Resenhas - O Sol é Para Todos

Wagner47 29/09/2024

Por caminhos difíceis, chegamos às estrelas
Que o mundo é injusto, nós já sabemos. Mas quando foi que percebemos isso? E por qual razão?

Acompanhamos o cotidiano de Jean Louise, inicialmente com sete anos e conhecida por Scout, narrado sob seu ponto de vista inocente (nem tanto). Scout é irmã de Jem, seu companheiro de aventuras ao lado de seu amigo de verão Dill, e filha de Atticus, um advogado que terá uma missão muito difícil no decorrer do livro: defender um homem negro acusado de estupro contra uma mulher branca, em pleno anos 1930 no condado de Maycomb.

Se você quer ser logo apresentado a um dos pontos principais que move a obra, terá que esperar. A autora fará questão de abordar muita coisa antes, como forma de situar o leitor sobre o comportamento da vizinhança (como também da própria Scout), além de histórias com muita informação. Porém eu seria capaz de esperar por muito mais tempo, uma vez que a escrita da autora é maravilhosa, rica e muito fluida.

Nesse cotidiano narrado por Scout acompanhamos as mais variadas aventuras, seja na escola e seus problemas por lá ou por tentar fazer seu vizinho misterioso Boo Radley sair de casa. Tem como seu irmão Jem (quatro anos mais velho) um parceiro inseparável e com quem sempre pode compartilhar sua visão do mundo, gerando ótimos debates.

Atticus, um dos personagens centrais e pai de Jem e Scout, tem uma construção incrivelmente sólida. Possui uma visão muito diferente do resto da cidade e é capaz de tratar todo mundo igualmente, o que aparentemente é um atrevimento. É confrontado com o maior caso de sua carreira e a questão que ficará não é apenas sobre defender um negro em um período racista, mas sim o que passará aos seus filhos em meio a essa turbulência e o que sentirão quando os olhares de revolta forem direcionados a eles também.

O julgamento decorreu em um procedimento em simples, mas certeiro em todos os pontos. A maior surpresa dele é o resultado, mas que só percebemos muitas páginas depois. Atticus seria capaz de mudar o pensamento das pessoas, mesmo com um caso tão óbvio quanto aquele? E a resposta dada no tribunal acaba sendo esclarecedora para Jem e Scout, dentro dos termos que uma criança de sua idade é capaz de compreender. E o final é cheio de tensão é muito impactante, sendo tão dinâmico quanto o que a obra apresentou até então.

Meu único problema foi o livro sempre apresentar alguém novo. A escrita continua fluida, mas algumas dessas apresentações são feitas tardiamente e sem necessidade. Tem também o fato do início do livro já te deixar ciente do que acontecerá após as consequências do final.

Confesso que tentei dar uma nota menor que 4,5 pelo fato dessa história ser muito simples, por mais que seja com um tema difícil. Porém é a simplicidade que faz essa história ser tão boa. Procuramos desculpas até pela forma como tratamos os outros, mas não temos. Somos capazes de odiar quem faz tanto mal da mesma forma que odiamos quem naõ fez literalmente nada com ninguém.
Porém os ares de mudança sempre vêm, por mais que sejam simples ou tão pequenos quanto o passo de uma criança.

Yasmin 27/09/2024

É um clássico da literatura mundial que aborda questões profundas de racismo, injustiça e moralidade pela perspectiva da infância. A obra é rica em personagens memoráveis, e a escrita de Harper Lee é ao mesmo tempo lírica e acessível. Mais do que uma simples narrativa sobre racismo, o livro se torna uma reflexão poderosa sobre moralidade, empatia e a capacidade de compreender o outro. Embora lançado na década de 1960, suas lições permanecem atemporais, ressoando com os leitores e provocando reflexões e discussões relevantes até os dias de hoje.

Um aspecto que me chama especialmente a atenção nos livros é o título. O título original da obra, "To Kill a Mockingbird", que traduzido seria "Matar um rouxinol" remete a um dos temas centrais da narrativa: a proteção da inocência e a injustiça enfrentada por aqueles que são inocentes, como as crianças e pessoas que não fazem mal a ninguém.
O rouxinol simboliza pureza e bondade, representando figuras da trama que são injustamente prejudicadas pela sociedade. Essa metáfora enriquece ainda mais a mensagem da obra, ressaltando a importância de proteger o que é inocente e belo em um mundo muitas vezes cruel.

Suutrindade 27/09/2024

Livro perfeito e leitura fluída
O autor soube nos trazer temas delicados como racismo, diferenças de classes sociais e violência doméstica na visão de uma criança curiosa e de personalidade forte.
Acho que todo mundo am algum dia deveria ler este livro.

mavi.marca 27/09/2024

Foi esse livro que me fez ser a leitora que sou hoje e vou ser para sempre apaixonada nos seus personagens.

