Ana Ira! 19/07/2015
Uma graça, minha prima!
Aí gente, belezoca??
Hoje serão dois livros resenhados, que amoooo muito, e foi um dos primeiros que li!
Com vocês, Cinco Minutos (que você lê numa meia hora, rsrs) e A Viuvinha, do célebre e fofo, José de Alencar.
• CINCO MINUTOS
Cinco Minutos começa com o narrador-personagem contando como ele é péssimo em seguir horários, super não pontual, mas que pelo menos, ele não é regido por um relógio. Achei bárbaro isso! Que incrível percepção!
"Entusiasta da liberdade, não posso admitir de modo algum que um homem se escravize ao seu relógio e regule as suas ações pelo movimento de uma pequena agulha de aço ou pelas oscilações de uma pêndula."
Ao se atrasar, apenas cinco minutos, perde o busão kkkk e tem de esperar uma hora por outro. Chegando lá, ele que não presta muita atenção nas coisas, às vezes em algumas pessoas, às vezes nas conversas, noutras em sua própria vida, mas nesse dia, ele repara bem numa moça coberta com o rosto num véu sentado ao seu lado.
Essa moça então, pronuncia com todas as palavras num francês sem tradução que me deixou louca da vida, kkk que o ama e o quer, e ele fica estupendo, feliz e ao mesmo tempo surpreso com a tal revelação!
A moça desce num ponto. Ele fica. Sonha com ela quase um mês. E depois em uma baile, ouve as mesmas palavras e sente a mesma fragrância do perfume dela (que conseguiu absolver no ônibus). Gente, que percepção!
"É coisa singular, minha prima! O amor que é insaciável e exigente, e não se satisfaz com tudo quanto uma mulher pode dar, que deseja o impossível, às vezes contenta-se com um simples gozo d'alma, com uma dessas emoções delicadas, com um desses nadas, dos quais o coração faz um mundo novo e desconhecido."
Como é curtinho, vou resumir bem: ele segue algumas 'pistas' sobre quem é ela. ~ frisando ~ ele não viu seu rosto, não sabe como ela é, mas a ama, ponto final. kkkk Ele a encontra (ele, porque esse narrador-personagem não tem nome :( ). Quando ele a encontra, vê sua formosa face, ama-a mais ainda, porém, descobre um fato surpreendente: o destino pode findar o romance dos dois - uma doença, morte certa, sem tempo, um pouco de esperança, muita ansiedade e é claro, muito atraso te fazem prender a respiração até o fim desse inevitável talvez, mas lindo e genial romance de um dos maiores escritores brasucão!
"O mais tu sabes; eu te amava, e era tão feliz de ter-te ao meu lado, de apertar a tua mão, que nem me lembrava como te devia parecer ridícula uma mulher que, sem te conhecer, te permitia tanto."
Não tem como não gostar, não se apaixonar por essa história, é fofuxa, graciosa demais! Não percam!
• A VIUVINHA
A Viuvinha é outra coisa particularmente fofa e alucinante! Te dá raiva, esperança, ansiedade, amor pelos personagens, enfim, é uma coisa de louco!!!!! E profunda demais!
Carolina e Jorge são um casal grandioso. Sabe daqueles poucos casais que vemos por aí, que se comunicam pelo olhar?! Aqueles que de longe você percebe a sintonia, o respeito, a dignidade e o amor que nutrem?! Então! Eles são um deles!
Entrementes, o passado surge, como tantas vezes faz com a gente, da vida real, e vem, parece que com toda força e com vontade, de nos destruir, atacar, pestanejar, amaldiçoar a nossa felicidade presente, e caminhante para o futuro.
É o que acontece com esse casalzinho. Jorge era rico. Seu pai morreu e ele ficou sob a tutela de um grande amigo do pai, o Sr. Almeida, este que é pobre. Lembrando que naquela época havia uma divisão entre ricos e pobres muito grande (este livro foi publicado em 1857). Quando Jorge, ao atingir a maioridade, pode dirigir os negócios de seu pai, ele gasta tuuuuudo na esbórnia, faz mais dívidas, e esquece de pagar uma dívida deixada pelo pai. Resumindo: foi pra lama! Seu pai perdera a honra, iria ser marcado para sempre na sociedade carioca!
Na véspera de seu casório, o Sr. Almeida, bem chatão, porém sábio - por sinal, o avisa sobre sua falência, e Jorge fica enlouquecido, perdido.
Casa-se n'outro dia, mal escondendo sua tristeza e preocupação de sua esposa, Carolina, de sua sogra, dona Maria, e de uns dois ou três convidados, já que o casamento se passa na casa da noiva e da mãe - ambas também são pobres.
Na noite de núpcias, Jorge fica sem saber o que fazer kkkkkk, dá um negócio lá, Chartreuse, não sei bem que tipo de bebida é, mas no livro diz ser licor, deve ser estrangeiro, ok.
Carolina então dorme. E Jorge foge. No outro dia de manhã, recebemos, os leitores e a Carolina, o "aviso" que Jorge havia se matado, com um tiro no rosto, deixando-o desfigurado, com uma carta e um pouco de dinheiro pedindo (seguindo instruções da carta) para que quem o encontrasse, fizesse o seu enterro.
"A angústia e o desespero que se pintavam nas feições de Jorge tocavam quase à alucinação e ao desvario; às vezes, era como uma atonia que lhe paralisava a circulação, outras tinha ímpetos de fechar os olhos e atirar a matéria contra a matéria, para ver se neste embate a dor física, a anulação do espírito, moderavam o profundo sofrimento que torturava sua alma."
Cinco anos depois, aparece na cidade vindo direto dos Estados Unidos, um jovem de quase trinta anos, que trabalhou muitooooo interessando em comprar as dívidas de certo homem morto. Esse jovem, Carlos, como é chamado, têm dinheiro, embora viva num tipo de porão, come num lugar horrível (parece ser bem sujo), para economizar bastante, e não tem amigos, não conta a ninguém aonde mora, nem se envolve em nada da sociedade.
Você já deve suspeitar o porquê...
"Sonhava no passado; diferente nisso das outras moças, que sonham no futuro."
Como é um livro muito antigo e conhecido, muita gente já deve saber o final, mas não vou contar, não! Só posso dizer, que Carlos procurará Carolina, mas ela ainda ama seu falecido marido... E Carlos está desesperado para tê-la, mas com uma condição!
"Como o amor purifica, D...! Como dá forças para vencer instintos e vícios contra os quais a razão, a amizade e os seus conselhos severos foram impotentes e fracos!"
Quer saber que condição é essa?! LEIA!!!!!
Beijão!
Ana
site: http://elvisgatao.blogspot.com.br/2015/07/resenha-20-cinco-minutos-e-viuvinha.html