Antonio.Augusto 12/02/2021
Khalil Gibran, o profeta simples e profundo
“Alguns dentre vós dizeis:
‘A alegria é maior que a tristeza’,
e outros dizem: ‘Não, a tristeza é maior.’
Eu porém vos digo que elas são inseparáveis.
Vêm sempre juntas; e quando uma
está sentada à vossa mesa, lembrai-vos de
que a outra dorme em vossa cama.”
A primeira vez que li algo de Khalil Gibran faz muito tempo: uma frase em um livro de Monteiro Lobato. Dona Benta contava história aos netos, até que falou: “As grandes dores são mudas”... Anos e anos depois, vi a mesma frase em um livro de Fernando Sabino. Nada mais dele chegou à minha mão e eu, omisso, não fui atrás.
Até que ganhei o livro “O Profeta”. E descobri o porquê de Monteiro Lobato e Fernando Sabino usarem os ensinamentos do libanês. Sim, agora sei que nasceu no Líbano e viveu nos Estados Unidos, escrevendo sua obra no começo do século XX.
“O Profeta” é livro que se lê rapidinho para, depois, se ler de novo e se deixar à mão. No livro, um homem sábio está há anos longe de sua pátria, em uma cidade, aguardando que um navio o busque. Certo dia, o navio aparece. Os moradores sabem que o sábio vai embora e o rodeiam, querendo que ele fale de temas diversos.
Daí, o profeta fala... Fala de amor, mas também fala de habitação. De filhos, mas também de liberdade. Fala de matrimônio e de dor. De vestes e do ato de comprar e vender. Fala de autoconhecimento, mas também da necessidade de comer e beber. Amizade, conversação, trabalho, morte... muito mais... E, enquanto ele vai falando, é como se a gente fosse sendo cutucado em nossos preconceitos e atitudes. Tudo em linguagem simples, tranquila, rápida, profunda.
“O amor nada dá senão de si próprio
e nada recebe senão de si próprio.
O amor não possui, nem se deixa possuir,
pois o amor basta-se a si mesmo”
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