A morte de Ivan Ilitch

A morte de Ivan Ilitch Leon Tolstói




Resenhas - A Morte de Ivan Ilitch


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@aprendilendo_ 22/07/2020

Resenha de A Morte de Ivan Ilitch
Haverá sempre algo iminente na morte, uma contemplação singular. Quando pensamos sobre esse tema há quase como se um arrebatamento para uma questão existencial a respeito de nossos propósitos, amores e atitudes. E em A Morte de Ivan Ilitch somos apresentados a algumas dessas sensações enquanto conhecemos a miséria de um homem que descobriu em seu falecer nunca antes ter vivido. Escrito por Liev Tolstói, um dos gigantes da literatura mundial e autor do clássico memorável Guerra e Paz, a obra publicada em 1886 conta a triste história de um empregado público o qual encontra-se com um misterioso problema de saúde e a partir disso passa a ver sua vida por lentes melancólicas.

Com menos de 100 páginas, a novela é iniciada já com a confirmação da morte do protagonista. No primeiro capítulo somos expostos à narrativa em terceira pessoa com um foco em Piotr Ivanovich, grande amigo do falecido oficial o qual apesar da relação com o finado, tem a menor das intenções de ficar na cerimônia e sequer demonstra algum sentimento sincero. Após uma introdução constrangedora a qual mostra o desinteresse das pessoas pelo personagem principal, acompanhamos então, da infância até o trágico dia de sua partida, a vida de Ivan.

“Agora era ele quem tinha de morrer. Comigo vai ser diferente- eu estou vivo”.

Há aqui um duro relato, Liev faz questão de apontar muito mais a fundo não apenas os movimentos de cada sujeito, mas suas reais intenções e sentimentos. Notamos uma situação mascarada e fria, sem empatia, com uma fuga da realidade a qual está apenas em busca de rápidos entretenimentos e status, para dessa forma, fugir de uma verdade perturbadora. Essa característica traz um novo modo de ver o ambiente, passamos a obra nos perguntando o porquê de todos serem tão sarcasticamente distantes e se isso realmente acontece em nossa sociedade.

Nesse contexto, temos outro bom atributo o qual auxilia nessa estrutura, estamos falando da escrita do autor. É realmente encantadora. A descrição de ocorridos e a sutileza pela qual vai moldando a história dão à obra uma naturalidade a qual dificilmente vai se tornar enjoativa ou passar a sensação de conto forçado para o leitor. Isso cria uma boa fluidez e gentileza de modo a termos a liberdade para durante a leitura voltarmos algumas páginas de vez em quando e reanalisar de maneira mais profunda aquilo acontecido. Como consequência desses fatores, há um certo distanciamento do leitor para com os personagens, pois ele aproxima-se muito mais do narrador e isso pode gerar uma falta de empatia com os indivíduos e prejudicar o processo de imersão literária. Apesar disso, esse elemento traz à tona um novo tom. A narrativa toma, nesse sentido, uma abordagem de análise contemplativa, muito mais que acompanhar, nós “estudamos” as atitudes de cada indivíduo.

É difícil conseguir resumir as conclusões de A Morte de Ivan Ilitch em poucas palavras, mas se pudesse descrever com uma sensação, seria de constrangimento. De certa forma é humilhante ver alguém transformando o milagre da vida em uma maldição de máscaras para impressionar a sociedade e é mais humilhante ainda percebermos que se não nos cuidarmos para não cair em tais erros, a narrativa dessa obra pode no fim ser sobre nós. Um clássico o qual auto explica o sucesso no transcorrer de suas páginas, crítica atemporal ao comportamento humano.

Para mais resenhas, acesse: aprendilendo.com.br

site: https://www.aprendilendo.com.br/post/resenha-de-a-morte-de-ivan-ilitch
beckysoul 22/07/2020minha estante
Livro perfeito, amo


@aprendilendo_ 22/07/2020minha estante
Realmente, é um livro incrível.


Gabriela 22/07/2020minha estante
Ótima resenha! Já fiquei com mais vontade de ler.


@aprendilendo_ 22/07/2020minha estante
Muito obrigado! É aquele tipo de livro que você como psicóloga vai sempre poder usar em comparações, acredito que irá gostar.


Gabriela 22/07/2020minha estante
A temática me chamou bastante atenção mesmo e gostei da forma que você escreveu sobre a história. Já tava de olho nele, agora vou ler com certeza.


Cassia.Calfon 23/07/2020minha estante
Amo esse livro ??


@aprendilendo_ 23/07/2020minha estante
Eu também e temos vários motivos para isso.


almeidalewis 23/07/2020minha estante
??? por agregar valor a nossa experiência literária.


@aprendilendo_ 23/07/2020minha estante
Muito obrigado, amigo!


Ludmila 23/07/2020minha estante
Confesso que eu tinha um pé atrás com esse livro... Mas há algum tempo sinto que se eu encará-lo, vou gostar muito. Acho que será uma ótima leitura, sua resenha me deixou ainda mais empolgada!


@aprendilendo_ 23/07/2020minha estante
Muito obrigado! Encare sim, talvez seja um dos melhores clássicos para se experimentar, não é um linguajar rebuscado ou algo do tipo e traz uma ótima reflexão.


Lanna Victoria 24/07/2020minha estante
É, sem dúvida, um dos meus livros favoritos!


@aprendilendo_ 24/07/2020minha estante
Gostei muito dele também, entrou para o rol de obras as quais, se Deus quiser, irei ler mais algumas vezes na vida.


Pollyana 25/07/2020minha estante
Livro fantástico. Amei sua resenha! ?


@aprendilendo_ 25/07/2020minha estante
Ele é sensacional. Muito obrigado!!


Bruna 25/07/2020minha estante
Adorei sua resenha! Me fez adiciona-lo a lista de futuras leituras.


@aprendilendo_ 25/07/2020minha estante
Muito obrigado! Acredito que você não irá se decepcionar com a leitura, Bruna.


Gabriela 26/07/2020minha estante
Esse já está na minha lista


Emily 29/07/2020minha estante
Adorei sua resenha!


@aprendilendo_ 29/07/2020minha estante
Muito obrigado!


Amanda Ribeiro 04/08/2020minha estante
Quero muito ler esse livro!


@aprendilendo_ 04/08/2020minha estante
É um livro sensacional, acredito que você irá adorar!


Maria.Eduarda 09/08/2020minha estante
Vale a pena ler brás cubas,vários links com essa obra de tolstói


@aprendilendo_ 09/08/2020minha estante
Ainda não li memórias póstumas, não sabia desse fato, Maria. Obrigado pela dica, tentarei ler em breve.


AnaCris 31/12/2020minha estante
Excelente resenha. Obrigada.


@aprendilendo_ 31/12/2020minha estante
Muito obrigado!!


João Augusto Limeira 23/04/2021minha estante
Que resenha massa. Curti demais a leitura também.


Rafaela.Levinthal 27/05/2021minha estante
Um bom livro! Rápido, leitura simples e faz refletir.


Tássila 30/10/2021minha estante
Já estava interessada pelo livro, agora fiquei mais ainda. Muito obrigada.


Math 22/12/2021minha estante
Excelente, Tolstói nós traz reflexões profundas com está obra, de modo precípuo, sobre a morte.


Rafael.Bortoli 23/03/2022minha estante
Muito bom


Alaminutta 02/06/2022minha estante
Ótima resenha ????


selma.martins.146 25/09/2022minha estante
Excelente sua resenha, parabéns!
L
Acabei de ler o livro e amei a trama, me faz refletir sobre a vida que tenho levado.
Obrigada ?


Carlos.Medeiros 12/08/2023minha estante
É o tipo de livro que passa dias, até semanas martelando na nossa cabeça, apesar do tema pesado a leitura é muito fluída e fácil.




