Phelipe Guilherme Maciel 20/04/2017Pilulas de sabedoria que devem ser apreciadas por todos.Gibran Khalil Gibran é o Poeta dos poetas. O Sábio dos sábios. sua obra é impar e emociona a ponto de chorar. Neste livro, ele passa ensinamentos do Profeta. O navio do Profeta chegou à cidade e não lhe resta nada senão ir embora. Mas antes de partir, o povo da cidade clamou para que ele deixasse uma vez mais sua sabedoria para eles e sua descendência.
Eu deixarei aqui alguns dos ensinamentos que mais me tocaram nessa releitura de Gibran:
Do amor:
Pois, da mesma forma que o amor vos coroa, assim ele vos crucifica. E da mesma forma que contribui para vosso crescimento, trabalha para vossa poda.
Como braçadas de trigo vos leva. Debulha-vos até ficardes nus. Passa-vos pelo crivo para vos livrar do joio. Mói-vos até à brancura. Amassa-vos até ficardes maleáveis.
É errado pensar que o amor vem do companheirismo de longo tempo ou do cortejo perseverante. O amor é filho da afinidade espiritual e a menos que esta afinidade seja criada em um instante, ela não será criada em anos, ou mesmo em gerações.
"O amor nada dá senão de si próprio e nada recebe senão de si próprio. O amor não possui e não se deixa possuir, pois o amor basta-se a si mesmo."
Do Matrimônio:
Amai-vos um ao outro, mas não façais do amor um grilhão: Que haja antes um mar ondulante entre as praias de vossas almas. Encheis a taça um do outro, mas não bebais na mesma taça.
E vivei juntos, mas não vos aconchegueis em demasia; Pois as colunas do templo erguem-se separadamente, E o carvalho e o cipreste não crescem a sombra um do outro.
Dos Filhos
Vossos filhos não são vossos filhos. São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma. Vêm através de vós, mas não de vós. Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós, Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.
Da Dádiva:
Vós pouco dais quando dais de vossas posses. É quando dais de vós próprios que realmente dais. Há os que dão pouco do muito que possuem, e fazem-no para serem elogiados, e seu desejo secreto desvaloriza suas dádivas. E há os que têm pouco e dão-no integralmente. Esses confiam na vida e na generosidade da vida, e seus cofres nunca se esvaziam. E há os que dão com alegria, e essa alegria é já a sua recompensa.
... na verdade, é a vida que dá a vida, enquanto vós, que vos julgais doadores, sois simples testemunhas.”.
Do Trabalho:
Quando trabalhais, sois uma flauta através da qual o murmúrio das horas se transforma em melodia. Quem de vós aceitaria ser um caniço mudo e surdo quando tudo o mais canta em uníssono? Sempre vos disseram que o trabalho é uma maldição, e o labor, uma desgraça. Mas eu vos digo que, quando trabalhais, realizais parte do sonho mais longínquo da terra, desempenhando assim uma missão que vos foi designada quando esse sonho nasceu.
E se não podeis trabalhar com amor, mas somente com desgosto, melhor seria que abandonásseis o vosso trabalho e vos sentásseis à porta do templo a solicitar esmolas daqueles que trabalham com alegria. Pois se cozerdes o pão com indiferença, cozereis um pão amargo, que satisfaz somente a metade da fome do homem. E se espremerdes a uva de má vontade, vossa má vontade destilará no vinho o seu veneno. E ainda que canteis como os anjos, se não tiverdes amor ao canto, tapais os ouvidos do homem às vozes do dia e às vozes da noite.
Das Roupas:
Vossos trajes ocultam muito de vossa beleza, porém não escondem o que não é belo. Embora procureis em trajes a proteção libertadora de vossa intimidade, neles podeis encontrar arreios e cadeias.
Dos Crimes e dos Castigos:
É quando o vosso espírito vagueia pelo vento que vós, solitários e indefesos, fazeis mal aos outros e também a vós mesmos. E pelo mal que fazeis devereis bater à porta dos abençoados e esperar. O vosso eu interior é como o oceano; permanece para sempre imaculado. E, tal como o etéreo, só ergue os seres alados.
Sobre o Autoconhecimento:
Os vossos corações conhecem, no silêncio, os segredos dos dias e das noites. Mas os vossos ouvidos têm sede de ouvir finalmente o eco do saber dos vossos corações.
Sobre o Prazer:
O prazer é uma canção de liberdade, Mas não é a liberdade. É o florescer dos vossos desejos, Mas não é o seu fruto. É uma profundeza que atinge uma altura, Mas não é o profundo nem o alto. É o que está na gaiola que alça seu vôo, Mas não é o espaço contido.
Sobre a Morte:
Vós conheceis o segredo da morte. Mas como o encontrareis a menos que o procureis no âmago do coração? O mocho cujos olhos noturnos são cegos para a claridade, não pode desvendar o mistério da luz. Se quereis verdadeiramente conhecer o espírito da morte, abri o vosso coração até ao corpo da vida. Pois vida e morte são uma só, tal como o são o rio e o mar.
Não deixem de ler este e outros livros de Gibran, e de conhecer suas poesias. É puro amor. É paz. É conhecimento. Sabedoria. No livro, Gibran nos passa cerca de 25 lições temáticas, e juro, cada uma dessas lições podemos ler e reler, e refletir sobre elas e em 25 meses ainda teríamos muito para aprender.