Isabella2074 26/09/2024

Excelente!
Deve ser leitura obrigatória para todos! A autora tem uma escrita tão maravilhosa, que parecia que eu estava convivendo junto com a Scout, principalmente na cena da audiência, eu estava tão imersa na leitura, que eu me sentia na cena, acompanhava cada movimento de Atticus como se fosse real. Scout, que menina vivaz! Vale a pena a releitura muitas vezes!

DAbora407 25/09/2024

Merece todo hype
Todos os livros que ganham pulitzer merecem serem lidos, mas esse merece DEMAIS! Que livro incrível, a história é fantástica e te deixa desconfortável o suficiente para pensar sobre como tem sido suas atitudes frente as crenças do teu mundo particular, surpreendente. O único motivo por eu não dar 5 estrelas é que eu gostaria que a autora tivesse explorado mais o lado do Tom Robbinson, seria interessante ver a história sobre a perspectiva de alguém que não tem voz. Mas entendo os motivos do porquê isso não acontecer e o cenário que a história se passa deixaria impossível de isso acontecer. Mas de toda forma, amei e super indico!

laramaximo 25/09/2024

Eu fico com a pureza da resposta das crianças
Entendo completamente porque ele é leitura obrigatória no currículo escolar dos EUA: ele fala sobre racismo, preconceito de classe e história sob a perspectiva de uma criança de 8 anos, a Scout.

Scout é filha do Atticus Finch e irmã do Jem. A história se passa na década de 1930, no estado do Alabama, condado de Maycomb. O livro começa com a rotina de Scout e Jem, indo para a escola, passando o verão com seu amigo Dill...

Atticus é o advogado escolhido para defender Tom Robinson, um negro acusado de est*pr*r uma menina branca. A cidade toda sabe do caso e as crianças da escola de Jem e Scout começam a fazer piadas com eles, porque sabem que Atticus (o pai) vai defender um negro.

A cena do julgamento de Tom Robinson é tão bem descrita que é possível enxergar. Harper Lee sabe bem o que detalhar: a emoção, as expressões, os olhares de Atticus, do juiz Taylor e do júri. A gente que é leitor se revolta com cada cena de racismo e se entristece com as falas e pensamentos de 1930 serem os mesmos de 2020.

Como "alívio cômico" da obra, a família Finch tem um vizinho que nunca sai de casa, Arthur Radley (que Scout e Jem chamam de Boo). Esse vizinho é um personagem sobre o qual pairam dúvidas (ele é louco? Por que ele não sai de casa? Por que não interage com ninguém?)

E o mais bonito do livro, para mim, não é a inocência da Scout, mas sim a atitude do pai de ensinar seus filhos sobre preconceito, sobre respeitar os vizinhos, saber se auto questionar e criticar a si mesmo e também o carinho que ele tem por Calpúrnia, a babá (negra) que cuida das crianças.

Esse livro é realmente maravilhoso. Merece a leitura de todos.

site: instagram.com/cejaleu

biadiaary 23/09/2024

CARACA , foi um dos primeiros livros da minha vida , li ele no auge da minha ressaca literária, e é muito bom , eu literalmente tive tanta vontade de ler ele que me fez até achar que entraria na ressaca literária denovo , amo esse livro , sempre gostei de ler , mas virei leitora compulsiva por causa dele , leiam , serio !

Pfvrdaiana 23/09/2024

A visão de uma criança sobre as injustiças sociais.
Apesar de ser escrito por uma mulher branca e apresentar a narrativa do herói branco, o livro “O sol é para todos” cumpre o propósito de fazer uma conscientização inicial sobre assuntos complexos como: intolerância, racismo e machismo.

O fato de ser narrado por Scout, uma menina de 8 anos que aos poucos descobre as desigualdades de seu mundo, contribui para essa perspectiva.

A história é inspirada na infância de Harper Lee, autora do livro, cujo pai, assim como o personagem Atticus, era advogado.

A trama se desenvolve de forma lenta, mas não é monótona. Pelo contrário, a narrativa nos conduz por situações desconfortáveis através do olhar inocente de Scout.

Acho que esse é o ponto principal do livro, ele é delicado em sua abordagem, mas impactante, despertando no leitor uma inquietação em relação às injustiças da época (e as de agora).

Por fim, a obra é muito bem escrita, provoca muitas emoções e os personagens principais, como Atticus, Scout e Jem, são muito cativantes.

Uma curiosidade: o ator que interpretou Atticus no filme inspirado no livro e vencedor do Oscar usou o relógio de bolso do pai de Harper Lee durante a cerimônia de premiação.

Karebbean 22/09/2024

Desconfortável!
Fazia tempos que eu não me deparava com uma leitura que me deixasse desconfortável, com uma leitura que após o término, eu não tivesse mudado drasticamente. Esse livro é transformador, traz reflexões sociais e humanas que nos deixam reflexivos e desconfortáveis com a humanidade e o mundo em que infelizmente nos acomodamos. Nos acostumamos com as injustiças desse mundo, com a maldade dos homens. Confesso que por horas achei que tudo daria certo e enfim veio a triste realidade. Esse livro é tudo o que dizem, leiam! Não vão se arrepender.