Alane.Sthefany 15/04/2022

A Morte de Invan Ilitch - Liev Tolstói
?A Morte de Ivan Ilitch? é uma reflexão sobre a morte. Muitas vezes, quando ela se apresenta diante de nossos olhos, ela se torna algo inaceitável e injusto, como se a morte necessitasse de algum tipo de justificativa para ocorrer ou nos visitar.

Uma coisa que todos devem ter em mente, é a certeza da morte. Ela não é novidade para ninguém, desde que o mundo é mundo.

A sentença de morte foi escrita para todo o gênero humano: É homem, deves morrer. Dizia Santo Agostinho:

?Só a morte é certa; os demais bens e males nossos são incertos?.

É incerto se o recém-nascido será rico ou pobre, se terá boa ou má saúde, se morrerá moço ou velho. Tudo isto é incerto, mas é indubitavelmente certo que deve morrer.

?Todos temos de morrer, e nós deslizamos como a água sobre a terra, a qual não volta para trás? (2Sm 14,14).

No entanto, a sociedade, a mídia, a correria do dia a dia, nos apresenta ela como algo muito distante, ou que não está a nossa porta.

A morte corre ao nosso encontro mais rápido que um corredor. E nós, a cada instante, corremos para ela (Jo 9,25).

Muitas pessoas, nem mesmo percebem que os anos estão se passando, e que a cada passo, a cada respiração chegamos mais próximo da morte; outras, nem mesmo notam as rugas, linhas de expressão surgindo em suas faces, que antes eram cheias de vida, rigidez, robustez. Até hoje , muitos acreditam ou têm em mente, um Brad Pitt, Angelina Jolie, e tantas outras celebridades... como eram apresentados há muitos anos atrás, ainda jovens, que não envelheceram.

A mídia faz o possível para afastar-nos desse pensamento, que todos passaremos pela morte um dia, sem exceção alguma, todos que vieram a esse mundo estão fadados a ela.

Fazendo com que venhamos a termos vidas superficiais, como se tivéssemos todo o tempo do mundo ou vivêssemos eternamente.

Daí surgem os arrependimentos diante da morte repentina (que nunca vem com aviso prévio), de viver por viver, ou simplesmente existir (se é que podemos usar esse termo), e a morte de Ivan Ilitch, é um alerta sobre como vivemos e como queremos vivermos daqui em diante, sem que seja necessário ter um encontro repentino e desagradável com a morte, pois como muitos, Ivan Ilitch abriu os olhos tarde demais ao adoecer, viu que viveu da pior forma possível, viveu de modo errado, e o seu maior desespero durante todo o sofrimento que sobrevenho com a doença e dores, foi o de querer começar a viver da forma correta, entretanto, agora ele não tem mais tempo, a morte jaz a porta, no entanto, para ele, não para nós, podemos hoje mudar a forma em que vivemos, para não termos o mesmo fim que Ivan Ilitch teve, um trágico e infeliz fim.

Neste quadro da morte, caro irmão, reconhece-te a ti mesmo, e considera o que virás a ser um dia:
?Recorda-te que és pó, e em pó te converterás?.
Pensa que dentro de poucos anos, quiçá dentro de alguns meses ou dias, não serás mais que vermes e podridão. Este pensamento fez Jó dizer para si mesmo:

?À podridão eu disse: tu és meu pai; aos vermes: sois minha mãe e minha irmã?

?Que é vossa vida? É um vapor que aparece por um momento? (Tg 4,15).

Os vapores que a terra exala, quando sobem ao ar, sob o efeito dos raios solares oferecem, às vezes, aspecto vistoso; mas quanto tempo dura essa aparência brilhante? Ao sopro do menor vento, tudo desaparece.

Que é nossa vida? Assemelha-se a um tênue vapor que o ar dispersa e desaparece completamente.
Todos sabemos que temos de morrer. Muitos, porém, se iludem, imaginando a morte tão afastada que jamais houvesse de chegar. Jó, entretanto, nos adverte que a vida humana é brevíssima: ?O homem, vivendo breve tempo, brota como flor e murcha? (Jó 14,1-2). Foi esta mesma verdade que Isaías anunciou por ordem do Senhor. ?Clama ? disse-lhe ? que toda a carne é erva... verdadeira erva é o povo; seca a erva, e cai a flor? (Is 40,6-8). A vida humana é, pois, semelhante à de uma planta. Chega a morte, seca a erva; acaba a vida e murcha, cai a flor das grandezas e dos bens terrenos.

Neste mundo todos os homens nascem em condições desiguais, mas a morte os iguala ? disse Sêneca.


?????

Lembro que a primeira vez em que soube da existência de A morte de Ivan Ilitch foi por meio de um amigo que me disse que odiara o livro. Não que fosse mal escrito, pelo contrário: era tão bem escrito que, segundo ele, quase havia morrido junto com o personagem durante a leitura. De fato, se a literatura nos permite viver muitas vidas, também nos possibilita morrer muitas mortes. E esse morrer junto, na literatura, só pode ser realizado no diálogo amoroso entre ?m bom escritor e um bom leitor.

?Homem Pequeno?, homem sem realizações e sem mobilidade social. Temos a maior representação desse arquétipo em Akáki Akákievitch, protagonista do conto ?O capote?, de Nikolai Gógol. Akáki é um funcionário de baixo escalão, ridicularizado por todos, para quem um capote novo e sem furos representaria o fim da injúria e da infelicidade.
Tolstói estendeu a dimensão do ?homem pequeno? para o interior do ser ao compor Ivan Ilitch, grande burocrata de alma pequena.
Ivan, afinal, se crê respeitado e bem-sucedido em sua carreira de juiz, alheio ao fato de que fez pouco mais do que emular uma personalidade com sua trajetória emergente e angariar inveja em relacionamentos interesseiros.

A todo momento Tolstói escancara a pequenez sentimental de Ivan e reduz sua vida a nada, enquanto faz da morte seu maior instante de esclarecimento, o único verdadeiramente ?seu?, livre das amarras sociais da conveniência e da expectativa.

De nada adiantou projetar sua felicidade em seus bens, já que o que tem diante de si agora é nada além de um império de poeira.

Em seu livro Do amor, o escritor francês Stendhal faz uma bela defesa da literatura como forma de autoconhecimento. De modo geral, ele diz que, da mesma maneira que não estudamos anatomia abrindo as próprias tripas, mas, por comparação, estudando outro corpo, também desconhecemos a face de nossas paixões sem um estado observador da fraqueza alheia, por causa da ?vaidade e várias outras causas da ilusão?.
Eis a beleza da literatura: Tolstói, desde sempre um obcecado pela morte, mata com minúcias de agonia um personagem desinteressante e altivo, apenas para que seu leitor conheça aquilo que é honestamente importante em sua própria vida ? sem que para isso tenha que se tornar um moribundo de fato.

O escritor, em um texto inteiro sobre a morte, faz um chamado à vida.

Tolstói escreveu um livro curto como a vida, e é impossível lê-lo sem pensar em mudar algo que nos insatisfaça no momento. Da minha parte, espero que esta leitura lhe sirva para pelo menos três coisas: testemunhar uma escrita magistral, amar a literatura russa do século XIX e olhar no olho fictício da morte para poder realizar algo que verdadeiramente faça sentido para você. Antes tarde do que tarde demais.

YURI AL'HANATI


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Capítulo I (Reflexões)

Ivan Ilitch era companheiro de trabalho dos senhores ali reunidos, e todos o adoravam. Estava doente havia já algumas semanas; diziam que sua doença era incurável. O posto dele fora guardado, mas conjecturava-se que, caso ele morresse, Aleksêiev poderia ser indicado para seu posto; já para o posto de Aleksêiev, ou Vínnikov, ou Chtábel. Assim, ao ouvirem sobre a morte de Ivan Ilitch, o primeiro pensamento de cada um dos senhores reunidos no gabinete foi sobre o significado que aquela morte poderia ter para a transferência ou promoção dos próprios membros ou de seus conhecidos.

