R...... 30/03/2017
Nas entrelinhas, exemplo do que pode também destruir e matar: a perda dos ideais, das motivações, da razão existencial. Se o Super-Homem bateu as botas em outra edição por violência, o Apokalypse, agora enfrenta inimigo mais temível - a perda da vontade de viver.
As coisas chegam nesse ponto quando um vilão chamado Conduíte (muito tosco) descobre a identidade do herói e ameaça seus amigos e parentes. O objetivo é fazer com que Clark desista de seus propósitos e o Super seja derrotado. Por trás dessa questão há algo mal resolvido no vilão, que se mistura à sua infância e juventude em Smalville, onde há histórias de fracassos, disputas e inveja associadas a uma antiga amizade com Clark Kent. O desespero toma conta do herói quando supõe seus familiares e amigos mortos e decide se entregar à derrota fatal diante de seu opositor. É isso e já dá para imaginar o desdobramento, naquele lance de se descobrir o engano, recuperar a autoestima, revigorar o ânimo, etc e tal, quando reencontra as pessoas que ama..
Legal, mas convenhamos que 260 páginas para essa história é muito. Poderia acabar quando Clark derrota o Conduíte, mas se arrasta ainda por várias páginas (estratégia comercial) até o encontro com Lois Lane, que lhe renova totalmente os ânimos.
Em paralelo, outras questões interessantes, como a obsessão de Conduíte ter sido instigada desde a infância por um pai opressor (que não admitia derrotas), e Clark Kent sentir maior realização na admiração por um livro que escreva do que por gloriosas ações como o Super-Homem.