Desde que vi o livro nos lançamentos da Bertrand Brasil ano passado sabia que a história seria o tipo exato de que gosto, por isso não demorei a comprar. Mas por um acaso ou outro o livro ficou na estante, comprei o segundo e só quando o terceiro foi lançado a vontade de ler superou a ordem de leitura. E assim a história criada por Catherine Cooper entra na lista das maiores surpresas do ano. Uma fantasia infantojuvenil mais fabulosa e criativa do que havia esperado.
A história começa nos apresentando Jack Brenin, um garoto normal e até meio fracote que acaba de se mudar para a pequena cidade na Inglaterra para morar com o avô no solar dos Brenin. Jack estava tendo problemas para se enturmar com os grandalhões da cidade e passava o maior parte do tempo com o avô esperando as aulas do último ano antes do ensino médio começarem. Ele estava se escondendo na cerca de espinhos fugindo dos garotos quando conheceu Nora, a proprietária da casa dos Ewell. Não imaginava que retornaria a bela casa tão cedo, mas sua vida muda quando ele encontra a pequena noz de ouro no bosque perto da casa do avô. O convite para visitar a casa de Nora vem de Elan e para sua surpresa o que elas lhe contam é mais atormentador do que assustador. Segundo uma profecia feita há muito tempo apenas um garoto nascido a meia-noite em ponto do dia 31 de outubro poderia resgatar as placas perdidas do caldeirão que seria usado para reabrir o portal para Annwn, uma terra mágica onde seria possível salvar as hamadríades que estão morrendo desde que os druidas morreram perseguidos pelos romanos ou foram embora para Annwn. As placas estão perdidas desde que Camelim quase foi morto a séculos atrás fechando o portal de Annwn impedindo a manutenção das hamadríades. Se Jack conseguir resgatá-las as florestas reviverão, mas ele não está tão certo se conseguirá ainda mais quando descobre que precisará se transformar em um menino-corvo, com capacidade de virar corvo...
Essa é a premissa da história de Jack Brenin, o garoto que nasceu no dia certo e na hora certa. A princípio a história criada por Catherine Cooper é simples, mas logo nas primeiras páginas quando os elementos que constroem a trama central vão sendo apresentados percebemos que o mundo apresentado pela autora resgata e recria bastante da mitologia celta. Da relação com as árvores a ordem dos druidas, além dos dias especiais e alguns costumes. Contudo as partes mais interessantes desse mundo foram criadas pela autora, como os meninos-corvos, os três tipos de dragão, o jeito que se faz magia, tudo muito bem elaborado e integrado através de uma narrativa leve, que flui com facilidade e envolve o leitor facilmente na história de Jack e de todos.
É incrível como a autora consegue cativar o leitor logo nas primeiras páginas, conquistando a curiosidade do leitor e nos levando a cada capítulo a surpresas fascinantes. Com belas e ricas descrições Cooper criou um ambiente vívido, inovador e que fascina. É harmonioso e instigante, a cada nova revelação da trama queremos saber mais e ver mais desse mundo. Os personagens são ótimos e cheios de surpresas. Jack é um garoto comum e que envolve o leitor justamente por saber e assumir que não tem nada de especial, e a medida que a história se desenrola vemos como toda pessoa normal tem algo de especial, todos nós temos. Camelim, o corvo é um dos melhores personagens que já conheci. O tom que a autora deu ao corvo e o modo que ele estabelece uma amizade com Jack é incrível, desconfiado, mas cheio de diálogos divertidos com sua carranquice. Assim como Nora, Elan e a impagável Guarda-Noturna composta por ratinhos para lá de inteligentes e espertos. O final consegue surpreender com suas mudanças e deixar no ar promessas de novas histórias maravilhosas já que as tramas secundárias renderam novas pontas que merecem ser exploradas.
Leitura fácil, agradável e enriquecedora, que conquista e cativa o leitor além de cada página nos surpreender com um elemento novo e criativo. Catherine Cooper faz mais do que resgatar uma parte da mitologia celta, ela cria um mundo interessante e que fascina com seus seres fascinantes. Foi maravilhoso conhecer esse mundo e seus personagens. A edição da (...)
Termine o último parágrafo em:
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