spoiler visualizarThiago Paiva 09/04/2013
Uma viagem pela atual crise global
Nos últimos anos o mundo sofreu diversas crises financeiras que abalaram o mundo e das quais até agora o mundo não se recuperou totalmente.
Michael Lewis, um jornalista financeiro, decidiu buscar as raízes dessas crises visitando diversos países e entrevistando desde primeiro ministros até pessoas que descobriram sobre a crise antes que elas acontecessem.
Ele começa no centro da crise de 2008, Estados Unidos, onde a crise do subprime levou a maior crise desde 1929. Nessa crise, porém, nem todo mundo saiu perdendo, ele foi atrás de conversar com um grande investidor que previu a crise e lucrou muito dinheiro com ela. Esse investidor não apenas previu a crise do subprime, porém começou a enxergar uma crise ainda maior ao olhar país que chamava pouca atenção, a Islândia.
A Islândia teve uma dos maiores crescimentos bancários da história, sendo que da noite para o dia, o pequeno país de pescadores criou um império de bancos de investimentos. Mas será que realmente eles tinham toda essa habilidade para se tornarem investidores? O que acontece é que esse império foi construído sobre areia e chegou um ponto que ele desmoronou. Os bancos islandeses conseguiam investimento de outros bancos europeus e americanos, para investirem em ativos que eles não sabiam como gerir e oferecendo taxas de retorno extravagantes, porém eles faziam esquemas para inflarem os preços dos seus ativos e assim conseguir dar o retorno para os seus investidores.
O problema é que isso não foi sustentável e logo a bolha estorou.
Após sua passagem pela Islândia para tentar entender o que provocou essa crise, Michael Lewis dirigiu sua atenção para o segundo país europeu que entrou em crise, a Grécia. A Grécia teve uma crise totalmente diferente, pois o seu problema foi o governo que maquiava suas contas públicas para participar da zona do euro, dizendo que o seu nível de endividamento era bem mais baixo do que realmente era. Quando ficou evidente essa crise de endividamento do estado, o atual governo caiu e entrou outro que refez todas as contas e, foi-se descobrindo, que o buraco era mais embaixo. Dentro dessa crise, os sagrados sacerdotes de uma ilha grega foram quem a população escolheu para culpar, além dos Alemães.
O problema é que a Grécia era apenas mais um dos países que estava entrando em crise e a Irlanda estava indo para o mesmo buraco. A crise na Irlanda foi causada devido a uma bolha imobiliária que foi artificilmente criada pelos emprestimos bancários para construção civil, o que aumentou os preços do imóveis, porém não existia compradores para esses imóveis, dessa forma a bolha estourou e os bancos que cediam esses empréstimos acabaram tendo enormes prejuízos.
Depois da Irlanda, Michael Lewis foi investigar o que os alemães pensavam sobre essa crise, visto que eram eles que estavam pagando por ela. Eles viam o resto dos Europeus como preguiçosos e o povo alemão não foi fácil de ser convencido a entrar na União Européia. Ao visitar a Alemanha, ele também percebeu que a os alemães são muito certos e acreditam que as outras pessoas tão bem são. Dessa forma, ele descobriu que os bancos alemães foram os que mais sofreram com a crise do subprime fora dos EUA, por acreditarem nas agências de rating Moody's e Standart & Poor's.
Michael fecha o livro ao voltar para os EUA para estudar os estados que estavam falidos, ele focou na Califórnia que era o estado que tinha o maior nível de endividamento. Ele chegou a conversar com o ex-governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, que teve bastante dificuldade de lidar com o problema de endividamento público.
O último destino dele foi a pequena cidade de Vallejo que estava quebrada, principalmente pelos custos e benefícios dos policiais e bombeiros. Em sua entrevista com o atual prefeito da cidade, fica evidente o estado crítico que a cidade se encontrava.
Resumindo, o livro faz um tour pelos principais países da crise econômica dos últimos anos, tentando entender como cada país chegou ao ponto de estar em crise, mostrando que cada país entrou em crise por motivos diferentes e que a cultura foi um fator importante para que isso acontecesse.
É um livro muito bom não apenas para se entender a crise em que estamos, mas também para entender as diferentes culturas que cada um desses países tem e qual o papel dela na crise.
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