jessicambf 04/07/2009
Garoto Linha Dura
Sérgio Porto, mais conhecido como Stanislaw Ponte Preta (nome fictício que o próprio criou) foi um escritor, jornalista, cronista, e todos os mais istas possíveis entre os anos 60-70. Carioca da gema, ninguém nunca descreveu tão bem o Rio de Janeiro e o próprio comportamento carioca como ele. Suas obras são caracterizadas pelas piadas e sátiras criticando sempre a ditadura e o moralismo social da época, que atacava todos os costumes dos brasileiros.
Escreveu, entre todas as crônicas e piadas, quatro livros de destaque: Tia Zulmira e Eu (1961), sua obra principal, que ele mais usa de piadas e críticas mordazes; Primo Altamirano e Elas (1962), Rosamundo e Outros (1963) e, por último, Garoto Linha Dura (1964).
O livro é uma reunião de contos e crônicas, todas no estilo característico de Stanislaw, que não perde nenhuma oportunidade para fazer piada com qualquer coisa - até a um filme na TV!. Livro que, na introdução, o próprio autor diz que, depois de Zulmira, Altamiro e Rosamundo, ficou sem personagens, mas de repente, apareceu um garotinho que "se deixou influenciar pelo mais recende método de democratização posto em prática no Brasil" - O Garoto Linha Dura. Apesar disso, o livro não são crônicas somente desse garoto - mas crônicas gerais, que falam sobre qualquer situação que o autor tenha passado, sabido ou criado, inclusive algumas com os personagens de Tia Zulmira e Rosamundo.
O livro é realmente engraçado, são crônicas curtinhas, de no máximo três páginas, com ilustrações interessantes de Jaguar. Algumas eu bolei de rir e me surpreendi, porque de primeira não esperava nada de um escritor tão característico do Rio de Janeiro. Uma boa dica para uma leitura leve, descontraida, e, quem sabe, repassar as histórias para amigos, vizinhos, primos, avôs, etc. etc.