Bruna 30/08/2016
Maria Leonor atormentada pela morte do marido, sofrendo emocionalmente e fisicamente de pneumonia é tratada por Pedro Viegas, um médico ateu amigo da família, ele não se absteve a curar-lhe apenas as dores físicas, mas juntamente com a empregada Benedita deram um choque de realidade fazendo com que Leonor se recuperasse da morte do marido.
Benedita, se pergunta como Deus escolheu um herege para curar sua patroa, por que ele escolheu um condenado do inferno para restituir saúde física e espiritual de Leonor?
“Foi o Doutor Viegas que me salvou, dirão os cépticos; foi Deus que, por intermédio dele, não quis que eu morresse já, dirão os crentes; ainda não era a minha hora, dirão os fatalistas. Todos temos razão, afinal. Eu fui salva quando me perdia”.
Na trama Leonor envolve-se com o cunhado e Benedita fica sabendo, com isso Leonor sofre com remorso e perseguição de Benedita, religiosa fanática que passa a lhes julgar e censurar em tudo , ela lhes incube um sentimento de vergonha e remorso que faz com que Maria Leonor viva um martírio dentro da própria casa.
Viegas traz consolo para as dores e culpas de Leonor, ele é seu confidente, que tenta ajuda-lá, e nesses consolos, aproveita para pedi-lá em casamento, com intuito de livrá-la da “santa Benedita”.
Saramago brilhantemente usa embates entre o dr Pedro Viegas, um ateu, com seus questionamentos válidos , e padre Cristiano, amigo da família com suas respostas ortodoxa, diálogos interessantes e engraçado permeiam a trama quando esses dois personagens se encontram.
Sobre o final do livro, daria uma pauta boa para filosofia e psicologia.
Esse foi o primeiro romance de Saramago, escrito em 1947 que ele intitulou como Viúva, que teve seu nome mudado a pedido da editora, esse livro veio fazer sucesso, trinta anos depois.