Além das reflexões de cada um a respeito das transferências e possíveis mudanças de destino que aquela morte poderia acarretar, o próprio fato da morte de um conhecido próximo despertou em todos que ficaram sabendo dela, como sempre, uma sensação de alegria por ter morrido o outro, e não eles.

?Pois é, morreu. Mas eu, não?, pensou ou sentiu cada um deles.
Além disso, os conhecidos mais próximos, os assim chamados amigos de Ivan Ilitch, pensaram involuntariamente que, agora, teriam que cumprir aquelas obrigações decorosas muito enfadonhas e ir ao funeral, e também visitar a viúva para oferecer condolências.

[...]

Lembrei-me de um livro que fala sobre a brevidade da vida, e de como morrer bem nessa vida:

Retrato de Um Homem que Acaba de Expirar
És pó e em pó te hás de tornar (Gn 3,19)

Considera que és pó e que em pó te hás de converter. Virá o dia em que será preciso morrer e apodrecer num fosso, onde ficarás coberto de vermes. A todos, nobres e plebeus, príncipes ou vassalos, estará reservada a mesma sorte. Logo que a alma, com o último suspiro, sair do corpo, passará à eternidade, e o corpo se reduzirá a pó.
(...)
Ao ouvir a notícia de sua morte, limitam-se uns a dizer que era homem honrado; outros, que deixou à família grande riqueza. Contristam- se alguns, porque a vida do falecido lhes era proveitosa; alegram-se outros, porque vão ficar de posse de tudo quanto tinha.
Por fim, dentro em breve, já ninguém falará nele, e até seus parentes mais próximos não querem ouvir falar dele para não se lhes agravar a dor que sentem.
Nas visitas de condolências, trata-se de outro assunto; e, quando alguém se atreve a mencionar o falecido, não falta um parente que advirta: Por caridade, não pronuncies mais o seu nome! Considera que assim como procedes por ocasião da morte de teus parentes e amigos, assim os outros agirão na tua. Os vivos entram no cenário do mundo para desempenhar seu papel e ocupar os lugares dos mortos; mas do apreço e da memória destes pouco ou nada cuidam.
A princípio, os parentes se afligem por alguns dias, mas se consolam depressa com a parte da herança que lhes couber e, talvez, parece que até a tua morte os regozija. Naquela mesma casa onde exalaste o último suspiro, e onde Jesus Cristo te julgou, passarão a celebrar-se, como dantes, banquetes e bailes, festas e jogos. E tua alma, onde estará então?

[...]

O servo doméstico Guerássim (criado de Ilitch - jovem camponês, ajudante do mordomo dos Golovin. Cuida do patrão e o ajuda sem reclamar, estabelecendo com ele, durante sua doença, uma espécie de único vínculo verdadeiro), passando diante de Piotr Ivánovitch com passos leves, polvilhava algo pelo chão. Ao ver aquilo, Piotr Ivánovitch imediatamente sentiu o leve odor do corpo em decomposição.
(...)
Piotr Ivánovitch (colega de Ivan na faculdade de Direito e no Tribunal de Justiça, além de parceiro no jogo de uíste. Embora considerado o melhor amigo do protagonista, vai ao seu enterro não por vontade própria, mas por obrigação social, e ainda fica chateado por ter perdido o carteado com os colegas), parou e pôs-se a olhar o defunto.

O defunto jazia, como sempre jazem os defuntos, particularmente pesado, à moda dos defuntos, com os membros enrijecidos afundados no leito do caixão, a cabeça para sempre arqueada sobre o travesseiro, e elevava, como sempre elevam os defuntos, sua testa amarela de cera, com pontos escalvados nas têmporas afundadas, e o nariz, que assomava, como que espremendo o lábio superior. Ele tinha mudado muito, emagrecera ainda mais desde a última vez em que Piotr Ivánovitch o vira, mas, como em todos os defuntos, seu rosto estava mais bonito e, sobretudo, mais significativo do que tinha sido quando vivo. No rosto, havia uma expressão de que aquilo que deveria ter sido feito estava feito, e da maneira correta. Além disso, nessa expressão havia também uma censura ou um lembrete aos vivos. Esse lembrete pareceu a Piotr Ivánovitch despropositado ou, pelo menos, não concernente a ele. Começou a sentir algo desagradável, e por isso Piotr Ivánovitch fez o sinal da cruz mais uma vez, com pressa, e, como lhe pareceu apressado demais, em desacordo com a decência, virou-se e foi em direção à porta.

Possivelmente, o Piotr Ivánovitch, se sentiu incomodado, ao notar que aquele era o fim de todos, pois a vida é breve e frágil, e chegará o dia em que todos teremos que morrer e voltar ao pó, de onde viemos.

Como diz no livro de Eclesiastes, Capítulo 7:

"Um bom nome é melhor do que um perfume finíssimo, e o dia da morte é melhor do que o dia do nascimento. (Eclesiastes 7:1).

?Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete, pois naquela se vê o fim de todos os homens; e os vivos que o tomem em consideração? (Eclesiastes 7:2).

Ou ainda em outras traduções;

É melhor ir a uma casa onde há luto do que a uma casa em festa, pois a morte é o destino de todos; os vivos devem levar isso a sério!
(É melhor ir a uma casa onde há luto do que ir a uma casa onde há festa, pois onde há luto lembramos que um dia também vamos morrer. E os vivos nunca devem esquecer isso. NTLH)

A tristeza é melhor do que o riso; pois a tristeza faz o rosto ficar abatido, mas torna o coração compreensivo. NTLH (Eclesiastes 7:3).

O coração do sábio está na casa onde há luto, mas o dos tolos (insensatos), na casa da alegria. (Eclesiastes 7:4)

No entanto, na mesma hora em que venho o incomodo sobre esse pensamento, ele fez o possível para expulsar esse sentimento "ruim", na mesma proporção em que ele venho, o mais rápido possível.

[...]

O incidente do funeral de Ivan Ilitch de modo algum poderia constituir motivo suficiente para considerar perturbada a ordem da sessão, ou seja, nada poderia impedir que, naquela mesma noite, abrissem, com um estalido, o selo de um baralho ... não havia qualquer fundamento para presumir que aquele incidente pudesse impedi-los de passar alegremente a noite.

Lembre-me ainda de uma parte do livro:

"Imagina que estás em presença de uma pessoa que acaba de expirar. Contempla aquele cadáver, estendido ainda em seu leito mortuário: a cabeça inclinada sobre o peito; o cabelo em desalinho e banhado ainda em suores da morte, os olhos encovados, as faces descarnadas, o rosto acinzentado, os lábios e a língua cor de chumbo; hirto e pesado o corpo. Treme e empalidece quem o vê.

É ainda mais horrível o aspecto do cadáver quando começa a corromper-se. Nem um dia se passou após o falecimento daquele jovem, e já se percebe o mau cheiro. É preciso abrir as janelas e queimar incenso; é mister que prontamente levem o defunto à igreja, ou ao cemitério, e o entreguem à terra para que não infeccione toda a casa. Mesmo que aquele corpo tenha pertencido a um nobre ou potentado, não servirá senão para que exale ainda fetidez mais insuportável.

Vês o estado a que chegou aquele soberbo, aquele dissoluto! Ainda há pouco, via-se acolhido e cortejado pela sociedade; agora tornou-se o horror e o espanto de quem o contempla. Os parentes apressam-se a afastá-lo de casa e pagam aos coveiros para que o encerrem em um esquife e lhe dêem sepultura. Há bem poucos instantes ainda se apregoava a fama, o talento, a finura, a polidez e a graça desse homem; mas apenas está morto, nem sua lembrança se conserva."

[...]

