O Pêndulo de Foucault

O Pêndulo de Foucault Umberto Eco




Resenhas - O Pêndulo de Foucault


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Matheus Pinatti 12/03/2019

As oscilações de Umberto Eco

"Foi então que vi o pêndulo. A esfera, móvel na extremidade de um longo fio fixado à abóbada do coro, descrevia suas amplas oscilações em isócrona majestade".

É assim que Umberto Eco (brilhantemente) inicia o romance. Durante o restante da primeira parte (formada por dois curtos capítulos), o leitor acompanha o protagonista Causabon, um redator da editora milanesa Garamond, escondido entre as exposições do Musée des Artes et Métiers enquanto aguarda ansiosamente a chegada de alguém.

Da segunda parte em diante -- o livro é formado por 10 partes, cujos nomes remetem à Cabala judaica --, o narrador, que é o próprio Causabon, volta anos e anos no tempo para, ainda que lentamente, explicar os acontecimentos que deram causa à sua “aventura” no museu. Digo lentamente porque o livro gasta centenas de páginas para percorrer esse caminho, o que, acreditem em mim, não é um ponto positivo da obra. Mas, em suma, vê-se que Causabon e outros dois amigos (Belbo e Diotallevi, também redatores da referida editora) descobriram uma suposta conspiração milenar que eles denominaram como o Plano. E a descoberta os deixou fissurados a tal ponto que eles iniciam, cada um à sua maneira e ao seu tempo, uma investigação meticulosa a respeito do tema.

Mas não é preciso ler as quase setecentas páginas que compõem o romance para captar o estilo do autor. Ainda na primeira página, ao narrar as majestosas e isócronas oscilações do Pêndulo, Umberto Eco já lança mão de termos técnicos e de descrições cientificamente precisas, dando uma pequena amostra do que está por vir na sequência. Ele não é um simples escritor ou filósofo. E faz questão de esclarecer isso logo no primeiro contato que estabelece com o leitor.

Acontece que o tom erudito, verborrágico e prolixo da obra, apesar de inicialmente encantador, com o tempo passa a ser cansativo e chato, irritante até. Sem qualquer pudor, Eco regurgita parágrafos e parágrafos de conhecimentos tão obscuros quanto os segredos do tal plano investigado pelos redatores: são inúmeras referências a eventos históricos ignorados pelo grande público, a personagens igualmente desconhecidos e/ou a seitas obscurantistas ou sociedades (realmente) secretas relegadas ao mais completo anonimato.

Assim, o leitor é transportado à força para um looping praticamente infinito. O ritmo do romance quase que emulando o vaivém do Pêndulo de Foucault: às vezes chato, às vezes legal; ora maçante, ora excelente. Com efeito, o leitor se depara com alguns fragmentos de história aqui, fica interessado por um gatilho da trama ali e até se encanta com outro parágrafo brilhante acolá (sim, a obra está repleta de trechos geniais), tudo isso para reunir forças e, em seguida, suportar as sucessivas páginas de pura masturbação intelectual do douto autor italiano.

A obra não é ruim, longe disso, mas, no fim das contas, os seus muitos méritos são ofuscados pelos pontos negativos já citados, estes muito mais recorrentes ao longo do livro do que aqueles. O desenvolvimento do tema central do romance (o Plano), cujos segredos de início são realmente intrigantes, quase sempre é preterido em prol da sanha exibicionista do escritor, e com o passar do tempo a história acaba perdendo fôlego, culminando inclusive num desfecho que, para muitos, pode soar frustrante.
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Maria.Luiza 03/03/2019

