Broken0 24/03/2022Yo ho ho e uma garrafa de rumA Ilha do Tesouro, publicado em 1883, é um livro, como vc pode imaginar, sobre a aventura da busca de um tesouro.
A linguagem pode ser um pouco cansativa pra quem tem o hábito de nadar nas águas da literatura contemporânea, mas não se pode negar que o uso dos termos náuticos enriquece bastante a experiência. Mesmo que não se conheça absolutamente nenhum desses termos, dá pra se sentir dentro de um navio.
O ritmo da história é um pouco lento. É um livro do final do séc XIX, não um filme do Michael Bay, não esperem explosões massivas ou acontecimentos mirabolantes. Ainda assim, a história tem vários episódios de ação, como a troca de tiros na cabana e a luta do pequeno Jim por sua vida a bordo do navio, e elas não são de modo algum mal escritas.
Pode parecer um pouco rasa, por ter sido concebida como uma história de piratas que ele contava ao enteado, mas de fato também pode ser uma história sobre como a ambição desmedida e descontrolada pode cegar e destruir. E poucas coisas são tão humanas quanto a cobiça. Além disso, a narrativa amadurece junto com o nosso grumete Jim, é ele quem faz as descobertas, e é ele que toma as decisões sobre as quais se desenrola muita coisa.
É certamente um clássico, recheado de signos que povoam o conhecimento popular sobre o estereótipo do pirata: o papagaio no ombro; uma perna só, que mais tarde veio a ser substituída por uma perna de pau; amante do bom rum, ou do rum de qualquer qualidade, desde que seja distribuído todos os dias; além de um mapa marcado com um x e um quebra-cabeças que precisa ser resolvido pra se encontrar o tesouro.
Resumindo, leiam, se divirtam e me contem depois.