Praskóvia Fiódorovna Michel (é a antipática esposa de Ivan, caracterizada como egoísta e desinteressada pelas agonias do marido, exceto quando elas a afetam diretamente), de novo alcançou o lenço, como se fosse chorar, e de repente, como que se refreando, tomou ânimo e começou a dizer calmamente:
? No entanto, tenho um assunto a tratar com o senhor.
Piotr Ivánovitch inclinou-se.
? Nos últimos dias ele sofreu terrivelmente.
? Sofreu muito? ? perguntou Piotr Ivánovitch.
? Ai, terrivelmente! Gritava sem parar, não nos últimos minutos, mas nas últimas horas. Durante três dias seguidos ele gritou, sem dar descanso para a voz. Foi insuportável. Não sei como eu aguentei aquilo; dava para ouvir atrás de três portas. Ai, o que eu tive que suportar!
? Mas será que ele estava consciente? ? perguntou Piotr Ivánovitch.
? Sim ? sussurrou ela ?, até o último minuto. Ele se despediu de nós quinze minutos antes de morrer (...)

Pensar no sofrimento de uma pessoa de quem era tão próximo, primeiro como um menino alegre, na escola, depois adulto, como parceiro, de repente deixou Piotr Ivánovitch horrorizado, apesar da desagradável consciência da hipocrisia dele mesmo e daquela mulher (esposa de Ivan). Ele viu novamente aquela testa, o nariz espremendo o lábio, e sentiu medo por si mesmo.

?Três dias de sofrimentos terríveis, e depois a morte. Pois isso pode acontecer comigo agora mesmo, a qualquer minuto?, pensou ele, e por um instante ficou assustado. Mas, imediatamente, sem que ele soubesse como, veio ao seu auxílio o pensamento costemeiro de que aquilo acontecera a Ivan Ilitch, e não a ele, e de que aquilo não devia nem poderia lhe acontecer; de que, pensando assim, ele se entregaria a um estado de espírito sombrio, o que não se deve fazer (...)

Tendo feito essas considerações, Piotr Ivánovitch acalmou-se e, com interesse, começou a perguntar acerca dos detalhes do falecimento de Ivan Ilitch, como se a morte fosse uma aventura peculiar apenas a Ivan Ilitch, e que de modo algum dissesse respeito a ele.

Depois de falar em detalhes sobre os sofrimentos físicos realmente terríveis que Ivan Ilitch sofrera (detalhes de que Piotr Ivánovitch só ficou sabendo pelo modo como os tormentos de Ivan Ilitch afetaram os nervos de Praskóvia Fiódorovna), a viúva claramente considerou necessário tratar do assunto que desejava.
? Ah, Piotr Ivánovitch, como é difícil, é terrivelmente difícil, terrivelmente difícil. ? E voltou a chorar.
Piotr Ivánovitch suspirou e esperou que ela assoasse o nariz.
Quando ela assoou, ele disse:
? Tenho certeza que sim? E ela voltou a falar, e revelou aquilo que claramente era seu principal assunto com ele; que consistia na questão de como se poderia obter indenização do governo em caso de morte do marido.
Ela fingia pedir conselhos a Piotr Ivánovitch a respeito de uma pensão; mas ele viu que ela já sabia, nos mínimos detalhes, até o que nem ele sabia: tudo o que se podia arrancar do erário no caso daquela morte; mas que ela queria saber se não era possível, de algum modo, arrancar ainda mais dinheiro. Piotr Ivánovitch tentou pensar em algum meio, mas, depois de refletir um pouco e de recriminar, por educação, o nosso Estado por sua avareza, disse que não parecia possível conseguir mais. Então, ela suspirou e claramente pôs-se a inventar um meio de livrar-se de seu visitante.
Ele entendeu, apagou o cigarro, levantou-se, apertou a mão dela e foi até a antessala.

? E então, meu amigo Guerássim? ? perguntou Piotr Ivánovitch para dizer alguma coisa. ? Triste?
? É a vontade de Deus. Nós todos vamos para o mesmo lugar ? disse Guerássim.

Piotr Ivánovitch achou particularmente agradável respirar ar fresco depois do cheiro de incenso, cadáver e ácido fênico.

E Piotr Ivánovitch partiu. De fato, encontrou os demais no fim do primeiro rubber (no jogo de vint), de maneira que pôde muito bem entrar como quinto jogador.

Enquanto o Piotr Ivánovitch joga cartas, sendo totalmente indiferente a morte do amigo, Ivan Ilitch, ele deveria se tocar que a vez dele será chegada, por mais que comemorou que não tinha sido ele, mas o Ivan:

?Pois é, morreu. Mas eu, não?

Por muitos anos, querido leitor, que ainda tenhas de viver, há de chegar um dia, e nesse dia uma hora, que te será a última. Tanto para mim, que escrevo, como para ti, que lês este livro, está decretado o dia, o instante, em que nem eu poderei mais escrever nem tu ler. ?Quem é o homem que viverá e não verá a morte?? (Sl 89,49). Está proferida a sentença. Nunca existiu homem tão néscio que se julgasse isento da morte. O que sucedeu a teus antepassados, também sucederá a ti.

Onde estão os gênios com suas mentes brilhantes, os grandes reis, imperadores, ... do século passado, que um dia pisaram nesse mundo ?

Nada deles resta, senão cinzas e vermes.
Júnior 15/04/2022minha estante
Na literatura russa, mesmo sendo um dos mais curtos, é um dos excepcionais desse universo. Livro de cabeceira.


Jhaze 15/04/2022minha estante
Mergulhada em um clássico da literatura universal!


Alane.Sthefany 16/04/2022minha estante
Estou começando pelos mais curtos e recomendados, já que estou no último ano da faculdade, fazendo TCC (ou seja, sem muito tempo, para algo maior).

Estou gostando muito da literatura russa, depois irei pegar um calhamaço para ler.

As mentes dos russos são espetaculares. ???

Tem razão de serem clássicos, esses fazem jus ao gênero.

Adorei ter dado oportunidade para novos gêneros literários, leio de tudo, menos auto ajuda, kakakakakaka... Meu maior preconceito literário, e creio que nem vai mudar, chego reviro os olhos com algumas coisas coaching ?


Filipe 16/04/2022minha estante
A primeira novela que li. Foi um excelente começo. É um livro inevitavelmente introspectivo. O alto nível de sinceridade do personagem principal diante da morte e, portanto, já desinteressado com as vaidades da vida, é o que mais me chama atenção. Apenas uma lida já torna a obra inesquecível.


Jhaze 16/04/2022minha estante
Concordo Lannêh. As mentalidade russa é fora de série...aqui no ocidente conhecemos muito pouco da cultura russa, mas quando se mergulha um pouquinho nela, somos surpreendidos...ah com certeza, mantenha-se longe da auto ajuda hehehehehe


Alane.Sthefany 16/04/2022minha estante
Jhaze,

Pelo visto temos mais um que tem esse preconceito literário ???


Jhaze 16/04/2022minha estante
Kkkkk ñ me vejo como preconceituoso, apenas acredito que existam obras mais sublimes a serem apreciadas ?


Jessi 19/04/2022minha estante
Já li esse livro duas vezes, ele é muito impactante!!


Alane.Sthefany 19/04/2022minha estante
Jessi,

Pretendo ler em outras edições ?
Sim, muito bom ???


RafaelM 20/04/2022minha estante
Que resenha perfeita.. Esse vai ser o livro do mês aqui no clube de leitura em Curitiba, e fiquei mais ansioso para ler após suas anotações.


Alane.Sthefany 20/04/2022minha estante
RafeelM,

Muito obrigado ???

Espero que goste, eu peguei a edição da Antofágica, que são as mais fáceis, não conheço as outras, para saber se é de fácil compreensão, mas pretendo ler outras edições, já que tbm pretendo reler os clássicos que gostei.

