Resenhas - Crime e Castigo

Fran.5s 31/12/2022

Difícil, mas essencial
Admito que foi um dos livros mais difíceis que já li. Crime e castigo não é um livro simples. A história segue a trajetória de delírio, culpa e medo que assolam a mente do protagonista, Raskólnikov. Dostoiévski nos apresenta um personagem bastante complexo em termos emocionais e nos faz pensar sobre os limites do que caracterizamos como certo e errado. Em resumo, é um livro que exige muita concentração e reflexão.

Kecia.Viana 30/12/2022

Conhecendo a Rússia de 1866
Aqui temos uma história reflexiva e cheia de conflitos internos.

Um homem que não sabe se é herói ou vilão pelas suas atitudes. Que não se arrepende e até se justifica.

Ele tem todas as características de um livro grande. As vezes com o ritmo melhor, outra com o ritmo mais lento.

Essa edição da 34 ajudou muito na compreensão da leitura com ótimas notas de rodapé. Ótimas aula de história.

Eduardo Mendes 30/12/2022

Raskolnikov jamais sairá da sua cabeça.
Considerado por muitos a obra prima de Dostoiévski, Crime e Castigo é um calhamaço com quase 600 páginas que influenciou personalidades como Nietzsche, Freud, Kakfa, e certamente reverbera até hoje nas mais diversas obras, não apenas na literatura, mas também no cinema, televisão e na arte de forma geral. O negócio é tão complexo que você pode tranquilamente considerar Dostoiévski não apenas um escritor, mas um verdadeiro filósofo.

Diversos aspectos tornam Crime e Castigo uma obra única, mas o primeiro ponto que me chama atenção é que temos um título que de certa forma já dá um grande “spoiler” pro leitor. Entretanto, mesmo sabendo que estamos diante de uma história onde ocorre um crime e consequentemente um castigo, a forma como Dostoiévski narra a trama pega o leitor de surpresa numa longa e dolorosa jornada psicológica que se passa dentro da cabeça do protagonista, Rodion Raskolnikov.

Crime e Castigo é um livro onde a narrativa é mais importante do que os fatos em si. Existe aqui uma construção realista e impactante, com descrições de cenários e sentimentos que colocam o leitor lado a lado com o ambiente conturbado do dia-a-dia do jovem Rodion.

Rodion Raskolnikov é um brilhante estudante que vive na mais completa miséria e não consegue pagar seus estudos. O jovem, que tende a uma certa megalomania, se convence estar destinado a grandes ações, mas crê que a pobreza o impossibilita de realizar suas conquistas.

Em seus diversos debates internos, que às vezes parecem delírios e até sonhos, acompanhamos o rapaz planejar um hediondo assassinato. É aqui que Dostoiévski coloca o leitor em contato com uma questão essencial no desenrolar da trama: é moralmente correto matar uma pessoa que não contribui para a sociedade, se a partir dessa morte torna-se possível atingir objetivos nobres? Prefiro nem entrar neste mérito e deixar que a leitura te faça refletir sobre isso.

Este é apenas o começo de uma história que fica cada vez mais intensa, com acontecimentos estranhos e que fogem ao controle de Raskolnikov, arrastando o leitor numa jornada de culpa, questionamentos existenciais, morais e filosóficos que surgem a partir de um crime e suas consequências.

Confesso que demorei pra engrenar com esta leitura, passei pelo menos umas 100 páginas tentando entender os rumos que a trama estava tomando. Levei um tempo pra absorver o ritmo lento da narrativa e seus longos monólogos, discursos e dissertações. Mas graças a personagens extremamente bem construídos, reais e cheios de falhas e contradições, com o tempo me vi completamente imerso na trama, devorando página atrás de página.

