TAZ - Zona Autônoma Temporária

TAZ - Zona Autônoma Temporária Hakim Bey




Resenhas - TAZ - Zona Autônoma Temporária


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Desterrorama 03/11/2024

Fora do espetáculo
em "TAZ" (zona autônoma temporária), Hakim Bey fala sobre o "espetáculo" e sobre o fato de uma TAZ só ocorrer fora dele. Gil Scott-Heron sabia muito bem das coisas, pois as pequenas revoluções nunca serão midiatizadas.  
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romulorocha 13/11/2023

TAZ - Zona autônoma temporária, de Hakim Bey
Gênero: Filosofia; Sociologia
País: Estados Unidos
Ano: 2018 / 88 páginas
Editora: Veneta

?A TAZ começa com um simples ato de percepção?.

Em TAZ, Hakim Bey discute e elabora alguns fundamentos filosóficos de um conceito anarquista desenvolvido por ele que leva o nome do livro, a zona autônoma temporária. Na primeira metade do livro o autor traz um panorama histórico no qual a TAZ, mesmo sem ser nomeada, existia em diversos cenários. Na segunda metade o autor traz aspectos atuais como, por exemplo, ambientes organizacionais e internet, discutindo cenários nos quais a TAZ poderia beneficiar as pessoas.

É um livro interessante para entender um pouco da filosofia anarquista na contemporaneidade. Hakim, que faleceu em 2022, é um grande precursor na área. Há muitas surpresas positivas e úteis na leitura. Ainda que um livro filosófico e publicado pela primeira vez em 1985, quando a internet ainda estava em seus primórdios, mostra-se extremamente atual.

Para TAZ, 9/10.

#resenhasdoromulo
#literaturaestadunidense
#taz
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Felipe.Camargo 05/04/2021

Este mundo é um caos, esta vida é um caos...
36º Livro do ano TAZ ? Zona Autônoma Temporária, Hakim Bey
Continuando minha breve excursão por autores anarquistas, fui buscar um livro que sempre tive a curiosidade ler, muito mais próximo da nossa época do que os clássicos do pensamento libertário, tal como Bakunin e Proudhon, o livro é um verdadeiro caos de ideias que se entrelaçam: ativismo hacker, pirataria, ação direta, resistência, iconoclastia, niilismo e outros preceitos que permeiam a mente de muitos anarquistas, principalmente após os desastres totalitários do século XX e da supremacia do capitalismo e da sociedade de controle no século XXI. O autor faz muitas referência a diversos movimentos políticos de resistência, a obra de Nietzsche e outros pensadores anarquistas, inclusive Deleuze e Guattari, estilos que são bem parecidos com o autor, principalmente se compararmos com Mil Platôs. Ao longo do livro, que tem caráter de manifesto, Bey não está disposto a fazer uma explicação de conceitos, mas sim provocar o leitor, mostrar que o nomadismo deve superar o sedentarismo, que o bando deve ser um novo agenciamento e que a utopia não deve ser algo a ser idealizado, mas dilacerado na resistência cotidiana.
Leitura interessante, mas pode ser vista com bastante dificuldade, por pessoas que não estão habituadas com escritores que trabalham com noções tão complexas e desconstrucionistas.
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Davenir - Diário de Anarres 24/01/2017

TAZ: uma conversa entre o anarquismo e o cyberpunk.
Olá. Esta é mais uma obra de não ficção no blog. Desta vez vamos falar de "TAZ - Zona Autônoma Temporária" de Hakim Bey, pseudônimo adotado pelo poeta, historiador anarquista, entre outras coisas, Peter Lamborn Wilson. Já resenhamos uma antologia de contos o tinha como um dos seus organizadores, Futuro Proibido. A obra compartilha do mesmo entusiasmo e temor com o início da proliferação da internet que o cyberpunks dos anos 1980, embalados pelo avanço do neo-liberalismo e a diminuição da participação do Estado nas decisões mundiais. Não há conceitualização clara do que é a TAZ, por suas palavras buscarem evitar um conceito engessador. A própria forma de exposição do conceito já é uma mensagem em si, ainda que o autor vá e volte nas linhas de raciocínio, tornando o livro, não apenas um manifesto, mas um pequeno mosaico. Como todos os livros de não-ficção do blog, é uma recomendação para quem gosta de pensar a Ficção Cientifica para além do mundo ficcional.

O autor começa abordando o conceito de "Utopias Piratas", referindo-se aos assentamentos - como ilhas escondidas no caribe ou salé/rabat no atual Marrocos - dos piratas e corsários do século XVIII que se ajudavam fora da esfera do Estado, como numa comunidade internacional e informal/criminosa. Hakim Bey cita a obra "Piratas de dados" (Ele se referia ao título original Islands in the Net/ "Ilhas na rede") de Bruce Sterling, como exemplo de zonas emergindo da ausência de força do Estado como conhecemos hoje. Ainda que as décadas seguintes não confirmassem essa visão, tanto o livro de Sterling como TAZ ajudam a visualizar essas zonas operando. No livro Utopias piratas: Mouros, Hereges e Renegados o autor aprofunda o caso de Salé/Rabat.