Fico feliz, por despertar em você a curiosidade e ânimo de ler.
Espero que não se decepcione.
E melhor ainda, que aprenda o que o livro quer ensinar, que é a arte de viver bem nessa breve vida, para não haver arrependimentos futuros.


Luafzury 23/07/2022minha estante
Parabéns pela resenha! Ótima argumentação


Homero Italo 31/05/2023minha estante
Bela análise Alane. Grato pela forma como escreve.


Alane.Sthefany 05/10/2023minha estante
O escritor russo Nabokov dizia que essa era uma das obras máximas da literatura russa. ?Meu primeiro ponto é que não se trata da história da morte de Ivan, e sim da vida de Ivan?, escreveu Nabokov. Ele segue: ?A fórmula tolstoiana é: Ivan viveu uma vida má, e como a vida má é simplesmente a morte da alma, então Ivan viveu a morte em vida?.




Clio0 30/06/2022

É um romance curto, conciso, em que há um único ponto: Todo homem morre, mas todo homem vive? Essa pergunta que já se tornou um clichê na produção cultural-midiática atual, é o tema de uma das maiores obras da literatura russa.

Tolstoy já criticava a formação da sociedade burguesa na Rússia em seus outros escritos, mas enquanto em suas obras mais populares como Ana Karenina, suas palavras miravam a hipocrisia e o desequilíbrio de poderes em um relação, aqui temos o cerne da classe em jogo.

Ivan Ilitch é um homem que, na palavra de seus pares, tinha tudo. Moral, família, emprego. Era o que se poderia chamar um homem decente, um homem de bem. Mas, conforme o autor desenrola essas mesmas posses, somos chamados a considerar o valor de tais, a sua própria natureza.

A crítica ao Niilismo, também presente na obra de Dostoiévsk, está aqui. Mas, enquanto ele chamava a atenção referente a moral, em algo que beirava uma pregação religiosa, Tolstoy mira a formação filosófica, ao questionamento puro.

É uma leitura relativamente fácil apesar do tema, perfeita para quem quer tomar contato com o Realismo russo ou simplesmente expandir seus horizontes literários.
Alan kleber 01/07/2022minha estante
A literatura russa e a francesa são de excelência.


Fernando 02/07/2022minha estante
Na verdade, classificam esse livro como uma novela




Bookster Pedro Pacifico 01/03/2020

A morte de Ivan Ilitch, Liev Tolstói – 10/10
Apesar das poucas páginas, Tolstói consegue atingir o leitor de forma impressionante! Esse livro é um daqueles que incomoda - e muito - quem o lê... A narrativa começa apresentando de forma breve a vida de Ivan Ilitch, um cidadão medíocre e um magistrado respeitado. No entanto, após um acidente sofrido pelo protagonista, que desencadeia uma doença grave, o enfoque da história é transferido para as angústias e sofrimentos de Ivan quando percebe que está na iminência da morte (não é spoiler!). O leitor acompanha o processo da difícil aceitação da vida que acaba: Ivan sente que está morrendo e não sabe como lidar com essa certeza. É triste perceber que Ivan precisou sentir a morte chegar tão perto para perceber que talvez sua vida não tenha valido a pena! Não há como ler esse livro e não se questionar sobre a efemeridade da vida e sobre como o ser humano é facilmente substituível... Uma obra-prima!

site: https://www.instagram.com/book.ster
@freitas.fff 04/06/2021minha estante
Resenha incrível!




Fabio 16/10/2023

Ó morte, onde está, ó morte?
Em busca de um significado autentico para a vida.

A Morte de Ivan Ilitch, uma novela escrita por Liev Tolstói (Leon Tolstói, para o os brasileiros), um dos mais renomados escritores de todos os tempos, aborda a história de Ivan Ilitch, um magistrado de meia idade, que leva uma vida ordinária, em busca de reconhecimento profissional, conforto e estabilidade financeira.

O livro inicia com o funeral de Ivan Ilirch, e regride no tempo para contar toda a trajetória pessoal e profissional do protagonista até o fatídico dia de sua morte. Ivan, personagem obcecado, ambicioso, e cheio de vida, busca por reconhecimento dentro de sua profissão e também da ascensão nas camadas mais altas da sociedade russa de 1880.

Com uma narrativa robusta e cheia de nuances e tons, Tolstói nos conduz pela história de vida do protagonista, sua vitorias e fracassos, os revezes de seu matrimônio, seus questionamentos, e quando chega ao fim, nos leva a fazer uma profunda reflexão sobre o sentido da vida, nossa finitude, e nos faz questionar sobre a nossa existência.

Quando Ivan Ilitch, chega a uma determinada fase de sua vida, a narrativa, fica mais profunda, poderosa e melancólica, nos enchendo de angustia e tristeza, pelos sofrimento e dores do personagem, que no limite de suas forças, busca na espiritualidade, respostas para suas mais intimas questões, e forças para transcender a dor e alcançar a paz e a verdadeira fé.

A obra levanta questões duras sobre os valores, sobre a moralidade e principalmente sobre as relações entre sociedade e indivíduo, que também fala sobre as relações humanas referente, ao materialismo que acabamos por colocar, na maioria das vezes como razão e meta de nossas vidas.

A Morte de Ivan Ilitch, os faz refletir profundamente, e mergulhar dentro de nós mesmos, em busca do verdadeiro significado da felicidade, das conquistas materiais, do altruísmo, e do sentido da nossa existência. Tolstói, mestre inigualável no conhecimento intrínseco humano, conduz o leitor a uma autorreflexão existencial e mostra importância de viver plenamente e intensamente, amar incondicionalmente e a compreender as limitações da nossa condição como seres frágeis e finitos.

Em suma, um livro curto, porém com uma história tocante, comovente e reflexiva, que nos leva a sentir na pele os maiores receios e tremores, e quando fechamos o livro, não pensamos em outra coisa, mas, somente em sermos seres melhores.

Não posso terminar essa resenha sem mencionar, que para Vladimir Nabokov (Autor de Lolita, Fogo Pálido e Lições de Literatura/Lições de Literatura Russa), A Morte de Ivan Ilitch é uma das obras máximas da literatura russa, e que por muitos especialistas é considerada uma das mais perfeitas novelas já escritas.

Recomendo absolutamente a todos os amantes da literatura, e filosofia!
Karen.V 16/10/2023minha estante
Eu amo esse livro ?


Fabio 16/10/2023minha estante
Eu também, Karen!?
Eu estava devendo a resenha desse livro, que li há tempos, e que ao iniciar um livro do Nabokov, suscitou essa vontade de resenhar sobre um dos livros que mais me impactou na vida!


Alane.Sthefany 16/10/2023minha estante
Favoritei esse livro. Incrível como Tolstói com tão poucas páginas, conseguiu escrever uma história dessa, que faz o leitor se questionar o que ele estar fazendo da vida dele e cair na realidade de como ele quer viver e sobretudo morrer. É nescessário viver bem, para morrer bem.


Fabio 16/10/2023minha estante
Obrigado, Rô pelas palavras carinhosas de sempre!?
Fico feliz que tenha gostado da resenha, mas fico ainda mais em saber que tenha te incitado a passar esse livro a frente dos outros, não vai se arrepender!
LIvraço, Rô!


Fabio 16/10/2023minha estante
Alane, o Tolstói é um gênio da escrita, e o que ele fez nesse livro é algo assombroso. Como você disse..... em tão poucas paginas ele imprimiu tantos significados, que, acaba levando a todos os leitores a uma profunda reflexão sobre a vida e sobre a própria existência. Eu amo esse livro, que, me fez refletir de maneiras diferentes nas duas leituras.
Com toda certeza, o Tolstói é um dos meu autores favoritos


Alane.Sthefany 16/10/2023minha estante
Se tornou uns dos meus também, favoritei pouquíssimos livros esse ano, e dentre os poucos que favoritei, tem um do Tolstói que se chama "Uma Confissão", é um livro autobiográfico. Quero depois ir para as grandes obras dele e do Dostoiévski, eu tinha medo por ser um calhamaço e também da linguagem. Mas minha meta para o ano que vem, é ler o máximo possível desses grandes autores.
A literatura russa ganhou meu coração ??