Kauane Parra 22/09/2024

Eu acho incrível como os clássicos conseguem ser atemporais. São tantas as situações absurdas que notamos ao longo do livro, e em um primeiro momento podemos até pensar que ficaram para trás, mas não ficaram? além da questão racial, ainda tão presente, a questão da educação também evoluiu tão pouco. São poucas as pessoas que sabem pensar por conta própria, e os poucos que querem se afastar da mediocridade modelada as grandes massas, são considerados egocêntricos, antipático, grosseiros? outro ponto a se destacar é a sabedoria de Atticus ao lidar com diversas situações, e principalmente ao ensinar os filhos sobre como ser uma boa pessoa. Leitura fantástica, com certeza vou ler novamente.

elisa 21/09/2024

Várias emoções
O livro é narrado por uma criança, onde se vê muita inocência envolvida em um meio de pessoas preconceituosas.

Vih Sousa 20/09/2024

Um livro emocionante
"O Sol é Para Todos", de Harper Lee, é um clássico da literatura americana que, embora publicado nos anos 60, continua relevante e ressoa profundamente com questões sociais até hoje. A narrativa, centrada na infância de Scout Finch, aborda temas como racismo, injustiça e empatia através do julgamento do homem negro Tom Robinson. A inocência infantil de Scout, contrastada com a dura realidade do preconceito, proporciona uma perspectiva poderosa sobre a moralidade e a complexidade das relações humanas.

Apesar de seu valor histórico, o livro apresenta algumas dificuldades de conexão para os leitores modernos, como certas expressões e normas sociais da época que podem parecer estranhas. No entanto, a habilidade do texto em capturar a essência da humanidade, com suas fraquezas e virtudes, faz com que a obra transcenda o tempo. A construção dos personagens, especialmente Atticus Finch, o pai de Scout, e sua postura ética em um mundo repleto de injustiças, é uma lição atemporal sobre integridade e coragem – chegando a ser quase idealizado se não fosse por suas fraquezas e medos, que também são mostrados, o que gera maior empatia do que se fosse um personagem totalmente imaculado.

Em resumo, "O Sol é Para Todos" não é apenas um retrato do sul dos Estados Unidos nas primeiras décadas do século XX, mas uma reflexão profunda sobre questões universais que ainda desafiam a sociedade. Sua sensibilidade e crítica social o estabelecem como uma obra imprescindível, convidando novos leitores a refletirem sobre justiça e empatia em qualquer época. A obra é um lembrete poderoso de que, embora a história tenha seus desafios, a luta por um mundo mais justo continua sendo uma jornada coletiva.

Thais645 19/09/2024

O sol é para todos
"O Sol é Para Todos", escrito por Harper Lee e publicado em 1960, é um clássico da literatura americana que explora temas como racismo, injustiça e empatia através da perspectiva de uma criança. A história se passa na fictícia cidade de Maycomb, Alabama, durante a década de 1930, e é narrada pela jovem Scout Finch.
A trama gira em torno de Scout, seu irmão Jem e seu pai, Atticus Finch, um advogado que defende um homem negro, Tom Robinson, acusado injustamente de estuprar uma mulher branca. Através dos olhos de Scout, o leitor testemunha a inocência da infância sendo confrontada com a dura realidade do preconceito racial. Harper Lee habilmente constrói uma narrativa rica em detalhes e personagens memoráveis, como Boo Radley que ficou recluso devido a uma série de eventos que o levaram a se isolar. Durante sua juventude, ele teve problemas com a lei e sua família, especialmente seu pai, o mantiveram trancado em casa como uma forma de punição. Isso gerou rumores e especulações sobre ele na cidade, levando os moradores a acreditar que ele era perigoso ou estranho. A exclusão de Boo também reflete temas de preconceito e a dificuldade de entender o que é diferente, que permeiam toda a obra. Ao longo da história, o personagem revela que, na verdade, ele é gentil e protetor, desafiando as percepções erradas que os outros têm dele.
Através de diálogos envolventes e situações emocionantes, o livro provoca reflexões profundas sobre a natureza humana, a empatia e a necessidade de lutar contra as injustiças sociais. A mensagem de que todos merecem dignidade e respeito é atemporal e ressoa fortemente até os dias de hoje.
Em suma, é uma leitura essencial que oferece uma crítica poderosa à sociedade, ao mesmo tempo em que nos lembra da importância da compaixão e do entendimento mútuo.

MárciaPAMaia 19/09/2024

Todo mundo precisa ler!
O Sol é para todos é como um guia de como viver em sociedade, com respeito e justiça. Além de falar de forma muito inteligente sobre temas como racismo e preconceito, traz uma visão singular sobre como enfrentar os desafios que a vida em comunidade nos apresenta. O Atticus é uma personagem simplesmente incrível. Sobre a Scout e o Jem, é lindo vê-los crescendo, sobretudo intelectualmente, sob uma educação familiar diferente de tudo a que estamos acostumados. Um livro para ser lido e relido várias vezes durante a vida ????