Crime e castigo

Crime e castigo Fiódor Dostoiévski




Resenhas - Crime e Castigo


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melbernardoo 19/07/2024

A história de um piolho regenerado
Publicado em 1866, Crime e Castigo é o romance mais aclamado de Dostoiévski e alçou o escritor ao mais alto panteão dos escritores mundiais. Fato esse que é merecidíssimo, uma vez que o autor trabalha muito bem questões psicológicas como a angústia, a revolta e a compaixão. A publicação dessa obra no século XIX, abriu caminho ao trágico realismo literário moderno. O período tortuoso em que permaneceu preso serviu como profunda inspiração para essa obra prima de Dostoiévski, de fato foi um meio exemplar de evidenciar o quanto essa experiência aprofundou seu olhar sobre a vida.
A cidade de São Petersburgo do século XIX é marcada por uma forte desigualdade social. Esse é um ponto muito evidente e relevante para a narrativa, pois evidencia como a justiça social é necessária para o bem-estar comum. A Rússia desse período era povoada por um povo que em sua maioria vivia na miséria, o personagem principal faz parte dessa massa miserável e vê toda sua situação de necessidade como uma razão para cometer um crime.
Raskólnikov, assim como todos os personagens desse romance, é um ser controverso. “?[...] E como, como você entrega seu último tostão e mata para roubar?”? (p. 589) Esse pequeno trecho exemplifica muito bem como Dostoiévski foi capaz de criar personagens tão profundos ao ponto de ser difícil julgá-los por suas ações vis, nenhum ser é tão ruim que não haja nele a possibilidade de se arrepender e evoluir.
Assassinos, prostitutas, bêbados, orgulhosos.... A lista é grande. O autor foi longe ao representar as facetas humanas tal como ela é, todos os possíveis pecados que uma pessoa pode cometer parecem estar presentes no livro. Me ocupo em falar dos personagens pois o enredo, de certa forma, é simples. O mais importante nessa obra é a construção e desenvolvimento dos personagens, como alguns se entendem como o que são, piolhos; e como outros que são piolhos, mas se veem como pessoas “?dignas?”.
A falta de virtude e arrependimento dos próprios erros apodrece a alma. Raskólnikov é o exemplo perfeito disso, quis e se forçou a acreditar que o fim justificaria o meio e ao matar a velha matou a si também. “ ?[...] Matei a mim mesmo e não a ela! Acabei comigo de uma vez só e para todo o sempre!... E quanto à velhota, foi o demônio quem a matou, não fui eu...”? (p. 598) Quis acreditar que seria homem se fosse capaz de carregar o peso do segredo vil e pecaminoso, não conseguiu, felizmente.
Escrever essas linhas já me emociona. Esse é o melhor livro que já li até hoje. Posterguei a leitura desse clássico por receio de sua possível dificuldade, foi mais fácil do que eu imaginei, fiquei vidrada, não queria parar de ler. A velocidade com que li o livro combinou com a velocidade em que se sucede os acontecimentos no livro, tudo acontece muito rápido, em uma semana muitos conflitos acontecem um seguido do outro, o que contribui para o desejo de ler ser pausa.
JGuSoul 08/08/2024minha estante
Excelente análise!


melbernardoo 09/08/2024minha estante
obrigada! que bom que gostou!!! ??




Maristela 19/07/2024

- Meu senhor - começou quase com solenidade ?, a pobreza não é um pecado, é a verdade. Sei também que a embriaguez não é nenhuma virtude. Mas a miséria, meu senhor, a miséria... essa sim, essa é pecado. Na pobreza ainda se conserva a nobreza dos sentimentos inatos; na miséria não há nem nunca houve nada que os conserve. A um homem na miséria quase que o correm a paulada; afugentam-no a vassouradas da companhia dos seus semelhantes, para que a ofensa seja ainda maior, e é justo, porque na miséria sou eu o primeiro que estou disposto a ofender-me a mim próprio.
Pagina 21
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Mariana113 18/07/2024

Sensacional!!!
Sem palavras pra esse livro, eu tive tantas sensações distintas lendo, é um livro que com certeza eu pretendo reler.
Nunca li um livro com personagens tão bem construídos, tão humanos.
A narrativa é excelente, as vezes na minha cabeça era como se eu tivesse vendo um filme, de tão bem que eu consegui visualizar as coisas.
Ps: Raskolnikov é as vezes detestável, mas ele é muito humano, não tive como não adorá-lo.
(Em algum momento talvez eu faça uma resenha mais detalhada, nesse momento ainda estou digerindo o livro rs)
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Raquel.Albuquerque 17/07/2024

Esse livro fala muito mais de perdão e redenção do que do crime e castigo propriamente dito. Não foi uma leitura fácil, não esperava menos que isso vindo de um dos autores referência na literatura.
Leiam, vale super a pena, são assuntos que te fazem refletir e te geram desconforto ao se identificar com alguns personagens.
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Ize 17/07/2024

Romance sem igual, um clássico da literatura.

A história é um relato de uma mente doentia, antes mesmo do crime a ser cometido.

