Léa Diógenes 14/12/2015
Maha é uma mulher que está no auge de sua carreira, mas ao saber que sua mãe estava morrendo, seus problemas começam aparecer, ou melhor, o passado que ela lutou tanto para esquecer volta a assombrá-la. No leito de morte de sua jovem mãe, ela descobre que o homem que sempre achou que era seu pai, na verdade não era. Maha foi tomada por um turbilhão de sentimentos que ia desde o alívio por aquele homem que tinha o prazer de vê-la chorando não ser seu pai, ao sentimento de confusão por não saber mais quem era. Mas as verdades ocultas não parava por aí, o verdadeiro pai de Maha era filho de Anita Delgado a dançarina de flamenco que virou princesa com o Jagatjit Singh o Marajá de Kapurthala, ou seja, Maha tinha sangue real indiano correndo nas veias.
Após a morte de sua mãe, Maha se ver sozinha, sem mãe, sem emprego, sem namorado com muitas pergunta sem respostas. Com poucas informações Maha vai em busca de suas respostas, sua caminhada será longa e muito dolorosa.
Um livro encantador, quando encontrei esse livro na bienal pulei de alegria, pois fazia algum tempo que queria lê-lo. Para quem não conhece a história de Anita Delgado, sugiro ler a resenha:
A princesa Perdida não é uma continuação do Paixão Índia, porém as estórias se encontram, e foi disso que gostei, pois me senti familiarizada com o enredo.
O enrendo pode ser massante algumas vezes, não vou negar que quase pulei capítulos, mas não fiz isso, já que cada página era essencial para entender os sentimentos de Maha. No inicio pensei que a estória iria girar em torno do verdeiro pai de Maha, no entanto conta-se nos dedos quantas páginas são dedicadas ao verdeiro pai dela.
Chorei porque não a conhecia, porque não chegará a conhecê-la, afastara-a de mim, porque nunca havia lhe dado a chance. Era a minha umma (mãe) a mulher que me carregou em seu ventre por nove meses, que me amou e protegeu como ninguém me disse o que havia feito? Porque todo mundo esperou até sua morte para me contar? Solucei e supliquei a minha mçae que me perdoasse, várias vezes. (pág.130)
A princesa perdida não fala de uma filha que busca o pai e sim do amor entre uma mãe e uma filha. O livro é emocionante. O coração de Maha guarda muita magoa de sua mãe, mesmo depois de tanto tempo ainda a culpava por muitas coisas. Só que, infelizmente somente após a morte dela é que Maha descobre que sua mãe nunca foi a vilã, na verdade, tudo o que ela fez foi por amor. Somente após a morte dela é que Maha saberá quem realmente foi sua mãe, suas dores, aflições e os motivos dela ter vivido com um homem que a tratava como um lixo e de ter feito o que fez.
Porque não me contou seu segredo? porque desapareceu? Chorava por um passado que havia desaparecido, por um tempo que não voltaria. E, por fim, minha raiva e meus prantos tinham mais a ver comigo do que com a minha mãe. (pág. 132)
Uma estória de arrependimentos, magoas, raivas, e principalmente da busca do perdão. Maha julgou sem saber quem era o verdadeiro criminoso, só muito tempo depois é que ela descobre que o verdadeiro vilão foi seu próprio orgulho.
Eu me sinto terrivelmente culpada por não ter estado lá, quando ela morreu, por não ter voltado. É como se a tivesse abandonado. (pág. 215)
Maha é totalmente franca na sua escrita, o leitor conhecerá toda a sua estória desde do momento em que descobre sua verdadeira história até o momento que ela conhece sua nova família, porém a sua trajetória não para por aí, o leitor irá conhecer mais a fundo os seus sentimentos de decepção quando ela descobre que nunca fará parte da família de seu verdadeiro Pai. Um verdadeiro diário cheio de sentimentos e segredos.
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