Sabryna @booksabry 04/06/2020
Peças de oito! Peças de oito!
Jim Hawkins é apenas um garoto que ajuda os pais na hospedaria da família. Um dia, um pirata muito mal-encarado aparece para se hospedar e carrega consigo um baú que logo desperta o interesse dos seus perseguidores. Quando o pirata morre, Jim é quem abre o baú e descobre um mapa para uma ilha onde está enterrado um grande tesouro. Ao lado do conde e do médico da cidade ele começa uma expedição para encontrar A Ilha do Tesouro.
Stevenson não inventou os piratas, mas foi a partir desse clássico que os mapas com um x, os tesouros enterrados, manchas negras, homens bebedores de rum e de uma perna só passaram a fazer parte da cultura piratanesca, vamos dizer assim. Influenciando, inclusive, filmes como Os Piratas do Caribe.
Originalmente, essa história foi escrita para o público infanto-juvenil, mas acabou conquistando leitores de todas as idades. Jim é um garoto corajoso, esperto e muito leal aos seus amigos. Ele não deixa de ter medo dos perigos, mas também não desiste de uma briga antes de encará-la e tentar vencê-la.
“Dizem que a covardia é contagiosa; entretanto, por outro lado, o debate é um grande estimulante”.
O conde e o médico, ao saberem do tesouro, arranjam um navio e uma tripulação para acompanhá-los. No meio da viagem, a maior parte dos marinheiros organiza um motim, liderado pelo cozinheiro Silver, e aí que o bicho começa a pegar. Os honestos estão em menor número e precisam ser inteligentes para não só encontrarem a ilha como ficarem vivos nela.
Os piratas revoltosos são valentes, mas também bastante atrapalhados, o que gera um núcleo cômico no livro. Na ilha, começa a corrida para quem acha o tesouro primeiro e consegue voltar com o navio sem ser arrebatado pelo grupo adversário.
A ação, os desafios e a expectativa de encontrar a fortuna mantêm a aventura lá em cima o tempo todo. Essa é uma edição ilustrada – eu adoro as figuras! – e isso acrescenta e muito na minha experiência como leitora. Digo, é bom imaginar, mas ser acompanhada por um desenho que consegue traduzir as expressões, as vestimentas e o cenário, é interessante à beça.
É fácil entender porque A Ilha do Tesouro serviu de fórmula para boa parte das histórias de piratas que vieram depois. A trilha orientada por um mapa, o papagaio no ombro, os navios antigos e maltratados, tudo isso já está incorporado nesse tipo de narrativa e o melhor: funciona. Ainda que os elementos sejam sempre os mesmos, a gente quer saber como acontece, qual vai ser o final, o destino dos bandidos e mocinhos. Minhas referências são poucas, mas a partir de agora adiciono o nome de mais um herói. Além, claro, de ter riscado mais um clássico da minha lista.
A obra de Stevenson tem diversas adaptações para o cinema e televisão - algumas com o título original, outras não - e a última é de 2012.
site: https://www.sabrynarosa.com