Fabio 16/10/2023minha estante
Alane, eu conheço "Uma Confissão". Foi um dos primeiros livros que li do Tolstói.
Mas para mim, o melhor dele, e meu favorito da vida, é "Guerra e Paz".
Dostoievski eu li menos, mas acho tão grande como o próprio Tolstói, e para mim, essa dupla, esta estre as maiores mentes literárias de todos os tempos.
Eu sou suspeito para falar da literatura russa, pois com toda certeza eles tem minha predileção??????


AlineMSS 16/10/2023minha estante
Sua resenha me despertou curiosidade, eu fujo dos russos pra não cair em depressão, mas esse parece ter uma pegada mais inspiradora. Mandou mto bem! ??????


Fabio 16/10/2023minha estante
Obrigado, Aline!?
Ficoi feliz que tenha despertado essa vontade em você, e tenha quebrado um pouco da resistência! kkkkk
Vale muito a pena, Aline!


Camila Felicio 16/10/2023minha estante
Resenha incrível!!! Estava na minha lista do ano que vem!! Eu amo o Dostô, mas a tua resenha me deu vontade de puxar o Tolstói para sentir uma surra do seu realismo.


Fabio 16/10/2023minha estante
Obrigado pelo carinho, Camila!?
Fico feliz que tenha gostado da resenha, e que tenha te estimulado a ler Tolstói e levar essa surra do realismo russo!!! kkkk
Falando, serio, Camila, dê uma chance ao Tolstói e verá que os dois (Tolstói e Dostoievski!), estão no mesmo patamar, e que estão entre os maiores autores de todos os tempos


-Rachel 16/10/2023minha estante
Escrita impecável, parabéns, Fabio. Mesmo nossos gêneros literários sendo bem diferentes, suas resenhas são ótimas de ler! ???


Fabio 16/10/2023minha estante
Ahhh Rachel, querida!?
Obrigado pelo carinho!
Eu sou fã das suas resenhas, e é um prazer, tê-la aqui comentando meus textões! kkkk
E sobre o nossos gêneros favoritos, tanto importa, porque na verdade o que importa mesmo são as experiências de leitura e escrita, e eu faço das suas palavras as minhas... adoro ler seus textos!
Gratidão!?


RayLima 16/10/2023minha estante
Livro maravilhoso e resenha impecável! Li esse no começo do ano. Incrível como Tolstói consegue construir um personagem tão complexo, uma história com tanta profundidade e capaz de nos fazer refletir tanto, tudo isso em pouquíssimas páginas!


Gabriel1994 16/10/2023minha estante
Excelente resenha! ??


Fabio 16/10/2023minha estante
Ray, muitíssimo obrigado pelas palavras carinhosas!?
Eu concordo com vocês, o Tolstoi, é um gênio, por ter criado, algo dessa magnitude em poquisismas páginas... Absurdo isso né ?


Fabio 16/10/2023minha estante
Muito obrigado Gabriel, meu amigo!?
Livraço!


Mendonca_mai 16/10/2023minha estante
Sem sombra de dúvidas, este livro foi a melhor leitura que já tive o privilégio de experimentar em toda a minha vida. Que resenha impecável!!!


Fabio 16/10/2023minha estante
Muito obrigado, Mai!?
Fico muito feliz que tenha gostado da resenha, ainda mais sabendo que é o livro da sua vida!?


Fabio 17/10/2023minha estante
Ahhh Mary, muito obrigado pelo carinho de sempre, querida!?
Fico feliz que tenha gostado da resenha, e obrigado por tirar um tempo para lê-la!
Agradecido! kkkk


Ma_ah 17/10/2023minha estante
Me despertou interesse na leitura desta obra. Coloquei na lista ?


Ma_ah 17/10/2023minha estante
Esqueci de mencionar que sua resenha ficou ótima ??


Fabio 17/10/2023minha estante
Muito obrigado, Maria!?
Fico feliz em ter despertado em ti a vontade de ler essa clássico do Tolstói!
Vele muito a pena!!!


Isis Costa 17/10/2023minha estante
Adorei a resenha


Fabio 17/10/2023minha estante
Obrigado, Isis!?


Débora 17/10/2023minha estante
Que resenha primorosa, Fábio! Parabéns! Esse livro é realmente riquíssimo em reflexões, um livro memorável!??


Fabio 18/10/2023minha estante
Muito obrigado, Débora, querida!?
Eu estava devendo essa resenha há tempos, e um livro do Nabokov, me motivou a escrevê-la, justamente, por se rum livro que mexeu muito comigo, e me levar a essas reflexões!
Obrigado pelo caminho de sempre!?


Bruna 18/10/2023minha estante
É um belo livro realmente!


@Francielly 18/10/2023minha estante
Fabio,
Escrita de primeiríssima qualidade como sempre, no nível que prende quem está lendo do início ao fim. ???
Mais uma resenha incrível, amigo, parabéns! ????


CPF1964 18/10/2023minha estante
Resenha Sensacional, Fabio. As usual.


Fabio 18/10/2023minha estante
Não é Bruna?
Que livro!!!?


Fabio 18/10/2023minha estante
Acha Fran querida, muito obrigado pelas palavras carinhosas.???
Eu fico lisonjeado com o seu comentário, e suas impressões sobre a resenha!??
Aproveito, para dizer o quão sou fã da suas resenhas, e o prazer em tê-la por aqui comentando esse texto!


Fabio 18/10/2023minha estante
Muito obrigado, Cassius!
Feliz que tenha gostado do texto!?


Jeane Nunes 18/10/2023minha estante
Tolstói é incrível ! Até num livro curtinho ?


Fabio 18/10/2023minha estante
Concordo absolutamente Jeane!?


Mariana 18/10/2023minha estante
Que resenha!!!!!! Eu quero muito ler esse livro, mas tinha receio de não fluir, mas depois da sua postagem, já mudei de ideia. Parabéns!! ???


Fabio 18/10/2023minha estante
Ahhhh Mari, muito obrigado pelo carinho!?
Fico imensamente feliz em saber que gostou da resenha,e ainda mais em saber que te animei a ler esse livro maravilhoso!?


Mariana 18/10/2023minha estante
???




Heliton 10/02/2020

Nunca estamos preparados para ela.
Uma vida cercada de interesses, preocupações com status sociais e problemas familiares. A morte de Ivan Ilitch é uma novela que narra a história do personagem partindo do momento de sua morte, recontando momentos do início de sua vida até o fim desta, e que evidencia o comportamento inseguro da sociedade em relação a morte.

Do escritor russo Leon Nikolaievitch Tolstói, e sendo uma das suas últimas obras a serem publicadas, é considerada pelos críticos como a mais perfeita da literatura russa e mundial. Não é por menos, além de ser bem escrita, aborda um tema que é um tabu a ser debatido nos últimos anos de maneira intensa e angustiante.

Sendo escrita no século 19, período em que na transição do século anterior a ela houve uma mudança na forma de tratamento desse assunto, onde de acordo com o historiador francês Philippe Ariès, a morte saiu da esfera pública, deixou de ser pensada e falada, para ser "interdita", institucionalizada. Na própria narrativa de Tolstói se percebe o receio do próprio Ilitch e das pessoas que o cercam em falar do inevitável, da morte eminente, pois é tido como um ato proibido a ser dito em voz alta.

