Hazuki 23/07/2010
Pegue as longas sessões de flashback do Wizard and Glass, adicione o senso de urgência (e as viagens temporais) de The Drawing of the Three e as maliciosas conspirações de The Wastelands e você tem Wolves of the Calla. Isso é ruim? The maneira alguma. Ainda que este livro não chegue a ser tão emocionante como The Wasteland (na minha opinião, melhor livro da série), ele é ótimo.
Não, não há ação do começo ao fim. Neste livro, Roland e seu an-tet se encontram numa saia justa (bem, se você for pensar, Roland Deschain de Gilead JAMAIS está em saia justa, mas não vou entrar no mérito da questão): eles precisam ajudar o povo de Calla contra um grupo impiedoso que rapta criancinhas por um breve período de tempo, retornando-as após um certo período de tempo em um calamitoso estado de deficiência mental (e vários outros problemas). Claro, eles podiam muito bem optar por passar reto por Calla e continuar seu trajeto rumo à misteriosa Torre Negra, mas não o fazem por dois motivos: um, porque é o dever de honra de todo pistoleiro ajudar quem precisa e dois, porque o povo de Calla está de posse de um objeto de grande valia para Roland.
O que você vai encontrar nesse livro: flashback de algums cidadãos de Calla, uma nova personalidade em Susannah (personalidade? Será?) e muitas, mas muitas referências a coisas do mundo atual, desde os livros do próprio Stephen King (o que me lembra: quem leu Salem's Lot vai gostar desse livro - mas quem não leu, como é o meu caso, não vai ficar completamente perdido) até a Harry Potter. Não, não escrevi errado, realmente HÁ uma referência a Harry Potter.
Ao final da história, como de praxe, uma batalha épica (de meia dúzia de páginas) e um final que só abre o apetite para o próximo volume.
Neste livro dá para notar de maneira mais evidente o quanto os personagens do ka-tet, sobretudo o Eddie, estão amadurecendo e o quão forte é o lado humano do Roland. Talvez seja exatamente isso que esteja transformando essa história em uma experiência tão enriquecedora, por assim dizer.