A louca necessidade de mistério
Como disse o Sunday Times "este livro enfica tudo o que você sempre quis saber a respeito de qualquer coisa (incluindo numerologia, cavaleiros templários e constrição de esgotos)" e apesar das 676 páginas é além de brilhante divertido não é cansativo nem muito menos previsivel tem uma trama sofisticada fruto do saber e cultura de seu escritir que se mostra de uma imaginação ilimitada, mas muito além de culto é também estremamente divertido.
Para os leitores brasileiros tem um algo a mais, a parte 4 do livro se passa no Brasil da decada de 70 e embora me pareça escapar detalhes políticos de nosso história, que podem ser justificados pelo fato do personagem dizer que não pretendia tentar entender a política local já que a de seu próprio país o escapava, traz detalhes interessantes do que o autor tenta chamar atenção que é para a nossa religiosidade que adentra campos inusitados como ele mostra na passagem "como podia ainda pensar como um europeu, se estava aprendendo que a esperança da extrema esquerda era mantida viva por um bispo do nordeste" aludindo a Dom Elder Camara isso ele fala sobre como era contraditória a realidade local o marxismo ateu pregado vinha de um padre... a personagem brasileirei é de Recife o personagem mora no Rio de Janeiro e passa ferias na Bahia, Salvador qur ele lembra chamava-se São Salvador da Bahia de Todos os Santos e mostra conhecimento referindo-se ao sei epíteto "Roma Negra", relembrado na musica Reconvexo de Caetano Veloso e tb cita Jorgr Amado o chamando de grande. Nessa parte nos ensina coisas que eu como brasileira não sabia como a diferença em Candomblé e Umbanda e fui conferi se estava certo e sim esta. É um Brasil na visão de um estrangeiro bem informado o que torna bastante interessante. De mais o livro trata de uma suposta "teoria da conspiração" de forma que considero exemplar sem querer fazernos acreditar nela. É exelente mesmo para quem não gostou de O Nome da Rosa vale da uma nova chance para o autor esse se passa em dias mas atuais e tem uma temática que muitos são fãs como se pode comcluir pelo sucesso de Dan Brown.
Mas como diz o autor no livro supracidado O nome da Rosa “Os livros não foram feitos para serem acreditados mas para que os questionemos. Quando lemos um livro, devemos perguntar a nós próprios não o que diz mas o que significa” e nesse sentido podemos dizer que o livro trata da mania de procurar segredos, significados ocultos, planos misteriosos em todos os acontecimentos e em todas as coisas da história. É insrigante e até certo ponto divertido se vc tiver um humor um tanto sarcástico principalmente. Mas deixa um mensagem e ideia interessante que vale a pena reflerir.

site: https://instagram.com/maria_pas000
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jeancerqueiraberni 23/08/2018

Cativante
O autor consegue prender a atenção, apesar de a leitura não ser fácil. Aprende-se muito sobre História, Ocultismo, sociedades discretas e secretas.
Uma ótima história.
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biz 15/06/2018

Tentei
Eu tentei, mas não foi possível terminar. Em mais de 250 páginas lidas, não entendi muuuuita coisa, além disso, a leitura não flui. Não gosto de abandonar um livro, ainda mais sem saber o seu final. Espero retomá-lo em outra oportunidade e tentar de novo.
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Lineu 23/05/2018

Arrogante
Após me deliciar em O Nome da Rosa, achei q poderia repetir a sensação. Neste Pêndulo, Eco parece querer provar a cada página que é o mais culto ser do Universo. Vomita citações de livros antiquissimos a todo instante, transcreve frases em outras línguas e NÃO disponibiliza a tradução (inclusive textos em caracteres árabes!). Descreve uma aventura sem início nem fim, cria personagens rasos, explica mal as passagens intermediária. Enfim é um bom peso para uma pilha de papéis.
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Gladston Mamede 22/11/2017

Li e reli. Umberto Eco chegou a dizer que era o seu livro preferido, ele que amava o que, numa palestra (1991) chegou a chamar de "os mercadores do oculto". Em "O pêndulo de Foucault" ele usa toda a sua erudição e conhecimento sobre o tema para compor uma história fantástica, cheia de especulações de ordem diversas, misturando tudo, como bem deseja. Amo, embora deva reconhecer que não é um livro fácil. Aliás, é um livro bem difícil.
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Dicas Literárias 23/12/2016

#Resenha 81, O Pêndulo de Foucault, do autor Umberto Eco.
Sinopse:

Um dos romances mais famosos de Umberto Eco ganha reedição com novo projeto gráfico de capa e miolo.
Casaubon, Belbo e Diotallevi são redatores da editora Garamond, na Milão do início da década de 1980. Cansados da leitura e releitura de incontáveis manuscritos de ciências ocultas, eles acabam encontrando indícios de um complô que teria surgido em 1312 e atravessado, encoberto, toda a história do planeta até o fim do século XX. Os agentes e beneficiários dessa trama secreta seriam os templários e os rosa-cruzes, cujo objetivo maior era dominar o mundo. Em O pêndulo de Foucault, Umberto Eco aborda questões contemporâneas como a emergência do irracionalismo high-tech, as síndromes do final do milênio, o mundo dos signos e os segredos da História. Aliando a tudo isso muito suspense, ocultismo e crimes misteriosos, Eco é ao mesmo tempo erudito e bem-humorado.


#RESENHA

Olá Galera tudo bem?

Cá estou eu de novo, trazendo mais uma resenha para vocês. Dessa vez o escolhido foi O Pêndulo de Foucault, do autor Umberto Eco, que infelizmente veio há falecer esse ano em Fevereiro.

Eu nunca havia lido nada do autor, só ouvido falar e sinceramente só do mais famoso livro dele chamado O Nome da Rosa, então quando tive a oportunidade de ler algo dele, não famoso por assim dizer, agarrei a oportunidade. O Pêndulo de Foucault conta a história de três amigos – de nomes difíceis por sinal - Belbo, Casaubon e Diotallevi, que trabalham em uma editora. De inicio o enredo se mostra um pouco complexo de se entender, mas no decorrer dele entendemos que os três amigos correm perigo, por causa de um Plano.

Como assim um Plano Nay? Bom, esses três amigos recebem um manuscrito para a publicação sobre os Templários, mas o manuscrito é tão louco que nenhum deles coloca fé, muito menos Casaubon que é o mais cético dos três.

Todavia o autor desse manuscrito some, evapora sem deixar vestígios e é ai que eles bolam esse Plano, somente como uma brincadeira, que acaba saindo do controle e colocando-os na mira de uma agência secreta.

Bom o que eu posso dizer para vocês desse livro é que: ele envolve muitas coisas, mas tipo muitas os Templários é só uma delas, a mais básica que conhecemos da escola. As outras necessitamos de algumas pesquisas para entender o que são. O livro também conta com algumas passagens de outras obras em suas línguas originais, os capítulos são compostos por Sephirah e cada uma diferente da outra isso achei incrível no livro.

Entretanto é um livro complicado de se compreender, temos que ter uma leitura minuciosa e muita paciência para entender tudo que o autor nos cita. Mas por mais complicado que ele fosse não consegui larga ele por um minuto sequer e galera que final após longas 613 páginas somos premiadas por um final muito interessante!

Enfim galera, para quem curte uma leitura complexa e que não se importe de vez em quando fazer algumas pesquisas, eu com certeza indico essa leitura!

Até a próxima!

Bjss, Nay =D

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site: http://dicassliterarias.blogspot.com.br/2016/07/resenha-81-o-pendulo-de-foucault-do.html
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Marcos 14/10/2016

Casaubon, Belbo e Diotallevi são três amigos, sócios de uma editora que costumeiramente publica livros de autoajuda e temática esotérica. Eles nunca gostaram muito desse tipo de literatura, mas esse era o nicho que mais vendia e, consequentemente, dava mais lucro. Até que um dia um misterioso manuscrito vai parar nas mãos deles, para uma avaliação de uma possível publicação. Porém, ao começarem a leitura, eles começam a perceber que o texto traz enigmas que vão além de uma simples história de ficção. Ao começarem a investigar o que há por trás do texto, passam a descobrir segredo de uma sociedade secreta que envolverá o universo dos cavaleiros templários e da igreja católica.