"A morte e vida de Ivan Ilitch" traz consigo a angústia de uma pessoa que sabe que sua vida está perto do fim, mas se recusa a aceitar esse fato. E durante essa agonia uma autorreflexao das suas decepções, de seus medos e de seus interesses durante a sua vida surgem para salientar perguntas ao fim desta: "Talvez eu não tenha vivido como deveria" "Mas, como, se eu sempre fiz o que devia fazer?" "E se na verdade toda minha vida tiver sido errada?"
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Lucas 04/01/2024

A morte de Ivan Ilitch
Cara, terminei esse livro ontem e fiquei até hoje pensando sobre. E cara, que louco ter que se perguntar quem são os nossos verdadeiros amigos? Ou, será que temos amigos mesmo? Que louco chegar no fim da vida e perceber que não é feliz, que apesar de ter uma boa casa, uma família, um emprego, a pessoa não é feliz.
Esse livro entrou pra estante de melhores livros que já li.
Super indico
Maci Novais 04/01/2024minha estante
Vou começar esse hoje


Lucas 04/01/2024minha estante
Aaaaaaa vou até te seguir pra ver sua reação kkkkj

Eu gostei muito pq é o tipo de livro que gosto.


Louise216 04/01/2024minha estante
E pensar que essas são coisas que desejamos na maioria das vezes, imagina alcançar e mesmo assim não ser suficiente pra se sentir feliz, o baque deve ser gigantesco


Lucas 04/01/2024minha estante
Siiiiiiimmmmm. Eu fiquei perguntando: lutei tanto pra chegar onde estou hoje e quero chegar além mais. Porém, será se isso vai me trazer felicidade? Será se sou feliz onde estou hoje?


Aparecida Freire 04/01/2024minha estante
Está na minha lista de leitura! Só ouvi coisas boas haha


Filipe 04/01/2024minha estante
Esse é ótimo!


Lucas 04/01/2024minha estante
Leia, Aparecida! Você vai adorar.


Lucas 04/01/2024minha estante
Ele é maravilhoso, Felipe! Gostei demais.


Fernandes99 04/01/2024minha estante
Faz tempo que queria ler esse livro. É ums dos 100 livros que o Mortimer Adler recomenda ler antes de morrer.


Lucas 04/01/2024minha estante
Tu tem que ler, Fernandes! Muito bom




olivversion 24/08/2024

No final, morremos.
"Antes havia luz, mas agora há trevas. Antes eu estava aqui, mas agora vou para lá! Para onde?"

A literatura russa é uma coisa assim, difícil de explicar, pura perfeição.

Recomendo.

É um livro bem curto, com uma escrita maravilhosa. Fácil e rápido de ler, mas com muitas reflexões sobre a morte e a vida, sobre as relações familiares e sobre a alta sociedade e a sua hipocrisia.
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David 03/08/2020

Este livro pode te mostrar algumas consequências de se adotar um modo de vida "correto" para determinados grupos sociais, sem um olhar honesto e acolhedor para dentro de si, sem despertar para o que é realmente importante e faz sentido para você como indivíduo.
Jéssica 03/08/2020minha estante
David, a introdução de Mortais (do Atul Gawande) faz uma referência incrível a esse livro!


David 03/08/2020minha estante
Merecida!


Larissa Tavares 16/08/2020minha estante
Esse livro está na minha lista!


David 16/08/2020minha estante
Ele é ótimo!




JB.12 09/02/2024

A Vida de Ivan Ilitch
A morte de Ivan Ilitch foi meu primeiro livro de literatura russa. Gostei bastante da escrita do Tolstói. Trata-se de uma obra pequena apenas no tamanho. Em si é uma história profunda e ao mesmo tempo seca. Te dá possibilidades para reflexão, mas também lhe dá respostas sucintas. Em minha concepção, a morte não se configura como aspecto central do livro. A construção da vida, as escolhas, as decisões, são na verdade as grandes questões. Ivan Não estava atormentado com sua passagem, mas com o peso de uma vida "mesquinha". A ausência de relações profundas, seja com os amigos ou familiares, deitou-se com ele no próprio leito. Sua maior companhia era a solidão, a sensação de que ninguém sentia o que ele sentia. A dor física nesse livro, é inferior à dor moral.
Me lembrei do Gregor Samsa, mas do Gregor senti pena, do Ivan não. E não trago mérito de merecimentos. Ivan não merecia a morte. Se se condenassem à morte todos aqueles que viveram como Ivan, não existiria classe média... A morte é inevitável, imprevisível. O grande ponto é está preparado para ela. Ter alguém que segure sua mão e que lhe diga: "Vá em paz, você viveu uma boa vida!"
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Itaca 28/01/2024

Ivan Ilitch estava vivo mas não sabia viver
Esse livro me fez lembrar de um provérbio africano: "Eu espero que quando a morte te encontrar, ela te encontre vivo?
Ivan Ilitch infelizmente não se deu o prazer de aproveitar sua vida, ser feliz e ter bons momentos, sonhos e afins.
Suas relações foram rasas e quando enfim percebeu a importância delas já era tarde e ninguém a sua volta se apiedou de seu sofrimento e todos pareciam não se importar com o seu fim, nem mesmo sua família.
E seu fim foi solitário.
ItsEmily 28/01/2024minha estante
Que interessante sua percepção, acredito que estar "morto enquanto vivo" é pior do que literalmente deixar a vida.


Weslley.Lima 28/01/2024minha estante
Quero reler, esse livro na época que li me deu uma sensação de "branco/cinza"


B.rogs 28/01/2024minha estante
Seu comentário me lembrou de 'a metamorfose' :(




DIRCE18 25/10/2014

Causa Calafrios. É arrepiante.
De Tolstoi eu só havia lido Anna Karenina, mas, minha imaturidade por ocasião da leitura, não me permitiu reconhecer a genialidade desse escritor-embora eu tenha gostado muito desse romance, para mim, ele não passou de uma sofrida história de amor que acabou em tragédia. Portanto, hoje, mesmo não ignorando a maestria do Tolstoi, iniciei a leitura do "A morte de Ivan Ilitich" com certa displicência, displicência esta, que teve a mesma efemeridade de umas das temáticas abordada na novela que, à primeira vista, julgamos secundária: a vida. Se a vida é efêmera, ela, fatalmente, nos faz pensar na morte - a temática central- e mesmo sendo ela recorrente na literatura, a abordagem singular de Tolstoi faz com que a leitura dessa obra nos provoque calafrios. Sim, porque, juntamente com Ilitich, somos privados da anestesia que utilizamos para não sermos assombrados e amedrontados diariamente pela ideia da morte. Ela -a morte- está sempre distante de nós. Raramente ela povoa nossos pensamentos,e, quando isso ocorre, tratamos de afugentá-las. Porém, quando ela cerca pessoas do nosso convívio ou que conhecemos somente pelo nome, mas que de um modo ou de outro fizeram parte das nossas vidas, não tem escapatória: temos que confrontá-la. E foi esse o sentimento de Ilitich: a iminência da sua morte tirava os seus amigos e familiares da zona de conforto sim: somos mortais.
E o que dizer dos outros pensamentos mesquinhos. A morte de um é alegria do outro se esse um ocupa um cargo invejável. Ilitich, ao longo da sua vida, fez tudo como manda o figurino viveu a mentira necessária para se esconder da morte. Casou, teve filhos, adquiriu a casa dos seus sonhos (e dos sonhos dos outros) se tornou um juiz(cobiçado, portanto), se tornou mesquinho - desprezou os parentes menos afortunados, mas tudo isso não o impediu de se ver cara a cara com a morte, de se sentir um solitário, e de só contar com a ajuda e dedicação do seu criado para aliviar a sua dor física e da alma.
Mas o mais atemorizante, o mais aterrorizante foram as palavras finais do Ilitich e a sua constatação de que ele não tinha mais motivo para ter medo, pois se a vida lhe esvaía, a morte já não mais existia. ARREPIANTE.
Antes de finalizar, quero dizer que meu exemplar é de 1981, Ed. Alhambra, possui algumas gravuras e apenas 86 páginas, o que me faz pensar no clichê: é nos pequenos frascos que estão os melhores perfumes. É nessa pequena obra que está uma chocante e brilhante abordagem da VIDA.
Marta Skoober 24/10/2014minha estante
Excelente resenha, Dirce!
Resumiu bem a novela de Tolstoi.
Enquanto lia sempre vinha à mente algo que li num dos livros de Cortella: "sempre nos espantamos quando o ser mortal morre."
E ela ronda por aí todos os dias...
:(





DIRCE18 24/10/2014minha estante
Obrigada, Marta.
Você sempre levanta minha moral. E que presente: a lembrança do Cortella ( meu ídolo).


