Isabela 28/05/2021minha estanteoi, tudo bem? escrevi essa review curta pois na hora não tive muita vontade de me alongar, não queria escrever sobre eu livro que me frustrou. Realmente a literatura não é definida pela cor da pele, ou pelo menos não deveria ser, é inegável que a maioria dos clássicos, dos livros de maior sucesso, são livros escritos por brancos, e se torna até irônico um clássico extremamente debatido, tido como material obrigatório nas escolas dos Estados Unidos, que aborda essencialmente o racismo, ser justamente escrito por uma branca, também. É visível que até no debate racial, o preto é excluído por que sua perspectiva bate de frente e aponta uma realidade muito mais profunda e revoltante em que o branco é sim culpabilizado pela perpetuação do racismo e pela a sua isenção de uma postura ativa sendo anti-racista. Em meio ao universo literário, indubitavelmente elitizado, o quanto de espaço há, e pra quem? O sol é para todos tem sim suas qualidades, mas ele não é um livro incômodo. Em minha experiência, li O sol é para todos depois de ler o diário da Carolina Maria de Jesus e, sinceramente, foi revoltante. O abismo que existe entre os dois livros, ou qualquer outro livro realmente escrito por uma pessoa preta, é assustador o quanto o "Ponto de Vista" se mostra um fenômeno. Amiga, o Sol é para Todos é raso, recomendaria essa leitura para uma criança, e ainda tentando fazer ela questionar tudo que leu. O livro traz uma mensagem muito infeliz por ser irreal, o de que " Nem todo branco é racista". É uma leitura que voce, como branco, lê e não sente que deve mudar, é cômodo, se pensa " verdade nem todo mundo é racista eu não sou ", em seguida esqueco o livro na estante e assim como os personagens do livro, se cai na sublime e confortável inércia de não fazer nada. O único que se mostra mais ativo, é o próprio Atticus Finch, pois teve que advogar efetivamente em um tribunal. Tudo que escrevo é na minha visão, e, na minha visão novamente, o livro é mais sobre o cotidiano de duas crianças nos Estados Unidos Sulista do que o que ele realmente é conhecido por. Fica o questionamento, do por que um dos maiores livros da literatura que tratam o tema racial é justamente um escrito por uma branca, e o quanto lemos e consumimos essa mesma temática por artistas negros, com livros muito melhor fundados, e o que então segue inviabilizando os mesmos?
Ninguém gosta de receber uma verdade tão dura e tão cruel na cara, se branco não se sente um LIXO nessas leituras, algo tá errado...