O Pêndulo de Foucault é o meu segundo contato com a obra de Umberto Eco. O primeiro livro dele que li foi Número Zero, que me foi uma leitura frustrante e decepcionante, uma vez que esse autor é muito renomado na literatura clássica mundial. Nesse livro esperava retirar todos os estigmas que fiquei para com o autor e meu primeiro contato com sua narrativa.

Muito se fala da genialidade de Eco em seus escritos, sobretudo no mais conhecido livro dele, O Nome da Rosa. Como não vi isso em meu primeiro contato com ele, como disse anteriormente, estava com boas expectativas para com esse, uma vez que ele também está indicado no 1001 livros. Para minha grata surpresa, minha expectativas foram alcançadas.

Eco tem formação como Linguista e ele usa muito de seus conhecimentos nesse livro. O nome de cada capítulo é o começo de alguma citação que terá algum tipo de reflexão na história.

Além disso, várias línguas diferentes são inseridas no texto. Esse último recurso textual faz com que a leitura seja um pouco lenta em alguns momentos. Sem dúvidas, esse é um livro que exige um pouco mais de tempo de leitura para que o leitor consiga absorver todas as suas nuances da história. Não é um livro fácil nem rápido de ser lido, muito também em virtude de sua extensão, mas sem dúvidas é muito proveitoso de ser lido.


Recomendo a todos que queiram conhecer o autor ou para quem queira dar uma nova chance ao mesmo.

site: http://www.capaetitulo.com.br/2016/08/resenha-o-pendulo-de-foucault-de.html
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Luiza.Thereza 30/06/2016

O pêndulo de Foucault
Minha busca incessante por livros não em destaque nas mídias sociais e a curiosidade despertada por alguém que colocou um pouco de sangue no meu coração de pedra, fizeram-me ter bastante curiosidade sobre a obra de Humberto Eco. A morte dele em Fevereiro deste ano me atiçou ainda mais e me fez vier alguns momentos de frustração, já que, das três vezes que os livros dele apareceram nas News do Grupo Editorial Record, apenas em uma (esta) a minha solicitação pelo livro foi atendida.

Na primeira cena do livro, Casaubon (personagem e narrador deste livro) está no museu Saint-Martin-des-Champs, Paris, olhando o movimento do Pêndulo de Foucault, uma proeza da engenharia feita em 1851 e transferida para aquele local anos mais tarde. Pare ele, aquele objeto tem um significado muito maior do que o de ser um máquina exposta em um museu dedicado a elas.

O Pêndulo, para ele é a resposta, ou mais uma pista, do Plano que ele, Jacobo Belbo e Diotallevi, e seus companheiros redatores de editora Garamond, descobriram e desvendaram.

Escondido dentro do museu após seu fechamento ao público, Casaubon aguarda por alguma coisa. Enquanto aguarda, sozinho, em um museu fechado e escuro, ele volta ao passado e refaz a história que o levou até aquele lugar e momento. Momentos de um passado (não exatamente) distante são ditos a nós leitores enquanto ele, estático, espera por seja lá o que for.

Tentei fazer um trabalho mais minucioso, prestando atenção às palavras que eu não conhecia, e até buscando entender as ligações históricas e documentais que os personagens faziam. Porém, precisei reconhecer que, agindo assim, eu não terminaria O Pêndulo de Foucault tão cedo. Infelizmente (ou não), acabei voltando à minha leitura normal, prestando a devida atenção apenas a alguns pontos que já tinham despertado minha curiosidade na leitura inicial.

Uma coisa que achei curiosa, por exemplo, foi a separação dos capítulos. Cada um é intitulado por uma Sephirah (explicando de forma geral, uma Sephirah é um atributo descrito, ou mostrado, na Cabala, através do qual O Infinito revela a si mesmo e cria, continuamente, o mundo físico e metafísico. Simplificando, não letras divinas, ou assim eu entendi) e cada uma tem seu significado ligado aos acontecimentos narrados ao longo do livro (ou os acontecimentos estão ligados às Sephirahs, difícil saber ao certo) e sempre seguindo a sequencia da árvore sefirótica.

