

conseqüentemente, efetua sua vingança tranqüila e eficiente, pois está

convencido de que executa uma ação honesta e justa. De minha parte, não vejo

nisso nenhuma justiça, não encontro nenhuma virtude e, por conseguinte, se

resolvo me vingar, é unicamente por maldade. A raiva poderia, é claro, suplantar

tudo, todas as minhas dúvidas e poderia com pleno êxito servir de motivo original,

precisamente porque ela não é o motivo. Mas que fazer se nem mesmo tenho

raiva? (Eu comecei, há pouco, falando exatamente disso.) A minha maldade,

novamente em conseqüência dessas malditas leis da consciência, está sujeita à

decomposição química. Quando você olha, o objeto já volatilizou, os motivos

evaporaram, é impossível encontrar o culpado, a ofensa deixa de ser ofensa e

passa a ser uma fatalidade, algo como uma dor de dente, em que não há

culpados. Então, o que resta é aquela mesma saída – esmurrar com mais dor

ainda o muro. E você desiste de sua vingança porque não encontrou um motivo

original. Mas tente abraçar com paixão e cegamente o seu sentimento, sem

reflexão, sem buscar o motivo original, afastando a consciência pelo menos

temporariamente; sinta ódio ou amor, nem que seja para não ficar sentado de

braços cruzados. No mais tardar, depois de amanhã você começará a sentir

desprezo por si mesmo, por ter-se enganado conscientemente. O resultado disso:

uma bolha de sabão e a inércia. Ah, senhores, pode ser que eu me considere um

homem inteligente simplesmente porque em toda a minha vida nada consegui

começar nem terminar. Está bem, está bem. Eu sou um tagarela, um tagarela

inofensivo e enfadonho, como todos nós. Mas que se há de fazer se o único e

evidente destino de todo homem inteligente é tagarelar, ou seja, dedicar-se

propositalmente a conversas para boi dormir?
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Gabriel Schmidt Neto 19/12/2015

Por diversas vezes me identifiquei com o anti-herói do livro e a forma com que ele encara a sua prepotência em se relacionar com a sociedade que o cerca. Pessimista, contrário as banalidades, os seus questionamentos pessoais sobre diversas situações da vida coincidem com boa parte do meu jeito de enxergar as coisas, e por isso o livro se tornou bastante envolvente e divertido de ler.
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Nena 13/02/2016

Um personagem anti-herói, sincero, frustado, prepotente, arrogante... Certamente vc se identificará em um momento ou outro com esse antí-herói. Um livro sagaz q vale muito a leitura.
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Fabrício Goulart 30/06/2016

A dureza de Dostoiévski
É incrível a capacidade de Dostoiévski de transmitir a dureza da existência humana. Qualquer um que se sinta tocado com o autor certamente se identifica, em maior ou menor medida, com seus personagens complexos e atormentados.
Em "Notas do Subsolo" o escritor nos causa desconforto: ele traz um anti-herói que se tem em alta conta, mas que tem de conviver com a frustração de ser pobre e não ter prestígio. Apesar de se considerar mais inteligente que os demais, acredita ser um injustiçado.
Diante das mazelas da vida, o personagem se joga nas busca constante de autoafirmação - na medida em que sofre, ao mesmo tempo, com as angústias e com os dilemas existenciais que permeiam sua vida.
A obra é divida em duas partes: na primeira se tem um monólogo, onde ideias e pensamentos são expostos; e na segunda se tem o relato de duas histórias que ilustram o abismo do personagem.
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