No começo a leitura foi difícil de assimilar, principalmente em relação aos nomes das personagens, mas depois de um tempo a leitura fluí muito bem.
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Madu Olifotet 17/07/2024

AQAAAAAAAAAAAAAAAAAQQAAAAAAaaaaaaaaaaaa AQAAAAAAAAAAAAAAAAAQQAAAAAAaaaaaaaaaaaa AQAAAAAAAAAAAAAAAAAQQAAAAAAaaaaaaaaaaaa AQAAAAAAAAAAAAAAAAAQQAAAAAAaaaaaaaaaaaa
bebebeb 25/07/2024minha estante
real




moisessls 16/07/2024

Quanta tristeza, não sei quantos sinônimos ainda existem pra definir a miséria.
Ler esse livro é sempre acompanhado de angústia, como que as pessoas sofrem tanto assim, como é esperado que uma pessoa viva dessa forma paupérrima e ainda assim seguir em frente. (A Sônia é incrível)
Acompanhar a história do Raskólnikov é realmente muito difícil, a forma que ele foi consumido pelos pensamentos, é realmente impressionante ver o que ideias podem fazer com o ser humano.
Livro bem bom, complicado de ler às vezes, e é realmente necessário fazer uma listinha com nomes.
Acabei querendo mais.
Recomendo muito!!!
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melmelrs 15/07/2024

Entendi o porquê da Clarice Lispector ter gostado dessa obra
No começo eu não colocava tanta fé no livro e foi meio cansativo ler por conta das palavras desconhecidas (por isso demorei mais tempo para terminar) mas valeu a pena ter persistido.
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Fofox 14/07/2024

O protagonista é um personagem muito complexo e consegui sentir muitos sentimentos em relação a ele mas no fim apenas acho ele meio sociopata mesmo. A miséria, a morte e a desgraça era tão normalizada nessa época que lendo eu fico com tanta angústia porque o tempo todo só coisa ruim acontece. É um livro que aborda a morte, o certo,o errado, a moral de uma forma muito diferente e acho que nem tenho mais neurônio pra dizer o que achei das ideias desse dodói
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OPHTHORN 14/07/2024

Não desista!
Pra quem leu minha resenha de Os irmãos Karamazov viu que eu detonei o velho do Dostoievski e detonei o livro, mas eu decidi dar outra chance pro velho pq eu sei que algum livro dele ia me agradar (depois de ser desagradada por Noites brancas e Os irmãos Karamazov).
Diferente de Noites brancas, onde achei os personagens chatos, e em Os irmãos Karamazov, onde achei o livro mortalmente chato e cheio de ladainha religiosa, esse daqui entregou tudo, e se pudesse entregava mais, mas o velho do Dostoievski era humilde (kkkkkkkkk).
Começando que eu me identifiquei horrores com o Raskólnikov, tanto que fiquei assustada. Ele ia fazer as coisas e eu pensava de um jeito, não dava outra e ele expressava o msm pensamento que eu.
Fomos separados por um século e uns quebrados.
Os acontecimentos são babado quente e os personagens me cativaram demais.
Te amo Razumíkhin, vc aguentou muito e ainda foi simpático.
Te amo Dúnia, vc serviu muito pra uma personagem que foi escrita por um homem.
Te amo Sofia/Sônia, vc sofreu o pão que o diabo amassou, mas msm assim não cometeu o famoso $mt.
E te amo Raskólnikov, e daí que vc matou duas pessoas??? Acontece, vc tava num dia ruim.
(Só não faço o msm pq eu não posso, tenho irmão pequeno).
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Guilherme2677 14/07/2024

Bem menos complicado do que eu achei que seria e até divertido em algumas partes. É aquele tipo de livro que causa sentimentos ruins mas que faz isso tão bem que se torna bom.
O dostoiévski é realmente muito bom em criar personagens vívidos, no sentido de que cada personagem tem uma maneira de falar muita própria com formas muito únicas de interpretar os eventos a sua frente.
Alguns parágrafos ou falas simplesmente NÃO LEVAM A LUGAR NENHUM ou não fazem sentido. Mas isso é não é uma coisa ruim, é algo que faz com que os personagens sejam ainda mais humanos, porque sendo contraditórios e confusos eles se tornam ainda mais reais.
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P.F.G. 13/07/2024

Crime e Castigo
Meu primeiro favoritado do Dostoievisk! Que livro, hein? Cada personagem apresentada na narrativa possue sua importância-já recomendo fazer uma ?listinha? para não se esquecer dos nomes, literatura russa, sabem como é, certo?
A história do Rodka-ou Raskólnikov-cativou-me no começo ao fim, adentrar em sua mente doentia fez-me refletir em alguns assuntos na vida, assuntos como:?Até aonde você iria pela falta do básico??Claro que as decisões dele foram LONGE de serem as melhores! Posto a isso vale a pena pensar sobre.
Ademais, como um grande pensador, vê-lo se matado com seu próprio imaginário, suas próprias paranóias, mostrou-me como nós mesmos somos prejudiciais para nós. Claro, isso não é novidade, mas ver isso exposto em uma narrativa como essa?
Em suma, é um livro que recomendo 100%, foi escrito na 2° fase do autor: a necessidade de Cristo na nossa vida.
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JAlia372 13/07/2024

"Sou um homem mau"
Sem palavras
O melhor livro do ano até agora!
"Viver para quê? Que perspectivas tinha? Viver só para existir? Estava mil vezes mais disposto a entregar sua existência por uma ideia, uma esperança, até mesmo uma fantasia. A existência somente era pouco, ele queria mais"
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Lore.dossn 13/07/2024

?
"Por que viveria? O que teria em vista? A que aspiraria? Viver para existir? Mas ele estava mil vezes pronto, ainda antes do ocorrido, a trocar sua existência por uma ideia, por uma esperança, mesmo por uma quimera. Nunca se contentava com a existência em si; ele sempre queria algo maior".

> Honestamente, sem palavras para o meu primeiro russo. Esse livro explorou muitas coisas, no íntimo do ser, foi uma narrativa muito envolvente (achei a escrita muito boa de ler tbm) com a vontade de saber o que vai acontecer, onde está o crime? Onde está o castigo? A 'legitimidade' deste e sua Redenção.
Entendi por fim o que queriam dizer quando afirmam que Dostoiévski é o mais intimista dos escritores, e recomendo outros a conhecerem também.
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