Dostoiévski leva o leitor aos confins da psicologia do protagonista, acompanhamos tudo o que se passa na cabeça de Raskolnikov em tempo real, a cada passo, cada erro e acerto do jovem não passa despercebido pelo leitor. Eu garanto que depois deste livro Rodion Raskolnikov jamais sairá da sua cabeça.

site: https://jornadaliteraria.com.br/crime-e-castigo/

Jott@ 29/12/2022

A consequência pelo delito causado nas regentes lei natural do homem - The moral!
A pessoa que comete um crime é o torturador de si, e se se entrega a crueldade, não há ninguém mais a quem odeia do que a si mesmo. Sua morte é lenta e sua a vida é cheia de assombração. Ele não vive um dia se quer da sua vida sem sentir-se abandonado e nem tem se quer forças pra lutar para vencer o mal que lhe domina, cultivando sentimentos ódio sem motivo pelo próximo. Mas, uma vez que suas ações é pela ignorância ainda há uma chance de quebrar as corretes que lhe prende na utopia de seu mundo porém, uma vez que sabes o porquê das coisas acontecem como acontecem na sua vida, será fácil "aceitar o sofrimento e redimires por meio dele" - arcando assim, com todas as consequências de seus atos. Mas, o processo de viver sem assumir os seus erros é bem mais aterrorizante! Porque, afinal, isso desencadeará diversos transtornos que levará um ser comum, que até antes, pode-se dizer, "bom", porém, deixando-se influenciar e mesmo depois de agir sobre essas influencias, e saber o que deveria fazer, mas não fez, achando que poderia viver de uma boa, lunático se torna!

É claro que o processo de uma decisão como essa é difícil de se tomar pois, questões virá a sua cabeça, se perguntando, "o que todos vão pensar?; não irei conseguir mais oportunidade?; serei preso?; poderão me matar? etc.

As consequências de tomar uma decisão como essa, é dolorosa sim, mas é bem mais fácil e corajosa do que a decisão de permanecer no erro como fugitivo etc. (o que é fraca e difícil).

Mas, isso não vale somente para o assassino como Raskolnikov cujo homem pobre mas, de boa educação/ inteligente que ao sair da casa dos pais e ingressar na faculdade, por influencia, tomou a decisão de matar para suprir a sua ambição, baseada numa teoria equívoca. Houve oportunidade de voltar atrás? Houve! Todavia, cedeu a tentação de seguir o plano e assim, cairá na armadilha - que logo Sônia depois chamará de "tentação do Diabo". Após isso, seu transtorno psicológico se a grava, desconfiando de tudo e de todos. Uma hora parece estar bem, outra sofre por ter feito o que fez. (Apesar do principio do transtorno vir antes, esse se fortalece após o ato).

De fato que havia pensado em tudo, menos na ruptura da lei natural que o homem segue para viver bem consigo e com outros, gerando uma consequência atada pela desordenança dessa lei em seu ser, que naturalmente se instalou, o acusando. Doente ficava. Contudo, estava sempre bem ao ajudar a um pobre sofredor na rua, percebendo assim, que talvez, precisasse de encontrar uma forma de sair dessa tortura... Abandonando a todos (família e amigos) e se juntando a outra pobre alma desgraçada, que foi a sua razão, colocando-lhe no echo, aconselhando: "É preciso que aceites o sofrimento e te redimas por meio dele; Levanta-te. Vá imediatamente, neste mesmo instante, a uma encruzilhada, ajoelha-te no chão e beija a terra que manchaste; em seguida inclina-te para todos os lados e grita a toda a gente 'Eu matei' e então Deus restituirá a vida".

Essa razão se chama Sônia, uma outra alma arruinada pela circunstancia da vida, o sofrimento dela é intenso, mas que possui uma fé genuína em Deus e que confia nEle para tira-la da situação que vive quando Ele permitir.

Bem, duvida que essa saída seria através de um assassino, chamado Raskonikov cujo pensava que sua saída da tortura seria fugir ambos? Engano! Ao contar a verdade para Sônia, se ver na encruzilhada de fugir e viver sobre a tortura de si ou aceitar o conselho e se entregar a policia.