Se o parágrafo anterior complicou, vou tentar exemplificar: o segundo capítulo do livro é intitulado Hokmah, a sefirah da Sabedoria. Ela possui a ideia primordial na qual tudo é contida, e nela está contida a essência de tudo o que se seguirá. Pois bem, é nesta parte que Casaubon relata o primeiro contato dos três ao que, mais tarde se revelaria ser o Plano.

Se você pensou que trata-se de uma grande teoria da conspiração envolvendo história, misticismo e (porque não dizer) uma boa dose de loucura, bem, você acertou. Porque é exatamente isso que é. E foi construída de uma maneira tão minuciosa que se tornou genial.

Não é um livro muito fácil de ser lido: o tamanho não facilita e o enredo, por vezes intrincado demais, muito menos. Porém, em diversos momentos me vi impossibilitada de deixar o livro por mais de dois minutos e, mesmo assim, voltava quase correndo para a história.

site: http://www.oslivrosdebela.com/2016/06/o-pendulo-de-foucault-umberto-eco.html
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helmalu 27/06/2016

Tentativa frustada de começar a ler U. Eco
O livro O pêndulo de Foucault apareceu para mim no momento em que eu estava querendo deveras ler Umberto Eco. Umberto Eco é daqueles autores que ouvimos falar muito bem e que ao redor dele é construído uma aura canônica, afinal, já ganhou prêmios literários e foi um renomado filósofo, semiólogo, linguista, crítico literário, além de prestigiado autor de ficção, (vide O nome da rosa, uma de suas mais conhecidas obras). Contudo, porém, todavia, no entanto, meu primeiro contato com o autor não foi, digamos, muito satisfatório (leia: não gostei taaanto da leitura). Explicarei melhor o que ocorreu nas próximas linhas...

O pêndulo de Foucault conta a estória de três amigos, Belbo, Casaubon e Diotallevi, que trabalham na editora Garamond. O início da narrativa, que a princípio se mostra confuso, se dá no Museu parisiense Musée des Artes et Métiers, com Casaubon se escondendo e à espera de "alguém". Com o progresso do enredo, que é feito em retrospectiva, sabemos que Casaubon e seus amigos estão em apuros, e tudo começa quando a editora recebe um tal Ardenti querendo publicar um manuscrito sobre os Templários, umas ideias muito mirabolantes que, a princípio, os três não dão muito crédito, principalmente Casaubon, que é de todos o mais cético. Até aí tudo bem, o problema é que, em seguida, Ardenti desaparece, se escafede, some! Ninguém sabe que fim ele levou e, então, decidem investigar, criam O plano e se metem numa enrascada sem tamanho, já que esse Plano, que surgiu de uma curiosidade e meio que de brincadeira, acaba sendo levado a sério por uma sociedade secreta, Tres, que passa a persegui-los.

"Eu devia ir-me embora, ir embora, era tudo uma loucura, estava caindo no jogo que fizera Jacopo Belbo perder o juízo, também eu, o homem incrédulo." (p.24)

"[Diotallevi] estava obcecado pelo Plano, e no Plano havíamos incluído tantos outros componentes, os Rosa-cruzes, a Sinarquia, os Homúnculos, o Pêndulo, a Torre, os Druidas, a Ennoia.." (p.52)

"Eu fizera da incredulidade um princípio científico, mas agora tinha de desconfiar até dos mestres que me haviam ensinado a me tornar incrédulo." (p. 382)

