Resenhas - Noites Brancas

autumna.vv 27/10/2024

EU TO MALUCO
COMO PODE ESSA NÁSTIENKA. PQP A GENTE NAO TA VIVENDO NO MESMO MUNDO.

dostoievski conseguiu me fazer algo que eu nunca senti em NENHUM dos livros dele (e olha que já li muitos), uma raiva tão genuína de um final PAIA pra CARAkho, eu tô desacreditada.

até eu como leitora criei esperança, expectativa, meu deus, tudo que eu queria era jogar a 🤬 #$%!& da anastassia da ponte. menina ingênua burra, tadinho do meu mano narrador... um coitado.... coitadinho!

QUE ENTRE UM DENTRO DO 🤬 #$%!& DO OUTRO. 3 ESTRELA AINDA É UM FAVOR. QUE ODIO

Kiara139 25/06/2024

Essa resenha vai ter spolier do desfecho!!
Ambientado na mágica e melancólica São Petersburgo, o livro nos transporta para as "noites brancas" ? um fenômeno natural onde o sol quase não se põe durante o verão, criando uma atmosfera de crepúsculo contínuo. Essa atmosfera peculiar serve como cenário perfeito para o enredo melodramático e introspectivo da história.

O protagonista, um jovem sonhador cuja vida se desenrola mais em sua imaginação do que na realidade, é um homem solitário e recluso. Ele vive imerso em seus pensamentos e devaneios, afastado do convívio social e dos prazeres mundanos. Suas noites são preenchidas com caminhadas solitárias pelas ruas de São Petersburgo, onde ele encontra consolo em sua própria companhia e nas paisagens urbanas que parecem compreendê-lo.

Um diálogo muito bom com o "Sonhador" (o nome dele não é revelado):
"Pois então, que tipo de pessoa é o senhor? Depressa ? comece, conte a sua história.
? História! ? gritei, assustado. ? História! Mas quem foi que lhe disse que eu tenho a minha história? não tenho uma história?
? Então como é que o senhor viveu, se não tem uma história?"


A narrativa se transforma quando ele encontra Nástienka, uma jovem que, assim como ele, está presa em seus próprios sonhos e desilusões. Eles se conhecem durante uma dessas noites brancas, e entre eles nasce uma amizade peculiar e intensa. Nástienka está à espera de seu amado, prometido há um ano, enquanto o sonhador vê nela a personificação de todos os seus anseios e esperanças.

Ao longo de quatro noites, o sonhador e Nástienka compartilham confidências, medos e sonhos, criando um vínculo profundo que parece transcender a realidade. Essas noites são uma mistura de esperança e tristeza, onde a possibilidade de um futuro feliz parece ao alcance, mas ao mesmo tempo, a sombra da inevitável realidade se faz presente. A relação entre os dois é marcada por uma intensidade emocional que reflete a própria natureza da "noite branca" ? uma luz que nunca se apaga completamente, mas também nunca brilha plenamente.

O desfecho da obra é tão melancólico quanto sua atmosfera. Nástienka recebe notícias de seu amado, e o sonhador vê seu castelo de sonhos desmoronar. Ele se despede de Nástienka, reconhecendo que seu lugar é nos sonhos e não na realidade.
A última noite branca termina com ele sozinho novamente, mas agora com uma compreensão mais profunda de sua própria existência.

Eu amei profundamente a obra, encontrando nela uma intensidade e profundidade notáveis. Além disso, considero o sonhador um personagem muitas vezes incompreendido por outros leitores. "Noites Brancas" permite uma introspecção sobre nossos próprios sentimentos e oferece uma compreensão mais profunda de como o protagonista se sente em sua jornada emocional.

SimoneSMM 12/08/2022

Um livro diferente do que conhecemos do autor. O narrador é um personagem depressivo, uma espécie de voyeur da vida, dando a impressão de observá-la sem participar dela. Vive uma situação de extrema solidão, uma vida enclausurada, sofrida, que o empurram ao sonho. Esse sofrimento aproxima o sonhador de Nástienka num momento de tristeza. Porém, há uma vivacidade nela, uma capacidade para a alegria repentina, que o encantam. Ela é um furacão sem rumo, apaixonada por outro homem, com uma paixão para a qual não vemos justificativa.
Nástienka vive com a avó, cega, como um símbolo da tradição que é cega para a realidade, e autoritária, representando as amarras que prendem as mulheres.
Interessante o fato de Nástienka começar a se ver fora do sonho de mocinha que se casa com um príncipe através da leitura.
É um livro de antíteses: claro x escuro, solidão x afetividade, sonho x realidade, com um pé no romantismo, e que traz os traços da fase posterior do autor.