Dostoevsky é fenomenal! Escreveu uma história maravilhosa, profunda, cheia de significados, que "blow" a cabeça do leitor. E acho isso incrível! Porque é bom quando você para pra refletir sobre cada cena. Entretanto de tantos temas que gostaria de comentar, escolhi o tema principal devido o excesso de spoiler que seria. Todavia, esse continua ser o meu livro favorito e a melhor releitura do ano! Gosto de todos os personagens e como eles são bem desenvolvido... Enfim, recomendo fortemente!

Elen Ximenes @quemleganhamais 29/12/2022

A palavra convence, o exemplo arrasta
"No início da vida de galé ele pensou que ela fosse atormentá-lo com religião, puxar conversa sobre o Evangelho e lhe impor livros. Mas, para a sua maior surpresa, ela não tocou nesse assunto uma única vez, nenhuma vez sequer lhe sugeriu o Evangelho. Ele mesmo o pedira a ela um pouco antes de adoecer, e ela lhe trouxe o livro em silêncio."

É incrível como Dostoiévski consegue descrever a complexidade e ambiguidade humana. Como é impactante e ao mesmo tempo bela a forma como ele dá voz aos marginalizados, miseráveis.

|Crime e castigo| é sobre identificar-se com os desprezados. Isso me lembra muito Jesus!

Conhecimento é algo maravilhoso, mas como Paulo escreveu: nada vale se eu não tiver amor. O único caminho capaz de redimir, restaurar alguém é o amor.

Uma leitura revolucionária na minha vida. Reafirmou o caminho que quero seguir?

Em breve resenha completa no @quemleganhamais.

#crimeecastigo
#dostoyevski #literatura #leitura #quemleganhamais

Lissa 28/12/2022

Isso é Dostoievski?
Meu namorado quase terminou comigo quando disse que daria 3.5.
Mas, em minha defesa, achei um livro confuso demais. Entendo todo o ponto introspectivo do personagem principal preso em seus delírios e sentimentos em relação ao crime que cometeu. Porém, todas as outras histórias que acompanham o personagem acabam entrando nesse fluxo caótico onde tudo acontece ao mesmo tempo e tudo é desesperador.
Não sei se teria coragem de ler de novo. Achei um livro confuso o suficente pra que eu não conseguisse absorver muita coisa apesar de saber que existe muito a ser absorvido.
Peço desculpas a todos os leitores clássicos.

Lari 28/12/2022

A culpa
Um livro difícil, mas bom. Havia lido alguns livros menores do autor anteriormente para "sentir" sua escrita e me apaixonei. No entanto, logo no início desse livro não fazia ideia se iria conseguir terminá-lo.
A trama real acontece em grande parte nas entrelinhas, no subconsciente dos personagens, no não dito. É um livro que demanda grande capacidade de interpretação,mas muito bom, afinal, um clássico sempre será um clássico.

Lucas 27/12/2022

Novelas Russas
Eu sou literalmente ele ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎

alissa 26/12/2022

Drama psicológico
Levei mais tempo do que achei que iria precisar para ler Crime e Castigo. É o meu primeiro contato com a literatura russa, e quis começar com esse clássico para não ter erro. Embora seja sim uma leitura bem densa, achei a abordagem psicológica dos personagens criados pelo Dostoiévski muito interessante, a complexidade de cada coadjuvante é explorada ao máximo. As descrições do cenário e da atmosfera de São Petesburgo são quase sufocantes e contribuem para reforçar essa aura pesada, tensa e deprimente que envolve a história. O protagonista levanta várias reflexões que parecem que vão deixar o leitor completamente DOIDO conforme ele mesmo vai enlouquecendo e se afundando nos desdobramentos do crime que cometeu.Tive alguma dificuldade com os múltiplos nomes dos personagens e com algumas passagens mais complexas do livro, mas consegui terminar sem grandes problemas. Pessoalmente achei uma leitura bem filosófica, do tipo que definitivamente não vai agradar todos os públicos, mas que faz pensar, e com certeza serve de base para várias discussões sobre o caráter, a psique e as mazelas humanas.