O autor chama os que contestam o Estado a sair da apatia que os faz aguardar por um evento de grande porte. Só então começa a tatear as rachaduras que podem ser exploradas longe do alcance do Estado. É ai que entra a TAZ como uma tática que emerge dessas falhas através de uma psicotopologia da vida cotidiana. Nisso consiste em "desviar" das instituições como a Família e o Trabalho e buscar formas onde não há hierarquia. Entra o conceito de "nomadismo psíquico", uma rejeição ao "modelo europeu", como conceito vial para aceitar a TAZ.

O autor é sereno ao afirmar que a internet é apenas uma ferramenta para a TAZ. "Ela vai fazer uso do computador porque o computador existe, mas também usará poderes tão completamente divorciados da alienação e da simulação que lhe garantirão um certo paleolitismo psíquico, um espírito xamânico primordial que vai 'infectar' até a própria net (o verdadeiro sentido do cyberpunk, como eu o entendo)." p.28. Havia uma perspectiva, nos anos 1980, que espaços autônomos emergissem pela internet para desafiar ou esvaziar o Estado de seu poder, como no mundo ficcional de Sterling de Piratas de dados. Porém os eventos pós-11/09 nos EUA, mostraram todo o poder do Estado sobre a internet.

Como a TAZ não é dependente da internet, o autor vai ao período colonial buscar protótipos de TAZ.As relações de poder entre as potências nas colônias, levaram muitos a fugir do mapa conhecido e buscar zonas não-cartografadas, áreas de escape, não apenas físicas mas das instituições do Estado. O autor também busca na efêmera República de Fiume como o exemplo mais recente de TAZ. Bey delimita a TAZ como uma tática do desaparecimento como forma de exercer a liberdade, e não apenas lutar para alcançá-la.

Por fim, são mencionados alguns pequenos "gestos negativos" como exemplos que nos aproximam da TAZ, como não votar. Outros são tateados e abrangem o trabalho, a igreja, a família, o lar e da arte e termina o texto indicando caminhos internos para nos aproximarmos dessa tática.

Sobre a edição lida para a resenha: A obra é curta, mas carregada de conceitos não esmiuçados, pois não se trata de um trabalho acadêmico e sim um manifesto. Uma carta de intenções da TAZ e não uma radiografia da mesma. Conclama a ação e não a sua contemplação e para isso se agarra ao seu momento histórico, da internet florescendo e da rebeldia do movimento cyberpunk.

site: http://wilburdcontos.blogspot.com.br/2017/01/resenha-60-taz-zona-autonoma-temporaria.html
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Bia 13/03/2014

Com a eloquência de um poeta ébrio, o autor usa de figuras de linguagem um tato complicadas para explicar conceitos triviais. O livro, como o título indica, trata zonas autônomas temporárias (TAZ), mas não se preocupa em conceituá-las, assim como usa de outros termos e expressões sem contextualizá-los ou introduzi-los previamente ao leitor como "Simulação", "Desaparecimento", "mapa 1:1", "fim em si mesmo", "psicotopografia", entre outros tantos que, mesmo após o término da leitura, continuam escapando à minha compreensão. Em suma, trata-se de um livro em defesa do anarquismo com apologia a atos terroristas usando de argumentos confusos e pouco convincentes.
Davenir - Diário de Anarres 15/12/2016minha estante
"Apologia a atos terroristas"... o livro defende justamente o inverso disso. Seria melhor dizer um "Não entendi porra nenhuma!" do que tentar dizer do que se trata.


Bia 01/01/2020minha estante
Danevir, dar voltas em uma resenha de 7 parágrafos sem qualquer objetividade para um livro de menos de 100 páginas, não me convence de ser tampouco um grande entendido.
Tirem suas próprias conclusões:
"A TAZ é uma espécie de rebelião que não confronta o Estado diretamente, uma operação de guerrilha que libera uma área (de terra, de tempo, de imaginação) e se dissolve para se re-fazer em outro lugar e outro momento, antes que o Estado possa esmagá-la."
""Levantes", sim - sempre que possível, até mesmo com o risco de violência."
"A TAZ é um acampamento de guerrilheiros ontologistas: ataque e fuja."
"A essência da TAZ é "peito-a-peito", como dizem os sufis, ou cara-a-cara."
"O hacker da TAZ trabalhará para a evolução de conexões fractais clandestinas como um rastreador de fragmentos de informações, um contrabandista, um chantagista, talvez até mesmo como um ciber-terrorista. Estas conexões, e as diferentes informações que fluem entre elas e por elas, formarão as "válvulas de poder" para a emergência da própria TAZ - como é necessário roubar energia elétrica dos monopólios distribuidores de eletricidade para iluminar uma casa abandonada que foi invadida."




Camila Borges 13/01/2014

a principal lição do livro, na minha opinião, são os conceitos de permanência x temporário.
O ideal encontra-se no temporário, é na luta contínua que a essência é mantida.