Dry 16/10/2024

"Mas só que eu a amaria tanto, amaria tanto, que, se a senhora ainda o amasse e continuasse a amar aquele que eu não conheço, mesmo assim notaria que meu amor não seria uma espécie de peso para a senhora. Só perceberia, só sentiria, a cada minuto, que a seu lado bate um coração nobre, muito nobre, um coração ardente."
Não sei nem explicar como me sinto após o término dessa leitura. Eu já sabia por alto que Dostoievski era intenso, mas eu não fazia ideia do quão, simplesmente, inexplicável. Você consegue entender perfeitamente tudo que o personagem sente, a agonia, a tristeza, aquele sentimento impalpável, tenso e forte ao mesmo tempo. Noites brancas me fez "sentir" a leitura, e eu realmente já estava com saudades disso. Tudo é minimamente melancólico, de um ponto de vista que nos é permitido viver a intensidade daquele momento juntamente com o personagem.

Izabelle.Sabrina 21/06/2024

Intrigante
Um homem solitário e carente e uma jovem com uma desilusão amorosa, o que poderia dar errado?

Nosso protagonista, como ele mesmo faz questão de deixar claro é um sonhador. No início achei muito risível que ele conversa com os prédios e se demonstra realmente um sonhador.

Ele conhece uma dama e começa a se encontrar com ela nessas "noites brancas" então combinam de se encontrar.

Em um de seus encontros ele faz um monólogo que me fez pensar ??? Que cata chato deixa a mina falar também, mas que fez entender melhor o personagem e ele é realmente muito triste.

O livro é bom, recomendo para pessoas que assim como eu querem começar a ler Dostoiévski, achei a leitura fácil e que pra mim fluiu até bem.

Diego Rodrigues 19/09/2023

"E que fantasia pode haver na tristeza!"
Uma das últimas obras finalizadas por Dostoiévski antes do cárcere, em 1849, "Noites Brancas" é um ponto fora da curva na carreira do escritor russo. Nesta novelinha, publicada apenas um ano antes de sua prisão na Fortaleza de Pedro e Paulo, o autor flerta com as bases do romantismo ao narrar o drama acerca um coração solitário que vaga pelas ruas de uma Petersburgo fantasmagórica. Um sonhador, assim se autointitula o nosso protagonista, um jovem sozinho e melancólico que, para aplacar a solidão, conversa com as casas por onde passa e com os personagens dos livros que lê. Em uma daquelas noites em que o sol parece recusar a se recolher (por isso, "noites brancas"), nosso caminhante solitário se depara com uma mulher aos prantos, seu nome é Nástienka.

Em um tom romanesco, melancólico e por vezes autodepreciativo, nosso protagonista começa a narrar para a bela jovem a sua história de vida, ou melhor dizendo, de não vida. Logo, uma espécie de romance começa a querer brotar neste solo, mas essa está longe de ser uma história de amor bonitinha. O contato com a alma feminina, apesar de breve, é o bastante para arrancá-lo do mundo dos sonhos e trazê-lo para a realidade. O problema é que, ao despertar para este mundo, o sonhador também perde as bases ilusórias que o sustentavam, e agora, tem de lidar com o vazio da própria existência, até então negligenciada.

Não é por ser este um Dostoiévski mais "água com açúcar", que não teremos profundidade. Apesar de destoar do restante da obra dostoievskiana por seu tom romanesco, a narrativa ainda assim aborda os temas existenciais que eram tão caros ao escritor. E a pergunta final que o sonhador se faz: "um momento inteiro de júbilo! Não será isto o bastante para uma vida inteira?"; fica ecoando em nós mesmo após guardarmos o livro de volta na estante.

Penso a tristeza como algo inerente à condição humana. Se não nos sentirmos tristes de vez em quando, não estaríamos levando uma vida artificial? Ou até mesmo uma vida de ilusões, como o protagonista no início do livro? A dor que sentimos não seria a prova cabal de que estamos vivos? Saio dessa leitura com essas e outras questões... Dostoiévski, né? Sempre vale a leitura! E para aqueles que buscam uma porta de entrada para começar a lê-lo mas não querem algo muito denso logo de início, tá aí uma boa pedida.

site: https://discolivro.blogspot.com/

Bruna 08/08/2023

Meu primeiro livro do autor e digo com certeza que fui surpreendida da melhor maneira. As camadas e o desenvolvimento que ele dá aos personagens são tão reais que é impossível não lembrar de casos parecidos, ou até mesmo se ver na história e nos conflitos internos dos personagens.

Algo que gostei bastante foi a visão sonhadora do personagem principal, que percebe a beleza dos detalhes em meio ao caos do dia a dia e das decepções da vida, mesmo que tudo desande.

Um livro que despertou mais ainda minha curiosidade pra ler mais de Dostoiévski!

olívia 26/04/2024

Noites brancas
Ele falando e ela louca pra dar?

não sei muito bem oq eu achei não, sendo bem sincera? acho que não é o tipo de livro que me encanta.

Lari 21/09/2021

adorei que eles se conheceram em poucos dias e sofreram como se conhecessem há tempos, ai ai a melancolia.

aline 01/02/2024

Oque foi isso
Permaneço escrevendo essa resenha deitada no chão depois de ficar uns 5 minutos olhando para o teto em lágrimas
Primeiro contato com Dostoievski e eu tô abismada, não poderia ter sido melhor.