Finalizei a leitura com diversas sensações, a principal é a de que não entendi nem metade do livro. Isso mesmo! E isso porque há nele muitas coisas que sequer já ouvi falar, como os próprios Templários que só vim a conhecer e a pesquisar depois que me deparei com O pêndulo de Foucault. Há, também, trechos de outras obras no idioma original, tanto nos inícios de cada capítulo como no interior do texto, que não são traduzidos, nos mais diversos idiomas, desde italiano até latim. E eu, que não sou poliglota nem nada, ficava na mais pura ignorância, sentindo que estava, a cada trecho desse, perdendo informações importantes para o entendimento da narrativa. Penso que se o tradutor, ou o próprio autor, tivesse utilizado algumas notas de rodapé nesses casos, seria muito bem-vindo, já que em determinado momento eu simplesmente desisti de tentar entender as referências, o que culminou no início da minha frustração, sentimento que me acompanhou pelo restante da leitura.
O fluxo da leitura, que mais me pareceu uma montanha-russa, se deu tão vagarosamente que quase cogitei abandonar a leitura. Confesso que em alguns momentos pulei parágrafos que eu sabia serem descrições que de nada acrescentavam ao desenrolar dos fatos e foi a primeira vez que fiz isso, shame on me. Mas a verdade é que muito era descrito e não havia quase nada de ação no livro, eu gosto de descrições nos livros, mas convenhamos que nada em excesso é bom.
Sinto que me falta bagagem não só literária, como também histórica para que a leitura desse livro fosse mais proveitosa, pois reconheço, embora não entenda, a magnanimidade da narrativa construída por Eco neste livro. Muitos conhecidos meus que viram que eu estava lendo esse livro, me indicaram que, ao invés de começar a conhecer a obra de Umberto Eco por esse título, eu devia começar por O nome da rosa, e talvez eu dê mais uma chance para o autor nesse caso.
Quando terminei a leitura, fiquei curiosa para saber a opinião de outros leitores sobre o livro e, como de costume, fui olhar as resenhas do Skoob. Fiquei surpresa ao ver a discrepância entre as avaliações deste livro, pois muitos o amam e muitos, muitos mesmo, o odeiam, é só olharem para confirmar, há uma divergência de gostos que eu antes só vira em O morro dos ventos uivantes. Eu, todavia, não consegui classificar o livro, nem se me perguntarem pessoalmente, nem se me pedirem para quantificar em estrelas no Skoob, sinto que, nesse caso, não tenho cacife para avaliar, já que a) esse é o primeiro livro de Umberto Eco que leio, b) não fiz uma leitura suficientemente minuciosa para emitir algum juízo de valor e, como dito anteriormente c) não tenho conhecimentos enciclopédicos suficientes.
Ademais, admito que esse não é o tipo de leitura para se fazer em momentos como os que tenho passado: final de semestre e épocas de provas. Pelo contrário, indico aos que queiram se arriscar nessa leitura que escolham um momento de férias, preferencialmente, em que possam se debruçar em cima da leitura de corpo e alma, pois é isso que este livro exige.
Enfim, fica aqui a indicação - não muito confiável de alguém que não entendeu patavinas - de uma leitura rica em temas como História, Religião, Ocultismo, entre outros temas interligados como sociedades secretas, Maçonaria e conspirações.

"Compreendi. A certeza de que nada havia pra compreender, esta devia ser minha paz e meu triunfo." (p. 667)

site: http://leiturasegatices.blogspot.com.br/2016/06/o-pendulo-de-foucault-umberto-eco.html
Lineu 23/05/2018minha estante
Concordo. Faltou tradução nas citações. Há umas 10 linguas citadas e ninguém deve ser levado a traduzir por conta própria. Eco ativou o botão Arrogante Extremo.




Cheiro de Livro 08/06/2016

O Pêndulo de Foucault
Vamos começar pelo início: Eu curto muito Umberto Eco, mas enquanto autor ficcional sua escrita não é nada fácil. Na academia já estamos acostumados a essa “soberba literária”, mas na literatura nem todo mundo está disposto a continuar quando pega um livro assim. Rebuscado, exageradamente detalhado, algumas vezes até cansativo. É o tipo de autor “ame-o ou deixe-o”, não dá pra encarar as centenas de páginas de “O Pêndulo de Foucault” apenas para passar o tempo, é uma leitura que dependendo do que você gosta e do momento em que está, pode até bugar um pouco o cérebro. Se você nunca leu nada do autor, recomendo começar pelo “O Nome da Rosa”, é um livo maravilhoso, você ficará ambientado ao estilo do autor, e é uma trama bastante mais palatável.