Lais.Souza 26/12/2022

O maior poder descritivo de Dostoyevsky, é o descrever a alma e psicológico de seus personagens. Acho que não há autor que saiba explorar tão bem as emoções e conflitos de seus personagens como ele. Em crime e castigo não seria diferente.
A atmosfera do livro nos faz querer a todo instante que Rodia tenha uma redenção avassaladora. Mas nós chocamos quando mesmo após confessar o crime ele não se arrepende de tê-lo cometido. E isso nos mostra, por exemplo, que para alguns o arrependimento é um processo lento, o crescimento e aprendizado, é um caminho custoso. O fim do livre nos mostra apenas o primeiro passo que Raskolnikv teve para de fato se arrepender de seu crime. Seu castigo é muito pior que a prisão e o trabalho forçado, é abrir mão de seu orgulho, de suas convicções e abraça a verdade.

anaclarbastos 25/12/2022

Crime e castigo descreve de uma forma única e autêntica os delírios de uma mente assassina, que alterna entre a culpa e a certeza de que o crime que cometeu é justificável e Até faz bem à sociedade

Cafeína 24/12/2022

Vc vai ficando louco com o protagonista... Adorei!
Por melhor que tenha sido a experiência, eu tenho que admitir, não foi lá muito fácil, por vezes maçante, em parte graças a escrita do Dostoievski, não que seja muito arcaica ou complicada, muito pelo contrário inclusive, na verdade ela se mostra densa, por vezes labiríntica e principalmente, inquietante. No momento a momento da obra, nós vagamos tanto pela mente conturbada pelo Raskolnicov, sendo arrastados pela paranoia e esmagados pela culpa deste, quanto pelas ruas decadentes de Petersburgo, sempre um ambiente deplorável que rima em muito com o que se tornou nosso protagonista. Sendo uma obra voltada a investigação psicológica, não poderia faltar o protagonismo de uma figura tão obtusa quanto interessante, e aqui nós temos nosso caro Rodion Raskolnicov, e não me leve a mal como puxando saco de clássico nem nada, ele é incrível mesmo é de fato dos melhores personagens que eu já li, tanto pelos seus dilemas, quanto pelo apelo empático que ele provoca(mesmo que acompanhado de uma certa aversão nossa), quanto ainda pela sua humanidade? é um personagem muito muito bom, tão contraditório quanto engajante e acima de tudo humano, demasiado humano. Não que o restante do elenco não seja interessante, especialmente aqueles mais próximos da personagem principal, mas ainda assim, praticamente todo mundo adiciona uma pecinha que seja para montar o quebra cabeças do autor.
Claro que o tema principal do livro é o estudo de personagens, sobretudo da culpa que vem de um crime, mas ainda assim, ele compõe um ótimo thriller criminal, especialmente na reta final, onde, para mim, estão os melhores capítulos,tem muitas cenas de deixar realmente tenso.
É um livro incrível, realmente incrível; vale a pena dedicar a leitura.
Espero ler muita coisa do autor.

Carol 24/12/2022

Tantas emoções
Um dos melhores de 202 também, livro incrível ainda mais se souber um pouco da história da vida do autor ?

dan 23/12/2022

REGENERADOS
Crime e Castigo, é o meu primeiro contato com a literatura russa, assim como é minha primeira leitura do gênio Fiódor Dostoiévski.

Nesta obra, o escritor retrata muitos assuntos reflexivos no contexto daquela época, tendo em mente estes assuntos, ainda é uma realidade atual na qual vivemos, sendo atemporal.

Entrando na história, temos um personagem destaque (Rodia) o mesmo é intrigante e interessantíssimo - deixo aqui um ponto único e curioso de Dostoiévski, que é a forma como ele descreve os diálogos da mente do personagem consigo mesmo, ele entra afundo no mundo psico, levando o leitor a ter questionamentos.

Falando sobre o título da obra, não tem segredo, é isso mesmo que vai acontecer: um crime e um doloroso castigo que iremos lê na maior parte do livro - este último vai trazer perturbações, desavenças, negação social, assim como interrogações da sanidade do protagonista. Ademais, os outros personagens serão pilares que tornará a narrativa ainda mais curiosa e humana; na medida certa todos são explorados, trazendo em suas entrelinhas - a inveja, a vaidade, a realidade da pobreza, a apatia e a injustiça.