Do começo ao fim é só tristeza, com uma escrita tão fluida em que muitas vezes me vi tendo esperanças junto com o sonhador (?), me perdendo em seus devaneios e achando muito fofo a maneira que você poderia sentir a emoção e agitação enquanto os lia. Jurei muito que o livro ia acabar com um final feliz, estava sorrindo para o teto de como era adorável que eles tenham achado um refúgio temporário apenas com a companhia um do outro, para assim, faltando 6 PÁGINAS, tenhamos o coração arrancado de uma forma tão abrupta.
Eu só queria o abraçar no final, pq apesar de tudo o sonhador (?) ainda deseja o bem a sua amada ao mesmo tempo em que eu estava usando todo meu vocabulário xingando Nástienka para as paredes do meu quarto.
(talvez eu ainda esteja sentimental)

luizrantunes 02/09/2024

A eternidade em um minuto de felicidade
"Noites Brancas" é uma obra profundamente filosófica que se destaca por sua sensibilidade poética, sendo a minha primeira leitura de Fiódor Dostoiévski. Acompanhamos o sonhador, um protagonista que vagueia pelas ruas melancólicas de São Petersburgo durante quatro "noites brancas", e que tem um encontro inesperado com uma jovem simples chamada Nástienka. Este livro possui tantas camadas que é difícil falar sobre todas elas com a profundidade que merecem, mas vale destacar alguns pontos.

Além de explorar as complexidades dos desejos não realizados, Dostoiévski constrói um retrato comovente da solidão humana através do protagonista, que vive isolado tanto do mundo quanto de si mesmo, perdido em seus devaneios, por vezes extremamente dramático. A narrativa contrapõe o ideal e o real, onde o protagonista se refugia em sonhos grandiosos, mas é confrontado pela dura realidade e por frequentes conflitos internos.

A escrita fluida e lírica é quase como um poema em prosa, revelando a beleza efêmera do encontro entre dois desconhecidos. Tudo é carregado de emoção, e o cenário, no verão de São Petersburgo, intensifica ainda mais cada uma das noites.

Sem spoilers, a mensagem que fica é como nossas vidas podem ser transformadas de maneiras inesperadas em tão pouco tempo.
Leitura recomendadíssima!

talesmorales 07/08/2022

Um quiproquó de paixões
Acredito que o personagem(sem nome)é tão identificável entre as pessoas, e acredito que a mensagem do livro vai muito além do que é apenas escrito.
Um engano é capaz de gerar tantos tipos de sentimentos nos personagens, principalmente em Nástienka, que apesar de não saber o que fazer e se sentir totalmente sozinha, ela tem uma certeza de amor por ele.
Uma coisa que já me pegou na veia quando comecei, foi o fato do personagem principal ser basicamente um sonhador, que vem imaginando cenários por sua vida inteira, e por isso não soube transpor esses sonhos para a sua vida, tirando qualquer tipo de qualidade da mesma.
O livro é extremamente curto, a historia dura cerca de 85 páginas (tirando o posfácio), terminei em menos de duas horas, e a leitura é tão fluída, e em tão poucas páginas você entra nas profundezas de cada personagem
Realmente um livro memorável para mim.

Sabrina758 09/06/2024

Noites brancas traz consigo uma paixão avassaladora e a solidão. Um jovem solitário e sonhador conhece uma moça solitária, não tanto sonhadora mas muito apaixonada (por outro). Dostoiévski nos apresenta a solidão de um jovem e o quão avassaladora a paixão pode ser para um sonhador que nunca se relacionou. Nunca nos esquecemos da nossa primeira paixão, imagina a intensidade do amor de um homem sonhador ? Por outro lado, essa paixão não é tão bem correspondida como imaginaríamos. Talvez a vida seria menos sozinha se ele não tivesse conhecido o amor. O problema nunca foi ter sonhado com o amor, sua solidão e vazio se resume na confiança e expectativa que colocou em sua amada. Ao final seu vazio já não é mais como no início em que só havia solidão, mas sim um vazio de desilusão. Sabe quando temos o melhor sonho, e embora esse sonho se pareça real, ao acordar nos deparamos com a triste realidade? Talvez seja esse sentimento que o rapaz sentiu, mas muito mais que isso, a todo momento ele sonhou acordado, mas nao conseguia abrir seus olhos pois estava cego de paixão, ao abrir se deparou com a tristeza e vazia solidão, mas agora com a desilusão de um amor.

Mari 02/07/2020

Angustiante
Meu primeiro contato com Dostoiévski e eu estou completamente encantada e apaixonada

isamoneta 25/05/2020

Confesso que tinha um certo preconceito de ler livros de autores como o Dostoiévski, em partes por medo de ser muito complexo e eu não conseguir entender as mensagens por trás da escrita dele. Esse livro se revelou muito tranquilo e gostoso de ler, me despertou um interesse para ler mais obras dele.