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Rafael Reinehr 25/01/2010

A leitura de TAZ veio em boa hora. No momento em que estamos para desencadear uma ação que caracterizo como uma “força para-governamental”, uma série de atitudes voltadas a enaltecer o espírito altruísta dos indivíduos e de grupos humanos, a idéia de “zonas autônomas temporárias” vem bem a calhar.

Se ainda não consigo encontrar argumentos fortes o suficiente para rejeitar as ações de grupos anarquistas radicais como os Black Blocks e outros grupos libertários que utilizam a ação violenta para expressarem seu desagrado em relação à opressão que lhes é imposta pelas forças do Estado, pessoalmente prefiro encontrar formas que não utilizem a luta armada para atingir as mudanças que são necessárias a um mundo mais pleno de justiça e liberdade.
Como acredito que o Estado em si é uma ferrugem que a ser combatida, penso que todas atividades capazes de enfraquecer a importância do mesmo na vida dos indivíduos acaba por ser uma ação natural a ser posta em prática.

E aqui uma ressalva – este texto não é voltado àqueles que já se cansaram de lutar, que se renderam com exclusividade ao conforto do “mundo do capital” ou que já não vêem saída ou não acham necessária solução alguma para as amarras que se impõe aos pulsos e tornozelos da grande parte oprimida da população em quase todas as nações.

Segue uma seleção de excertos do livro, dividida em 7 partes, com alguns comentários meus quando os julgar necessários. Muitas vezes o próprio texto exprime de forma plena o que eu mesmo gostaria de ter dito.
Utopias Piratas

“Recentemente, Bruce Sterling, um dos principais expoentes da ficção científica cyberpunk, publicou um romance ambientado num futuro próximo e tendo como base o pressuposto de que a decadência dos sistemas políticos vai gerar uma proliferação de experiências comunitárias descentralizadas; corporações gigantescas mantidas por seus funcionários, enclaves independentes dedicados à “pirataria de dados”, enclaves verdes e social-democratas, enclaves de Trabalho-Zero, zonas anarquistas liberadas, etc.”

Piratas de Dados Islands in the NetO título do livro é “Islands in the Net”, e no Brasil foi publicado como “Piratas de Dados”, pela Editora Aleph. É preciso lembrar que o livro de Hakim Bey foi escrito no final da década de 80, quando se navegava na internet com canoa e remos impulsionavam esta canoa. O BBS era a regra. Hoje, praticamente 20 anos se passaram e a “previsão” de Sterling se realizou em muitos aspectos. O passo posterior ao surgimento destas experiências é a definitiva proliferação das mesmas, levando à possibilidade de uma vida plena principalmente pela ausência de fiscalização e regulamentação do Estado. A única forma de fazer isso é tornando-se invisível.

Experiência comunitárias descentralizadas como a Coolméia trabalham para tornar este horizonte uma realidade.

Seguindo em sua introdução, Hakim Bey questiona:

“Estamos nós, que vivemos no presente, condenados a nunca experimentar a autonomia, nunca pisarmos, nem que seja por um momento sequer, num pedaço de terra governado apenas pela liberdade? Estamos reduzidos a sentir nostalgia pelo passado, ou pelo futuro? Devemos esperar até que o mundo inteiro esteja livre do controle político para que pelo menos um de nós possa afirmar que sabe o que é ser livre? Tanto a lógica quanto a emoção condenam tal suposição. (...) Acredito que, dando conseqüência ao que aprendemos com histórias sobre “ilhas na rede”, tanto do passado quanto do futuro, possamos coletar evidências suficientes para sugerir que um certo “enclave livre” não é apenas possível nos dias de hoje, mas é também real. Toda minha pesquisa e minhas especulações cristalizaram-se em torno do conceito de Zona Autônoma Temporária (TAZ).”

Para ler as outras 6 partes da resenha, acesse os links a seguir:

http://reinehr.org/anarquia-e-escritos-libertarios/apontamentos-anarquistas/taz-zona-autonoma-temporaria-hakim-bey-esperando-pela-revolucao-parte-ii-de-vii

http://reinehr.org/anarquia-e-escritos-libertarios/apontamentos-anarquistas/taz-zona-autonoma-temporaria-hakim-bey-psicotopologia-da-vida-cotidiana-parte-iii-de-vii

http://reinehr.org/anarquia-e-escritos-libertarios/apontamentos-anarquistas/taz-zona-autonoma-temporaria-hakim-bey-a-internet-e-a-web-parte-iv-de-vii

http://reinehr.org/anarquia-e-escritos-libertarios/apontamentos-anarquistas/taz-zona-autonoma-temporaria-hakim-bey-fomos-para-croata-parte-v-de-vii

http://reinehr.org/anarquia-e-escritos-libertarios/apontamentos-anarquistas/taz-zona-autonoma-temporaria-hakim-bey-a-ansia-de-poder-como-desaparecimento-parte-vi-de-vii

http://reinehr.org/anarquia-e-escritos-libertarios/apontamentos-anarquistas/taz-zona-autonoma-temporaria-hakim-bey-caminhos-de-rato-na-babilonia-da-informacao-final
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