A realidade é essa, tudo que é feito pelo homem: seja bom ou mal, tem consequência, seja para o interno malfeitor, como também, todos os atingidos que estão ao redor. Sendo assim, a forma possível de sair disso: é reconhecendo com humildade a falha, pois a natureza pecaminosa não deixa passar de vista nenhum ser que vive, você pode até ser rico, pobre, até mesmo um acadêmico bem sucedido, ainda assim, é pecador, todos são PECADORES.
Portanto, todos devem se entregar ao perdão e ao único e suficiente salvador, Jesus. Só assim as mazelas poderão ser lançadas fora e assim ser regenerado.


É só o início, para o mergulho da maravilhosa literatura clássica. ??

fernando 22/12/2022

baita livro
Dostoievski .
Sem grandiosos eventos depois do começo, o livro passa a maior parte do tempo mostrando a decadência da mente humana e a decadência da sociedade, com questões morais, filosóficas e sociais.

"Achas que um crimezinho minúsculo não fica apagado com milhares de ações boas?"

Falando da velha, dois rapazes num bar, um fala como mataria a velha sem remorso, pois "centenas, ou milhares de existências fadadas à vadiagem, dezenas de famílias salvas da miséria, da degradação, da morte, da devassidão, dos hospitais venéreos - e tudo isso com o dinheiro dela"
depois de ouvir os dois rapazes, o ródia até mesmo pensa em predestinação, já mostra o egoísmo e os sinais de narcisismo do personagem.
A morte de uma velha tísica, malvada, por cem vidas salvas da degradação e podridão, mas, quem decide isso?

quem é ordinário e quem é extraordinário?

A teoria do ródia sobre o homem extraordinário e ordinário é bem parecida com o ubermensch de nietzsche, o homem extraordinário teria passe livre pra cometer qualquer crime que fosse, já que seria superior a qualquer lei e moral. São os homens que fazem história, tal como darwin e napoleão que são citados por ele. Se darwin tivesse que passar por cima de cem vidas, pra conquistar seus objetivos e mudar o mundo com seu conhecimento, ele teria o direito de faze-lo, são os homens tal qual napoleão, que passaram por cima de milhares pra chegar onde chegaram e fazer história.
mas a teoria implica na existência de um svidrigailov.
Svidrigailov, que é tão criticado até mesmo por raskolnikov na obra, e provavelmente pela maioria que leu, percebe-se como ele é sórdido, sujo, vil e ped0. Vive apenas por seus desejos sexuais, um libertino acima de qualquer moral, tal qual um "homem extraordinário". Ele é a prova viva do porque a teoria do Ródia é ruim e inconsistente, afinal, quem decide quem é extraordinário e quem é ordinário?
Svidrigailov é o segundo personagem favorito meu nessa obra, só pelo fim dele, o suicídio absurdo.. vazio.. e indiferente, depois dos pesadelos no quarto do hotel, depois da rejeição da Dúnia, Quando ele percebe que tá fadado a uma vida medíocre sem o amor de alguém como ela, ele percebe o absurdo que é a própria existência dele, e estoura os próprios miolos na frente do maltrapilho que tava na rua.
Na minha visão e entendimento, é isso.

eu ainda teria muito a falar do fim, com a Sonia etc, mas eu resolvi me prender nesse assunto aí em específico pq eu gosto muito, e também to com muito sono ;) entao toma essa citação
“Eu não me curvei para você, mas para todo o sofrimento humano.”

agora deixando de lado o bla bla bla, recomendo muito o livro pra quem gosta de um livro psicológico denso, REALMENTE DENSO, sem eventos, realmente é um livro sem eventos grandiosos, mas com uma profundeza de conhecimento assustadora, pra quem ama psicologia e as várias facetas da mente humana, é o livro perfeito. e o final com o ródia indo nos campos de trabalhos forçados etc é literalmente a vida do dostoievski na época, então os próprios pensamentos e sofrimentos dele tão sendo descritos nas últimas páginas e eu acho muito foda isso.