Manuella_3 27/12/2014minha estante
Dirce, minha querida, mais um livro que descubro por influência sua. Que bom! Espero compreender o autor tão bem como você.
Beijo e tenha um novo ano de muitas alegrias!


Wagner 21/05/2015minha estante
Salve Dirce.
É sempre gratificante ler as resenhas que você escreve.
Parabéns!



Mayara.Gonca 08/04/2016minha estante
Que bacana, Dirce! Estava super curiosa para saber informações de pessoas que ja leram este livro e, não encontrei. Genial! Com certeza vai ser meu prox livro.


Igor 12/08/2016minha estante
Ótima resenha, Dirce! O livro só tem um defeito: muito curto rsrsrs




Regis2020 09/08/2022

Altamente Identificável.
Esse livro retrata a vida e o longo sofrimento de Ivan Ilitch enquanto espera a morte.
E também retrata suas divagações sobre como viveu sua vida... Mesmo sendo um homem retilíneo e cumpridor de seus deveres, como pôde sentir tamanha dor e durante tanto tempo? Será que havia vivido errado?
 ?Talvez eu não tenha vivido como deveria,? ocorreu-lhe de repente. ?Mas, como, se eu sempre fiz o que devia fazer??
?E o que será se realmente toda a minha vida, a minha vida consciente tiver sido outra coisa??

Ivan Ilitch no fim percebe que apenas em sua infância foi completamente feliz e que a cada ano que se passava mais infeliz se tornava.

Li esse livro enquanto estou me restabelecendo de um período de doença, e ver todo sofrimento e como ele era tratado como estorvo por seus familiares me deixou muito triste e introspectiva, pensando em como não somos nada sem nossa saúde.
Não sei se foi o melhor momento para fazer essa leitura, mas sei que ela me fez refletir sobre a existência, a nossa importância para todos aqueles com quem convivemos e sobretudo, me fez refletir sobre a morte e o sentido da vida.

Gostei muito do livro e recomendo.
Alex 09/08/2022minha estante
Olha que interessante. Eu tbm estou convalescendo de uma cirurgia, dependi por uns dias de certas ajudas. E talvez não seja boa hora de ler algo assim. Mas uma coisa, o que mais me chama atenção, como esses autores russos conseguem mexer com nosso psicológico. São poucos autores com esse poder.


Regis2020 10/08/2022minha estante
Poxa Alex... Sinto muito, e espero que se recupere bem.
Concordo que não é o melhor momento para ler algo que te coloque de frente com a morte e que te faça repensar sua trajetória de vida.
Escolhi o pior momento para ler esse livro mas, acho que tirei proveito dessa leitura mesmo assim. E realmente, o poder de mexer com nosso psicológico é real.
Te desejo melhoras.


Gabriella 10/08/2022minha estante
?Percebe que apenas em sua infância foi completamente feliz e que a cada ano que se passava mais infeliz se tornava? parece eu ?


Regis2020 11/08/2022minha estante
Acho que acontece com a maioria de nós Gabriela. Infelizmente.


Núbia Cortinhas 11/08/2022minha estante
Melhoras para vocês, Régis e Alex! ??


Núbia Cortinhas 11/08/2022minha estante
Pois é, Gabriella. É o peso da responsabilidade que nos torna preocupados. Já a criança não possui o mesmo grau de responsabilidade e preocupação de um adulto.


Regis2020 11/08/2022minha estante
Obrigada Núbia. Espero que tanto eu quanto o Alex estejamos 100% logo. ?


Núbia Cortinhas 11/08/2022minha estante
??????




Felipe1503 23/08/2024

Uau!
Como você se ambienta com a morte? Só quem acompanhou a morte de algum ente querido, sabe o quão angustiante é o momento da perda... Mas e quando é a sua hora que está chegando?

Tolstói retrata através de Ivan Ilitch uma compostura totalmente única, omde realmente encarnamos o personagem em seu momento mais íntimo.

Nem sempre temos a melhor relação com nossa família, amigos e colegas de trabalho.

Além disso, a reflexão do excesso de trabalho e da busca por status mostra que realmente não levamos nada desta vida.

Leitura cult, mas fácil. Super legal a influência da literatura francesa na Rússia no fim do século XIX
Lidi_go 23/08/2024minha estante
????????


Brenno 25/08/2024minha estante
Livraço!


Felipe1503 27/08/2024minha estante
Muito bom, Brenno!


Felipe 11/09/2024minha estante
Simplesmente incrível


Felipe1503 11/09/2024minha estante
Sim, Fê! Muito bom




Welliton.Moreira 06/03/2021

Quando foi a última vez que você pensou na morte?
TOLSTÓI, Liev. A Morte de Ivan Ilitch. Ed. L&PM Editores. 2017

Você já parou para pensar sobre a morte? Um dos muitos grandes tabus do mundo contemporâneo. E é justamente sobre isso que se trata este livro.
Ivan Ilitch é um personagem ao meu ver totalmente sem graça, um burocrata sem personalidade, sem originalidade, um funcionário público que não faz nada sem ser orientado pelas convenções sociais, não há sonhos em ter uma família ou se auto realizar, ele quer fazer exatamente como as grandes pessoas daquela sociedade em que ele vive. Porém ele tem uma visão complemente diferente do que aparenta, pois ele se considera um homem de sucesso, um homem que faz inveja a todos que o vêm, ele mal se importa que a vida conjugal dele com a esposa fosse desastrosa, cheio de brigas, conflitos, não estava nem aí pela falta de intimidade que tinha com os próprios filhos. Grande parte da história ele se mostra uma pessoa que prefere passar mais tempo no tribunal onde ele trabalha como juiz do que em casa que para ele era um ambiente desagradável. Ivan tinha o ego maior que qualquer outra coisa, ele simplesmente se achava o homem mais feliz e bem sucedido que poderia ser até que ele fica doente.
A genialidade desse livro está na maneira como Tolstói mostra como a visão de vida desse homem se transforma completamente quando se dá conta de que a morte se aproxima. Ivan vai se dar conta da vida medíocre que viveu da maneira mais dolorosa sabendo que o inevitável se aproxima.
O livro me fez refletir muito sobre esse assunto: morte. A maioria de nós quando para e pensa: o que nos espera após a morte? ou como será nossa morte? será com dor? será rápida? É impossível de saber, no entanto saberemos um dia.
Há pessoas que surtariam se parasse pra pensar sobre isso, fato que era muito mais fácil de lidar nos tempos mais antigos onde a medicina não era tão avançada e muitas pessoas morriam das mais diversas doenças, e a fé era mais presente na humanidade, o que de fato confortava, pois sabiam (ou achavam que sabiam) o que os aguardava depois de morrer.
Tolstói era um escritor obcecado pelo tema morte, porque ele acreditava que se estivéssemos cientes dessa verdade que virá a todos nós um dia, aproveitaríamos melhor a vida e as pessoas ao nosso redor, ou seja, faria tudo ao contrário do que Ivan Ilitch fez.
Eu sempre ouvi falar bem de Tolstói e como minha primeira leitura dele já me impactou de forma positiva, eu adorei a leitura, apesar de muitos termos complexos, a história traz uma reflexão e eu recomendo muito esse livro. Nota máxima.
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