Krishna.Nunes 12/02/2024Estas são histórias de um escritor já idoso, que está sempre olhando para o passado e buscando lembrar a juventude. O primeiro conto, a propósito, é sobre um encontro do autor com sua própria versão mais jovem.
Os contos desse livro não trazem a profundidade dos temas filosóficos de "O jardim de caminhos que se bifurcam", "Ficções" ou "O Aleph". Também não são tão herméticos quanto eles. Mas mantêm muitas características marcantes do autor, como a presença do onírico, do fantástico, do esotérico, do ocultismo e da religião, além da presença das figuras de linguagem, referências a obras e autores clássicos reais e imaginários, às artes plásticas e à música.
Entre os temas mais comuns estão o estrangeiro, a vida no exterior e a língua estrangeira, com uma predominância perceptível do horror cósmico lovecraftiano, dos labirintos, da arquitetura imponente, dos seres mitológicos, da magia, dos mitos nórdicos e árabes.
A areia do título aparece muitas vezes, seja na forma de dunas no deserto, nuvens de poeira ou o fio que mede a passagem do tempo na ampulheta. O tempo e o infinito, aliás, têm uma importância marcante que eu atribuo à maturidade e ao saudosismo.