A sinopse é até bastante curta: “Causabon, Belboe Diotallevi são redatores da editora Garamond, na Milão do início dos anos 80. Cansados da leitura e releitura de incontáveis manuscritos de ciências ocultas, eles acabam encontrando os indícios de um complô que teria surgido em 1312- quando Felipe, o Belo, supriu a Ordem dos Templários- e atravessando, oculto, toda a historia do planeta até o final do século XX. Os agentes e beneficiários do complô, seriam os templários e os rosas cruzes, cujo o objetivo era dominar o mundo. A partir deste plano, os três redatores inventam, como uma brincadeira, uma trama fantasiosa. Mas o inesperado acontece e alguém começa os levar a sério.”

Esse “Plano” desenvolvido por eles envolve basicamente todas as sociedades secretas das quais eu já ouvi falar no mundo e vários detalhes dos mais diversos séculos de história mundial, e acaba se mostrando como uma ameaça real. Para quem gosta de ter acesso as mais variadas informações históricas, teorias da conspiração e trechos de livros raros, “O Pêndulo de Foucault” é um prato cheio. O tipo de livro que faz você ter vontade de ficar fazendo anotações num bloquinho pra não perder nada. O ponto negativo (pode ser positivo, para alguns) é a arrogância com a qual Eco passa pelas temáticas, usando sempre um tom que diminui tudo que é ligado ao misticismo, quase que caçoando de quem acredita em aspectos ligados à magia, ocultismo ou outras áreas semelhantes. Acadêmico de renome, o próprio autor admite que o livro é uma espécie de metáfora, quase chacota, dos colegas ao seu redor que de tanto ler sobre estes assuntos passam a ver teorias da conspiração e sinais claros de que o ocultismo é real, por exemplo, coisas que, segundo ele, não deveriam ser levados a sério.

A semelhança da trama com os bestsellers de Dan Brown é inegável, porém, se em Brown percebemos desde o início o ritmo alucinado que nos faz imaginar quase que imediatamente os personagens em uma tela de cinema, com Eco é tudo mais arrastado, sobrecarregado de informações minuciosas, e esta, paradoxalmente, é a maior força do livro. Todos os contextos do “Plano” são tão milimetricamente explicados que você começa a duvidar se todas as teorias sobre essas organizações secretas não são reais. Sobre essa semelhança-diferença com as atuais tramas cinematográficas como “O Código da Vinci”, Umberto Eco declarou (em seu tom nada humilde):

Eu inventei Dan Brown. Ele é um dos personagens grotescos do meu romance que levam a sério um monte de material estúpido sobre ocultismo. O Pêndulo de Foucault projeto brinca com teorias conspiratórias e teve início com uma pesquisa entre 1.500 livros de ocultismo reunidos por seu autor. Ele [Dan Brown] usou grande parte do material.” Em ‘O Pêndulo de Foucault’, eu havia inserido um bom número de ingredientes esotéricos, que podem ser encontrados no Código Da Vinci. Os meus personagens, ao elaborarem os seus projetos, levam em conta a importância do Graal, por exemplo. Eu quis fazer uma representação grotesca daquilo que eu via em volta de mim, de uma tendência da qual eu previa o crescimento. Era fácil fazer uma profecia como esta. Ao pesquisar para escrever ‘O Pêndulo de Foucault’, eu esvaziei todas as livrarias que já se especializavam nessa “gororoba cultural”. Dan Brown copia livros que podiam ser encontrados trinta anos atrás nos sebos da Rue de la Huchette, em Paris. O sucesso pode ser explicado pelo fato de que os autores desses best-sellers levam tudo isso a sério, e ainda pelo fato de que as pessoas são sedentas por mistérios.
E dá pra curtir Dan Brown e também curtir Umberto Eco? Olha, de minha parte dá sim. Mas é preciso ter em mente que são duas leituras absolutamente diferentes. Se “O Código da Vinci” pode te conquistar desde o começo por sua leitura fácil e fluída, “O Pêndulo de Foucault” pode repelir os leitores menos persistentes, porque é lá pelo meio, quando os conspiradores estão escrevendo o “Plano” que tudo começa a ficar mais atrativo e te faz ter vontade de ler mais um pouquinho para saber qual informação você poderá absorver na página seguinte, desde a maçonaria, passando pelo nazismo, até os matadores de “Assassin’s Creed”.

Acredito que seja o livro de ficção mais bem embasado historicamente que já li, mas, reitero, o desdém com que Umberto Eco trata o ocultismo, a magia e assuntos afins, como não ciência ou sub-ciência, pode irritar muitos leitores por aí. É interessante perceber, também, que o livro trata de como criações podem tomar vida e como até seu inconsciente pode te pregar umas peças. “O Pêndulo de Foucault” não tem personagens absolutamente marcantes, longos romances, ou cenas de ação cinematográficas, porém é uma trama bastante cética sobre sociedades secretas e teorias da conspiração, para quem curte o gênero, é um livro necessário, um clássico imperdível.

site: http://cheirodelivro.com/o-pendulo-de-foucault/
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Volnei 30/05/2015

O pendulo de foucault
Milão 1980, cansados de leitura e releitura de incontáveis manuscritos de ciências ocultas, dois amigos acabam encontrando indícios de um complô que teria ocorrido em 1312 encobrindo toda a história do planeta até o fim do século XX ......

site: http://toninhofotografopedagogo.blogspot.com.br/
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Carlos 03/01/2015

Não há um mistério digno desse nome, como em "O Nome da Rosa", mas vale a leitura.
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Valeria 23/11/2014

Destruindo Paulo Coelho e O Código da Vinci - mas só se você tiver muita determinação
Este é um livro que adoro, que li na hora certa e cujos sentimentos sobre ele são confusos, por isso preferi traduzir uma resenha em italiano sobre ele, muito mais interessante do que eu poderia escrever neste momento. (Sou tradutora de italiano)

"Ao começar a escrever sobre O Pêndulo de Foucault, não se sabe onde começar nem onde terminar. É um livro feito de livros, como todos os livros de Eco (feitos de livros e de livros sobre livros). É um livro complexo. São muitos livros juntos. É eletrizante como um policial (O Pêndulo é um policial!), rigoroso como um ensaio (é também um ensaio), emocionante como um livro de aventura, apaixonante como uma reportagem histórica, provocativo e cáustico como um manifesto (é panfletário também), afabulatório, intrigante, pirotécnico, super-culto, sofisticado.
A ideia base do livro é totalmente antiliterária. O núcleo do Pêndulo de Foucault é a exposição paradigmática de uma tese: as aberrações da RAZÃO, embora fascinantes, geram monstros, e podem se demonstrar terrivelmente perigosas. Para demonstrar esta tese Eco escreve o livro, que, muito além de todas as intenções teoréticas é - seja bem claro - antes de tudo um ROMANCE.
Romance tecido em volta de uma formidável, muito bem controlada e calibradíssima trama narrativa.
Para demonstrar sua tese, Eco faz uma simples operação: reescreve a História Universal! Relê parte da história cultural da Itália dos anos 70 e 80, a partir dos anos cruciais
da contestação política, com seus fermentos e suas (re)descobertas: relê toda a história do Ocidente através da ótica do "saber hermético" que, como uma obscura e magmática trama subterrânea parece assinalar os destinos da Humanidade; tece, sob os olhos fascinados do leitor, uma densa rede de referências e citações literárias, filosóficas e culturais que permanecem, em grande parte, escondidos ao leitor comum (o leitor que não compartilha - leitor ideal, outro conceito conhecido pelos leitores de Eco - a cultura ilimitada e o domínio seguro que o autor demonstra sobre todo este magma).
Leitor que é, entretanto, carregado pelo vórtice mesmerizante da leitura do Pêndulo."
(Só um trecho porque a resenha também é enorme: Editora Bompiani, pela Redazione Virtuale).

site: www.deedellaterra.blogspot.com
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